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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Para onde irão chorar as viúvas e viúvos?

LHS deixou centenas de viúvas e viúvos políticos
(foto Salmo Duarte/Ag. RBS)
POR SALVADOR NETO


Neste final de semana, uma semana após a morte do senador Luiz Henrique da Silveira – o quase imortal político que a tudo controlava na política catarinense – poderemos ter uma análise melhor do novo quadro que se anuncia. É só dar uma verificada nas três missas de sétimo dia agendadas para Joinville e Florianópolis. Para além do valor humano, da perda que é dura aos familiares, ao qual respeito, há que se verificar para onde irão as viúvas e viúvos do poderoso LHS agora que ele foi a outro plano.


Imaginemos, pois, para onde irão as viúvas penduradas, digo, aninhadas no impoluto senado federal? No velório as falas eram muitas, e as fontes muito próximas garantiam: só por lá seriam entre 60 e 65 que prestavam seus serviços aqui, lá e acolá. Talvez migrem, com o coração peemedebista partido, para o colo tucano do senador que assume a vaga, Dalírio Beber. Talvez. Ou então para outro bicudo, Paulo Bauer? Mas vejam, esses galhos tucanos já estão prá lá de lotados. Imagino o choro por um pedacinho do graveto.

Viúvas e viúvos aboletados em cargos do governo de SC? Não são poucos! Eles e elas estão por toda Santa Catarina, ou nas cabideiras SDRs – que estão na mira do governador Colombo – ou em cargos nas autarquias, secretarias, empresas, conselhos e outros ramos da mãe estado. Qual dos líderes políticos vai oferecer guarida a tantos “assessores”? Colombo? Mauro Mariani? Eduardo Moreira? Dário Berger? Fico a imaginar quanto faturam neste momento as fotocopiadoras por este estado afora! Dá-lhe currículos!

LHS foi um paizão. Na imensa rede onde descansam, ou descansavam, vários “assessores”, há de tudo. Desde grandes letrados (?) que ocupavam, e ocupam, cargos estratégicos para que seus projetos tenham caminho aberto, até seguradores de mala, motoristas, mantenedores de currais eleitorais, tocadores (?) de obras, e claro apaniguados de muitos deputados estaduais e federais dos mais diversos, todos certamente empenhados em dar o melhor para a gente catarinense.

Ah, sim! Viúvos e viúvas do empresariado que tanto tinham apreço por LHS, para onde correrão neste momento difícil? Dá para imaginar? Voltarão ao projeto Bornhausen? Amin? Ou já miram para os filhotes de Colombo como Gelson Merísio, Antônio Gavazzoni, João Rodrigues? LHS, LHS, porque nos abandonaste, era a cantilena ouvida pelos cantos do Centreventos Cau Hansen durante as exéquias ao grande líder. Se apurarmos os ouvidos, sons chegam da Fiesc e associações empresariais de muitas cidades. Mas estes, bom, estas viúvas tem muitos pretendentes sempre.

O que dizer dos partidos nanicos, cujos líderes viúvos ficaram tão sentidos a ponto de brigar para segurar na alça do caixão do senador falecido à saída para o féretro que levaria o grande líder em um caminhão de bombeiros para sua última morada. Não é invenção não, meninos e meninas, eu vi! E o seu PMDB, o maior viúvo do talento de LHS para manter o poder, que será deste? A argamassa que conseguia unir tantos desunidos se foi. As pequenas repúblicas internas se desprenderão rumo a outros pretendentes?

Em Joinville, onde o senador mandava há décadas no seu partido e em outros tantos, o engalfinhamento tende a ser magnífico. Senão uma luta fratricida, talvez traições inimagináveis tempos atrás. O atual prefeito Udo Döhler, que só é o alcaide pelas mãos de LHS, vai colocar seu poder para tomar de assalto a legenda? Ou então aproveitará a deixa para voltar à redutos mais adequados ao seu modo de ser, tipo PSD, DEM, PR, etc? O que farão os deputados Dalmo Claro, Mauro Mariani? Os vereadores Rodrigo Fachini, João Carlos, Mauricinho e Claudio Aragão? Essa reunião de viúvas de LHS será difícil de unir.

Mas se o espólio político de Luiz Henrique deixou muitas viúvas e viúvos a chorar, embaralhando o cenário estadual, por outro lado atiçou ainda mais o desejo do PSD de controlar o cetro deixado pelo senador. Com o comando do governo estadual, e sabendo manejar o poder como poucos, os pessedistas devem acelerar a máquina contra o PMDB, de olho já em 2016 e 2018.


Se quem mais enviuvou foi o PMDB, a choradeira pode aumentar e muito mais. Porque viúvas e viúvos também traem a memória e o legado deixado. É esperar e conferir para onde correrão as lágrimas de tantas viúvas e viúvos mal acostumados com os benefícios do poder.



quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Meu partido é Joinville


POR JORDI CASTAN

Permito-me usurpar a frase posta em pauta pelo saudoso prefeito Wittich Freitag, com o título deste texto. Com a proximidade do ano eleitoral, aumenta o número de vozes que insistem em propor que seria melhor para mim. Em lugar de me dedicar a escrever, que me dedicasse, com a mesma paixão e intensidade, à vida político-partidária. Inclusive Maria Elisa Maximo, ex-integrante do blog, se somou ao coro.

Agradeço pelos conselhos, especialmente a proposta de me filiar a alguma sigla e participar da vida partidária com uma militância ativa. Não preciso nem de um átimo para assegurar que a relação que, desde outubro de 2007, mantenho com os leitores que seguem de forma regular os meus textos, me leva a acreditar que o mais sincero é manter uma posição de independência.

Não ser militante de qualquer partido permite continuar mantendo um olhar crítico sobre a cidade que escolhi. E também não perder a perspectiva e a equidistância que a militância partidária parece subtrair nos ocupantes de cargos públicos depois que são empossados. Seria inaceitável ter que olhar para o outro lado quando as coisas são feitas com torpeza, incompetência ou, o que é pior, quando contrariam os interesses da sociedade a que se deve servir.

Mantive esta isenção desde o momento em que comecei a escrever e mantenho o mesmo olhar e a mesma perspectiva sobre Joinville, seu governo e seus cidadãos, que são os meus vizinhos desde outros governos. Mudou o governo e as trapalhadas e desatinos continuam os mesmos. Em alguns casos são ainda piores, mesmo que possa parecer impossível. É por isto que os textos continuam críticos, pouco elogiosos e independentes. Independência que perderia no mesmo instante em que assinasse a ficha de algum partido político.

Independência que os leitores reconhecem e respeitam. Independência esta que me proporciona admiradores fieis e detratores ferozes, afortunadamente não na mesma proporção.

Agradeço pelos conselhos e, por respeito aos meus leitores fieis, os desconsiderarei. Entendo que eles poderiam sentir-se traídos se tomasse um caminho diferente da defesa dos meus princípios e convicções. Os meus detratores desejariam que lhes fizesse caso e aceitasse a opção da militância partidária, para poderem dizer, como já o fizeram, que os meus textos e posições tem como único objetivo a busca do poder, e conseguir algum cargo público. Uma falácia deslavada, que só pode surgir de quem não me conhece. Ou, pior, dos que acham que sou como eles, capazes de qualquer coisa para aceder ao poder efêmero que representa um cargo público.