Mostrando postagens com marcador Otto Bohem. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Otto Bohem. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Árvores são um perigo e devem ser exterminadas

POR JORDI CASTAN

Há uma alergia (eu disse alergia) crescente a árvores. Em Joinville, há uma guerra declarada a tudo o que seja verde. Árvores tem sido as vítimas preferidas de uma política que vê no concreto o símbolo do progresso. Não apenas não plantam mais árvores, mas perseguem com sanha furibunda as poucas que insistem em sobreviver num ambiente tão hostil como o urbano. Uma imagem vale por mil palavras? Se depender da foto fica evidente que sim. 



O que leva alguém a concretar árvores? Nem precisa explicar muito. É só ver a imagem. Ou não há projeto, ou não há fiscalização, ou não há bom senso. O que não há é conhecimento técnico, porque concretar árvores é garantia de morte. Ou será que a Joinville dos próximos 30 anos, será também uma cidade sem árvores?

A destruição do patrimônio verde da cidade é sistemática e permanente. Conta com a colaboração do poder público que se omite a maior parte do tempo e aprova leis que estimulam a supressão das árvores que ainda sobrevivem. O rebaixamento indiscriminado de calçadas é uma das leis que mais há causado a supressão ilegal de árvores públicas. Há ainda a falta de um inventário detalhado de toda a arborização da cidade. E, por fim, a inexistência de um plano diretor de arborização.

Esses são outros dos problemas que Joinville enfrenta. Mas a pior de todas as ameaças para as árvores de Joinville é a inépcia do poder público, a sua inoperância e a sua incompetência para tratar dos temas relacionados com as decisões atuais que incidirão o futuro da cidade.

É quase unanimidade que Joinville está uma bagunça. Só não é unanimidade porque há uma parte da população que parece conviver bem com a situação. Os causadores ou os autores ou, em última instância, os responsáveis pelo desastre que tomou conta da cidade. Uma cidade que, lembremos, outrora foi organizada, bem administrada e orgulhosa do seu espírito e identidade.


Fazer, fazer bem feito, entregar no prazo e pelo preço combinado eram num passado recente valores desta cidade e dos seus cidadãos. Agora isso não só não acontece mais, como virou parte do imaginário da população. Toda uma geração de joinvilenses nunca viu uma obra bem projetada, bem executada e entregue no prazo, não sabem o que isso possa vir a ser e não acreditam que tal coisa exista.