segunda-feira, 20 de abril de 2015

Para alguns, árvores são problemas. E custos...

POR JORDI CASTAN


Falar de preservação e valorização do verde e de arborização urbana em Joinville é como pregar no deserto, uma tarefa estéril. Simón Bolívar chamaria este tipo de trabalho "arar no mar".

Joinville cuida pouco e mal do seu verde urbano. As áreas verdes públicas não priorizam a arborização e, quando não resta outro remédio, as espécies indicadas são de pequeno porte, de vida curta, de madeira mole. E o plantio é feito sem seguir normas técnicas elementares. 

O resultado é que as árvores sobreviventes não crescem. Fiscalização? Ou não há. Ou é ineficiente. Ou não dispõe de meios adequados para fazer seu trabalho. O quadro geral é ruim e vai ficando pior cada dia. Se não se plantam novas árvores, se não se repõem as mortas e vandalizadas, se não se plantam as espécies adequadas para cada espaço, o resultado é a perda de verde.

A cada ano há menos árvores e as poucas que têm sido plantadas nos últimos anos não são fornecidas com o tamanho mínimo recomendado, não são plantadas corretamente e na maioria de casos não sobrevivem. Mais de 50% das árvores plantadas nas ruas de Joinville morrem antes dos 6 meses.

Exemplos? Vamos lá. Na Rua Timbó, parte do binário, ou trinário, como o IPPUJ denominou a intervenção nas ruas Max Colin, XV e Timbó, mais da metade das quaresmeiras plantadas no lado esquerdo da rua simplesmente desapareceram e não foram replantadas. E ainda bem, porque plantar quaresmeiras no lado da rua que não tem fiação elétrica - e deveria receber arvores de porte maior, como Pau Ferro, Sibipuruna ou Pau Brasil -, é coisa de quem tem raiva de árvore e não gosta de verde. No parque José de Alencar (ou da Cidade) é melhor nem falar, pois segue sendo um deserto, sem uma sombra. O São Francisco segue o mesmo modelo e a retirada da fiação elétrica no centro não tem se transformado em mais árvores e mais sombra.

Árvores reduzem o calor do verão em ate 6 graus e ruas sombreadas são mais agradáveis para caminhar. Árvores contribuem a redução de consumo de energia, purificam o ar, absorvem CO2 e outros poluentes tóxicos presentes no ar, reduzem os níveis de poeira, atraem pássaros e promovem a biodiversidade, sem falar que embelezam as cidades, entre outras vantagens.

Pensando bem, só eu mesmo para imaginar que alguém que possa achar o modelo de arborização de uma empresa têxtil localizada na Rua Dona Francisca, na zona norte, possa ser uma boa referência vai se incomodar com a situação do verde urbano em Joinville.


O perigo esta nesse tipo de gente que vê árvore como problema e custo.


8 comentários:

  1. Temo que tudo será perdido, pois enquanto tratamos uma verruga, um câncer devastador cresce silenciosamente .

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  2. Temo que tudo será perdido, pois enquanto tratamos uma verruga, um câncer devastador cresce silenciosamente .

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  3. Jordi citando Bolívar. Os anônimos morrem no cantinho :) excelente texto. Sempre achei um disparate avenidas como a Getúlio, a João Colin, a São Paulo, entre diversas outras serem desprovidas de árvores.

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    1. Não, não. Os "Anônimos" não morrem pelo caminho porque sabem quem foi Simón Bolívar, ao contrário dos esquerdistas que apoiam o ditador da Venezuela que transformou um libertário em mártir da ditadura.

      Eduardo, Jlle

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  4. Excelente Jordi. Quando você não está sendo oportunista, nem voluntarista, explicita muito bem seus argumentos e pontos de vista. Excelente texto e nobre demanda!

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  5. Conta um pouco sobre as Figueiras da Beira-rio.

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  6. Muito bonitas, a melhor sombra de Joinville.

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