POR MÁRIO MANCINI

Existem
algumas coisas que são elaboradas com as melhores intenções, como a
estabilidade de emprego no setor público, inclusive sendo obrigatória a
contratação por concurso, para preservar o profissional, evitar que o “cabide
de emprego” seja maior do que já é, entre outras coisas. O que tem seus méritos,
como escrevi acima, porém até a "página 2".
Concurso,
pode até ser um bom método classificatório, mas está longe de recrutar os
melhores, pois, como toda prova, leva em conta não só o saber. E depende do estado
psíquico de quem a realiza. Um simples engarrafamento no caminho ao local da
prova pode alterar o sistema nervoso de um candidato, sem contar os que ficam
extremamente nervosos em qualquer prova, por melhor preparados que estejam,
etc.
Toda
esta introdução é para chegar ao algo que podemos chamar de a verdadeira
herança maldita de uma repartição pública, os funcionários herdados de outra (e
outra e outra) administração, que muitas vezes não possuem a competência
procurada e/ou exigida, ou não coadunam com as novas ideias.
Isto
pode minar uma administração, sem que ela possa fazer nada, pois todos estão protegidos
por um estatuto. Claro que
existem os que fazem jus ao cargo, como os da saúde e educação, mas que também
pode premiar a incompetência; pode.
Usarei como exemplo o órgão de planejamento urbano de Joinville, o famoso IPPUJ. Praticamente todos são funcionários de carreira, competentes no que fazem,
porém com mentalidade urbana do século passado, ela está enraizada, abjetam
elevados e seus afins, arrumam milhares de desculpas contra modais modernos,
privilegiando bicicletas e ônibus, ambos modais seculares.
Ou
seja, não se “oxigenam” as ideias, o que pode ser mortal para qualquer
planejamento. Reciclar ideais é fundamental, move o mundo.
Concluindo,
deveria ser criado um novo sistema de estatuto, que premiasse a competência, a
proatividade, permitisse a demissão da incompetência, a inapetência
trabalhista, etc.
É uma
ideia, duvido que o corporativismo e o sindicalismo sequer cogitem tal mudança.
Assim
caminha a mediocridade...