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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Começou a corrida à Prefeitura. E é mais do mesmo...


POR JORDI CASTAN


Deu a partida para a campanha eleitoral. São poucos dias, muitos menos recursos que nas campanhas anteriores e uma corrida desigual que beneficia os candidatos que concorrem à reeleição. No caso de Joinville ,os primeiros números divulgados pela pesquisa IBOPE trazem poucas novidades. Mas a campanha está se mostrando surpreendente.

UDO DOHLER - Candidato a reeleição depois de quatro anos administrando Joinville, traz poucas novidades a insistência na honestidade como diferencial e o fato de acordar cedo. Muitos eleitores não entenderam ainda se é um problema de insônia ou se acredita mesmo que Deus ajuda a quem cedo madruga. Sobre os seus dotes de gestor e administrador até agora só um ominoso silêncio. Faz bem o seu marqueteiro em esquecer desse bordão da campanha de 2012, dificilmente o eleitor acreditaria de novo na patranha dos seus dotes de administrador.

DARCI DE MATOS - Empatado tecnicamente, dentro da chamada margem de erro, o deputado estadual Darci de Matos aparece em segundo lugar. É um segredo a vozes que o projeto de governar a maior cidade de Santa Catarina não é um sonho novo. Há muitas dúvidas sobre como o eleitor receberá a imagem de bom moço. O bom mocismo acompanha o discurso do candidato desde o inicio da sua carreira política. Darci é um dos maiores exemplos de como a política é generosa. Como em pouco tempo é possível deixar atrás a infância dura em Cafelândia e gozar de uma vida confortável e economicamente estável.

MARCO TEBALDI - O terceiro nas pesquisas e também empatado tecnicamente é o ex-prefeito Marco Tebaldi, que já mostrou qual é o seu modelo de administração. Os joinvilenses podem até ficar em dúvida sobre se o "fazer a todo custo" é a melhor forma de levar Joinville adiante e se é este o perfil ideal para o momento peculiar que vive a cidade. Mas não há duvidas: praticamente um quarto da população que já definiu seu voto acredita ser a melhor alternativa para sair do marasmo em que as últimas gestões têm mergulhado Joinville.

CARLITO MERSS - Em quarto lugar outro ex-prefeito. É Carlito Merss, que navega contra a rejeição e ensaia a sua volta à vida política, para evitar ser esquecido pelo eleitor. Não é nenhum segredo que o ex-prefeito não está participando desta corrida, ou seja, está lutando a sua própria batalha para sobreviver politicamente. Seu projeto político não passa mais pela prefeitura e sim por tentar a volta ao Legislativo. Esta só medindo o tamanho do capital político que sobrou depois do debacle.

DR. XUXO - No mesmo pelotão esta o Dr. Xuxo. A sua candidatura sentiu já na largada a força que podem ter as redes sociais. Se espalhou, de forma viral, um texto que continha acusações gravíssimas sobre o candidato. E que mostraram como esta eleição poderá ser vencida ou perdida nas redes sociais. Se sua candidatura crescerá ou se manterá no mesmo patamar será o que mostrarão os próximos dias.

RODRIGO BRONHOLDT - O candidato Rodrigo Bornholdt é o menos conhecido dos que disputam este grupo. Em princípio é o que tem maiores possibilidades de crescer se consegue projetar a imagem de que pode fazer diferente. O eleitor se mostra cansado de mais do mesmo e se na eleição passado escolheu aquele que achou o menos ruim, nesta pode preferir aquele que fará diferente em resposta ao mais do mesmo.

IVAN ROCHA - No último corpo está Ivan Rocha, um outsider que dificilmente será visto pelo eleitor como uma alternativa real, mas que tem a liberdade para poder oferecer propostas de governo completamente novas e fora do espectro habitual do eleitor.

Os outros candidatos listados na pesquisa tem ínfimas ou nulas possibilidades de chegar a um dígito no dia 2 de outubro.

Joinville tem pela frente uma corrida que apresenta poucas surpresas e a cidade precisa ser surpreendida para mudar, porque mais do mesmo já sabemos onde vai nos levar. 

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Udo Dohler está a ficar sozinho


POR JORDI CASTAN

À medida em que se aproxima a data das convenções, os partidos começam a definir melhor as composições e as alianças. O quadro fica menos nebuloso, mas ainda está conturbado e imprevisível. Não é surpresa para ninguém que o quesito articulação política não é o ponto forte do atual prefeito. E poderá custar muito caro esta falta de intimidade com o tema. Sem poder contar com a experiência e habilidade do senador Luiz Henrique, há poucas alternativas. E deixar a articulação política nas mãos não do atual prefeito parece a melhor delas.

A experiência acumulada nas eleições da ACIJ ou do Sindicato da Indústria Têxtil não servem como referência. Entre as velhas raposas da política o prefeito segue sendo visto como um aprendiz de feiticeiro. Não tem a habilidade, o conhecimento e obviamente carece da capacidade para a tarefa. Não bastasse isso, a sua gestão tem pouco ou quase nada para mostrar. Os aliados de ontem tentam não ver os seus nomes e suas imagens vinculados ao projeto da sua reeleição.

O cenário ficou definitivamente bem mais complexo. Primeiro pelo número de candidatos - caso se confirmem os nomes de todos os pré-candidatos - é praticamente impossível que a eleição possa se definir no primeiro turno. É uma eleição completamente imprevisível. Não há um claro favoritismo do atual prefeito e ter a maquina pública nas mãos não parece tão significativo como já foi no passado. O apoio inquestionável da imprensa local não está conseguindo impedir a influência das redes sociais.

O eleitor tem hoje mais acesso a outras fontes de informação e,  sem esquecer o enorme poder do jornal impresso, da rádio e da televisão, não há como ignorar o desgaste que o prefeito e sua gestão vêm sofrendo pela inoperância do seu governo, pelos problemas não resolvidos e pelas expectativas levantadas durante a campanha. Tudo junto é uma bomba prestes a explodir.

O prefeito tem conseguido convencer o PROS e o PC do B para incorporar-se ao seu projeto eleitoral. Não faltam cargos e secretarias para oferecer em troca deste apoio. Mas não parecem ser suficientemente atrativos para convencer outros partidos. No mais puro estilo toma-lá-da-cá, o prefeito e o seu partido seguem à risca as lições aprendidas na velha política. Repito, velha. Não deixa de ser surpreendente ver o PC do B aliado de Udo Dohler, mas na política brasileira tudo é possível e nada deve surpreender.

Confesso que o dia que ache o primeiro cartaz de campanha em que a foice e o martelo apareçam junto a imagem do prefeito vou fotografar e arquivar para incluir numa futura seção do Chuva Ácida de “acredite se quiser”. Minha imaginação não chega ao ponto de poder antecipar os comentários dos seus pares na ACIJ. Há opiniões desencontradas sobre o peso e os votos que os dois partidos acrescentam a sua candidatura.

A primeira surpresa, ou nem tanto, foi a aliança anunciada entre o PSB de Patricio Destro e o PSD de Darci de Matos. Sem dúvida, um duro golpe para o prefeito que contava com o apoio do seu vice. Muitos eleitores estranharão que o vice-prefeito tenha optado apoiar outro candidato e não acompanhar o projeto de Udo Dohler. Há varias leituras e nenhuma boa para o prefeito e seu projeto. As alternativas vão se reduzindo e construir alianças requer habilidades que não todos tem.


Em breve próximos capítulos desta emocionante história. 



segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Eleição é confusão: a campanha chega à alcova


POR JORDI CASTAN



Como vai ser o comportamento do eleitor nas próximas eleições municipais? Como as famílias vão votar? As opiniões vão se dividir? Hoje proponho um exercício de imaginação e recorro a três casais fictícios (mas que certamente existem na realidade do nosso cotidiano): Hans e Norma, Mário e Marina e, finalmente, Laila e Karina. 

HANS E NORMA - Quem poderia imaginar que depois de 15 anos felizmente casados, a relação poderia estar ameaçada pela politica? O caso de Hans e Norma Schmidt não é um caso isolado. Soma-se ao de muitos outros casais que depois de anos de relação descobrem que convivem com um estranho. O caso do casal Schmidt é emblemático. Na eleição passada ambos votaram em Udo Dohler, convencidos pelo discurso em prol da saúde, a imagem de gestor bem sucedido e a sua ascendência germânica.

Os dois chegaram inclusive a fazer campanha. Hans colocou um adesivo com o número 15 no carro, Norma levou o tema ao seu krentze. Hoje o nome do Udo é motivo de discórdia entre o casal. Se o prefeito aparece na televisão, Hans lança uma série de impropérios. Se o carro da família cai num buraco os palavrões logo aparecem.

Norma está decepcionada e acha que foi iludida. Não fará campanha de novo, prefere calar, em parte por vergonha, em parte por falta de argumentos para defender a gestão do seu candidato. Acredita que os outros candidatos não são melhores e que Hans está exagerando nas críticas. A decepção é tão grande que o casal elaborou um decálogo para que o seu matrimônio passe sem crises pela próxima campanha. A política está proibida no quarto do casal. O nome Udo Dohler está vetado no domicilio (são aceitáveis o apelidos “Alencar” ou “onkel”).

MÁRIO E MARINA - O casal Mário e Marina da Silva vive uma situação semelhante. Enquanto ele é tucano e votou no PSDB na última eleição, Marina votou em Udo. Agora a mulher acredita que Darci possa ser a melhor solução para Joinville. Só a citação do nome do deputado estadual faz Mário ter crises de taquicardia e subidas de pressão. 


Mário não consegue acreditar que, depois de 24 anos de feliz casamento, descubra que sua mulher possa votar no Darci.  Se sente casado com uma estranha. E sempre lembra que aceitou o voto dela em Udo na eleição passada. Aliás, no quadro do segundo turno, ele próprio acreditou que era a melhor alternativa e até usou a expressão “mal menor”. Hoje acha que esta expressão hoje teria uma carga irônica perversa.

Mário da Silva tem tentado, sem êxito, demover a Marina da intenção de votar em Darci e busca com afinco argumentos para convencê-la a votar de novo em Udo. Algo que ela se resiste a fazer. Alega que é de néscios permanecer no erro. A preocupação do casal é que, na medida em que se aproximem as eleições, o clima seja mais tenso na relação. Mais tensão é menos sexo, pensam.

LAILA E KARINA - Uma situação curiosa é a do casal Laila e Karina. Na eleição passada votaram no candidato do PSOL no primeiro turno. No segundo, preocupadas pelo discurso teocrático, decidiram votar no candidato do PMDB, acreditando nas promessas de campanha e no discurso da sua capacidade administrativa. Hoje não sabem em quem votar.

No primeiro turno o voto será, de novo, no PSOL, um voto ideológico e de afirmação, mesmo sabendo que o seu candidato não estará no segundo turno. A preocupação é o voto do segundo turno. Sabem que nenhum dos pré-candidatos tem propostas concretas para valorizar a diversidade. Karina até ensaiou defender o voto no atual prefeito, a sua iniciativa não durou meia hora, o tempo que precisou a Laila para relacionar a lista de promessas não cumpridas pelo gestor municipal. Ela tinha fôlego e argumentos para muito mais tempo, mas não precisou. A tacada final foi quando ficou sabendo que nenhuma associação que defende a diversidade recebeu alguma parcela do salário do prefeito.

Enfim, a atual gestão está perdendo os votos dos eleitores que votaram na eleição passada, não está ganhando votos novos e ainda lança dúvidas nas relações de muitas famílias joinvilenses. A política chegou à alcova e o resultado não é nada bom.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Nos fios da teia #5












POR SALVADOR NETO


Ano novo, novos momentos? Não, não... Vem aí a guerra eleitoral, e não faltará munição para todos os lados. Vamos a mais fios da teia:

E a saúde, óoo – Hospital com 74 pacientes internados acima da capacidade de apenas 27 leitos no pronto socorro e aproximadamente mais 20 encontravam-se em observação. Além disso, o ar-condicionado do posto de enfermagem e o da sala de emergência de apoio estavam estragados e apenas um banheiro estava em condições de ser utilizado pelos pacientes. Aonde está acontecendo isso? Em Joinville, na gestão do homem da saúde, o prefeito Udo Döhler.

E a saúde, óoo 2 – A gestão do PMDB na Prefeitura de Joinville não gosta que toquem neste assunto incomodo, mas não dá para esquecer. Udo foi eleito com base na experiência como gestor (??), um entendido em saúde por estar a frente de um hospital há 40 anos, e por repetir exaustivamente em 2012: “Não falta dinheiro, falta gestão”. Além do caos no querido Hospital São José, tocado obstinadamente por servidores dedicados, continuam a faltar remédios básicos nos postos de saúde. Literalmente uma vergonha.

Buracos e Z(y)icas – A invasão de buracos nas ruas da maior cidade catarinense já virou até piada nos bairros e em redes sociais. Enquanto a Prefeitura de Udo Döhler diz que luta contra a proliferação do mosquito Aedes Aegypti que passa o Zyca Virus, dengue e outras doenças graves para a população, o povão que sofre com a buraqueira já disse que a casa dos mosquitos agora está também nos buracos  das ruas, onde a água parada é o habitat preferido do mosquito. Isso sem deixar de lembrar da matagueira em praças, ruas e terrenos. Aliás, os buracos já fizeram vítimas fatais com queda das “zicas”, como o joinvilense chama as bicicletas.

Um “Rey” na Câmara – Sucupira é aqui. Não bastasse a pífia gestão municipal, ou seja, do executivo, a gestão no legislativo também não deixa por menos. Depois das catracas milionárias, reformas no prédio com acusações de favorecimentos, iniciamos o ano de 2016 com a estrondosa visita de Doctor Rey, um cirurgião plástico que ganha a vida como apresentador fashion. Os nobres vereadores, parte deles claro, dedicaram seu tempo para recebe-lo e tieta-lo, claro. As fotos viraram chacota, e geraram revolta. O povo não os ve fiscalizando o abandono da cidade, mas pra fotinho com Doctor Rey... E viva Joinville!

Eleições – O eleitor imagina que a eleição só começa em setembro, outubro. Mas não. Os bastidores para as eleições municipais em Joinville fervem. Os prefeituráveis até o momento são: Udo Döhler (PMDB), que busca ser reeleito, Dr. Xuxo (PP), Darci de Matos (PSD), Carlito Merss (PT), Marco Tebaldi (PSDB) que será obrigado a ir após a desistência de Ivandro de Souza, Rodrigo Bornholdt (PDT) e Ivan Rocha (PSOL). Sete postulantes que correm sofregamente atrás de partidos menores, e candidatos a vereadores, para fechar coligações. Pelo andar da carruagem serão todos contra Udo.

Eleições 2  – Outra corrida nos bastidores é por vices ideais. Rumores dão conta de troca-troca de partidos para que alianças sejam fechadas entre os partidos. Tudo para a busca de tempo de tv, e claro, vices mais simpáticos e populares em alguns casos. Como há tempo até o final de março para filiações partidárias e trocas de partidos, o sururu é grande em partidos como o PDT, PPS, PSD, PP, PTB, DEM, menos no PT. Lá o desgaste vindo do massacre midiático vindo pela operação Lava Jato dificulta até formação de chapa para vereadores, que dirá para vice.

Brasília em tensão – A volta das atividades no Congresso Nacional marca uma retomada da temperatura política, arrefecida com o recesso das festas de final de ano. Dilma trocou o ministro da Fazenda, conforme adiantado aqui na última coluna “Nos fios da teia #4) para dar um novo ritmo e motivação à economia. Até agora nada andou. A espetacularização da operação Lava Jato indica que a guerra entre oposição/mídia e governo não vai reduzir, o que faz muito mal ao país. 

Brasília em tensão 2 - E na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha manobra para não perder a cabeça, tentando articular para que o PMDB vote pela abertura do impeachment. E Temer? Bom, Temer tenta salvar seu poder a frente do PMDB, ameaçado por Renan Calheiros, presidente do Senado. Temer percorre o país pedindo votos dos seus deputados federais e senadores. Aliás, esteve em Santa Catarina ontem (28) ao lado de Mauro Mariani, presidente do PMDB e seu aliado no PMDB. Briga de cachorro grande. Enquanto isso quem sofre é o trabalhador.


É assim, os fios da teia nas teias do poder...

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O problema de Udo Dohler é a rejeição

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Quem está melhor posicionado, neste momento, para ser o próximo prefeito de Joinville? Os trackings (monitoramento das tendências de voto) não param e os políticos sabem, mês a mês, a posição que ocupam na corrida à Prefeitura. Os números não podem ser publicados, mas há coisas tão evidentes que dispensam as sondagens. Então, vamos lá...

Não há segredo quanto aos putativos candidatos à Prefeitura de Joinville. Há quatro nomes no bloco da frente: o atual prefeito Udo Dohler, o deputado estadual Darci de Matos, o ex-prefeito Carlito Merss e um inesperado José Aluísio Vieira, o Dr. Xuxo, que vem correndo por fora. Há também o tucano Ivandro Souza, cuja candidatura insiste em não decolar e, por enquanto, o deixa a jogar num outro campeonato.

Apesar de já haver gente em campanha, o quadro da disputa sucessória não está definido. E é natural, portanto, que neste momento a preferência dos eleitores esteja pulverizada. No entanto, o grande abacaxi parece estar nas mãos de Udo Dohler, que tem índices de rejeição muito elevados. E não é preciso olhar para as sondagens para fazer essa constatação. Um olhar para as críticas nas redes sociais, por exemplo, permite ver que o prefeito tem um problemão em mãos.

A rejeição é um fator tão poderoso quanto a intenção de voto. Ou seja, enquanto os outros candidatos vão lutar por votos, Udo terá que vencer a frustração dos cidadãos com a sua administração. Eis o nó górdio. O atual prefeito chegou ao poder com um discurso “anti-política” e “pró-gestão”, mas acabou com uma imagem mais parecida com um político (da velha política) do que com um gestor.

É possível diminuir a rejeição? Claro que sim. Mas Udo Dohler não tem muito tempo. Num plano macro, vai precisar de pesquisas que ouçam segmentos qualificados da sociedade, para identificar o caminho para mudar a percepção dos eleitores. Num plano mais térreo vai precisar de ação, imaginação e obras. É difícil. E não pode esquecer que o diabo está nos detalhes. Exemplo? Ora, cada buraco nas ruas é uma armadilha contra a sua candidatura.


Udo Dohler conseguirá reverter esse quadro? Talvez. Se recorrer à lógica da velha política (aquela de investir vultosos recursos financeiro) poderá aumentar as suas chances, porque, afinal, isso ainda tem muito peso. Mas os tempos são outros e mesmo assim não há garantias. O mundo evoluiu. É preciso também saber usar técnicas de comunicação, conhecimento de marketing político e, claro, imaginação. É aqui que a porca torce o rabo.

É a dança da chuva.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Por onde andam, o que fizeram os nossos deputados estaduais? Você sabe?

POR SALVADOR NETO






"Deputados estaduais eleitos por Joinville respondem como vão representar a cidade - Saiba como Darci de Matos, Kennedy Nunes e Patrício Destro vão se posicionar sobre prioridades na cidade”. Esse era o título da matéria do jornal A Notícia no dia 7/102014 (clique e leiaaqui os posicionamentos). Dalmo Claro de Oliveira (PMDB) assumiu o cargo após engenharia política do governador Raimundo Colombo (PSD) para recolocar peemedebistas na Assembleia Legislativa. Ele era o quarto suplente, e quando assumiu também se comprometeu com sua base eleitoral (assista aqui). Esses são hoje os deputados estaduais que deveriam estar trabalhando por você, eleitor da maior cidade de Santa Catarina. Você sabe o que eles estão fazendo por sua cidade até aqui?

Você os vê, por exemplo, batendo na mesa do governador Colombo para exigir que as obras do Estado em Joinville, como a famosa duplicação da avenida Santos Dumont, o elevado na mesma duplicada (só que não) avenida no cruzamento com a rua Tuiuti, o asfaltamento da estrada Rio do Morro na zona sul, a elevação e melhorias da rua Minas Gerais na zona leste,  aberturas das avenidas Max Colin e Almirante Jaceguay, e a grana preta prometida para pavimentação das ruas nos bairros e saúde (??), mais policiais militares e civis, entre outras obras e promessas que não acontecem nunca? Não. Publicamente então, jamais.

Escolas também esperam ação, grito, cobrança dos deputados
Você os vê reunindo a sociedade civil para organizar – de fato, não de mentirinha – para cobrar do governo estadual o que a cidade merece? Não. Os vê nas entidades sociais trazendo muitos recursos para a manutenção das mesmas, e também para obras importantes para a continuidade de atendimentos especiais como os deficientes físicos, visuais, intelectuais, downs, e tantas outras?

Diga assim, de primeira, qual o projeto de lei importante, relevante que Darci de Matos (PSD), Kennedy Nunes (PSD), Patricio Destro (PSB) e Dalmo Claro (PMDB) apresentaram, defendem ou aprovaram. Difícil não é mesmo?

Mas o que fazem os nobres deputados aparecerem? Ou é alguma eleição próxima (2016 está na porta), ou são as entidades da classe empresarial, ou a farra dos gastos com diárias, com viagens importantíssimas para a Europa, China, EUA que ninguém sabe qual benefício trouxe para Santa Catarina, e muito menos para Joinville, e também a mais recente farra descoberta com a alimentação dos nobres deputados catarinenses, entre os quais os nossos também se encontram utilizando o nosso dinheirinho suado, sofrido, que é recolhido regiamente aos cofres públicos, no caso, do estado.

Dizia o falecido senador, ex-governador Luiz Henrique da Silveira (criador de todos estes que aí estão), quando prefeito de Joinville, que a cidade era “a quinta roda da carroça”. Por isso precisaríamos eleger o governador – no caso ele, que foi eleito e reeleito – e muitos deputados.

A primeira parte conseguimos, a bancada grande não, e pior, sempre pouco efetiva nas conquistas e brigas pela cidade. Hoje, continuamos a ser a quinta roda da mesma carroça (talvez a sexta...), só que agora sob as rédeas do lageano Raimundo Colombo e sua turma. Entre os quais os nossos “representantes” Darci de Matos, Kennedy Nunes, Patricio Destro e Dalmo Claro.

Como do meu artigo anterior na sexta-feira passada no Chuva Ácida (leia aqui) quando lancei a ideia de não reeleger nenhum dos atuais vereadores na Câmara de Vereadores de Joinville para realizarmos a reforma política popular, que tal iniciarmos a fiscalizar e cobrar os nobres deputados estaduais que vivem à sombra, olhando de longe os graves problemas da cidade que os elegeu, sem esboçar indignação, força e cobrança ao Governo? Já chegaram à metade do mandato, e o que produziram? Pergunte a eles! Cobre, mande seu email, mandem em massa, mobilizem-se! Cidadania é isso.

Aqui seguem os links de suas páginas na Assembleia Legislativa de SC para sua pesquisa, e também os emails dos nobres. Faça a sua parte. Leia no início deste artigo, no link, o que eles disseram que fariam. Analisem. Eu faço a minha cobrando aqui publicamente mais ação efetiva, trabalho, conquistas de obras e recursos para a cidade que está virando um grande chão de fábrica, falido. Anotem e cobrem, encham as caixas deles, liguem:




Patricio Destro – email: não disponível no site da Alesc, pois o mesmo está licenciado...

Fiscalize, cobre, coloque a lista na porta da geladeira, exerça o seu poder.

É assim, nas teias do poder...

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Nos fios da teia #1


POR SALVADOR NETO

Inovar sempre é bom. Com Nos Fios da Teia, notas curtas sobre temas variados, da província, do planalto, de além mar, tecerei comentários e informarei os assíduos e permanentes leitores do Chuva Ácida. Vamos lá?

Caso Lia Abreu – O texto da semana passada sobre a perseguição política à fiscal sanitarista (clique aqui) chegou a mais de 5 mil visualizações únicas, mais de 300 compartilhamentos, superando mil leituras únicas somente no site, uma audiência que assusta a turma do outro lado do rio. Quem não deve, não deveria temer. Final do caso está próximo. E vai sobrar para muita gente, do maior ao menor...

Fakes – Chega até a refinada redação que há gente fiscalizando de perto alguns perfis “fakes” que andam rondando, ofendendo e intimidando quem critica o governo da “Villa”. Os dados de IPs, nomes e outras cositas más podem chegar em setor que ainda trabalha no governo Udo. Esperemos.

Colombo x PMDB – O governador que mais anuncia obras na mesma proporção que não as inicia, nem finaliza, está mais uma vez colocando o PMDB do finado LHS no bolso. Na base dos convênios, enreda (ou seria enteia) o prefeito Udo, que espera a grana, a obra, e nada. Enquanto isso, Darci de Matos articula.

Darci de Matos – Meio como quem não quer nada, nos escaninhos do poder, o deputado estadual do PSD vai tecendo sua campanha à Prefeitura. Motiva outros candidatos a se lançarem, acena a lideranças comunitárias com possíveis espaços a partir de 2017 na Prefeitura, e não briga com ninguém. Resta saber se aguentará a pressão na hora do pau comer na campanha.

Mariani Governador? – Após longos anos brigando nas internas do PMDB, o deputado federal parece que finalmente conseguiu quebrar a pedra que o impedia de seguir em frente na sua obstinada vontade de ser governador. Só que falta combinar mais coisas com Eduardo Moreira, Dário Berger, Paulo Afonso e outros. Muita água passará por baixo das pontes da Ilha. Inclusive uma água do oeste chamada Merísio.

Amin de novo? – O ex-governador, deputado federal pelo famoso PP, estourou as urnas em 2014 e volta com força total rumo ao governo de SC. Articula candidaturas por todo o estado, inclusive em Joinville que agora não tem mais a força de LHS, e terá apoio velado, ou aberto, tanto de PSD, PSDB e outros que cansaram de arrumar a casa para outros morarem. Ano que vem vai mostrar se o carecone vem prá valer. Virá.

PMDB tucanou – Enquanto aumenta a ocupação de cargos poderosos na esplanada em Brasília, o partido que está sempre no poder (tal qual foi o PFL/DEM) faz jogo de cena em cada estado. Uns gritam que não aceitam negociação de cargos, outros que querem a governabilidade. E assim passam por grandes estadistas. Na verdade, tem sempre é muita sede de poder. Com o PT ou quem estiver no Palácio do Planalto. Tomaram o lugar dos bicudos em cima do muro.

Colocaram a cunha no Cunha – Eduardo Cunha (PMDB), o incansável achacador do governo Dilma, do PMDB, do Temer e de quem quer que esteja na sua frente na corrida por mais poder, pensou que seria Presidente. Mas colocaram uma cunha – logo pode ser uma tornozeleira eletrônica – com as contas na Suiça, denuncia por corrução no STF. Em breve teremos novo presidente na Câmara dos Deputados.

Dilma e o golpe – Quem conhece um mínimo de política, acompanha o setor historicamente, sabe que o que está em jogo não é se a Dilma roubou ou não. A oposição quer voltar ao poder na marra, e com ajuda da grande mídia, não cansa de criar fatos com seus “soldados” bem instalados em TCUs, STJs, STFs, TSEs, ao longo de muito tempo no poder. O que se quer é dar um golpe branco. Quem viveu o período da ditadura militar sabe que a volta de tempos parecidos que sejam, seria um desastre para o país. Engana-se quem acha que os movimentos sociais ficarão em casa. Podemos viver tempos difíceis.

Prefeito por um dia – Joinville tem coisas que a colocam como cenário da novela de Dias Gomes, o Bem Amado. Agora, por ocasião das férias do prefeito Udo Döhler, a grande negociação pelo bem da cidade e que deve impactar deveras o futuro dos cidadãos, é quem vai ser prefeito por cinco, sete, dez ou 15 dias: Rodrigo Coelho ou Rodrigo Fachini. Os Rodrigos estão decidindo como farão para sentar naquela cadeira... e a caneta, será que fica na mesa? Joinville, Joinville... você merece mais. Muito mais.

É assim, os fios da teia nas teias do poder...

sexta-feira, 24 de julho de 2015

E a saúde, óooo - Parte 2

POR SALVADOR NETO

Tenho que voltar ao tema saúde, mesmo a contragosto dos áulicos dos poderes municipal e estadual colocados à espreita de redes sociais.

Uns pendurados em cargos comissionados, outros possivelmente irrigados com dinheiro público para perseguir, intimidar, difamar, falar mal, ofender, mas jamais esclarecer os graves equívocos das gestões de Udo Döhler e Raimundo Colombo.

Um do PMDB, outro do PSD. Parecem diferentes, mas são quase gêmeos siameses. Vocês entenderão logo mais a frente. Para relembrar meu artigo parte 1 sobre a saúde em Joinville, basta clicar aqui.
O tema foi posto à mesa do conselho de secretarias de saúde municipais para ser aprovado ainda nesta semana. Mais um ataque à já combalida saúde da maior cidade catarinense. Tudo pela ótica privatista, sem sequer pensar no cidadão, sim, o cidadão que é atropelado, sofre mal súbito e precisa da urgência do Samu.


Esse mesmo governo Colombo, apoiadíssimo a todo instante pelo governo Udo, é o mesmo que prometeu a duplicação da avenida Santos Dumont, da Dona Francisca, e agora a do Eixo Industrial. Quimeras, apenas quimeras, fomentadas pelos meios de comunicação irrigados pelos cofres públicos, e tão dependentes que “esquecem” do papel que lhes cabe: informar, desnudar, denunciar, serem os olhos e ouvidos do povo.


Isso tudo é o jeito Udo de governo, o jeito PMDB de gestão que foi “prometido” em 2012. Não é por menos que a greve dos servidores do São José segue já para a terceira semana, com possibilidades de paralisações em outras unidades da saúde. Recebo informações neste sentido, em que pese o forte assédio moral existente para intimidar quem ouse reclamar. Os servidores sentem-se amarrados com o autoritarismo existente.


E a imprensa, bom, a nossa imprensa segue com os dinossauros que já vem lá das décadas de 1980/90 no compadrio que conserva a cidade no marasmo. Não mexe mais que o necessário para garantir o “interesse” do governante de plantão para a publicidade ($) necessária.


Um dá para fazer, outro que não falta dinheiro, falta gestão, e por aí vai, faltando tudo para quem mais precisa: o povão. A dupla UdoColombo, ColombUdo, como quiserem, continua a dever muito para todos nós.


Digo que tive de voltar ao tema porque li, em nossos jornais oficiais (ops!), digo diários, que o governo Colombo, via seu magnânimo secretário de Saúde, João Paulo Kleinubing, quer “centralizar” as centrais de regulação, atendimento de emergência que você conhece via 192, lá na longínqua capital Florianópolis. O objetivo? Economia, dizem.

Hoje são apenas oito centrais destas em Santa Catarina. Com a brilhante ideia colombina, kleinubingiana e pessedista, ficaria apenas a da capital. Imaginem vocês ao ligarem para o Samu na hora da dor, da emergência, serem atendidos por operadores que mal conhecem a bela ilha? Atenção com o contribuinte, o cidadão? Nada!

Essa esculhambação na saúde por parte do governo Colombo, tem como coadjuvante o governo Udo Döhler aqui na maior do estado. Reduzir direitos dos trabalhadores do Hospital São José que estão expostos à insalubridade diariamente para “economizar”; cortar as fraldas geriátricas dos velhinhos que precisam; falta de materiais básicos de higiene, e até uniformes; falta de medicamentos básicos nas unidades de saúde; filas dos especialistas.

Aliado a tudo isso, amigos e amigas, há uma espécie de conluio velado entre os políticos, e também da imprensa local. Os deputados estaduais Darci de Matos (PSD), Kennedy Nunes (PSD) e Patrício Destro (PSB) fazem cara de paisagem para problemas seríssimos como esse. Os federais Mauro Mariani (PMDB) e Marco Tebaldi (PSDB), idem, com raras exceções do tucano que faz prosa para armar candidatura oposicionista.

Não se enganem. Vem aí mais um pleito municipal, e os atores serão quase os mesmos. O roteiro segue a risca os brados salvadores, resolverão tudo. Brigarão. Se digladiarão. E ao final veremos o quadro atual de descaso, abandono, mentiras deslavadas sobre a situação da saúde e de outros setores públicos. Porque eles jogam na “mudança” para deixar tudo como está.

Enquanto isso, a saúde... óooo. Preparem-se para 2016, porque a corrida já começou.


** E mais uma vez: como está o caso Lia Abreu? Prorrogado pela eternidade? Quando sai o resultado da sindicância, ou quando ela vai falar tudo sobre o caso? O contribuinte quer respostas.


sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Você lembra? Em 2011, Darci, Nilson e Clarikennedy usaram diárias para "visitar" Joinville

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Quatro anos passam muito rápido. Entretanto, algumas coisas que aconteceram neste período são rapidamente esquecidas, principalmente quando o assunto é política e a atuação de nossos representantes. Em 2011, nos primeiros meses do blog, publicamos documentos públicos que comprovavam o uso de diárias por deputados estaduais (neste caso Darci de Matos, Nilson Gonçalves e Clarikennedy Nunes) para "visitar" Joinville, mesmo sendo esta a cidade de residência dos parlamentares. Ou seja, uso de verba pública para estadia na cidade de residência.

Na época o assunto foi muito comentado, e o post original (que você pode ler na íntegra clicando aqui) esteve, durante muito tempo, como líder de acessos no blog Chuva Ácida.
Agora, os três tentam a reeleição para uma das 40 vagas na Assembleia. É nosso dever relembrar o caso.

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Como diria Galvão Bueno, haja coração amigo! Pode ler o título deste post novamente se quiser. É tudo procedente, bizarro, e acontece diante de nossos olhos. Graças a um leitor assíduo de nosso blog e muito atento aos bastidores políticos (ele poderia muito bem seguir a linha do jornalismo investigativo), fiquei sabendo dessa prática na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.

 Ao pesquisar as diárias que Darci de Matos, Clarikennedy Nunes e Nilson Gonçalves receberam neste ano de 2011, me surpreendi com as várias diárias para “visitas” a Joinville. Mas, tem um detalhe: é sabido e certo que eles moram em Joinville e tem aqui o domicílio eleitoral. Como classificar esta atitude? No mínimo é um mau uso do dinheiro público. E o outro detalhe: R$ 670,00 para cada diária!! Presume-se, portanto, que o deputado estadual sai de sua casa, toma café, almoça, janta e dorme num hotel de Joinville e o cidadão desembolsa esse valor todo. Não nos esqueçamos que cada um tem uma verba de gabinete gigantesca, carro com motorista, auxílios para deslocamento entre sua cidade de moradia e Florianópolis para acompanhamento das sessões, e várias outras mordomias que o título de deputado estadual impõe. E ainda tem deputado estadual que é demagogo ao ponto de defender a redução no número de vereadores.

 Os documentos oficiais da Assembleia provam tudo. Quero ver a desculpa deles agora. Não sou contra o auxílio para viagens, elas devem acontecer. Mas só para um lanche e um almoço. Ponto. Esse valor todo para uma diária é um absurdo, caro demais. E olha que nem pesquisei sobre as diárias de nossos Senadores e Deputado Federal aqui da região de Joinville.

 Abaixo seguem os prints dos documentos, e aí, cada um que tire sua conclusão. Inclusive os que acham que os integrantes do Chuva Ácida só “batem” sem fundamento e com parcialidade. E ah! Como eu gostaria de ter acesso ao obscuro mundo do Judiciário, o menos transparente dos três poderes. Quem sabe um dia, Charles... quem sabe um dia...




Observação: algumas imagens estão com link quebrado e não conseguimos recuperar. Entretanto, a consulta pelas diárias destes deputados pode ser realizada pelo seguinte link: http://transparencia.alesc.sc.gov.br/diarias.php

Observação 2: como o post foi em 2011, quando eu ainda trabalhava como comentarista político na rádio MAIS FM (103,1), as respostas de Darci de Matos e Clarikennedy Nunes foram veiculadas naquela emissora. A resposta se baseou em negativas de ambos, e creditaram o fato ao sistema da Assembleia, pois era obrigatório constar todas as cidades por onde o deputado passava. Nilson Gonçalves, à época, não se manifestou. 

Observação 3: A denúncia feita pelo blog acarretou em uma mudança no sistema de diárias. Hoje não se encontra mais a cidade de residência do deputado em qualquer relatório de diárias, e sim "região norte de SC", no caso dos deputados deste post. 

Observação 4: ao procurar pelas diárias do deputado Darci de Matos no dia de ontem, este blogueiro percebeu que todos os seus dados sumiram do sistema.

terça-feira, 25 de março de 2014

Na ALESC, Nilson Gonçalves faltou a 37% das sessões; Darci, Sandro e Clarikennedy mais de 20%

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Os deputados estaduais de Joinville e região pouco aparecem na mídia para apresentarem seus trabalhos na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), e isto é justificado se contarmos as presenças destes nas sessões ordinárias, disponibilizadas pelo portal da transparência (controlado pelo poder legislativo de SC). No levantamento feito em todas as sessões desde agosto de 2013 até a presente data, contabilizamos 81 sessões, e os deputados que representam a cidade deixam a desejar no quesito frequência.

Antes de mostrar os resultados, gostaria de ressaltar que o trabalho de um deputado estadual vai além da sessão ordinária, momento onde acontecem as votações e outras importantes deliberações. Representações em funerais, acompanhamento de exames médicos da filha, e viagens particulares entram como importantes motivos para as faltas justificadas. Somado a estas, não podemos esquecer das "agendas previamente estabelecidas", campeãs entre os motivos apresentados pelos deputados da cidade. 

A sessão ordinária é o momento mais importante (apesar de não ser o único), pois ali acontecem as votações finais, onde a população pode saber de forma direta qual o posicionamento do seu representante. Também mostra como o deputado lida com seu mandato; se segue linhas partidárias ou realmente representa os interesses do povo. Ou seja, a sessão é o momento de maior exposição do processo legislativo.

Vale ressaltar que este levantamento não leva em conta viagens em missões internacionais ou demais viagens representativas. É um puro levantamento quantitativo. E, desde já, os deputados tem canal aberto no Chuva Ácida para apresentarem possíveis respostas ou contradições aos fatos aqui apresentados.

O campeão de ausências desde agosto até março é o deputado Nilson Gonçalves (PSDB), com faltas em 37,07% das sessões. Foram 30 faltas em 81 reuniões. Este número representa quase três meses inteiros de sessões. Se de agosto a março tivemos sete meses de sessões, Nilson teve uma baixíssima participação em termos de temporalidade. 

O segundo lugar fica para Sandro Silva (PPS), apesar de contabilizarmos apenas as sessões de 2014 (Sandro não participou regularmente de sessões no segundo semestre de 2013). Sua ausência foi contabilizada em 23,8% das sessões de 2014. 

Em terceiro está Clarikennedy Nunes (PSD), que faltou à 23,45% das sessões realizadas entre agosto e março. "Clari" foi o que mais faltou devido a viagens e representações oficiais para a Bolívia, o Uruguai e a cidade de São Paulo. Se isto não for levado em conta, ele é o deputado de Joinville mais presente nas sessões.

Em último (mas não muito distante dos demais) está Darci de Matos (PSD), faltante em 21,21% das sessões. Darci, entretanto, esteve ausente entre agosto e setembro, dando lugar a um suplente. Esta porcentagem de faltas não contempla o período em que seu suplente assumiu.

É inadmissível que os deputados da região faltem tanto aos momentos obrigatórios, como uma sessão. Independente do motivo, seus salários não são afetados por curtas faltas. Não é compreensível, ainda, que deputados agendem reuniões ou outras demandas justo no dia e horário de sessões, as quais possuem agenda amplamente divulgada (e com muita antecedência). O trabalhador, eleitor, e que diariamente luta para se sustentar não tem todas estas mordomias. Se possui falta injustificada, tem desconto no salário. Se falta frequentemente, é demitido.

O deputado estadual não. E ainda tem gordas diárias para utilizar quando está fora de Florianópolis em dias de sessão. Uma bonificação pelo desalinho.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Não reeleja, acabe com o voto inútil

POR JORDI CASTAN


Numa lista de coisas inúteis, em que lugar colocaria os deputados estaduais que representam Joinville na Assembleia Legislativa? Quem acompanha a agenda dos nossos representantes no legislativo estadual não pode deixar de surpreender-se com a superficialidade dos seus compromissos. A agenda oficial transpira ativismo e a impressão é que se trata de uma agenda cheia de importantes compromissos. Mas uma primeira analise já permite concluir que há muito ativismo e pouco conteúdo.

Visitando clubes de mães, acompanhando ao fulano, visitando ao sicrano. Na formatura da turma do curso de biscoitos caseiros, no bingo beneficente da associação dos colecionadores de gafanhotos vesgos, participando como jurado no concurso de tiro ao alvo com estilingue.  Entregando o título de capital catarinense do tatu ao município de... ou visitando o Planalto Norte, atendendo no escritório em Joinville, no programa de rádio da 119,98 FM e assim por diante.

Minha proposta é bem simples. Cite uma única ação de um deputado estadual eleito por Joinville que tenha contribuído para melhorar a vida do joinvilense. Ficou difícil? É... não é fácil. A vida dos nossos deputados se converte num fim em si mesmo. O único objetivo é o de se eleger na próxima eleição. Poder continuar mamando nas tetas do poder público e montar uma estrutura de cabos eleitorais, pagos com os nossos impostos, para que transvestidos de assessores se dediquem diuturnamente a pavimentar o caminho para a próxima disputa eleitoral.

A estrutura de recursos - gabinete, computadores, veículos, diárias e funcionários - colocada à disposição para cada deputado representa uma máquina poderosa e cria uma vantagem desproporcional nas eleições. Porque deixa os outros candidatos numa situação muito mais difícil e faz com que  a reeleição dos atuais seja muito mais provável, tornando a renovação da Assembleia Legislativa uma tarefa difícil e complexa.

Se estas vantagens ainda não fossem suficientes para garantir a reeleição, os nossos deputados estaduais dedicam boa parte do seu tempo produtivo a articular, e principalmente a desarticular ou torpedear, qualquer candidatura que possa vir a representar uma ameaça para o seu futuro político.

Assim o eleitor encontra a cada quatro anos um quadro político em que os nomes que se apresentam são os mesmos sempre e os partidos não permitem que novos nomes, com real potencial, tenham possibilidades de concorrer. Trocas de partidos, alianças com inimigos históricos e todo tipo de jogo rasteiro são válidos para alcançar os objetivos de ganhar mais uma eleição e permanecer no poder por um novo quadriênio.


Para evitar a perpetuação desta corja no poder indefinidamente, uma alternativa que ganha corpo é a de não reeleger estes candidatos que estão aí. Propor uma renovação significativa da representação de Joinville em Florianópolis. Iniciemos aqui a campanha: “Ponha o seu deputado estadual a trabalhar, não o reeleja”. Fica a dúvida de quantos deles passariam num processo de seleção no setor de RH de alguma empresa local, para um cargo com um salário semelhante ao que recebem atualmente.