terça-feira, 13 de setembro de 2016

Independência, a palavra-chave









POR CLÓVIS GRUNER

Entre as décadas de 1960 e 80, quatro jornais circularam em Joinville: o já tradicional “A Notícia”, o “Jornal de Joinville” (parte dos “Diários Associados”, de Assis Chateaubriand, o famoso Chatô), o “Extra” e a “Folha Catarinense”. Três deles – “A Notícia”, “Extra” e “Folha Catarinense” – simultaneamente, entre fins dos anos de 1970 e início da década seguinte. Uma quantidade significativa para uma cidade que mal ultrapassara os 200 mil habitantes.

Curiosamente, ao crescimento da cidade nos anos subsequentes correspondeu não um aumento, mas o encolhimento do número de periódicos, e houve mesmo um período em que apenas “A Notícia” ostentava o título de “jornal 100% joinvilense”, antes de ser vendida ao grupo RBS e virar praticamente uma sucursal do Diário Catarinense. Aliás, esse é um dado interessante: mesmo que nos últimos anos outros títulos tenham aparecido, essa nova pluralidade comporta alguns problemas. 

O principal deles é justamente o caráter corporativo dessas novas publicações. Por serem braços impressos de grandes grupos de comunicação, tanto o repaginado “A Notícia” como seu mais recente concorrente, o “Notícias do Dia”, carecem de uma autonomia editorial, acredito, fundamental a um jornalismo que tenha por objetivo, além da informação, ser um instrumento que auxilie na formação de opinião do seu público leitor.

Há cinco anos o “Chuva Ácida” vem suprindo parte dessa lacuna, ciente de que “uma cidade moderna só pode ser considerada moderna se tiver uma mídia moderna. E a modernidade consiste na liberdade de opinião, na diversidade de ideias e no espaço para o contraditório.” Já são mais de 2.500 postagens e 1 milhão de visualizações e, acredito, esse objetivo permanece sendo o norte que orienta o blog: fazer da informação e da opinião uma ferramenta para a construção de uma cidade mais moderna, aberta e plural.

Nesses cinco anos o elenco de autores mudou, inúmeros convidados passaram pelo Chuva, que acompanhou e repercutiu eventos importantes para a cidade, tenham eles acontecidos ou não em Joinville. O que permanece é a vontade de independência, a autonomia e a convicção de que é preciso conectar Joinville ao mundo e o mundo a Joinville. Sigamos molhados por outros cinco anos. 

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