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domingo, 1 de janeiro de 2012

Sou Joinville, não me sacaneiem

POR GUILHERME GASSENFERTH

Olá! Prosit Neujahr! Ou melhor, “prostnóia”! Feliz ano novo! Meu nome é Joinville. Como todos vocês, nesta época fico meio pensativa. Sinto-me tão vazia no feriado de Ano Novo... Assim, resolvi escrever meus objetivos para 2012! Nada muito sofisticado, quero coisinhas simples.

# 1 – não ser governada pelo Kennedy Nunes. Ora essa, gente, me desculpe, mas isso é intolerável. Eleitores, hello! Eu já venho sofrendo muito nas últimas décadas, vamos dar uma trégua? Sei que este ano a questão é eleger o menos pior, mas vamos abrir o olho, pelo amor de Deus! Eu já fui governada por gente como Baltasar Buschle, Nilson Bender e Ottokar Doerffel. Vão pesquisar como era! Vocês tão com cada ideia ultimamente...

# 2 – falando em eleição, ai gente, vamos dar uma atençãozinha especial pra Câmara de Vereadores, né? Vocês acham que só serve pra encher o saco em época de greve de servidores e pra colocar mais 20 carros em circulação? Não parece, mas vereador é coisa importante. Vamos melhorar o nível? Tô até pensando em propor uma campanha anti-Nunes. De Kennedy e Odir, já estou cansada! E não são vocês que agüentam a Zilnety cantando todo dia.

# 3 – eu sei que meus primeiros colonizadores eram suíços, mas deixa os buracos pros queijos! Vocês reclamavam das minhas ruas de paralelepípedo, mas eu pergunto: adiantou tanta chiadeira? Estes prefeitos que vocês elegeram despejaram uma gosma que chamaram de asfalto e hoje tá nisso, tudo esburacado. Mas tem algumas ruas que o número de buracos tá diminuindo: sim, tem dois ou três se juntando e virando um buracão só!

# 4 – ok, eu achei legal o Parque da Cidade. Para quem passou tanto tempo sem nada, dá pro gasto. Mas para 2012 eu quero um grande parque, cheio de árvores e pássaros, onde não haja rotatórias e avenidas no meio. Um grande espaço onde meus moradores possam caminhar, fazer um piquenique ou jogar bola sem respirar CO2. Não se deve ficar dizendo que a grama do vizinho é mais verde, mas é duro olhar pra Jaraguá e Curitiba e não invejar!

# 5 – dizem que ruas como JK, XV, Dr. João Colin, Blumenau, Beira-Rio, Dona Francisca, Jerônimo Coelho e Princesa Izabel são as vias arteriais do coração da cidade. Não adianta urbanista ou especialista de tráfego, chama o Dr. Bornschein porque eu já tô infartando! Eu quero ter mobilidade! Quero voltar a ser a Cidade das Bicicletas - mas onde isto não represente uma nova modalidade de esporte radical.

Vou parar por aqui! Se eu atingisse estes objetivos eu já estaria feliz. Tem coisa boa à vista, mas no geral, a situação tá feia. A perspectiva não é muito favorável. OK, vão vir os já insuficientes R$ 40 milhões do BNDES, ano de eleição sempre tem obras, meu time de futebol tá na série B, ouvi rumores de um novo cinema, o teatro tá bombando, logo deve pintar um ILS por aí... mas não tá fácil. Sou um pouco emotiva. Em 2012 não quero ninguém reclamando da chuva – não é fácil ver tudo isso e não chorar.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Sobre crenças e apontamentos

POR CHARLES HENRIQUE

Como 2011 está chegando ao fim, os momentos de reflexão são praticamente obrigatórios em nossas vidas. Aquela coisa de “o que eu fiz de bom e de ruim” passa pela cabeça de qualquer um de nós. E nessas avaliações que fiz sobre meu 2011, gostaria de compartilhar algumas conclusões que obtive.

A criação do Chuva Ácida me serviu para aprender a expor minhas crenças e também para lidar com o ato de apontar. Na verdade é isso que fazemos aqui. Carregamos nossas crenças e as utilizamos para dizer “isso ou aquilo”. Incomoda muito os outros, mas, apontamos sobre tudo em nossas vidas. Não precisamos de um Chuva pra começarmos. Apontamos no relacionamento, na família, no trabalho...

Quando comentamos sobre a coisa pública, parece algo fácil, tranqüilo, pois não estou falando de algo particular, estou falando de todos. Aí é que mora o perigo. Cada um tem seu prisma de enxergar a sociedade. Eu, por exemplo, um ex-militante do PDT, candidato a vereador em 2008, ex-ACT da gestão Tebaldi, ex-comissionado da gestão Carlito, Cientista Social, mestrando em Urbanismo, consultor em planejamento urbano, radialista, blogueiro, filho, aceitei este desafio de apontar porque sei até onde vão as minhas crenças. Se os outros têm uma crença diferente da minha, paciência: eu aponto do mesmo jeito.

Apontar não é zombar do diferente, do errado. Apontar é chamar a atenção, para o bom ou para o ruim. Gostaria que nesse 2011 eu não precisasse apontar o furo dos deputados em relação as diárias, ou a morosidade dos vereadores durante o ano todo, culminando em sessões extraordinárias perto do Natal. Muito menos o falso-parque no Guanabara. Ou ainda a novela dos R$40mi do BNDES. Mas precisei fazer isto. Se ninguém apontasse, ninguém discutiria e a barrigada seria a regra de nossos representantes. A sociedade ganha.

Espero que em 2012 eu não precise apontar nada. Que todos tenham consciência de seus atos, e que a prudência faça parte de cada passo dado. Sei que é uma utopia, mas apontar é um trabalho que cansa, pois parece ser muito repetitivo. Corrupção daqui, morosidade dali, imoralidade acolá. Obra bem feita daqui, boa ação ali. Mas, peraí: apontar também não seria uma crença?