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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Cota 40 - Dia da Árvore

POR JORDI CASTAN


Em Joinville, o cidadão está proibido de cuidar da árvore que tem na calçada, em frente de casa. Mas a Prefeitura também não cuida. O resultado é uma cidade com menos árvores, sem qualidade de vida e perdendo cada dia um pouco mais do seu verde urbano.

Hoje, no Dia da Árvore. denunciamos a omissão do poder público.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Árvores são um perigo e devem ser exterminadas

POR JORDI CASTAN

Há uma alergia (eu disse alergia) crescente a árvores. Em Joinville, há uma guerra declarada a tudo o que seja verde. Árvores tem sido as vítimas preferidas de uma política que vê no concreto o símbolo do progresso. Não apenas não plantam mais árvores, mas perseguem com sanha furibunda as poucas que insistem em sobreviver num ambiente tão hostil como o urbano. Uma imagem vale por mil palavras? Se depender da foto fica evidente que sim. 



O que leva alguém a concretar árvores? Nem precisa explicar muito. É só ver a imagem. Ou não há projeto, ou não há fiscalização, ou não há bom senso. O que não há é conhecimento técnico, porque concretar árvores é garantia de morte. Ou será que a Joinville dos próximos 30 anos, será também uma cidade sem árvores?

A destruição do patrimônio verde da cidade é sistemática e permanente. Conta com a colaboração do poder público que se omite a maior parte do tempo e aprova leis que estimulam a supressão das árvores que ainda sobrevivem. O rebaixamento indiscriminado de calçadas é uma das leis que mais há causado a supressão ilegal de árvores públicas. Há ainda a falta de um inventário detalhado de toda a arborização da cidade. E, por fim, a inexistência de um plano diretor de arborização.

Esses são outros dos problemas que Joinville enfrenta. Mas a pior de todas as ameaças para as árvores de Joinville é a inépcia do poder público, a sua inoperância e a sua incompetência para tratar dos temas relacionados com as decisões atuais que incidirão o futuro da cidade.

É quase unanimidade que Joinville está uma bagunça. Só não é unanimidade porque há uma parte da população que parece conviver bem com a situação. Os causadores ou os autores ou, em última instância, os responsáveis pelo desastre que tomou conta da cidade. Uma cidade que, lembremos, outrora foi organizada, bem administrada e orgulhosa do seu espírito e identidade.


Fazer, fazer bem feito, entregar no prazo e pelo preço combinado eram num passado recente valores desta cidade e dos seus cidadãos. Agora isso não só não acontece mais, como virou parte do imaginário da população. Toda uma geração de joinvilenses nunca viu uma obra bem projetada, bem executada e entregue no prazo, não sabem o que isso possa vir a ser e não acreditam que tal coisa exista.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Para alguns, árvores são problemas. E custos...

POR JORDI CASTAN


Falar de preservação e valorização do verde e de arborização urbana em Joinville é como pregar no deserto, uma tarefa estéril. Simón Bolívar chamaria este tipo de trabalho "arar no mar".

Joinville cuida pouco e mal do seu verde urbano. As áreas verdes públicas não priorizam a arborização e, quando não resta outro remédio, as espécies indicadas são de pequeno porte, de vida curta, de madeira mole. E o plantio é feito sem seguir normas técnicas elementares. 

O resultado é que as árvores sobreviventes não crescem. Fiscalização? Ou não há. Ou é ineficiente. Ou não dispõe de meios adequados para fazer seu trabalho. O quadro geral é ruim e vai ficando pior cada dia. Se não se plantam novas árvores, se não se repõem as mortas e vandalizadas, se não se plantam as espécies adequadas para cada espaço, o resultado é a perda de verde.

A cada ano há menos árvores e as poucas que têm sido plantadas nos últimos anos não são fornecidas com o tamanho mínimo recomendado, não são plantadas corretamente e na maioria de casos não sobrevivem. Mais de 50% das árvores plantadas nas ruas de Joinville morrem antes dos 6 meses.

Exemplos? Vamos lá. Na Rua Timbó, parte do binário, ou trinário, como o IPPUJ denominou a intervenção nas ruas Max Colin, XV e Timbó, mais da metade das quaresmeiras plantadas no lado esquerdo da rua simplesmente desapareceram e não foram replantadas. E ainda bem, porque plantar quaresmeiras no lado da rua que não tem fiação elétrica - e deveria receber arvores de porte maior, como Pau Ferro, Sibipuruna ou Pau Brasil -, é coisa de quem tem raiva de árvore e não gosta de verde. No parque José de Alencar (ou da Cidade) é melhor nem falar, pois segue sendo um deserto, sem uma sombra. O São Francisco segue o mesmo modelo e a retirada da fiação elétrica no centro não tem se transformado em mais árvores e mais sombra.

Árvores reduzem o calor do verão em ate 6 graus e ruas sombreadas são mais agradáveis para caminhar. Árvores contribuem a redução de consumo de energia, purificam o ar, absorvem CO2 e outros poluentes tóxicos presentes no ar, reduzem os níveis de poeira, atraem pássaros e promovem a biodiversidade, sem falar que embelezam as cidades, entre outras vantagens.

Pensando bem, só eu mesmo para imaginar que alguém que possa achar o modelo de arborização de uma empresa têxtil localizada na Rua Dona Francisca, na zona norte, possa ser uma boa referência vai se incomodar com a situação do verde urbano em Joinville.


O perigo esta nesse tipo de gente que vê árvore como problema e custo.


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Está quente?

POR JORDI CASTAN

Está quente? Se tivéssemos mais árvores nas ruas, a temperatura baixaria alguns graus. Em média, ruas arborizadas são de 3 a 5 graus menos quentes. Mas falar da arborização urbana em Joinville é mexer num vespeiro.

As árvores atrapalham, dão trabalho, custam dinheiro, arrebentam calçadas, folhas caem e sujam as ruas. E por aí vai. Ninguém lembra que árvores reduzem a temperatura no verão, produzem oxigênio, fixam poluentes e melhoram a qualidade do ar, embelezam e aumentam o verde urbano. Árvores melhoram a qualidade de vida.

Em Joinville, a arborização urbana vem se deteriorando a ritmo alarmante. O poder público não tem um projeto de arborização urbana. Podas de manutenção e formação não são programadas, nem estão previstas. Os menos avisados dirão que a Celesc gasta mais de R$ 1.000.000 ao ano na poda de árvores, sem entender que a empresa, através das suas subcontratadas, não faz poda de árvores, só as deixa "podidas" para facilitar a manutenção da fiação elétrica e evitar problemas no fornecimento de energia. O resultado é a deformação e até a destruição das árvores, como resultado do manejo inadequado.

Nas novas praças há mais concreto que verde. As árvores, quando plantadas, não desenvolvem e morrem a míngua. E quando isso acontece não são repostas. É só ir ao Parque José Alencar, também chamado Parque da Cidade, e ver que depois de mais três anos as árvores que teimam em sobreviver estão ainda do mesmo tamanho que foram plantadas.


O rebaixo do meio fio e a priorização do carro, unido à visão míope de alguns comerciantes que não querem árvores na frente de suas lojas e pontos comerciais, faz com que Joinville perca cada ano mais cobertura arbórea. O saldo é negativo há mais de 25 anos. E ainda tem quem reclama do calor. Seria melhor reclamar da ignorância, mas essa, ao contrário da arborização urbana, vai muito bem e tem, na nossa cidade, um futuro próspero.

A Prefeitura tampouco ajuda muito. As árvores plantadas nas ruas não têm o tamanho adequado, não se seguem normas técnicas, nem há padrões para o fornecimento das mudas, o DAP (diâmetro a altura do peito), um dos critérios para estabelecer um bom padrão de arvore para rua, não é exigido e nem o tamanho mínimo de cova é cumprido. Colocar fertilizante é um luxo impensável.


Como resultado, num cálculo bem conservador, mais da metade das novas árvores plantadas nas ruas de Joinville nos últimos anos se perderam. Tempo e, principalmente, recursos públicos jogados fora. Alguém se preocupa com isso? Parece que não. Perder mais da metade das árvores plantadas parece um padrão aceitável, numa cidade que nem cuida do jardim da própria Prefeitura. Aliás, outro espaço em que as plantas também morrem a míngua, ante o olhar impertérrito dos técnicos responsáveis do verde urbano da nossa cidade.



terça-feira, 4 de junho de 2013

O vento está mudando

POR JORDI CASTAN


Os ventos estão mudando. O bom marinheiro é capaz de antecipar as mudanças e ajustar as velas. Não saber ler as nuvens, perceber as mudanças na cor no céu e saber a calmaria que antecede a mudança pode ser um erro caro. Mais que caro, desastroso.

Em poucos dias temos acompanhado o corte de mais de uma centena de árvores em Porto Alegre, em nome da Copa da Sustentabilidade. E temos o corte de outras árvores em Biguaçu, para um novo loteamento, em Sorocaba, em São Paulo e em dezenas de outras cidades pelo Brasil afora. É como se o pais tivesse sido acometido de uma furia devastadora e prefeitos e governadores sofressem ataques compulsivos de dendrocídio.

Se cortam hoje mais árvores que antes? Provavelmente não. A facilidade com que o poder público justifica o corte de árvores em nome do progresso, do desenvolvimento e do crescimento econômico é diretamente proporcional ao seu nível de ignorância ambiental e de falta de sensibilidade.

Em Joinville tivemos alguns episódios lamentáveis, o desastrado projeto do Boulevard Cachoeira, que pretendia converter a margem do rio num muro de concreto, sem sombra e sem vegetação. Nem é preciso comentar. O pedaço que foi executado frente à prefeitura é um monumento a incompetência e permanece exposto para não nos deixar esquecer. O corte das arvores da rua XV foi outra ação intempestiva e mal planejada que deixou o centro da cidade também sem sombra e sem arvores e que ainda hoje é uma sucessão de trapalhadas. Daquelas que só alcançam a absoluta perfeição quando conduzidas, planejadas e executadas pelo poder público. Acha que estou exagerando?  Veja as imagens e depois me diga se há exagero da minha parte ou estamos frente ao suprassumo da incompetência sambaquiana?






Neste final de semana mais de 100.000 turcos saíram as ruas para protestar contra um projeto imobiliário que quer acabar com a praça Taksim, um dos poucos espaços verdes que ainda sobrevivem em Istambul, formando parte da antiga caserna que hoje forma o Gezi Park. Os protestos acabaram se espalhando pelo país e o que iniciou como um movimento em defesa de um espaço verde ameaçado pela especulação, se converteu num evento de proporções maiores.

Em Joinville é pouco provável que surja um movimento para abraçar o 62 BI e pedir que seja convertido num parque urbano. O Joinvilense não tem voz, não se mobiliza para defender os seus interesses e depois acaba só resmungando pelos cantos e a boca pequena quando a cidade perde um pouco mais do seu verde, quando o sol desaparece mais cedo porque surgiu um espigão aonde antes tinha um quintal com poucas árvores.

 Mas o vento esta começando a mudar e como na musica de Bob Dylan, A hard rain is a-gonna fall



“Oh, where have you been, my blue-eyed son?
And where have you been my darling young one?
I've stumbled on the side of twelve misty mountains
I've walked and I've crawled on six crooked highways
I've stepped in the middle of seven sad forests
I've been out in front of a dozen dead oceans
I've been ten thousand miles in the mouth of a graveyard
And it's a hard, it's a hard, it's a hard, and it's a hard
It's a hard rain's a-gonna fall. “

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Árvores de Joinville: celebrar ou lamentar?


POR GUILHERME GASSENFERTH

[Atenção: sou leigo no assunto. É um texto de opinião, não um parecer técnico.]

Hoje, 21 de setembro, é comemorado o Dia da Árvore. Em Joinville, esta data é para celebrar ou lamentar?

Como já comentei em outras postagens, temos em Joinville o maior território de mata atlântica preservada de Santa Catarina, com mais de 600 milhões de metros quadrados. Obviamente, esta mata toda está na área rural e em áreas altas, mas de todo modo, temos 56% do território preservado. É pra celebrar!

Joinville, a maior cidade do Estado, com a maior economia catarinense e um orçamento municipal bilionário, não possui um único parque onde as pessoas possam caminhar na sombra ou fazer um piquenique sob uma frondosa árvore. É pra lamentar!

Cadê as árvores da João Colin?
Nossos morros, mesmo aqueles localizados em áreas urbanas, são preservados. Em dias de céu azul como o de ontem (e espero que também hoje), o contraste do verde dos morros com o azul do firmamento dá um charme todo especial à nossa cidade. Temos pouquíssimos morros urbanizados, e embora haja áreas de invasão na margem leste do Morro do Boa Vista, é uma exceção à regra. Que bom  que havia a cota 40 e pra onde se olha, se veem morros preservados. É pra celebrar!

As ruas principais, tanto no centro quanto nos bairros, são totalmente carentes de árvores. A exceção vai para a Hermann Lepper, Blumenau, JK e Dona Francisca entre a Casa da Cultura e a confluência com a Aluísio Pires Condeixa.  Mas pensem na Rua XV no Vila Nova, na Santos Dumont, na Monsenhor Gercino, na Florianópolis, na Fátima, na Albano Schmidt, na João Colin, na Getúlio, na São Paulo, na Procópio, na Minas Gerais, na Baltasar Buschle... e a lista vai e inclui todas as ruas do Centro. Não tem arborização decente. É pra lamentar!

Rua Blumenau, paralela à João Colin, muito mais agradável.
Quando as belíssimas figueiras da Hermann Lepper estiveram à sombra ameaçadora do lobby pró-corte, a sociedade abriu a boca e soltou o verbo: nós queremos as figueiras. O corredor que as figueiras formam na frente da Lepper é um ambiente dos mais gostosos da cidade. A sociedade se mobilizou para que as árvores ficassem. É pra celebrar!

O Brasil está aprovando um novo código florestal que prevê a anistia a alguns desmatadores, além de regras mais permissivas para o desmatamento. E o grande incentivador de tudo isso é um senador de Joinville. É pra lamentar!

Na primavera, que começa depois de amanhã, Joinville se enche de cores e tons. Primeiro o a beleza efêmera do amarelo dos maravilhosos ipês; depois com festival de branco e tons de rosa, lilás e roxo dos manacás-da-serra ou jacatirões que colorem nossos morros. Como é bom viver em Joinville e desfrutar deste espetáculo natural. É pra celebrar!
O ipê-amarelo na bela foto de Luiz Carlos Hille.

O que você acrescentaria nesta lista? Celebraria ou lamentaria?

Embora tenhamos fortes razões para celebrar, sinto que devemos nos preocupar muito e atuar para que nossas ruas e quintais sejam mais arborizados e que lutemos por um parque muito bem arborizado. Porque hoje, ao meu ver, a situação no geral é para lamentar.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Joinville está muito feia!


POR GUILHERME GASSENFERTH

Conta o amigo Paulo Roberto da Silva que em 1897 já havia em Joinville uma “Sociedade de Embelezamento de Joinville”. Pelo que me recordo das nossas conversas, parece que inclusive o Passeio Público de Joinville (situado onde hoje é – ou deveria ser – a biblioteca pública Rolf Colin) foi construído com os recursos desta sociedade. Ou seja, lá no século retrasado os joinvilenses se preocupavam com a beleza da cidade. E nós, os joinvilenses atuais, o que fazemos para deixar Joinville mais bonita?

Todos os dias percorro algumas ruas da cidade e fico pensando em como Joinville poderia ser muito mais bela. Vejam o caos de feiúra que atravessamos. Um aspecto que enfeia a cidade são os fios de energia pendurados, emaranhados, aos montes. As imagens são do GoogleMaps, por isso ficam um pouco esquisitas, mas permite demonstrar bem o que quero mostrar. Olhe na foto acima o emaranhado de fios. É muito feio!

Tem ainda o caso da poluição visual, que também pode ser verificado na João Colin, em ruas centrais e até mesmo em ruas de bairros como Guanabara, Fátima, Monsenhor Gercino, Papa João XXIII, Albano Schmidt, Iririú, XV de Novembro (Vila Nova), Tuiuti... e por aí vai. Essas ruas que citei não só não tem árvores e tem muitos fios pendurados como ainda tem placas disputando a atenção de quem enxerga. Quanto mais placas, mais feia fica a rua.

Inteligente serão os empresários (CDL?) que capitanearem um movimento para reduzir a poluição visual de Joinville. Na Rua do Príncipe temos dois bons exemplos: a Nova Casa Sofia (que já não é tão nova assim mais) e a Salfer, na esquina da Rua XV. São construções que foram restauradas e cuja arquitetura foi ressaltada com propagandas muito discretas. Se todos os lojistas da Rua do Príncipe resolvessem fazer parecido, ninguém estaria perdendo publicidade, pelo contrário.

Ademais, uma das cidades com tanta Mata Atlântica preservada não deveria ter problema com arborização. 

Enquanto muitas pessoas ficam criticando as belas figueiras da Beira-Rio, boa parte de nossas ruas desconhece o que são árvores. A foto ao lado é da rua Dr. João Colin, que nasce no Centro, atravessa um dos bairros mais valorizados da cidade e termina próxima à rua Santos Dumont. Como a João Colin ficaria mais bonita com arborização e canteiros com flores...

Além da falta de árvores e do excesso de publicidade e fios de energia, há que se pensar nas entradas da cidade. Diz o ditado que a primeira impressão é a que fica e infelizmente isto é real também em Joinville. O turista que chega pela Ottokar Doerffel, Santos Dumont (aeroporto) e rodoviária entra numa cidade feia, cheia de buracos e remendos no asfalto (quando existe) e sem nenhuma flor.

Dirão que é um investimento desnecessário, que é perfumaria, que o governo não devia gastar com isso.

Não é o que penso. Embelezamento da cidade melhora nossa auto-estima, turismo, nosso orgulho! Além do mais, a cidade pode investir maciçamente em campanhas de conscientização junto ao empresariado.

Minhas recomendações

1. Atenção para os acessos turísticos da cidade (Rua XV, Ottokar Doerffel, Santos Dumont e imediações da Rodoviária)

2. Vitalização (sem “re”) das ruas principais nos bairros, valorizando os imóveis de entorno e dando mais qualidade de vida, orgulho e auto-estima aos cidadãos.

3. Arborização urgente para toda a cidade.

4. Plantio de flores onde for possível.

5. Estruturar o programa “Parceria Verde” que troca publicidade pela manutenção dos canteiros e jardins
públicos. E divulgar para todos os empresários que puderem.

6. Fazer parceria com CDL para implantar um programa de redução da publicidade nas ruas.

7. Enterrar os fios de energia onde for possível (faz toda a diferença!)

8. Padronizar as calçadas em todo lugar onde for possível (com acessibilidade, é claro!)

9. Aumentar a produção de mudas no horto municipal de modo a fazer com que os joinvilenses que queiram plantar árvores ou flores em seus terrenos possam fazê-lo livremente.

10. Propor uma reforma agressiva nas ruas centrais como modo de valorizar a arquitetura antiga, melhorando a pavimentação, padronizando as calçadas, reduzindo a publicidade das lojas, arborizando e plantando flores.

11. Assumir uma pequena parcela de responsabilidade pela beleza de Joinville!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Verde em Joinville: agora tem... agora não tem mais



POR JORDI CASTAN
Etienne P. Douat, leitor fiel deste espaço, me intimou a escrever sobre o verde urbano. Não vou aqui discorrer sobre dados e estatísticas para dizer que temos pouco verde. Mas vou me socorrer de dados apresentados pelo engenheiro agrônomo Gilberto P. Gayer, outro leitor deste blog, para quem os indicativos de referência de área verdes existentes são questionáveis.
Para o IBAMA/FATMA seria de 8 m² por habitante (indicativo usado para calcular as áreas verdes previstas nos licenciamentos ambientais de loteamentos e condomínios).
Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) indica um mínimo de 12m² por habitante, mesmo sem ser clara a metodologia aplicada para chegar a este número.
“De qualquer forma, adotando o que a OMS define, em Joinville deveríamos ter um mínimo de 6 milhões de m² de área verde. 
Há quem diga que temos algo próximo de 80 m² por habitante, o que seria espantoso.
Porém, se considerarmos os mangues, rios, margens de baías e lagoas, cumes de morros e encostas mais íngremes, todos estes já são garantidos por lei federal (por enquanto).
Acrescenta-se os vazios urbanos que são privados e podem sumir a qualquer instante.
E sobra muito pouco. As cotas 40 são espalhadas e privadas.
Por isto há a necessidade de políticas de criação de Unidades de Conservação (como a ARIE do Boa Vista e Iririú), e principalmente de arborização urbana”, diz Gayer.
A EMOÇÃO DO VERDE - Não tem como não se emocionar ao chegar a Joinville pela primeira vez. Eu continuo me emocionando quando a chegada é por avião. Sobrevoar a Baia da Babitonga, a Lagoa de Saguaçu e as áreas de mangue é um espetáculo. As áreas remanescentes de verde nos morros do Boa Vista e do Iririú e a vista do verde intenso da Serra do Mar não podem deixar a ninguém indiferente.
Se a chegada é por carro, seja pela BR- 376 ou pela SC- 301, descendo de Curitiba ou de Campo Alegre, a impressão não é menos intensa. Esta impressão nos deixa com a percepção que Joinville é – ou deve ser – a capital internacional do verde e que contamos com percentuais de verde invejáveis para cada cidadão.
Mas estes dados, como tantos outros que nos são apresentados a cada dia, para nos convencer disto ou de aquilo, podem ser incluídos numa teoria científica bem consolidada, a “Teoria do Frango”. O estudo prova que se eu comi dois frangos e você nenhum, na média cada um de nos comeu um frango.
A maioria das áreas verdes que um turista poderia observar ao sobrevoar Joinville, na metade da década de 90, já não existe mais. As áreas foram desmatadas, ocupadas, urbanizadas e continuam a ser com intensidade e velocidade cada vez maior. O avanço da urbanificação sobre as áreas rurais tem o estímulo descarado do poder público em nome do desenvolvimento.
Gosto de citar, um caso emblemático do Rio de Janeiro, o Morro da Viúva as margens da enseada de Botafogo.

 Além da imagem que ilustra este post, e que mostra o Morro da Viúva rodeado por uma muralha de prédios. Duas imagens uma anterior a construção do aterro do Flamengo e a outra bem atual, servem para evidenciar a ameaça real que os nossos morros sofrem, com bandos de aloprados gananciosos estimulando o adensamento e a verticalização em volta dos morros do Boa Vista e Iririu.

ECOCHATOS E DESOCUPADOS - O verde preservado pela legislação federal, como os topos de morro, os manguezais e as margens de rios e lagoas, são espaços de preservação permanente e não podem ser considerados espaços para o lazer urbano, não atendem a estas necessidades. No caso de Joinville o avanço criminoso feito sobre os rios, as suas margens e os fundos de vale exigirá pesados investimentos públicos. Segundo os números apresentados pelo poder público, pouco mais de R$ 1 bilhão. Desnecessário dizer que estes recursos não existem e não devem aparecer facilmente.
O verde por habitante deve ser considerado pelo conjunto de praças e parques, por um lado, e pela soma do patrimônio que representa a arborização urbana do outro. Joinville tem perdido, de acordo com os dados do próprio poder público, mais de 40% das árvores que existiam nas vias públicas na década de 90. E além de não terem sido repostas as perdas, tampouco tem continuado o plantio.

O problema principal pode ser a percepção muito forte de que há um enorme estoque de verde urbano. De que esta é uma das cidades que mais perto está do paraíso. E também de os defensores da preservação da qualidade de vida representada pelo verde são uma minoria absoluta de ecochatos e desocupados.



O discurso desenvolvimentista dos talibãs do tijolo aproveita bem esta percepção da maioria. E é por isto que o verde que você já viu, hoje não vê mais. Como por arte mágica, ele está desaparecendo. Mas, ao contrário, das apresentações de mágicos e ilusionistas, ele não reaparece em outra parte do cenário.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Por aqui o nível de ineficiência é de 50 %


POR JORDI CASTAN

Um texto recente, publicado aqui no Chuva Ácida e também no jornal A Notícia, mostrava a quantas andava a eficiência da nossa arborização urbana. Utilizava como referência uma infeliz intervenção na avenida Marquês de Olinda. Para dar sequência ao relato é importante destacar que, das arvoretas plantadas, aproximadamente a metade morreu. Isto é, precisam ser trocadas ou repostas. Convenhamos que um índice de perda de 50% em qualquer atividade econômica suporia a falência da empresa.

 Aqui não tem nenhum problema porque são os gentis contribuintes quem custeia as estrepolias da turma. Para quem possa imaginar que uma perda de 50% é insustentável, informações adicionais: das árvores plantadas na calçada do 62 BI, o percentual de perda foi superior ao 80%. Na verdade, estava mais próximo dos 100%, pois precisaram ser repostas quase todas. No caso da nossa flamante Companhia Águas de Joinville, o índice de perda de água tratada desperdiçada, aquela que se perde por vazamentos na tubulação que já foi de 35%, aumentou e em novembro de 2011 já estava em 42%. Portanto, próximo da média municipal de ineficiência de 50%.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Arborização urbana ou comédia de erros?



Por JORDI CASTAN

Leitor atento deste blog avisa sobre o plantio das árvores na Marquês de Olinda. Ele acha que está tudo errado. Outro leitor, poucos dias depois, também entra em contato e dá detalhes mais precisos. Desta vez, toca mesmo dar uma olhada. A arborização urbana não é tarefa tão complexa. Nas ruas há dois lados, o direito e o esquerdo, aliás praticamente todas as ruas tem esta característica.

No caso de Joinville, em algumas ruas a fiação elétrica, que é aérea, está em um ou outro lado e é preciso prestar atenção. Os técnicos municipais determinaram que, no lado que não tem fiação elétrica, se plantem árvores maiores e no lado com fiação elétrica se opte por árvores menores. Parece simples.

A prefeitura escolheu uma lista de árvores adequadas para arborização urbana e se estabeleceu que devem ser nativas. Definido, árvores de porte maior de um lado e as de porte menor do outro, aonde tem fiação elétrica, que é facilmente visível, até porque há postes de concreto que ajudam a identificar qual é cada lado.
Então vamos lá. Na avenida Marques de Olinda a prefeitura optou por plantar Canelinha e Magnólia Amarela, árvores de porte, de um lado, e Murta, que é um arbusto de pequeno porte, no outro.


Aparentemente tudo resolvido? Não. Tanto a Magnolia Amarela (Michelia campacha) como a Murta (Murraya paniculata) são plantas exóticas. Originárias da Ásia, vizinhas das figueiras da Beira-Rio, pelo que não é difícil imaginar que no futuro próximo grupos de puristas proponham também o seu corte e a sua troca por outras árvores nativas.  É este o problema mais grave? Claro que não. Os vizinhos estão esperando que a Celesc venha trocar os postes e a fiação de lado, porque as árvores de porte maior foram plantadas em baixo da fiação e as menores no outro lado da rua. Como os técnicos da prefeitura não cometem erros, ou tem dificuldade em reconhecê-los quando esta eventualidade acontece, devem ser os da Celesc os que erraram ao colocar a fiação do lado errado faz uns quinze anos.
Não é preciso elogiar as ações de esta administração municipal. A prefeitura conta com um nutrido grupo de assessores de comunicação que diariamente produzem notícias divulgando, elogiando e às vezes até exagerando um pouco os logros desta gestão.
Destacar o lado negativo - o que se faz ou deixa de fazer - é cansativo, tanto para quem escreve, como principalmente para quem um dia sim e outro também se depara com notícias e informações diversas divulgadas pelos meios oficiosos e pelos canais oficiais. E acaba desorientado, sem saber muito bem em quem o em que acreditar.
Mesmo as tarefas e empreitadas aparentemente mais singelas se convertem em tarefas árduas para o detentor de cargo público. O pior ainda é que a sociedade está cada dia mais atenta, fotografa, escreve, se manifesta. E as críticas adquirem uma força nunca antes imaginada pelos que, durante décadas, se acostumaram a fazer calar, a não deixar que opiniões contrárias tivessem eco e fossem divulgadas, ficando praticamente na clandestinidade.

Faz muito bem a prefeitura em se sentir injustamente criticada, porque nesta administração não se fazem as coisas como eram feitas no passado. Agora são bem feitas. A população que é excessivamente critica e exige uma perfeição inatingível