quinta-feira, 2 de abril de 2015

Estabilidade

POR MÁRIO MANCINI


Existem algumas coisas que são elaboradas com as melhores intenções, como a estabilidade de emprego no setor público, inclusive sendo obrigatória a contratação por concurso, para preservar o profissional, evitar que o “cabide de emprego” seja maior do que já é, entre outras coisas. O que tem seus méritos, como escrevi acima, porém até a "página 2".

Concurso, pode até ser um bom método classificatório, mas está longe de recrutar os melhores, pois, como toda prova, leva em conta não só o saber. E depende do estado psíquico de quem a realiza. Um simples engarrafamento no caminho ao local da prova pode alterar o sistema nervoso de um candidato, sem contar os que ficam extremamente nervosos em qualquer prova, por melhor preparados que estejam, etc.

Toda esta introdução é para chegar ao algo que podemos chamar de a verdadeira herança maldita de uma repartição pública, os funcionários herdados de outra (e outra e outra) administração, que muitas vezes não possuem a competência procurada e/ou exigida, ou não coadunam com as novas ideias.

Isto pode minar uma administração, sem que ela possa fazer nada, pois todos estão protegidos por um estatuto. Claro que existem os que fazem jus ao cargo, como os da saúde e educação, mas que também pode premiar a incompetência; pode.

Usarei como exemplo o órgão de planejamento urbano de Joinville, o famoso IPPUJ. Praticamente todos são funcionários de carreira, competentes no que fazem, porém com mentalidade urbana do século passado, ela está enraizada, abjetam elevados e seus afins, arrumam milhares de desculpas contra modais modernos, privilegiando bicicletas e ônibus, ambos modais seculares.

Ou seja, não se “oxigenam” as ideias, o que pode ser mortal para qualquer planejamento. Reciclar ideais é fundamental, move o mundo.

Concluindo, deveria ser criado um novo sistema de estatuto, que premiasse a competência, a proatividade, permitisse a demissão da incompetência, a inapetência trabalhista, etc.
É uma ideia, duvido que o corporativismo e o sindicalismo sequer cogitem tal mudança.

Assim caminha a mediocridade...

8 comentários:

  1. Argumentos impressionantes: nenhuma citação, nenhum dado, nenhum nada. Assim caminha a mediocridade da opinião.

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  2. Mário uma coisa não tem nada a ver com outra. O teu argumento é semelhante a Acabar com as eleições porque os políticos eleitos são corruptos!
    Sem contar que generalizas de tal forma que nem mesmo aquela menção a funcionários da saúde e da educação salvam o teu texto que está contaminado de um pré-conceito construído no século passado e que ano após ano vem sendo combatido e destruído no Brasil. Se existe uma esperança essa é o funcionário público de carreira. Estabilidade? Ninguém está livre de ser demitido após o correto processo administrativo. Que tal questionar os cargos comissionados, pessoas que são colocados à frente de órgãos e secretárias com base apenas no interesse partidário ou mesmo pessoal, muitas vezes sem o mínimo preparo técnico para liderar equipes de profissionais competentes. Por meio desses cargos comissionados os empresários exercem a sua influência na administração pública travando causas de interesse social em detrimento de pautas que maximizem os seus lucros.
    No mínimo considero que o buraco é bem mais embaixo. E espero que a discussão continue pra jogar um pouco mais de luz sobre o assunto.

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  3. Bom, é fácil apontar a incompetência dos outros. Mas é difícil ver as próprias limitações. No caso você aponta isto:
    "Praticamente todos são funcionários de carreira, competentes no que fazem, porém com mentalidade urbana do século passado, ela está enraizada, abjetam elevados e seus afins, arrumam milhares de desculpas contra modais modernos, privilegiando bicicletas e ônibus, ambos modais seculares."

    Só que esquece-se que ambos os meios foram difundidos exatamente no século passado (XX) e que o própio sistema de ônibus tem uma mentalidade de século XIX. Onde o que importa é levar a massa trabalhadora o mais rápido possível para seus empregos com os menores custos possíveis.
    E que o que ocorre se fosse difundido (ou imposto) o ônibus como modelo de mobilidade urbana ? Veículos movidos a ineficientes motores a Diesel, tão poluidores quanto os dos carros. Será que 30 mil ou 50 mil ônibus não poluem mais do que toda a frota de carros desta cidade ? Isso poderia tornar-se um Paradoxo de Jevons (onde a popularização de uma máquina mais eficiente aumentaria o consumo de combustíveis e a poluição) Também é um modo de transporte nada confortável ou seguro (sem cintos de segurança) de privacidade zero e que não permite levar grandes volumes de carga (compras de um mercado) sem incômodos.
    Há mas existe a bicicleta. Para nos enxarcarmos na chuva e cobir de suor no Sol do Meio Dia. Não permite levar grandes cargas. Até é eficiente para levar algém do Santo Antônio ao Fatma. Mas não é tão eficiente para levar alguém de Joinville a Florianópolis.

    Não que o carro seja "perfeito" apenas é que os "defensores da modernidade" e da "sustentabilidade" não tem alternativas tão melhores assim.

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  4. Mario querido
    Eu percebo que você foi bem intencionado em toda essa sua retórica equivocada e sei o que existe como senso comum em relação aos servidores, por isso vou explicar um pouquinho só dessa "lambança"...Primeiro; servidores não são melhores nem piores que outros trabalhadores, são diferentes, são regidos por regime trabalhista diverso, com vantagens e desvantagens. Estabilidade no emprego só quer dizer que não podem ser dispensados sem justa causa, havendo motivação, com o devido processo comprobatório, o servidor pode sim levar o pé na bunda. O que acontece é que as vezes nossos gestores são tão ignorantes a respeito do serviço público que, além de não conseguir produção adequada, não conseguem se livrar dos vadios. Bons gestores públicos conseguem bons serviços e conseguem demitir servidores que não trabalham direito. Sobre os servidores do IPPUJ você foi maisinfeliz, essa sua visão, infelizmente, também faz parte do senso comum devido aos embates conceituais da cidade, embates onde o IPPUJ, claro, faz a linha de frente da prefeitura...E aí, meu amigo, a luta é desigual demais, pois maravilhas exóticas ou frutos de pensamento, serão sempre maravilhosas e sedutoras quando comparadas à nossa dura e concreta realidade. Lembre sempre meu amigo, o pensamento é maravilhoso e insuperável, nossa realidade é dura e concreta... Tenho a maior admiração pelos técnicos do IPPUJ, se você conhecesse melhor o instituto e seus servidores saberia que a cidade perfeita repousa lá, naquelas gavetas... Quem sabe um dia aflore...
    Abraço Mario.

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    1. a cidade perfeita do IPPUJ tem 2 realidades = 1 - a maravilha dos coletivos levando nossos cidadãos quase europeus "por toda Joinville!!" ou 2- nossos maravilhosos cidadãos andando de bike nas maravilhosas ciclo-faixas fazendo "muito mais por Joinville " rsrsrs du grgeo

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  5. O comportamento do ippuj tem sido realmente esse. Mas não esqueçamos que tem o reforço de um considerável contingente de cidadãos comuns que seguem e apóiam suas idéias pouco arejadas.
    É oportuno lembrar que nas redes sociais sobram argumentos contra a construção de elevados. A maioria sem nenhuma base lógica. Mas o que mais se destacou uns tempos atrás foi o de que "elevados servirão de abrigo de sem tetos e andarilhos, causando problemas de segurança no entorno".
    Aí fica dificil discutir...
    Infelizmente, o ippuj conseguiu impor sua visão distorcida a uma boa parte da população, e aí se inclui o pensamento contra elevados, e também outras como a "demonização" dos automóveis, o "endeusamento" da bicicleta (repito, nada contra, porém não é solução eficiente para as necessidades da sociedade moderna), a adoção maciça de paliativos insignificantes - os tais binários e etc.
    Isso tudo agravado ainda mais pelo péssimo pavimento e, infelizmente, da baixíssima qualidade de execução dos poucos recapeamentos que estão sendo feitos.
    E la nave vá...

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  6. focando no assunto do cronista , gostaria de lembrar além das questões psicológicas que podem afetar um candidato , acrescento a questão etária... com certeza é injusto num concurso um jovem que acabou de sair da academia com toda a matéria fresca na cuca concorrer com um "coroa meia idade" que a anos não exercita o básico para provas !!! agora quem deverá ter mais experiência ? com certeza o coroa tem mais a acrescentar (obs.: em alguns cargos!) !!! dugrego

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  7. Olha, eu até considero bons muitos técnicos do IPPUJ, mas quando a gente pensa que nem uma ciclovia como no caso do Guanabara com 200 m de extensão conseguiam fazer, a gente tem que parar para pensar. Quando a gente vê a lambança que fazem com projetos de praças e de transito, a gente para mais uma vez prá pensar. E quando a gente vê o caos do transito da zona Sul, aí a gente tem certeza que nenhum deles mora lá e muito menos tiram a bunda da cadeira para constatar a sua incompetência. Não se trata de desmoralizar concurso ou funcionalismo, e sim de dizer em alto e bom som que o órgão de planejamento do município carece sim de melhores cabeças, de melhores gestores. É um grupo corporativo que se reveza há anos nos cargos que tem como forma de incorporar aos seus vencimentos e aposentadorias os adicionais destas funções. Apenas isto.

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