segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Deputada chama Chávez de ladrão...

POR ET BARTHES
Para uns, Chávez é apenas um tiranete. Para outros, está empenhado em construir um novo socialismo. Mas será difícil negar a existência de liberdade de expressão. Pelo menos é o que se pode deduzir depois da intervenção da deputada María Corina, pré-candidata a presidente, que usou o microfone para chamar o presidente venezuelano de "ladrão" (e com o presidente presente).


Os defenestrados contra Carlito Merss

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Numa entrevista recente ao jornal A Notícia, o prefeito Carlito Merss produziu uma declaração que pede uma reflexão mais detida sobre este momento ímpar na história política de Joinville. Disse o prefeito:


- Acredito que nossa forma de governar tirou muita gente do conforto, inclusive servidores.


A frase pode ser interpretada de maneiras diversas. Carlito Merss está a ser político e a defender o seu governo. É a sua função, claro. Mas não é o que interessa nesta abordagem. Se a forma petista de governar é melhor ou pior, o julgamento acontecerá nas eleições que estão aí à porta.


MAIS DO MESMO - No entanto, a afirmação de que muita gente foi obrigada a sair da zona de conforto é incontornável para entender os fatos destes últimos três anos. Porque a entrada do PT na prefeitura provocou uma ruptura com uma lógica que durava há décadas: entrava governo, saía governo... e era sempre mais do mesmo. Com uma ou outra mudança pontual, o poder era partilhado sempre pelos mesmos grupos de interesse. Não havia alternância.


Com a eleição de Carlito Merss criou-se uma situação inédita: muitos daqueles que durante décadas viveram enquistados nas estruturas da administração municipal foram empurrados para o desconforto da perda da boquinha. E por boquinha vamos entender: empregos, poder e um lifestyle muito próprio. Tomo a liberdade de chamá-los “defenestrados” (apesar de que a expressão “teúdos e manteúdos” de Tebaldi ou LHS cobriria um bom período histórico).


LINCHAMENTO MIDIÁTICO - Quando a atual administração assumiu, os assessores de Carlito Merss estavam avisados para o fato de que era essencial blindar a sua imagem. Não havia dúvidas de que os defenestrados iriam iniciar uma luta sem tréguas contra a atual administração. E houve uma tentativa de linchamento midiático do prefeito nos meios à disposição desse pessoal. Eu mesmo lembro de ter ouvido um radialista a sugerir que as pessoas fossem vaiar o prefeito num evento.


Mas para a sorte de Carlito Merss, os caras são pouquíssimo competentes. E dispararam toda a artilharia pesada logo nos primeiros tempos. Resultado: se por um lado afetaram a imagem do prefeito, por outro as coisas não poderiam ficar piores para ele. Ou seja, não dava para afundar ainda mais a imagem de Carlito Merss, que a partir daí só poderia recuperar.


Mas as eleições estão aí e o prestígio do prefeito, mesmo que dê tênues sinais de recuperação, continua seriamente abalado. Parecendo que não, isso traz um problema para os eleitores. Porque as alternativas são escassas. Diria quase ridículas. Não me lembro de uma eleição que tenha conseguido reunir tantos nomes risíveis para concorrer à prefeitura. Aliás, um dia destes um leitor do Chuva Ácida, que não vota em Carlito Merss, definiu a coisa:


- Sejamos sinceros: está difícil escolher quem é o menos pior nas eleições desse ano.


CERTEZA VERSUS INCERTEZA - Grosso modo, hoje teríamos três correntes a disputar a tão desejada cadeira da Hermann Lepper, com vista para o ainda líquido Cachoeira.


1. Os caras do costume, separados ou amontoados na tal tríplice, tetra, penta ou hexa (whatever) aliança. O que representa a volta dos defenestrados à tal zona de conforto.


2. Também há uma rapaziada nova a tentar ganhar densidade política.


3. Por fim, o time de Carlito Merss que, longe de bater um bolão, pelo menos ainda não aprendeu a viciar o jogo.


Essa é a escolha que Joinville vai ter que fazer nos próximos meses. E, no final, dá para arriscar uma polarização entre dois campos: a certeza versus a incerteza. Os caras da tríplice aliança oferecem uma certeza: tudo voltará a ser a lesma lerda. Ou seja, uma volta à política do século passado - que já era arcaica no século passado. Do outro lado, uma incerteza. O time de Carlito Merss andou apanhando da bola nestes primeiros anos, mas pode ter o benefício da dúvida: talvez tenham aprendido qualquer coisinha sobre governar a maior cidade do Estado.


Afinal, quem terá que sair da zona de conforto é o eleitor.Vai ser difícil escolher.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Pensar, escrever e conviver


POR EDUARDO DALBOSCO

Com uma certa surpresa, recebi o convite para colaborar com o Blog do Chuva Ácida. Surpresa pois sou uma referência do governo municipal de Joinville e a Chuva, nem sempre amena, ventila ares independentes, marcadamente críticos e com orientação preferencial, não obtusa, pela direção contrária ao estabilishment político.

Escrever 3.447 toques, articular frases, organizar idéias, encadear o pensamento e ser convincente, influindo na opinião pública é enorme desafio. Acredito ser de uma grande responsabilidade social, com alcance nem sempre mensurável, tecer um comentário sobre algo, alguém ou alguma coisa, registrando de forma peremptória um parecer seja condescendente, acusatório ou de apologia desbragada.

Neste caminho, enobrecer ou avacalhar são práticas idênticas, que utilizam os mesmos instrumentais para gerar eficácia na tarefa de convencer. Nem sempre uma critica autodenominada de esperta, tem pertinência com a vida mesma, ou consistência para lograr o rótulo de válida ou lógica. Quantas vezes um comentário de 140 toques, limite da capacidade de produção teórica para muitos, tece juízos fulminantes sobre assuntos que requerem espaços verdadeiramente acadêmicos para se fazerem entender, tal a complexidade dos mesmos. É comum o entusiasmo juvenil de críticos de plantão produzir frases curtas, pobres, sobre assuntos polêmicos. É usual o deleite prazeroso que muitos tem de fulminar outro, com palavras rápidas, mas certeiras,  impressas e definitivas em palpites nas colunas de opinião nos jornais, na provocação de um microfone aberto de rádio ou na facilidade comunicativa das redes sociais, que aceitam qualquer comentário.

Recentemente o colunista Paulo Ghiraldelli Jr., da Folha, asseverou que o comportamento udenista que grassa na história política brasileira, o mesmo que já apostou no PT e no PSDB, agora encontrou nas redes sociais o seu lócus apropriado para reproduzir a crítica sacrossanta de que todos são eticamente impuros. O texto, “Frustração e ódio à democracia”, alerta para o perigo deste comportamento quase sempre localizado na classe média. Concordo com o recado, mas não compartilho com o mérito da análise.
Sou da opinião de que cada palavra precisa ser respeitada. Cada idéia, abriga um sentido que, pertinente ou não, merece ser sempre considerado. Conviver com o diálogo, saber transitar na diversidade de opinião, confrontar sem destruir, construir pelo convencimento e pela humildade de aceitar a mudança de posicionamento, dá trabalho, mas pode ser decisivo para que o pacto societário seja obrigatoriamente prisioneiro e liberto pelos valores da humanidade e da inteligência.

Ouvir é uma capacidade fora de moda. Aqueles que silenciam e escutam, valorizando a carga de idéias que recebem, processando o contraditório antes de emitir precipitadamente qualquer opinião, geralmente são considerados fracos, ausentes de posições firmes, carentes daquela energia individualista que determina, pauta, manda, afirma ou decide. Acho sinceramente que precisamos saber ouvir. Precisamos ter paciência histórica com aqueles que dizem barbaridades de assuntos que não conhecem e com os que se declaram absolutamente certos de temas dos quais eles não têm o menor domínio ou propriedade.

A desigualdade intelectual é propriamente humana, não compreendê-la é burrice. Sem cair no relativismo, o juízo ou a decisão merecem a sabedoria de uma reflexão apropriada.

O maniqueísmo do bem contra o mal, da direita contra a esquerda, do certo contra o errado, está em assintonia com a sociedade contemporânea. Pensar a diferença tendo como ponto de partida a exclusão do adverso é comportamento medieval,  próprio dos amantes da guilhotina.

Pensar a complexidade incluindo o diverso é atual, moderno e necessário. Exige tolerância, preparação, estudo, apego à coerência. E, sobretudo, honestidade com as convicções.

Parabéns ao Chuva Ácida. Espaço plural de crítica inteligente. Jonville sai ganhando. Todos saem ganhando.

Eduardo Dalbosco é Chefe de Gabinete da Prefeitura de Joinville

Soldados dos EUA mijam sobre cadáveres de talibãs

POR ET BARTHES
Você pode até nem entender inglês, mas as imagens - surgidas recentemente na internet - parecem esclarecedoras. O vídeo mostra quatro marines norte-americanos urinando sobre o corpo de três talibãs mortos em combate no Afeganistão. A notícia correu como rastilho, revoltou a comunidade internacional e está a criar enormes problemas para o Marine Corp, que iniciou uma investigação. Tem gente a dizer que é um novo Abu Ghraib para os Estados Unidos.





Abrir com autoajuda, fechar com autoflagelação


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O melhor cinegrafista do mundo

POR ET BARTHES

Ser cinegrafista numa partida de tênis é bem fácil. Basta acompanhar a bolinha, ou, para aqueles que ficam no fundo de quadra, basta fixar o ângulo e pronto. Mas nesta partida algo de diferente aconteceu... ai, ai... seres humanos e seus vícios!!


Delícia, delícia, assim você me engorda!

POR GUILHERME GASSENFERTH

[Preâmbulo: dia desses um amigo disse que 95% de minhas postagens no Facebook eram sobre comida. Evidente exagero, mas não muito desconexo da realidade. E agora trago isto para o Chuva Ácida. É assim, foi só entrar um gordo para o blog começar a ter "gordice" e ganhar seu primeiro post sobre comida! Mas não será comum. Realmente gosto de escrever sobre comida, mas minha preferência disparada é comer.]

Nos últimos 10 anos, Joinville assistiu uma evolução gastronômica delicios... digo, vertiginosa!

Sinto falta de cafés como aqueles que vemos nos filmes, em Paris ou Viena, mas temos ótimas confeitarias, como a São José (a receita daquela torta salgada de frango, requeijão e palmito foi repassada por Deus!) e a Delikatessen Viktoria. Algumas panificadoras, como BrotHaus, Amor & Canela, da Vila e Bavária são pontos de parada às 4 da tarde pra tomar um gostoso café e saborear uma torta, ou às 18h30, voltando pra casa do trabalho. E temos também um café-bistrô, que quase ninguém conhece. Recomendo muito o Bistrô Antoine – na rua Fernando Machado, 190, no América, junto ao Espaço Cultural Avá Ramin. Ambiente agradável, comida boa e barata, decoração impecável - com uma atmosfera cultural impagável. Só que só abrirá de volta a partir do fim de janeiro.

Da memória coletiva, das histórias dos pais e avós, dá saudade de uma Joinville que nunca conheci, como diria o Charles Henrique. O sorvete com salada de frutas da Polar, o pão do Brunkow, os biscoitos e confeitos do velho Trinks – ainda no século XIX, a comida típica do Recanto do Marreco e do Bierkeller, os bons momentos no bar do Museu de Arte, no Ernest ou no Pinguim, a Antarctica de Joinville, o antigo bar do Sopp e as carnes da Churrascaria Familiar (desta ainda lembro, com água na boca). Das antigas ou nem tanto, felizmente alguns empreendimentos se mantém abertos: o Jerke e suas famosas empadas, competindo com as do também antigo Hasselmann, o Zeppelin e suas várias cervejas e aquela lingüiça que se frita na mesa do cliente, o Botequim da Frau – uma reinvenção do antigo bar da Frau Ritzmann, o Pinus, o restaurante do Glória, e alguns outros.

Dando uma esticadinha lá pelas bandas de Pirabeiraba e a zona rural, quem não gosta de comer os pasteis e tomar um caldo de cana no Max Moppi ou Rio da Prata? Dá pra almoçar no Serra Verde, Grün Wald ou Gute Küche, tomar um café colonial no Rudnick ou parar e comprar biscoitos, pães, bolos, melados e geléias coloniais direto do produtor, na Estrada da Ilha, Estrada Bonita ou na Dona Francisca! Isto tudo sem contar as iguarias que se comem nas festas típicas, como a do Pato, ou nas grandes festas de bodas, regadas a schwarzsauer, cerveja, eisbein, cerveja, marreco com repolho roxo e – por que não dizer – cerveja.

Nos últimos anos, as opções aumentaram muito, pra felicidade dos glutões como eu e da economia da cidade. Houve o florescimento da Via Gastronômica, antes só com a Slice – que pizza!,  o Pinus e o Fornão. Fora estes, só na rua Visconde de Taunay, temos ainda: Confeitaria XV, D.O.C., Paddock’s, Paiol, Bovary, Disk Gourmet, Myioshi, Le Jardin no Bourbon, Fatirella, o Panorâmico no Tannenhof, a pizzaria Hullen, Chimarrão, Musashi, Didge, Água Doce, Madrileño, Mango Tex Mex, Zum Schlauch, Subway, Fiji, Kib's, Fattori, Ásia, Biergarten, Pizza na Pedra, Otto, Gergelim. Ufa! Sim, são 30 opções em uma rua de 1.400 metros. Há também deliciosos restaurantes nas imediações da rua Ministro Calógeras (que ambiente e comida boa no Radio Burger!), da Max Colin (o tradicionalíssimo Sopp e as várias opções do Parque Opa), da Otto Boehm (no Mamma Lu ainda não fui), da Dona Francisca e da XV (um vinho e uma massa caseira no Trento ou Trentini vão muito bem no inverno). Vai também uma menção especial ao restaurante Socha, no Tênis Clube – comida boa sem pesar no bolso.

Foi pra balada e tá com fome? Pare num dos vários carrinhos de cachorro-quente - meus favoritos são o da Madol (hoje é Magazine Luiza, mas o nome antigo ficou pra mim), na frente do Hotel Blue Tree Towers; o do estacionamento da Dpaschoal, na João Colin; ou na frente da Casa China, também na João Colin, pertinho do Terminal Norte. Quer algo mais elaborado? O famoso Magrão (há controvérsias), Adriano, Xande ou o McDonald’s da Beira Rio.

No verão ou no inverno, frutos do mar sempre caem bem. Escolha pelo Martins, Evaristo, Pedrinni, Babitonga’s, Iate Clube, Beira Rio ou Polinésia. Quer caranguejo? Barbante, Caxias, Janga ou Alemão – sempre acompanhado de uma boa Original! A ideia é comer frutos do mar com visão deslumbrante? Dou duas opções: as petisqueiras da praia da Vigorelli ou ainda no longínquo Morro da Amaral. Sem infraestrutura pra chegar, mas vale a pena. No Morro do Amaral provei uns filezinhos de peixe-espada que são ótimos, ainda mais com uma vista emoldurada pela baía da Babitonga e mata atlântica, regado a cerveja e acompanhado de uma brisa leve. Ah, recomendo o bolinho de arraia da Mercearia Sofia, no Mercado Municipal! Nham!

Sirvo um parágrafo especial para o restaurante Poco Tapas, na rua Piauí, pertinho do Shopping Americanas. Que sensação! Gasta-se um pouco mais, mas é algo inesquecível. É uma experiência para os sentidos – olfato, paladar e visão. Recomendo demais! Segue o link da reportagem que saiu no Bom Dia Brasil, pro Brasil inteiro ver nosso restaurante: http://glo.bo/eEiRpL

Ficou com fome? Quer conhecer melhor os restaurantes de Joinville? Recomendo então o Festival Gastronômico de Joinville, que já está acontecendo em 24 restaurantes nesta edição verão, de 11 a 29 de janeiro. Um prato de entrada, o prato principal e uma sobremesa por R$ 29,90, em todas as casas. O link é www.gastronomiajoinville.com.br – no site constam as casas participantes e o cardápio que oferecem para o Festival. Estarei lá. Vale a pena conferir!

Em 2012, uma de minhas metas é perder 20kg. Mas com toda essa diversidade, tá difícil: Joinville está cada vez mais gostosa!

POST SCRIPTUM - SUGESTÕES DOS LEITORES


Eu sabia que o texto geraria algumas sugestões - algumas eu não conhecia, outras não couberam no texto que não tinha a pretensão de relacionar todos os bons restaurantes de Joinville. De qualquer modo, seguem abaixo as sugestões:

RESTAURANTES
Tante Frida (não seria Berta?) - Rebeca
Armazém Velho Condeixa - Nico Douat
Sabor do Mar - Zé Lazzaris
Poial Tropeiro - Zé Lazzaris
Rosti Haus - Zé Lazzaris e Diego Soares (e eu também adoro o local, esqueci!)
Veneza - Zé Lazzaris
Boteco que vende costela na Anita - Zé Lazzaris
Casas Orientais - Anônimo (Casa Oriental, China, China in Box... fora os citados Ásia, Myoshi, Musashi e o Niu Sushi que fica no Parque Opa. Esqueci algum?)
Hübener - Diego Soares
Croasonho - Diego Soares
Recanto do Osmar - Diego Soares
Peia - Diego Soares
Bezerro's Grill - Diego Soares


COMIDAS
Krakóvia do Duvoisin - Raquel Fausto
Roll Mops - Alexandre Setter com endosso do Luiz Eduardo Carvalho Silva

LEMBRANÇAS
Dietrich - Stefana e Arno Kumlehn
Bar do Museu de Arte - Stefana
Galetos - Clovis Gruner

Obrigado!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Um hotel de 30 andares... em 15 dias

ET BARTHES
Em alguns lugares, quando se fala numa obra - especialmente pública - ela demora, demora, demora… Pois não é assim para os chineses da Broad Sustainable Building Corporation. Os caras são mesmo rápidos. Há algum tempo tinham construído um hotel de 15 andares em seis dias. Mas não ficaram por aí. Tanto que acabam de concluir um novo hotel na província de Hunan, desta vez com 30 andares. O tempo de construção? Apenas 15 dias. E o mais interessante: o edifício passou por rigorosos testes, inclusive de resistência a terremotos.



Verde em Joinville: agora tem... agora não tem mais



POR JORDI CASTAN
Etienne P. Douat, leitor fiel deste espaço, me intimou a escrever sobre o verde urbano. Não vou aqui discorrer sobre dados e estatísticas para dizer que temos pouco verde. Mas vou me socorrer de dados apresentados pelo engenheiro agrônomo Gilberto P. Gayer, outro leitor deste blog, para quem os indicativos de referência de área verdes existentes são questionáveis.
Para o IBAMA/FATMA seria de 8 m² por habitante (indicativo usado para calcular as áreas verdes previstas nos licenciamentos ambientais de loteamentos e condomínios).
Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) indica um mínimo de 12m² por habitante, mesmo sem ser clara a metodologia aplicada para chegar a este número.
“De qualquer forma, adotando o que a OMS define, em Joinville deveríamos ter um mínimo de 6 milhões de m² de área verde. 
Há quem diga que temos algo próximo de 80 m² por habitante, o que seria espantoso.
Porém, se considerarmos os mangues, rios, margens de baías e lagoas, cumes de morros e encostas mais íngremes, todos estes já são garantidos por lei federal (por enquanto).
Acrescenta-se os vazios urbanos que são privados e podem sumir a qualquer instante.
E sobra muito pouco. As cotas 40 são espalhadas e privadas.
Por isto há a necessidade de políticas de criação de Unidades de Conservação (como a ARIE do Boa Vista e Iririú), e principalmente de arborização urbana”, diz Gayer.
A EMOÇÃO DO VERDE - Não tem como não se emocionar ao chegar a Joinville pela primeira vez. Eu continuo me emocionando quando a chegada é por avião. Sobrevoar a Baia da Babitonga, a Lagoa de Saguaçu e as áreas de mangue é um espetáculo. As áreas remanescentes de verde nos morros do Boa Vista e do Iririú e a vista do verde intenso da Serra do Mar não podem deixar a ninguém indiferente.
Se a chegada é por carro, seja pela BR- 376 ou pela SC- 301, descendo de Curitiba ou de Campo Alegre, a impressão não é menos intensa. Esta impressão nos deixa com a percepção que Joinville é – ou deve ser – a capital internacional do verde e que contamos com percentuais de verde invejáveis para cada cidadão.
Mas estes dados, como tantos outros que nos são apresentados a cada dia, para nos convencer disto ou de aquilo, podem ser incluídos numa teoria científica bem consolidada, a “Teoria do Frango”. O estudo prova que se eu comi dois frangos e você nenhum, na média cada um de nos comeu um frango.
A maioria das áreas verdes que um turista poderia observar ao sobrevoar Joinville, na metade da década de 90, já não existe mais. As áreas foram desmatadas, ocupadas, urbanizadas e continuam a ser com intensidade e velocidade cada vez maior. O avanço da urbanificação sobre as áreas rurais tem o estímulo descarado do poder público em nome do desenvolvimento.
Gosto de citar, um caso emblemático do Rio de Janeiro, o Morro da Viúva as margens da enseada de Botafogo.

 Além da imagem que ilustra este post, e que mostra o Morro da Viúva rodeado por uma muralha de prédios. Duas imagens uma anterior a construção do aterro do Flamengo e a outra bem atual, servem para evidenciar a ameaça real que os nossos morros sofrem, com bandos de aloprados gananciosos estimulando o adensamento e a verticalização em volta dos morros do Boa Vista e Iririu.

ECOCHATOS E DESOCUPADOS - O verde preservado pela legislação federal, como os topos de morro, os manguezais e as margens de rios e lagoas, são espaços de preservação permanente e não podem ser considerados espaços para o lazer urbano, não atendem a estas necessidades. No caso de Joinville o avanço criminoso feito sobre os rios, as suas margens e os fundos de vale exigirá pesados investimentos públicos. Segundo os números apresentados pelo poder público, pouco mais de R$ 1 bilhão. Desnecessário dizer que estes recursos não existem e não devem aparecer facilmente.
O verde por habitante deve ser considerado pelo conjunto de praças e parques, por um lado, e pela soma do patrimônio que representa a arborização urbana do outro. Joinville tem perdido, de acordo com os dados do próprio poder público, mais de 40% das árvores que existiam nas vias públicas na década de 90. E além de não terem sido repostas as perdas, tampouco tem continuado o plantio.

O problema principal pode ser a percepção muito forte de que há um enorme estoque de verde urbano. De que esta é uma das cidades que mais perto está do paraíso. E também de os defensores da preservação da qualidade de vida representada pelo verde são uma minoria absoluta de ecochatos e desocupados.



O discurso desenvolvimentista dos talibãs do tijolo aproveita bem esta percepção da maioria. E é por isto que o verde que você já viu, hoje não vê mais. Como por arte mágica, ele está desaparecendo. Mas, ao contrário, das apresentações de mágicos e ilusionistas, ele não reaparece em outra parte do cenário.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Até parece que foi gol contra...


Foi no mês passado, mas é uma das imagens mais vistas na internet, nas últimas semanas. O time italiano do Napoli cumpriu a obrigação e venceu o fraco Lecce por 4 a 2. Até aí tudo bem. O que chamou a atenção foi a reação do goleiro do De Sanctis, do Napoli, que pareceu não gostar do gol marcado pelo seu companheiro de equipe, o atacante Cavani, estabelecendo o placar de 4 a 1. Ora, num país onde os escândalos com apostas nos jogos de futebol não são novidade, as imagens puseram muita gente a tecer teorias…




Direito de dar porrada

POR FELIPE SILVEIRA

Quem acha que a polícia tem o direito de dar porrada em quem quiser levante a mão, por favor.

o/ (esse é o voto do policial presente)

Ok. E quem acha que a polícia tem o direito de dar porrada em pobres, negros, homossexuais e viciados ou usuários de drogas?

...

Ok, vou facilitar pra vocês, já que alguns não entenderam e repetir de maneira que a maioria entenda: quem acha que a polícia pode descer o sarrafo em pobre, preto, bicha e maconheiro?

\o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/

Bom, eu já esperava essa reação. Vamos a última pergunta: quem acha que a polícia é somente mais um serviço público e policial deve ser tratado com respeito assim como os demais cidadãos desse país, e tratar os demais cidadãos do país com o mesmo respeito?

o/ o/

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A brincadeira acima é para ilustrar a maneira como eu, infelizmente, vejo o comportamento da sociedade. Cada vez mais, me parece, uma parte das pessoas aprova e clama por mais violência, principalmente a violência do Estado para cima daquilo tudo que incomoda uma certa classe social. E não me perguntem qual é! Afinal, trata-se de gente trabalhadora, que lutou pra chegar aonde chegou e aproveitar o seu precioso dinheirinho.

O Estado, por sua vez, dá esse dever à polícia. “Pegue este cacetete e se vire. Pode tirar lasca!” Acho que isso não é muito diferente do que os policiais ouvem na formatura – e, quem sabe, em todo o curso de formação. A polícia (mal preparada, que ganha mal e corre o risco de morrer diariamente), por sua vez, desce o cacete mesmo. E aí quem apanha cresce com medo da polícia, e o medo vira raiva, e aí gera mais violência. E assim vamos juntos para o buraco.

Em minha opinião (é sempre bom reforçar), precisamos incluir, urgentemente, a polícia nesta coisa que chamamos de democracia. Porque pelo que me parece, essa parte do Estado, justamente essa que detém o direito (e o dever) de usar o cacetete, vive em outra época, lá pelos anos 70.

Numa democracia, com igualdade entre os seus cidadãos, deve haver respeito entre as partes. E eu desafio qualquer um a dizer que não tem medo da polícia. Se não tem, pense bem se você teria coragem de falar com um policial da mesma maneira que fala com aquela velha que lhe fechou no trânsito. Pense bem em como reagiria caso presenciasse algum crime ou contravenção de um policial. Claro, sem câmeras ou uma multidão por perto. Aliás, pense bem se já não presenciou nada parecido. Enfim, se nunca presenciou ou ficou sabendo de nada parecido, só tenho uma coisa a dizer: você não é normal.

De qualquer forma, eis aqui a maneira como eu não quero ser tratado pela polícia, mas que infelizmente é a maneira como a polícia trata as pessoas, principalmente se ela for negra e/ou pobre ou viciada em drogas. Mas, se você acha isso normal, eu realmente estava certo na brincadeira que abriu esse texto.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O Plano de Estruturação Urbana de 1987: um planejamento de gaveta?


POR CHARLES HENRIQUE

Planejamento é uma palavra cada vez mais presente no vocabulário das empresas e órgãos públicos (existe até um setor para isso), mas, muitas vezes, fica só no papel. Pior ainda quando ele é esquecido e sofre a intervenção de vários agentes, munidos das mais diversas estratégias. É assim no caso do planejamento urbano.

A cidade teve alguns documentos oficiais elaborados a fim de organizar o território, ou simplesmente mostrar algumas diretrizes para o crescimento não só do espaço urbano, mas como as questões sociais estariam ali distribuídas, monitorando as suas formas de desenvolvimento: o Plano Básico de Urbanismo de 1965, o Plano Diretor de 1973, o Plano de Estruturação Urbana de 1987 (PEU 87) e o Plano Diretor de 2008 (que ainda não tem todos os seus instrumentos regulamentados).

Ao atentar-me mais especificamente no PEU 87, um documento que dá sugestões de organização do território, percebi que várias sugestões para a área central foram sumariamente ignoradas, como as proposições do esquema a seguir.


Olhem só como era pra ser o centro de Joinville! Estava previsto uma estação de integração onde hoje é o camelódromo, ciclovias, a Av. Beira-Rio, o monumento "a barca",e a então nova Prefeitura. Deste planejamento, o que foi feito? Pouca coisa...

Só valorizaram ainda mais o transporte individual ao construir mais uma avenida (a atual Hermann Lepper, com três pistas para automóveis e nenhuma para bicicletas); e fizeram a Prefeitura. Para valorizar o ser humano e tirar o automóvel do centro não foi feito nada! Nem a passarela (já pensaram que legal que seria? Um belo cartão postal, no mínimo) nem a estação de ônibus longe do núcleo central, muito menos as ciclovias. Tudo a ver com a foto acima, não é? Desde 1987 tivemos sete mandatos e nossos Prefeitos não seguiram as recomendações deste documento oficial.

Ao valorizar todo o processo de confecção de planos e de instrumentos que regulem a dinâmica urbana da cidade, o poder público tem como dever seguir estas recomendações. Mas aqui em Joinville caímos na armadilha da cidade feita para o automóvel, concomitantemente à desvalorização do transporte coletivo e de outros meios sustentáveis de transporte. E o pior: a paisagem urbana trocou de dono: das pernas das pessoas para o motor dos veículos. Claro que é apenas um pequeno aspecto, mas demonstra como foi tratado o planejamento aqui na cidade: muita coisa ficou na gaveta. É ou não é de se indignar? Parece que Joinville poderia ser muito melhor do que já é hoje...

Para quem quiser acessar todo o documento e ver o que de fato foi realizado, aqui está o link do documento.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Por aqui o nível de ineficiência é de 50 %


POR JORDI CASTAN

Um texto recente, publicado aqui no Chuva Ácida e também no jornal A Notícia, mostrava a quantas andava a eficiência da nossa arborização urbana. Utilizava como referência uma infeliz intervenção na avenida Marquês de Olinda. Para dar sequência ao relato é importante destacar que, das arvoretas plantadas, aproximadamente a metade morreu. Isto é, precisam ser trocadas ou repostas. Convenhamos que um índice de perda de 50% em qualquer atividade econômica suporia a falência da empresa.

 Aqui não tem nenhum problema porque são os gentis contribuintes quem custeia as estrepolias da turma. Para quem possa imaginar que uma perda de 50% é insustentável, informações adicionais: das árvores plantadas na calçada do 62 BI, o percentual de perda foi superior ao 80%. Na verdade, estava mais próximo dos 100%, pois precisaram ser repostas quase todas. No caso da nossa flamante Companhia Águas de Joinville, o índice de perda de água tratada desperdiçada, aquela que se perde por vazamentos na tubulação que já foi de 35%, aumentou e em novembro de 2011 já estava em 42%. Portanto, próximo da média municipal de ineficiência de 50%.

Turista australiana toma o maior cagaço


POR ET BARTHES

Já praticou bungee jump? E sobre um rio cheio de crocodilos? Mas ja pensou que a coisa pode correr mal? Foi a experiência vivida pela australiana Erin Laung Worth, de 22 anos, num rio na fronteira entre Zâmbia e Zimbabue. A moça saltou e a corda arrebentou, obrigando-a a nadar com os pés amarrados, em meio à correnteza e a tentar evitar os crocodilos. Nada mal para quem gosta de adrenalina…


domingo, 8 de janeiro de 2012

Eu sou vocês... amanhã

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Interessante o tema levantado pelo Guilherme Gassenferth na semana passada, aqui no ChuvaÁcida. E também a troca de opiniões que rolou nos comentários. Mas faltou o foco num aspecto que, do meu ponto de vista, é o mais importante: a falta de adaptação dos cursos de humanas às exigências dos tempos.

Ficou abstrato? O problema é que os cursos de humanas -  Ciências Sociais, Ciência Política, Sociologia, Geografia, Letras, História ou Antropologia, entre outros - não respondem às exigências de uma sociedade que, gostemos ou não, segue um modelo de desenvolvimento.  Quer dizer, os cursos de humanísticas ficam no seu gueto de conhecimento e não tentam encontrar uma aplicação prática nessa nova realidade. 

Vamos traduzir em casos práticos? Um dia fui entrevistado por uma jornalista portuguesa (sim, o maior jornal do país me confundiu com um linguista a sério) que era formada em filosofia. Na agência onde trabalho, tive um estagiário formado em antropologia e que enveredou pelo caminho das pesquisas de opinião. Também conheço um sociólogo que se tornou planejador estratégico numa empresa. E há muitos outros casos.

INTERDISCIPLINAR - O problema é que o Brasil ainda vive essa obsessão pelo diploma (é só olhar para o tanto que sacaneiam o Lula) sem se preocupar com a adaptação à nova realidade social.  Na Europa, por exemplo, acabou o conceito de “uma profissão para a vida”. A lógica é de que, ao longo da carreira, as pessoas vão mudar  de profissão para encontrar lugar no mercado de trabalho.

O fato é que eu posso ser formado em humanas - Geografia, História, Antropologia ou o escambau - e exercer outra função qualquer (como de fato exerço). Nas sociedades hodiernas, as empresas não contratam títulos, mas a capacidade de resolver problemas. Talvez seja a hora de os cursos de humanísticas deixarem de tratar a interdisciplinaridade como objeto de estudo e  pensarem nela como forma de adaptação ao mercado de trabalho.

Atenção. Ao contrário do que muitos possam pensar, sou a favor da formação humanista. Porque ela é essencial para compreender o mundo. A primeira vez que entrei para a universidade foi num curso de  engenharia. E posso dizer que a grade curricular era completamente desprovida de qualquer conhecimento que permitisse ver o mundo sem ser de forma ideológica (no sentido marxiano de distorção). Saltei fora.

Outra coisa. O pessoal mais antigo sabe que estou no jornalismo desde meados dos anos 80, apesar de ser licenciado em História (naquela época não havia cursos de Jornalismo em Joinville). Mas se alguém perguntar, eu digo. Se tivesse que refazer o meu percurso acadêmico - sabendo o que sei hoje - escolhia fazer História novamente.  Não tenho qualquer dúvida de que obtive melhores ferramentas para ler o mundo.

TO BE OR NOT TO BE - Ok... aí vou bater numa casca de ferida que nunca seca. Se eu voltar para o Brasil, é provável que os meninos dos sindicatos não me aceitem como jornalista. E não adianta dizer que eu fiz pós-graduação, especialização, mestrado ou doutorado na área de comunicação. Ou mesmo que já tenha dado aulas na universidade. Ou ainda que sou capaz de fazer o trabalho. De fato, eu posso ser jornalista em Portugal, na Espanha ou na Noruega. Mas não no Brasil.

Tudo isso para dizer que há muita coisa a mudar. É preciso sair das caixinhas fechadas. O mercado de trabalho, goste-se dele ou não, olha para os diplomas, mas está interessado em contratar profissionais que ofereçam soluções. Talento, criatividade, proatividade. É claro que a lógica não vale para algumas áreas essencialmente técnicas. Mas vale para quem quer sobreviver num mundo onde os empregos tendem a escassear.

Um dia o Brasil vai ter que mudar. Deixar de ser um país agro-exportador, voltado para empresas de mão-de-obra intensiva ou uma economia que vive da extração de recursos naturais. E aí o futuro dependerá de cérebros. E os diplomas - úteis, claro - ficarão no lugar a que pertencem: a parede.

É assim aqui deste lado do Atlântico. E posso dizer, sem medo de errar: “eu sou vocês amanhã”.

Por gentileza, não patrulhe esse artigo


POR ROBSON CUNHA (*)

Para muitos sou apenas um reacionário comedor de lasanhas. Para outros até sou um cara legal. Muitos também não gostam do prefeito Carlito Merss e de sua administração. Com Marco Tebaldi e Luiz Henrique da Silveira ocorria o mesmo. E assim, regressivamente.

A grande graça da liberdade de expressão e manifestação de pensamento está aí. É de se imaginar que em uma cidade com mais de 520 mil habitantes nem todos pensem de forma igual sobre determinados temas e que, muitas vezes, resultem em críticas.

O PT mesmo sempre foi muito bom em críticas. O próprio presidente Lula disse, certa vez, que quando se é oposição é possível fazer bravatas, já que não será preciso cumpri-las. Em Joinville, em seus áureos tempos de oposição, o PT era muito bom no que deveria fazer: se opor.

O problema começa quando oposições assumem o poder e não estão psicologicamente preparadas para receber críticas. Críticas, aliás, fazem parte de qualquer governo e são naturais. No governo passado, por exemplo, costumava fazer críticas da mesma forma que faço atualmente. A diferença é que não havia um patrulhamento orquestrado, com o objetivo de intimidar os tais críticos.

Hoje, basta citar o PT ou a Prefeitura de Joinville que uma legião de defensores do incontestável governo entra em ação. E o pior: na impossibilidade de discutir assuntos de interesse da cidade com argumentos técnicos, os críticos sofrem os mais sórdidos ataques pessoais, como “você é do DEM ou do PSDB”,  “você precisa se informar mais”, “você faz oposição barata” e, por último, mas não menos importante, o famoso 'Tebaldi fazia a mesma coisa'.

Esse último, aliás, é o mais interessante de todos. Afinal, o joinvilense votou massivamente em Carlito Merss esperando um grande mudança (para melhor, obviamente). Se o objetivo era fazer o mesmo (ou até pior) que a administração passada, então poderíamos ser avisados antecipadamente sobre isso.

Quem sabe, a futura Carlito News FM (a tal rádio educativa, a ser inaugurada em pleno ano eleitoral) ocupe o tempo daqueles que se preocupam tanto com os comentários e críticas dos que “precisam se informar mais”. Como eleitor do sr. Carlito Merss nas últimas eleições, o que posso sugerir é que cumpra suas promessas de mudança, feitas em 2008 (afinal, ainda há tempo de cumpri-las!). Certamente deixará de receber aquelas críticas, que muitos dos seus apoiadores tanto odeiam.

Ainda aguardo ansiosamente obras como o Eixão Norte-Sul, a ponte ligando os bairros Adhemar Garcia e Boa Vista, o hospital da Zona Sul, os modernos abrigos de ônibus (em locais sem abrigo, já me contentaria só com um abrigo simples) e, quem sabe, até aquele tão falado Domingo Livre no Transporte Coletivo, com passagens a R$ 1.

Para finalizar, gostaria de pedir um único favor a você que é um admirador do PT ou membro de algum importante escalão da Prefeitura de Joinville e que talvez não goste das linhas acima. É um direito seu discordar, da mesma forma que discordo do atual governo. Só peço que, por gentileza, não patrulhe esse artigo.


(*) Robson Cunha é apreciador de lasanhas e, nas horas vagas, corneteiro
sobre Joinville no Twitter

sábado, 7 de janeiro de 2012

Mulheres saradas de biquíni


POR ET BARTHES

As pessoas quase nunca estão contentes com o próprio corpo. Mas algumas partem para a ação em ver de ficarem reclamando. É o que demonstra este filme. É meio antigo, mas mostra o que umas horinhas de academia podem fazer pelo corpo feminino. 



Candidato a prefeito ou candidato a Paulo Coelho?




sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Um guerra de plumas e penas...

POR ET BARTHES

Na fronteira entre a Índia e o Paquistão, o portão que separa os dois países se fecha a final do dia. O resultado é este estranho espetáculo coreografado, que pode lembrar a dança de acasalamento de algumas espécies de aves.





O perigo oculto de Joinville

POR GUILHERME GASSENFERTH

Joinville parece viver dias de notícias gloriosas em vários campos, notadamente o econômico. A revista Exame noticiou que a região polarizada por Joinville terá um dos maiores crescimentos econômicos do Brasil nos próximos anos. Recebemos notícias de novos investimentos com freqüência, quiçá até a vinda de uma famosa e importante montadora de veículos alemã! Nosso IDH é um dos melhores do Brasil, embora não sejamos na prática uma “Nossaville” plena.

Na área de educação, igualmente boas notícias se repetem. As escolas de Joinville destacam-se em premiações e índices de qualidade na educação, em âmbito estadual e até nacional. É claro que há também muito por fazer, a exemplo das escolas interditadas. No ensino superior, há vagas sobrando, novos cursos e novas instituições de ensino chegando à cidade, algumas renomadas, a exemplo da PUC e da UFSC, que se somam a outras boas universidades e faculdades de Joinville. Numa análise superficial, parece que estamos bem supridos! Quem debruçar-se com mais cuidado nesta seara verá que a situação pode não estar tão confortável.

Cursos ligados à gestão, engenharia e direito pululam das fileiras acadêmicas. Há mais vagas que alunos. É bem verdade que a necessidade de engenheiros e técnicos é maior que o número previsto de formandos, e certamente Joinville viverá um apagão de mão de obra qualificada em contraste ao boom econômico que se prevê. Por outro lado, parece-me que passaremos também por uma escassez de pensadores, intelectuais, estudiosos dos seres humanos e suas representações sociais, culturais e artísticas.

Naturalmente, não é necessário freqüentar os bancos universitários para ser um pensador ou um artista. Mas o fato é que Joinville está incipiente e muito aquém do necessário no que tange a cursos superiores na área de humanas ou artes e cultura.

Temos um sítio arqueológico privilegiadíssimo, com um museu de referência mundial, mas por que não um curso de Arqueologia? Somos a “capital mundial da dança”, ou qualquer seja a esfera da megalomania, mas não temos graduação na área. Não há cursos de Cinema, Artes Cênicas, Música, História da Arte, Artes Plásticas... apenas um curso de Artes Visuais, que provavelmente luta para se manter aberto.

Imaginar um curso de Museologia seria piada de mau gosto numa cidade cujos museus são interditados pela Vigilância Sanitária. A Secretaria municipal de Educação, em iniciativa louvável, quer fazer de Joinville a Cidade dos Livros, mas se a própria biblioteca pública é provisória, o que dizer de um curso de Biblioteconomia?

Não há graduação convencional em Ciências Sociais, Sociologia ou Antropologia numa região onde vivem mais de um milhão de seres humanos. Está sobrando o objeto de estudo e faltando estudiosos! Ciência Política e Administração Pública viriam a calhar na Prefeitura, Câmara de Vereadores e outros órgãos públicos. E o que dizer do Serviço Social? Será que estamos tão bem assim para não precisarmos de um curso importante como este?

Há uma lógica perversa que alimenta esse abismo de humanidade que nosso ensino superior vive (se é que se pode usar uma palavra como “viver” para descrever nossa situação): a mercantilização acadêmica. Curso bom é curso que dá lucro ou alimenta a mão de obra que as empresas precisam. O curso da UFSC foi definido em parceria com entidades empresariais. O resultado não poderia ser outro: engenharia.

Entendo que as faculdades privadas tenham no lucro sua finalidade, mas o que dizer da UFSC e UDESC, públicas, e da Univille, comunitária? Sei que esta última já tem dificuldade de manter alguns cursos pouco comerciais, como as licenciaturas, mas está na essência do ser comunitário possuir cursos voltados à área de humanas e artes!

No caso da UFSC e Udesc, não há justificativa para não termos por aqui cursos que são oferecidos em Florianópolis, como Artes Cênicas, Cinema, Filosofia, Ciências Sociais, Serviço Social, Música, Biblioteconomia etc. Nossa vocação é tecnológica, compreendo. Todavia é preciso lembrar que por trás de qualquer tecnologia há o ser humano, e com ele, há relações sociais.

Precisamos ser uma cidade onde as máquinas estejam a serviço dos homens e onde haja uma sociedade saudável. É aqui que mora o perigo: as relações sociais e humanas desequilibradas geram violência, pobreza, marginalidade, desestruturação familiar e outras mazelas que ninguém quer para sua cidade.

Talvez o primeiro curso dentre os que certamente faltam à nossa Joinville é o de Filosofia. Quem sabe assim formaremos o “amigo do conhecimento” que vai perceber que a situação aparentemente confortável é traiçoeira e pensará como mudar o rumo.

"Tornou-se chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade". Albert Einstein

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Testes de virgindade proibidos

POR ET BARTHES

A notícia já tem alguns dias, mas com as festas de fim de ano o assunto passou despercebido para muita gente pelo mundo afora. No Egito, um tribunal proibiu a realização de testes de virgindade em mulheres presas durante os protestos nas ruas. Há repetidas acusações de que o exército egípcio estaria a recorrer a esse método. O exército nega. No foco desse movimento está a manifestante Samira Ibrahim, que foi detida e submetida ao teste. Ela é a autora da denúncia.




Meu partido é Joinville


POR JORDI CASTAN

Permito-me usurpar a frase posta em pauta pelo saudoso prefeito Wittich Freitag, com o título deste texto. Com a proximidade do ano eleitoral, aumenta o número de vozes que insistem em propor que seria melhor para mim. Em lugar de me dedicar a escrever, que me dedicasse, com a mesma paixão e intensidade, à vida político-partidária. Inclusive Maria Elisa Maximo, ex-integrante do blog, se somou ao coro.

Agradeço pelos conselhos, especialmente a proposta de me filiar a alguma sigla e participar da vida partidária com uma militância ativa. Não preciso nem de um átimo para assegurar que a relação que, desde outubro de 2007, mantenho com os leitores que seguem de forma regular os meus textos, me leva a acreditar que o mais sincero é manter uma posição de independência.

Não ser militante de qualquer partido permite continuar mantendo um olhar crítico sobre a cidade que escolhi. E também não perder a perspectiva e a equidistância que a militância partidária parece subtrair nos ocupantes de cargos públicos depois que são empossados. Seria inaceitável ter que olhar para o outro lado quando as coisas são feitas com torpeza, incompetência ou, o que é pior, quando contrariam os interesses da sociedade a que se deve servir.

Mantive esta isenção desde o momento em que comecei a escrever e mantenho o mesmo olhar e a mesma perspectiva sobre Joinville, seu governo e seus cidadãos, que são os meus vizinhos desde outros governos. Mudou o governo e as trapalhadas e desatinos continuam os mesmos. Em alguns casos são ainda piores, mesmo que possa parecer impossível. É por isto que os textos continuam críticos, pouco elogiosos e independentes. Independência que perderia no mesmo instante em que assinasse a ficha de algum partido político.

Independência que os leitores reconhecem e respeitam. Independência esta que me proporciona admiradores fieis e detratores ferozes, afortunadamente não na mesma proporção.

Agradeço pelos conselhos e, por respeito aos meus leitores fieis, os desconsiderarei. Entendo que eles poderiam sentir-se traídos se tomasse um caminho diferente da defesa dos meus princípios e convicções. Os meus detratores desejariam que lhes fizesse caso e aceitasse a opção da militância partidária, para poderem dizer, como já o fizeram, que os meus textos e posições tem como único objetivo a busca do poder, e conseguir algum cargo público. Uma falácia deslavada, que só pode surgir de quem não me conhece. Ou, pior, dos que acham que sou como eles, capazes de qualquer coisa para aceder ao poder efêmero que representa um cargo público.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O aeroporto de Joinville fica em Curitiba


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Todos os anos eu vou para Joinville nas férias. E uso o aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, como plataforma de embarque e desembarque. O chato é que, no final das contas, o tempo e a canseira de uma viagem entre Lisboa e Joinville, passando pelo Paraná, são excessivos.

Só de Lisboa a São Paulo são umas 10 horas de voo. É um tempo considerável. E como viajo de classe econômica, há uma hora em que a bunda fica quadrada e já não há posição possível. Na chegada a São Paulo, um novo check-in e mais um tempo de espera no aeroporto. Depois, mais uma hora de voo até Curitiba.

Terminado o percurso aéreo da viagem, vem a parte mais chata e que todos os joinvilenses sabem: encarar a estrada por mais umas duas horinhas. Isso se nenhum caminhão decidir se desgovernar na serra (outro problema que parece não ter fim à vista) e interromper o tráfego.

Ok... o leitor e a leitora podem estar a perguntar a razão dessa arenga. É que o texto do Charles Henrique sobre o famigerado ILS - Sistema de Aproximação por Instrumentos para o aeroporto de Joinville, publicado ontem aqui no Chuva Ácida, fez lembrar que muitas chatices poderiam ser evitadas.

Não entendo de navegação aérea, mas como usuário (meio turistão) acho intolerável que a maior cidade do Estado ainda não tenha o raio do equipamento. Ora, o ideal seria comprar passagens direto para Joinville. Mas quem já viajou para o exterior sabe que nas atuais condições não dá para confiar nos voos no aeroporto Lauro Carneiro de Loyola. Choveu, ferrou.

Aliás, não sei se alguém já se deu ao trabalho de ler sobre o aeroporto de Joinville na Wikipédia. O texto é muito esclarecedor já no primeiro parágrafo:
- “O Aeroporto de Joinville – Lauro Carneiro de Loyola é um dos maiores da Região Sul. Está localizado a 13 km do centro da cidade, a 75 km do Aeroporto de Navegantes, a 110 km do Aeroporto Internacional de Curitiba e a 163 km do Aeroporto de Florianópolis e conta com 20 voos comerciais diários”.

Não é espantoso? O aeroporto é apresentado ao mesmo tempo que destaca os aeroportos que são alternativa. É como se a Coca-Cola se apresentasse a dizer que também existe a Pepsi. Mas, pensando bem, faz algum sentido no caso do aeroporto de Joinville. Por quê? Por sempre vamos precisar de alternativa.

E a culpa é do ILS - Incompetentes Lideranças Sem-vergonha.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Os muitos ângulos de uma história

POR ET BARTHES

Primeiro parece que o punk está a fugir da polícia. Depois parece que vai roubar a valise do homem na calçada. Mas toda história tem vários pontos de vista. Neste comercial muito antigo, mas que mesmo assim vale por uma aula de jornalismo, o The Guardian mostra que só conseguimos entender o fatos quando conhecemos a história por inteiro.




E o ILS, hein?

POR CHARLES HENRIQUE

Há muito tempo que estou acompanhando uma novela joinvilense de perto: o caso ILS (aquele instrumento que auxilia os aviões em condições meteorológicas adversas). É um enrola-enrola gigantesco sobre prazos, burocracias, tipos de equipamentos... e isso tudo vem enchendo o saco do joinvilense já faz alguns anos. O que fora prometido para 2011 vai ficar para o final deste ano (aliás, feliz 2012 para todos!!), e mesmo assim não com tanta certeza. É só jogar no Google rapidamente o termo “ILS em Joinville” e ver o quanto de notícias confusas aparecem sobre este tema.

Infelizmente em Joinville tudo é assim. Por mais tentativas de marcar reuniões que nossos representantes tiveram desde 2009 com o governo federal, parece que muita coisa não adiantou, e o tema esfriou com esse prazo que deram para a sociedade como um todo. Será que nossos representantes vão esperar 2013 chegar para aí cobrar algo que já era pra estar instalado? O aeroporto de Joinville tem um número cada vez mais crescente de passageiros, participando da fatia cada vez maior de voos regionais da Azul e da Trip e merece sim tal investimento (nem é tanto assim comparado à arrecadação da cidade).

Espero que não dêem a desculpa de que todos os investimentos em aeroportos sejam transferidos para cidades da Copa 2014, ou o pior: usar o utópico aeroporto de Araquari como motivo para postergar os investimentos por aqui. Além de não “estancarem o ferimento”, querem “deixar agonizando”. É inadmissível para uma cidade com mais de 500 mil habitantes não ter um aeroporto com equipamentos que permitam o tráfego aéreo nas mais variadas condições meteorológicas.

Por essas e outras questões que sempre apontamos por aqui é que tenho saudades de uma Joinville que nunca existiu. Fui tolo ao acreditar em certas promessas e ficar fantasiando com uma cidade que tenha um Aeroporto com ILS, uma Universidade Federal de Joinville, uma cidade que não reproduza tanto o modelo individual de transporte, entre tantos outros sonhos. Joinville é uma ótima cidade, falta pouco para torná-la melhor ainda.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Usem filtro solar


POR FELIPE SILVEIRA

Não, não quero fazer um plágio daquele famoso texto de auto-ajuda que o Pedro Bial fez a locução da versão em português. O conselho é de quem está todo queimado por ter ficado um dia inteiro exposto ao sol sem protetor. Vai por mim (ou pelo Bial): usem filtro solar! De qualquer forma, também quero deixar aqui meus conselhos e propostas (ou sei lá do que podemos chamar) para este ano que começa, afinal, é o mais importante de nossas vidas, né, já que supostamente é o último.

Neste dia em que a maioria de nós voltou ao batente e pouca gente ainda se lembra das resoluções de ano-novo, quero propor apenas uma coisa: um olhar diferente do que o habitual para cada situação. Não quero propor nada além do que um novo ângulo, uma nova perspectiva. E quero propor apenas isso porque acho que somente isso pode mudar as coisas como elas são.

De certa forma, é isso que tentamos fazer aqui no Chuva Ácida. Apresentar novos olhares é a nossa tarefa. E ser apresentado a novos olhares, dos leitores, por meio dos comentários, é a nossa vitória.

Com novos olhares podemos entender melhor quem é quem na nossa política; podemos entender que entidades empresariais interferem na política porque têm interesses bem específicos; podemos perguntar quando Joinville esteve bem para quem quer Joinville bem de novo; podemos questionar a brutalidade da perseguição aos movimentos pela habitação.

Nessa nova maneira de olhar, algumas perspectivas são importantes. Além da perspectiva da legalidade, também é importante olhar pela perspectiva da justiça. A moralidade, a igualdade e a solidariedade também são ângulos interessantes. E há muitos outros. O que não podemos é continuar com o olhar de cabresto, guiado por outras mãos. Dessa forma, vamos conseguir um olhar crítico e compreensivo, porque não basta ter um ou outro. O equilíbrio é sempre o mais importante.

No mais, desejo um feliz 2012 a todos nós e lembro mais uma vez que é o mais importante de nossas vidas. Não porque vai acabar ou porque tem eleição ou olimpíada, mas apenas pelo fato de que é o que estamos vivendo. E não esqueça o filtro solar.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Pedro Cardoso e as cotas nas universidades

POR ET BARTHES

A questão das cotas nas universidades sempre gerou muita discussão. E nem sempre o confronto de ideias ocorreu de forma razoável, baseado na sensatez. O ator Pedro Cardoso mostra o seu ponto de vista com argumentos tão simples quanto certeiros. Alguns vão concordar e outros não, mas é um discurso lúcido, onde ele reconhece que tem privilégios por causa da cor.

Sou Joinville, não me sacaneiem

POR GUILHERME GASSENFERTH

Olá! Prosit Neujahr! Ou melhor, “prostnóia”! Feliz ano novo! Meu nome é Joinville. Como todos vocês, nesta época fico meio pensativa. Sinto-me tão vazia no feriado de Ano Novo... Assim, resolvi escrever meus objetivos para 2012! Nada muito sofisticado, quero coisinhas simples.

# 1 – não ser governada pelo Kennedy Nunes. Ora essa, gente, me desculpe, mas isso é intolerável. Eleitores, hello! Eu já venho sofrendo muito nas últimas décadas, vamos dar uma trégua? Sei que este ano a questão é eleger o menos pior, mas vamos abrir o olho, pelo amor de Deus! Eu já fui governada por gente como Baltasar Buschle, Nilson Bender e Ottokar Doerffel. Vão pesquisar como era! Vocês tão com cada ideia ultimamente...

# 2 – falando em eleição, ai gente, vamos dar uma atençãozinha especial pra Câmara de Vereadores, né? Vocês acham que só serve pra encher o saco em época de greve de servidores e pra colocar mais 20 carros em circulação? Não parece, mas vereador é coisa importante. Vamos melhorar o nível? Tô até pensando em propor uma campanha anti-Nunes. De Kennedy e Odir, já estou cansada! E não são vocês que agüentam a Zilnety cantando todo dia.

# 3 – eu sei que meus primeiros colonizadores eram suíços, mas deixa os buracos pros queijos! Vocês reclamavam das minhas ruas de paralelepípedo, mas eu pergunto: adiantou tanta chiadeira? Estes prefeitos que vocês elegeram despejaram uma gosma que chamaram de asfalto e hoje tá nisso, tudo esburacado. Mas tem algumas ruas que o número de buracos tá diminuindo: sim, tem dois ou três se juntando e virando um buracão só!

# 4 – ok, eu achei legal o Parque da Cidade. Para quem passou tanto tempo sem nada, dá pro gasto. Mas para 2012 eu quero um grande parque, cheio de árvores e pássaros, onde não haja rotatórias e avenidas no meio. Um grande espaço onde meus moradores possam caminhar, fazer um piquenique ou jogar bola sem respirar CO2. Não se deve ficar dizendo que a grama do vizinho é mais verde, mas é duro olhar pra Jaraguá e Curitiba e não invejar!

# 5 – dizem que ruas como JK, XV, Dr. João Colin, Blumenau, Beira-Rio, Dona Francisca, Jerônimo Coelho e Princesa Izabel são as vias arteriais do coração da cidade. Não adianta urbanista ou especialista de tráfego, chama o Dr. Bornschein porque eu já tô infartando! Eu quero ter mobilidade! Quero voltar a ser a Cidade das Bicicletas - mas onde isto não represente uma nova modalidade de esporte radical.

Vou parar por aqui! Se eu atingisse estes objetivos eu já estaria feliz. Tem coisa boa à vista, mas no geral, a situação tá feia. A perspectiva não é muito favorável. OK, vão vir os já insuficientes R$ 40 milhões do BNDES, ano de eleição sempre tem obras, meu time de futebol tá na série B, ouvi rumores de um novo cinema, o teatro tá bombando, logo deve pintar um ILS por aí... mas não tá fácil. Sou um pouco emotiva. Em 2012 não quero ninguém reclamando da chuva – não é fácil ver tudo isso e não chorar.