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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Sobre crenças e apontamentos

POR CHARLES HENRIQUE

Como 2011 está chegando ao fim, os momentos de reflexão são praticamente obrigatórios em nossas vidas. Aquela coisa de “o que eu fiz de bom e de ruim” passa pela cabeça de qualquer um de nós. E nessas avaliações que fiz sobre meu 2011, gostaria de compartilhar algumas conclusões que obtive.

A criação do Chuva Ácida me serviu para aprender a expor minhas crenças e também para lidar com o ato de apontar. Na verdade é isso que fazemos aqui. Carregamos nossas crenças e as utilizamos para dizer “isso ou aquilo”. Incomoda muito os outros, mas, apontamos sobre tudo em nossas vidas. Não precisamos de um Chuva pra começarmos. Apontamos no relacionamento, na família, no trabalho...

Quando comentamos sobre a coisa pública, parece algo fácil, tranqüilo, pois não estou falando de algo particular, estou falando de todos. Aí é que mora o perigo. Cada um tem seu prisma de enxergar a sociedade. Eu, por exemplo, um ex-militante do PDT, candidato a vereador em 2008, ex-ACT da gestão Tebaldi, ex-comissionado da gestão Carlito, Cientista Social, mestrando em Urbanismo, consultor em planejamento urbano, radialista, blogueiro, filho, aceitei este desafio de apontar porque sei até onde vão as minhas crenças. Se os outros têm uma crença diferente da minha, paciência: eu aponto do mesmo jeito.

Apontar não é zombar do diferente, do errado. Apontar é chamar a atenção, para o bom ou para o ruim. Gostaria que nesse 2011 eu não precisasse apontar o furo dos deputados em relação as diárias, ou a morosidade dos vereadores durante o ano todo, culminando em sessões extraordinárias perto do Natal. Muito menos o falso-parque no Guanabara. Ou ainda a novela dos R$40mi do BNDES. Mas precisei fazer isto. Se ninguém apontasse, ninguém discutiria e a barrigada seria a regra de nossos representantes. A sociedade ganha.

Espero que em 2012 eu não precise apontar nada. Que todos tenham consciência de seus atos, e que a prudência faça parte de cada passo dado. Sei que é uma utopia, mas apontar é um trabalho que cansa, pois parece ser muito repetitivo. Corrupção daqui, morosidade dali, imoralidade acolá. Obra bem feita daqui, boa ação ali. Mas, peraí: apontar também não seria uma crença?