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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Nos fios da teia #1


POR SALVADOR NETO

Inovar sempre é bom. Com Nos Fios da Teia, notas curtas sobre temas variados, da província, do planalto, de além mar, tecerei comentários e informarei os assíduos e permanentes leitores do Chuva Ácida. Vamos lá?

Caso Lia Abreu – O texto da semana passada sobre a perseguição política à fiscal sanitarista (clique aqui) chegou a mais de 5 mil visualizações únicas, mais de 300 compartilhamentos, superando mil leituras únicas somente no site, uma audiência que assusta a turma do outro lado do rio. Quem não deve, não deveria temer. Final do caso está próximo. E vai sobrar para muita gente, do maior ao menor...

Fakes – Chega até a refinada redação que há gente fiscalizando de perto alguns perfis “fakes” que andam rondando, ofendendo e intimidando quem critica o governo da “Villa”. Os dados de IPs, nomes e outras cositas más podem chegar em setor que ainda trabalha no governo Udo. Esperemos.

Colombo x PMDB – O governador que mais anuncia obras na mesma proporção que não as inicia, nem finaliza, está mais uma vez colocando o PMDB do finado LHS no bolso. Na base dos convênios, enreda (ou seria enteia) o prefeito Udo, que espera a grana, a obra, e nada. Enquanto isso, Darci de Matos articula.

Darci de Matos – Meio como quem não quer nada, nos escaninhos do poder, o deputado estadual do PSD vai tecendo sua campanha à Prefeitura. Motiva outros candidatos a se lançarem, acena a lideranças comunitárias com possíveis espaços a partir de 2017 na Prefeitura, e não briga com ninguém. Resta saber se aguentará a pressão na hora do pau comer na campanha.

Mariani Governador? – Após longos anos brigando nas internas do PMDB, o deputado federal parece que finalmente conseguiu quebrar a pedra que o impedia de seguir em frente na sua obstinada vontade de ser governador. Só que falta combinar mais coisas com Eduardo Moreira, Dário Berger, Paulo Afonso e outros. Muita água passará por baixo das pontes da Ilha. Inclusive uma água do oeste chamada Merísio.

Amin de novo? – O ex-governador, deputado federal pelo famoso PP, estourou as urnas em 2014 e volta com força total rumo ao governo de SC. Articula candidaturas por todo o estado, inclusive em Joinville que agora não tem mais a força de LHS, e terá apoio velado, ou aberto, tanto de PSD, PSDB e outros que cansaram de arrumar a casa para outros morarem. Ano que vem vai mostrar se o carecone vem prá valer. Virá.

PMDB tucanou – Enquanto aumenta a ocupação de cargos poderosos na esplanada em Brasília, o partido que está sempre no poder (tal qual foi o PFL/DEM) faz jogo de cena em cada estado. Uns gritam que não aceitam negociação de cargos, outros que querem a governabilidade. E assim passam por grandes estadistas. Na verdade, tem sempre é muita sede de poder. Com o PT ou quem estiver no Palácio do Planalto. Tomaram o lugar dos bicudos em cima do muro.

Colocaram a cunha no Cunha – Eduardo Cunha (PMDB), o incansável achacador do governo Dilma, do PMDB, do Temer e de quem quer que esteja na sua frente na corrida por mais poder, pensou que seria Presidente. Mas colocaram uma cunha – logo pode ser uma tornozeleira eletrônica – com as contas na Suiça, denuncia por corrução no STF. Em breve teremos novo presidente na Câmara dos Deputados.

Dilma e o golpe – Quem conhece um mínimo de política, acompanha o setor historicamente, sabe que o que está em jogo não é se a Dilma roubou ou não. A oposição quer voltar ao poder na marra, e com ajuda da grande mídia, não cansa de criar fatos com seus “soldados” bem instalados em TCUs, STJs, STFs, TSEs, ao longo de muito tempo no poder. O que se quer é dar um golpe branco. Quem viveu o período da ditadura militar sabe que a volta de tempos parecidos que sejam, seria um desastre para o país. Engana-se quem acha que os movimentos sociais ficarão em casa. Podemos viver tempos difíceis.

Prefeito por um dia – Joinville tem coisas que a colocam como cenário da novela de Dias Gomes, o Bem Amado. Agora, por ocasião das férias do prefeito Udo Döhler, a grande negociação pelo bem da cidade e que deve impactar deveras o futuro dos cidadãos, é quem vai ser prefeito por cinco, sete, dez ou 15 dias: Rodrigo Coelho ou Rodrigo Fachini. Os Rodrigos estão decidindo como farão para sentar naquela cadeira... e a caneta, será que fica na mesa? Joinville, Joinville... você merece mais. Muito mais.

É assim, os fios da teia nas teias do poder...

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Quem é Ivandro de Souza?

POR VANDERSON SOARES



vanderson.vsoares@gmail.com


Dias atrás publiquei um texto sobre os possíveis candidatos a prefeito da nossa cidade. Afirmei, na ocasião, que Ivandro de Souza (PSDB) estaria ali apenas segurando a vaga enquanto o verdadeiro candidato se apresentaria mais pra frente, que poderia ser o Paulo Bauer ou o nosso velho conhecido Tebaldi. 

Não é segredo para ninguém que sou filiado ao PSDB (mesmo não sendo tão participante quanto gostaria), e mesmo nesta condição, não conhecia muito bem Ivandro de Souza. Passei a conhecê-lo melhor nos últimos tempos, em que tive a oportunidade de ouvir alguns discursos, algumas palestras e devo dizer que ele é quem realmente deveria ser o candidato a prefeito pelo PSDB. 

Digo isto, pois alguns pontos de conversa me chamaram atenção nele. Antes de conhecê-lo, sabia apenas que era empresário e, pela experiência que estamos tendo com o Sr. Udo Dohler, estava até desiludido, pensando que era apenas mais um empresário a vender a imagem de gestor milagreiro.

Pois bem, Ivandro de Souza é um pouco diferente. É empresário e tem uma empresa forte, bem conceituada e com bom nome no mercado joinvilense. A novidade começa, e é nesse ponto a diferença nevrálgica com o Udo, é sua sensibilidade. Em dado momento de um discurso ele declarou a seguinte frase:

“Hoje quando se pergunta sobre qualquer área ao Prefeito ele repete incansavelmente ‘que as contas estão equilibradas, estamos com o caixa em dia**’, mas qual pai de família não entraria no cheque especial, não deixaria de comprar algo, para pagar um tratamento de saúde para o filho? Este prefeito não pensa nisso. Pensa apenas na saúde financeira, que deve ser observada e levada em conta, mas jamais sobrepor-se às necessidades da população como saúde, educação, etc...”*

Udo Dohler seria um excelente prefeito se tivesse sensibilidade aliada ao seu conhecimento sobre gestão. A diferença crucial da gestão privada da gestão pública consiste em que uma visa lucros financeiros e a outra lucros de qualidade de vida da população.  E Ivandro mostrou que entende de ambos.

Outro ponto muito interessante que Ivandro falou, em algumas ocasiões, foi sobre suas ideias de como desafogar o serviço público e diminuir os prazos das secretarias na execução dos expedientes da atual Secretaria do Meio Ambiente no que diz respeito aos Alvarás de Construção, Certificados de Conclusão de Obras, etc.

Comentou da possibilidade de certificar e auditar escritórios técnicos (engenharia/ arquitetura) de modo que a Secretaria apenas fiscalize pontos cruciais e auditem os escritórios.  São ideias que ainda podem ser aperfeiçoadas e desafogar, em muito, o trabalho desta secretaria. Citou outras secretarias nesta palestra que ouvi, mas recordo-me bem apenas desta.

Deste modo, confesso que Ivandro de Souza ganhou minha admiração e respeito mostrando dominar a técnica, ter sensibilidade e ainda por cima muito bom humor (outra característica que falta ao atual prefeito). 

*transcrição do que o autor ouviu na referida palestra.
** Essas falas do prefeito foram antes do Secretário Corona, afirmar que a prefeitura está pagando com atraso de 40 dias e que vai piorar ainda mais. Comenta-se hoje que o Hospital São José passa por dificuldades com falta de medicamentos e materiais básicos porque os fornecedores não suportam mais o atraso.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Uma sacanagem imobiliária, no centro da sua cidade



POR JORDI CASTAN


Compraram, às pressas, um imóvel a meio construir para a Secretaria de Educação, numa região em que o zoneamento não permite que funcione uma secretaria. Mas agora querem mudar a lei, para que possam usar. Sem apresentar nenhum estudo de impacto, sem considerar que uma Secretaria, como a de Educação, é um tremendo polo gerador de tráfego. A região tem hoje um zoneamento específico para preservar tanto a Rua das Palmeiras como o Museu Nacional de Colonização e o seu entorno, ambos tombados pelo IPHAN. Eis uma história sobre Joinville.

Retirem as crianças da sala. Vamos relatar uma sacanagem. Porque Joinville vem sendo sistematicamente sacaneada, envergonhada e destruída, até pelo poder público, que teria a obrigação de defendê-la e protegê-la da sanha especulativa e gananciosa. Alguém compraria um imóvel sem antes se informar da situação do imóvel? A resposta clara é "não". Ninguém faria uma besteira dessas. Ninguém? Você não imagina do que o poder público é capaz. 

Para evitar que pessoas menos esclarecidas possam ser enganadas por vendedores inescrupulosos, é corrente que se façam campanhas orientando sobre os passos a seguir antes de proceder a realizar um negocio imobiliário. O objetivo principal dessas campanhas de informação e esclarecimento é orientar o comprador sobre a legalidade registral e urbanística do imóvel. Também serve para divulgar os riscos da aquisição e utilização de um imóvel em situação irregular.

E assim ninguém compraria um imóvel localizado numa região em que o zoneamento não permita a instalação do negócio ou atividade a que o comprador se dedique ou pretenda implantar em aquele imóvel, certo? O bom senso diz que sim. A realidade de Joinville mostra outra situação muito diferente.

Para evitar riscos, a Prefeitura de Joinville fornece informações precisas sobre as normas urbanísticas que incidem sobre todos os imóveis localizados no seu território. Todos podem fazer consultas sobre qualquer imóvel, previamente à sua eventual aquisição, tanto para o alvará de obra, como para o alvará de localização de empreendedor individual, profissional autônomo ou de empresa. No caso do alvará de localização a SEMA (Secretaria do Meio Ambiente) informara se o zoneamento permite a atividade pretendida pelo empreendedor ou comprador.

Na capital do “fasejamento urbano”, a realidade não é bem esta. A legislação urbanística sofre constantes adaptações e mudanças para atender a interesses particulares. Pior ainda que esses estupros urbanos são elaborados, alcaguetados e gestados dentro dos próprios institutos e órgãos que deveriam zelar pelo cumprimento da lei. E com o interesse, entre outros menos transparentes, de atender empreendimentos já decididos, sem levar em consideração o que diz a lei, a lei que a maioria da população cumpre e respeita. Há uma longa lista de alterações pontuais para receber hospitais, secretarias municipais, shopping center, indústrias, centros comerciais...

Nessa “colcha de retalhos” em que Joinville tem se convertido, reflexo claro da união de interesses econômicos e conivência das autoridades municipais surge mais uma dessas propostas espúrias e vergonhosas, mais um estupro urbanístico, com direito a musica lenta, pouca luz, um ambiente intimo e acolhedor, para que possa parecer que foi um estupro consentido.

O vereador Claudio Aragão (PMDB - líder do governo) patrocina uma proposta que inclui, no Setor Especial do Patrimônio Ambiental Urbano (SE1) da Lei Complementar 312/10, o uso E 3.1. Arrisco a dizer que menos de 1% da população entendeu. É bom entender que isso é também parte da estratégia: confundir para vencer. Não vou aqui a questionar qual o interesse do vereador no projeto, porque o leitor poderá sacar as suas próprias conclusões. 

Uma delas é a de que a justificativa do projeto de lei nem explica nem justifica nada. Esclarecendo: o que o projeto pretende é incluir a atividade administrativa de órgão público federal, estadual ou municipal, sindicatos ou organizações de trabalho ou não governamental (E 3.1.) no setor delimitado pelas ruas do Príncipe, 3 de Maio, 7 de Setembro, Itajaí e Jeronimo Coelho. Ficou mais claro?

Sim, estamos falando do entorno da Rua das Palmeiras. Importante destacar que todo o entorno da Alameda Bruestlein tem um tratamento urbanístico especial para preservar a própria alameda. Garantir a insolação das palmeiras, o seu marco e destacar o sua importância como marco e referente histórico e paisagístico da cidade. Bom ainda acrescentar que a rua é tombada pelo IPHAN é forma parte do patrimônio cultural de Joinville.



Qual o real motivo por trás da proposta de “desordenamento territorial” do vereador, além do seu elevado espirito público e de atender os anseios da população?  É muito provável que o real motivo tenha que ser buscado na Lei 7332, de 06 de dezembro de 2012, no apagar das luzes do governo Carlito Merss e com a eleição já perdida, que autorizou o Município de Joinville a adquirir um imóvel fazendo frente para as Ruas 3 de Maio, Rio Branco e Alameda Bruestlein destinada para a instalação da Secretaria de Educação e outras repartições municipais.

O imóvel em questão carrega um pesado lastro. A sua licença de construção concedida na década de 80 foi aprovada pela famigerada comissão de urbanismo, criada com o único propósito de atender interesses a revelia da lei. A obra estava parada por anos. E se fosse pouco, a área construída chega ao limite estabelecido, um verdadeiro monstrengo localizado numa rua que é um marco histórico de Joinville.



Ao que parece nem a Prefeitura e nem a Câmara lembraram de fazer uma consulta prévia para verificar se o imóvel, adquirido por 6,5 milhões de reais no finalzinho do mandato, poderia servir para o fim ao que se destinava. É assim que se fazem as leis em Joinville? É assim que o executivo compra imóveis? É assim que a Câmara fiscaliza? Não será que há vício de origem? Não houve tempo para análise das condicionantes urbanísticas? E assim como a cidade vai sendo estuprada aos poucos e com alguns alegando que o estupro foi consentido. Feito dentro da legalidade e com direito a espumante.




Em tempo: o que vai ser feito com o imóvel que foi adquirido ainda em construção, com um uso determinado em desacordo com a legislação? Alguém vai ser responsabilizado? Vamos pôr panos quentes e tapar o sol com a peneira? E sobre o projeto de lei do líder do governo na Câmara, será solicitado analise de impacto de vizinhança para avaliar a mudança proposta? O entorno comporta o aumento de trafego que implantar a Secretaria de Educação lá vai representar? Há o numero de vagas que a legislação municipal obriga? Aliás, que péssimo exemplo o executivo está dando ao pedir ao seu líder que se preste a fazer uma papel desses. É vergonhoso. Lembrei agora que ética e moral não são pré-requisitos nem para entrar na política, nem para se eleger. 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O mito da gestão ruiu












O tema é Udo Dohler. E para não ficar só nas críticas, vamos falar do que funciona: o controle da mídia, o patrulhamento das redes sociais e o uso de recursos públicos para manter a imprensa amordaçada está funcionando bastante bem. Mas será suficiente? Nos dias de hoje não é possível tapar o sol com uma peneira. As redes sociais são um espaço de participação democrática difícil de calar. Não por acaso que jornais impressos estão perdendo espaço para quem busca estar informado e hoje encontra informações independentes em outros meios.

O rei vai nu. Anais Nin escreveu que quando o mito fracassa é quando o amor começa. Acrescentaria que quando não é amor... é o ódio o que começa. Passados mais de dois anos e meio de governo - e faltando pouco mais de um -, o mito do gestor eficiente está definitivamente esfarelado. O ídolo dos pés de barro mostra hoje, para quem quiser e tiver isenção, o que é: um gestor mediano, num cargo que não consegue preencher.


Para a maioria da população o choque de gestão  propalado aos quatro ventos durante a campanha virou "gestón". O povo é cruel. Mais cruel ainda quando esta desiludido e se sente traído.
No caso do prefeito é difícil dizer onde sua gestão patina mais, mas a saúde é seu maior fracasso pessoal. A saída intempestiva da secretária da Saúde tem mais motivos que os publicamente anunciados, e devem ser buscados em outro prédio da mesma avenida. A saúde enfrenta problemas gravíssimos e há dezenas de ações correndo na Justiça para garantir o acesso aos serviços de saúde, a medicamentos e a consultas. Decisões recentes são demolidoras e não deixam dúvida. Para quem tinha décadas de experiência é um resultado vergonhoso.
As outras áreas de gestão municipal não estão melhor. Não há ação de governo que não enfrente problemas, atrasos e percalços. Propor a "Joinville do Futuro" para os joinvilenses que ainda esperam a do passado não esta funcionando e o relógio é implacável. Não resta tempo hábil para cumprir o que foi prometido na campanha.
O mito do gestor de sucesso caiu e ao esfarelar-se deixa aparecer o homem, com seus defeitos e virtudes. A gestão esta sob o escrutínio diário do eleitor e a palavra que mais se escuta hoje é decepção.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Gestón: legislação para tudo, fiscalização para nada


8:00 da manhã. A tranquilidade é rompida pelo som estridente de um motorzinho de dois tempos. Um prosaico soprador de folhas, invento do demônio que substitui a vassoura para espalhar folhas de um lado para outro e perturbar o sossego de quem descansa ou o silencio de quem precisa trabalhar. Obriga até a interromper uma conversa telefônica.

Joinville tem legislação para tudo e fiscalização para nada. O código do Meio Ambiente estabelece os níveis de ruído permitidos em cada região e ao longo das diferentes horas do dia. Assim que os munícipes têm o seu sossego, seu trabalho garantido. Tem? Ah ah ah... estes joinvilenses acreditam em tudo. Acreditam até no Saci Pereré, na gestón do Udo e no dinheiro que virá do Colombo. Há, inclusive, quem por crédulo acredita na ouvidoria do município e acha que ela está lá para defender os interesses do contribuinte. Ledo engano. Ela está para defender a estrutura.

Um cidadão amparado nos seus direitos encaminha uma reclamação para a ouvidoria do município.


"Munícipe solicita fiscalização na RUA QUINZE DE NOVEMBRO, esquina com a RUA JARAGUÁ, AMERICA, no jardim do museu de Artes de Joinville.
Relata que todos os a partir das 8H00 da manhã, um contratado da prefeitura usa um assoprador de folhas, cujo o barulho emitido por este equipamento é insuportável e incomoda muito. Diz que o som é acima dos 60 decibéis permitidos nesta região e por isso pede uma providência."

A ouvidoria responde:


PARECER DA SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE - 18/06/2015

"Boletim de Fiscalização Ambiental 16165 - 03/06/2015 - O caso em questão é esporádico e intermitente. Caberia medição para apurar decibéis resultantes . Estamos sem decibelímetro. A partir do momento em que tivermos os decibelímetros aferidos para tomar as medidas cabíveis. Fiscal: Cláudio Lopes
Atenciosamente,
Unidade de Fiscalização".

E quem não estiver satisfeito que reclame ao bispo. Porque os fiscais da "maior cidade do estado" não tem decibelímetros, para medir o volume do som acima do permitido, para fiscalizar e, além disso, um problema que acontece diariamente é consierado só um problema esporádico e intermitente. Olha, li o Código do Meio Ambiente é não achei essa interpretação liberal que o fiscal faz. Dizendo que estaria permitido o barulho acima da lei em determinadas circunstancias. Prefeito, use uma parte da verba do seu gabinete para comprar os ditos decibelímetros e, se não der, é bom lembrar que há aplicativos gratuitos para smartphone que fazem a função. 

Penso nos coitados dos joinvilenses que com a nova LOT verão pipocar indústrias por toda a cidade em nome do progresso e quando se sintam prejudicados pelo barulho das máquinas e equipamentos funcionando dia e noite, encaminhem as suas reclamações a ouvidoria e recebam este tipo de respostas. Será um caso daqueles de rir para não chorar. Ou pode ser que a Prefeitura distribua para cada munícipe EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para que possam se proteger do barulho. 

Pena que não haja também EPIs para se proteger da gestón desastrosa. Ops! Há sim. O voto.




Já caiu a ficha que esta gestão municipal não é nada do que foi propalado durante a campanha eleitoral. Os marqueteiros venderam um produto muito melhor que o que entregue e agora o Procon não admite devolução. Toca esperar a 2016 para poder fazer a troca.



Em tempo para evidenciar o quanto o sistema todo esta errado, não há, neste episodio, nenhuma ação do poder público em prol do cidadão. Lembrando que o descumpridor da lei é um terceirizado do próprio poder público. Que é incapaz de fiscalizar o que acontece embaixo do seu próprio nariz. Mandar parar o uso do dito soprador nem pensar. O joinvilense que se exploda. 

sexta-feira, 6 de março de 2015

Lia Abreu, cadê você?

POR SALVADOR NETO

Talvez venha a ser mais um daqueles mistérios insolúveis da província, mas jornalista impertinente que sou, ouvidor das ruas e das gentes que a percorrem dia após dia na luta pela vida, e por serviços e estruturas públicas de qualidade, parodiando o Salsicha, companheiro de Scooby Doo, personagens dos desenhos animados, e também o grande poeta Castro Alves em seu poema Vozes D’África, questiono:

Lia Abreu, cadê você? Onde estás que não respondes? Será que interditaram para sempre sua voz? Será que te disseram “Porque te calas?”, e você aceitou? 
Cerca de um mês atrás postei em minha página pessoal no Facebook uma pequena nota sobre o afastamento de Lia Abreu, fiscal sanitarista reconhecida pela firmeza, e por vezes dureza, com que fazia seu trabalho de fiscalizar. Governadores, Prefeitos, Secretários, e os áulicos que os cercam, reclamavam das interdições que ela determinava diante do quadro deplorável de muitas escolas, estaduais e municipais, em Joinville (SC). Fui bombardeado pelo cordão dos puxa-sacos, dependentes de cargos públicos e partidários de ocasião.


E isso porque apenas perguntava: “Pergunta que berra aos ouvidos da imprensa, e ela não corre atrás: onde anda a fiscal sanitarista Lia Abreu? Afastada? Não mais? Onde está o contraditório? Cadê a apuração e continuidade da matéria, ouvir secretária, a fiscal, o básico do jornalismo? Os pagadores de impostos querem saber o que houve, porque há escolas por aí que precisam ser fiscalizadas, e ela é uma servidora deste público que paga impostos... Porque te calas grande imprensa da província?”

Muitos defenderam o afastamento porque ela foi “acusada”, e seria para não “atrapalhar” as investigações (?). Ou seria o objetivo principal o linchamento moral, a perseguição dura e direta para ser ver livre de um calo que incomoda a muitos poderosos? Quem sabe outro motivo teria sido impedir que várias escolas sem as mínimas condições de receber os alunos, fossem interditadas? Aliás, outra pergunta sem resposta: quantas  escolas foram visitadas, fiscalizadas, e se foram, por quem, e quantas até hoje? Lia Abreu, cadê você?

Ontem, quinta-feira (5/3), sai nota na coluna do jornalista Jeferson Saavedra, em A Notícia, que disse o seguinte: “A Prefeitura de Joinville abriu sindicância contra a fiscal da Vigilância Sanitária, Lia Abreu (foto), por supostamente agir de forma “intimidadora” durante as vistorias nas escolas estaduais. Ela também não teria tido “bom senso” em suas manifestações. Ela terá prazo para se defender. Lia foi suspensa por 60 dias no final de janeiro.” Que tal? Preparando terreno para o golpe final? Ou seria uma chantagem emocional? Pressão? Coação?

Notem que agora, depois do “afastamento”, vem a “sindicância”, por ela agir de forma “intimidadora” (?). E tem mais: faltaria à fiscal sanitarista “bom senso”. O que seria bom senso? Talvez deixar escolas ruírem na cabeça das crianças e jovens da maior cidade de SC? Proporcionar aos estudantes a maravilha de utilizar banheiros químicos porque banheiros das unidades não funcionavam? Deixar que curtos circuitos colocassem em risco a vida de muita gente, ou que os estudantes levassem guarda-chuvas para dentro das salas por chover mais dentro que fora da sala de aula?

Lia Abreu, cadê você? Onde estás que não respondes? Ou será que não foram te perguntar nada, os tais veículos de comunicação? Nós do Chuva Ácida perguntamos sim, quais as razões para teu afastamento, agora um processo de sindicância? Funcionária pública concursada, com extensa carreira de serviços prestados à comunidade que paga impostos e deseja ver a coisa pública funcionando como deveria, você precisa dar a sua versão dos fatos. Porque a Prefeitura vem dando em doses homeopáticas em colunas dos jornalões.

Nós, que pagamos impostos que pagam salários dos servidores, Prefeitos, Governadores, Secretários, e também dos áulicos do poder, queremos saber o que se esconder por trás destes silêncios ensurdecedores. Porque as escolas continuam a espera da ação dos governantes para sua recuperação, da mesma forma que obras de infraestrutura que só servem para discursos fáceis e conquistas de votos. Depois, esperem, é o que nos dizem.


O tempo da mordaça acabou há 30 anos. Assim como a população respeitava o seu trabalho de fiscalização – menos os atingidos por ela – ela agora precisa te ouvir e saber a verdade. Desinterdite a sua voz Lia Abreu. A sociedade aguarda ansiosa.


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Precisamos mentir tanto?



POR JORDI CASTAN
Na semana passada, comentei aqui o tema do restaurante popular do Bucarein, fechado pelo governo municipal por conta de uma suposta reforma. Quem passe na frente não verá ninguém trabalhando, nem traços de nenhuma reforma, nem qualquer informação referente à dita reforma. Ou seja, nem data de inicio, nem data prevista para conclusão, nem valor do contrato, nem o nome da empresa ganhadora da licitação.

A impressão que fica é a de que o restaurante foi fechado e que ficou por isso mesmo. A escusa da necessidade de uma reforma não parece convincente. Conta a administração municipal com o esquecimento da população e com a impossibilidade de lembrar de todas as obras: iniciadas e não concluídas, sem data prevista de conclusão ou simplesmente abandonadas. Há que acrescentar a isto a falta de um seguimento eficiente por parte da imprensa ou da sociedade organizada, o que permite que o governo nos presenteie todos os dias com novas empulhações.

Nestes dias a SECOM (Secretaria de Comunicação) da Prefeitura Municipal de Joinville informou que  no ano de 2014 a SEINFRA (Secretaria de Infraestrutura) autorizou a construção de 1 milhão e 400 mil metros quadrados de novas edificações. Representa o maior número de metros quadrados da história de Joinville. Nunca se construiu tanto. A média histórica dos últimos quatro anos se situa na faixa do milhão de metros quadrados. 

Os dados são sempre do próprio governo municipal. Os números de 2014 representam um aumento de quase 40%. O que tem a ver este crescimento vigoroso e sustentado do setor da construção civil com a paixão compulsiva pela mitomania dos nossos dirigentes municipais? O prefeito não perdeu nenhuma oportunidade, nos dois últimos anos, para defender a aprovação da LOT (Lei de Ordenamento Territorial), alegando que a cidade estava parada. Ou seja, que Joinville precisa aprovar a LOT urgentemente. 

Tem acusado a judicialização da LOT e as Associações de Moradores que tem capitaneado o processo de propor uma LOT mais democrática, com mais e melhores estudos e com dados claros que evitem que seja aprovada uma lei que comprometa o futuro da cidade para as gerações futuras.

Os dados divulgados pela própria prefeitura provam que não há motivo para forçar a aprovação da LOT, que o debate com a sociedade é necessário e não deve ser apressado por conta de uma suposta paralisia ou um engessamento do setor imobiliário. Mas, mais que qualquer outra coisa, os dados divulgados reforçam a suspeita de que o prefeito ou não sabe o que diz ou, sabendo, usa seu discurso para pressionar uma aprovação expedita. Ou, o que seria mais grave, tem ataques de mitomania compulsiva, e se dedica a praticar a arte de mentira política, sabendo que suas afirmações, mesmo sendo falsas, servirão para alcançar o objetivo que almeja.

Seria melhor para todos se as declarações do prefeito fossem tomadas com menor credibilidade e mais espírito crítico. O prefeito não tem nem o dom da infalibilidade, nem o da verdade absoluta. É um simples mortal ocupando um cargo terreno, por um tempo determinado, ainda que às vezes possa agir como um semideus. E está muito longe da imagem que ele e os seus acólitos querem nos vender.



A quantidade de mentiras que escutamos todos os dias alcança níveis nunca antes imaginados. Nem vou aqui focar na corja de mitômanos que têm tomado o poder no governo federal. Lá o caso é de policia. Acho mais interessante manter o foco aqui na nossa paróquia.



segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Essa tal de "Geston"

POR JORDI CASTAN


Essa tal de “geston” é um bicho esquisito. Na campanha foi apresentada como a solução a todos os problemas. O problema de Joinville era um problema de gestão e o candidato que venceu se apresentava como garoto propaganda da gestão. Já no discurso de posse veio com aquele papo mole de "cuidar dos centavos" quando todos sabemos que o problema não são os centavos, o problema são os Reais e a vaca começou a ir para o brejo, devagarzinho no começo, com um trote alegre depois e agora num elegante galope. Em quanto a nível federal as vacas têm optado por ficar tossegosas, as sambaquianas têm se dirigido ao brejo.

Essa tal de “geston” não parece estar dando os resultados previstos. Escolhi alguns exemplos a esmo, estou convencido que cada leitor poderá acrescentar outros com pouco esforço. Como inicio de conversa:
- A arborização urbana.
- O restaurante popular do Bucarein.
- PA da Zona Norte
- A Rua das Palmeiras.
- As escolas municipais. 

A arborização urbana foi objeto de um post recente aqui no Chuva Ácida, e media de perdas das arvores plantadas na ultima empreitada esta sobre os 50%, numa rápida vistoria pela cidade. Ainda há que acrescentar a este numero as arvores que são mortas intencionalmente, as que morrem por falta de manutenção e as que se perdem por causas naturais e que tampouco são repostas. Qualquer leitor atento que passe perto da rotatória do tecelão poderá constatar que verde e arborização não é o ponto forte das empresas que estão perto. É difícil imaginar que quem não planta arvores e não tem um jardim cuidado na sua casa ou na sua empresa se preocupara com isso na sua cidade. “Geston” do verde “0”

O restaurante popular do Bucarein segue fechado. Alguém se lembra do motivo do fechamento e a data anunciada para a sua reapertura? Em novembro de 2013 e com menos de 3 anos de uso o restaurante foi fechado para “reformas” reformas orçadas em mais de R$600.000 e com data prevista de reapertura em junho de 2014. Até agora nada. Já sabemos que cumprimento de prazos e de preços não é o forte desta gestão. Mas ninguém até agora veio a dizer a que ritmo anda a obra e qual o novo prazo. O mais provável é que estem apostando em que logo o joinvilense esqueça que lá um dia teve um restaurante popular.

Fechar o PA da Zona Norte para reformas e transferir os pacientes e usuários para os outros PAs é uma pratica estranha. Já imaginou se uma indústria têxtil fechasse por meio ano a estamparia ou a tinturaria para reformas? Será que as empresas de Joinville não fazem manutenção preventiva dos seus equipamentos e instalações? Se as empresas fazem, essa não é uma pratica que forme parte da “geston” pública. Aqui as coisas se deixam sem manutenção até cair aos pedaços literalmente e depois se fecham “sine die” e se gastam uns bons recursos em grandes reformas que em pouco tempo exigirão novas reformas. Estou tentando lembrar quando foi a ultima vez que o Hospital Dona Helena, por citar um exemplo, fechou durante meio ano para fazer reformas? Alguém me ajuda a lembrar?

A Rua das Palmeiras segue sendo um cartão postal da cidade. Além de um cartão postal é também uma mostra do zelo para com o nosso patrimônio cultural e paisagístico. Depois que o mato tomou conta, que as flores desapareceram e que os canteiros estavam prontos para receber um rebanho de cabritos, a grama foi roçada e o lixo foi recolhido. Os responsáveis pela “geston” do espaço não devem ter sido informados que a grama cresce e deve ser podada regularmente, que a troca de flores e o corte da grama são atividades rotineiras e permanentes que qualquer jardineiro amador conhece bem. Aqui roçar a grama é algo tão extraordinário que vira noticia na imprensa local.

A boa noticia é que não deveremos ter escolas interditadas no inicio do ano escolar, o que não quer dizer que a “geston” municipal tenha feito a sua tarefa bem e tenha se antecipado aos problemas, sempre ao chegar mais perto do inicio das aulas começa a tensão para saber quantas e quais escolas não poderão iniciar o ano letivo por não atender as exigências legais referentes a vigilância sanitária. Deveria ser uma preocupação de toda a sociedade que o poder público cumpra o que exige da sociedade, o cumprimento da lei e que todas as escolas estivessem preparadas para receber os alunos em perfeito estado. Curiosamente neste ano e quando ainda falta fiscalizar 90% das escolas estaduais e mais de 40% das municipais, a única fiscal da vigilância sanitária foi afastada e este ano não teremos nenhuma escola interditada, porque não haverá uma fiscalização adequada. Isso é bom? Em principio que não se fiscalize não é bom. Que se afaste a fiscal Lia Abreu por 60 dias justamente nesta época em que se concentra a maior intensidade do trabalho de fiscalização das escolas é no mínimo estranho. Na verdade quanto mais informação esta disponível sobre o episodio mais aumentam as duvidas e mais estranha parece esta coincidência. A sociedade tem o direito a ser informada e bem sobre se as escolas cumprem o que a lei estabelece e quais os motivos que levaram ao afastamento da fiscal. Transparência é bom e quem não fez nada errado não deve temê-la.  


Quando já transcorreu mais de 50% do mandato desta administração parece que o gestor tem perdido brilho e que o que aparentava ser ouro resplandecente é só latão. A população segue esperando um choque de gestão, até agora só tem recebido lamurias e essa coisa chamada “geston”.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Qual é a maior empregadora de Joinville?

POR JORDI CASTAN

Um Brasil eficiente se constrói desde a sua base. E a nossa base são os municípios. Faz bem o cidadão em estar cada dia mais atento à gestão que se faz dos recursos e dos meios da cidade. 

No caso de Joinville, o foco é - e deve continuar sendo - a administração municipal. É uma cidade em que a Prefeitura emprega diretamente mais de 12.000 funcionários. Isso significa que, grosso modo, de cada 40 joinvilenses um está empregado na administração municipal. O dado por si mesmo não teria maior importância se a população, de forma geral, estivesse satisfeita com a qualidade e a quantidade dos serviços públicos que recebe.

O que se vê, se escuta e se lê nas seções de cartas dos jornais locais é um forte descontentamento com a administração local. Há ainda que se acrescentar a este dado que Joinville é uma cidade industrial, com empresas de porte e padrão internacional, modelo de gestão e de eficiência. E que neste cenário a maior empregadora do município seja a prefeitura é significativo e preocupante. 

Vivemos numa cidade eficiente? Toda a estrutura pública esta funcionando com eficácia? Ou ainda há espaço para melhorar? Se fazemos caso ao que joinvilense manifesta, cada vez com mais afinco e clareza, veremos uma enorme insatisfação com os rumos que Joinville está tomando. O joinvilense está perdendo o medo a criticar a forma como a cidade é administrada. Também são cada vez mais comuns as cartas nos jornais, os comentários em programas de radio e os posts em blogs e nas redes sociais e a tônica é de crítica. E mais: criticas cada vez mais duras, mais consistentes, com conhecimento e bem fundamentadas. Não podem simplesmente ser desconsideradas. 

Um aspecto merece atenção redobrada: o inmenso tamanho da máquina pública que tem se convertido num gigantesco monstro de apetite insaciável, em muitos casos num fim em si próprio. Não há recursos suficientes para satisfazer o Leviatã que não para de crescer descontroladamente e que não responde a nenhum critério de eficiência conhecido e praticado pela sociedade.

O mais curioso é o atual prefeito ter sido eleito, em parte, pela sua imagem de administrador eficiente e com o discurso de trazer para a administração pública os melhores exemplos e conceitos da administração privada. O que está acontecendo? Os problemas econômicos não são escusa, pois as ideias são de graça e saber aproveita-las é a saída. Ou será que esta faltando competência?



quarta-feira, 11 de junho de 2014

O capital político de Carlito Merss


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Quem imaginaria, há pouco menos de dois anos, que a gente ainda toparia com essa frase aí pelas redes sociais: “volta, Carlito”.  O fato é que todos a temos visto repetidas vezes nas últimas semanas. É a prova de que em política os anúncios de fins de carreira são sempre exagerados.

Não há dúvidas de que o slogan está a ser repetido pelos seguidores do ex-prefeito – o Partido dos Trabalhadores ainda mantém militantes mais fieis às ideias do que aos empregos – mas é possível notar-se também uma mudança na percepção da população joinvilense mais atenta à política local.

Carlito Merss tem vento favorável para resgatar de vez a imagem que construiu ao longo da sua carreira e que viu ameaçada pela cassação dos seus direitos políticos – já restituídos por decisão do Tribunal Superior Eleitoral – e pela sua passagem pouco feliz à frente da Prefeitura de Joinville.

Os jogos políticos são sempre cheios de fluxos e refluxos, de alianças e rompimentos, de acordos e desacordos. Mas em Joinville a coisa é levada ao extremo: os interesses pessoais eliminam quase por completo a defesa de qualquer ideário. Os aliados de hoje podem ser a faca nas costas de amanhã. É preciso estar sempre vigilante.

O ambiente é de tal forma infausto que ganha quem estiver do lado de fora. É o caso de Carlito Merss que, por estar longe dos holofotes, fica fora do alcance da mira dos seus adversários e críticos. E agora tem apenas que escolher a estratégia certa para restabelecer a sua imagem junto ao eleitorado.

Há alguns fatores capazes de beneficiar ex-prefeito na reconquista do seu espaço. Um deles é não ter que, neste momento, conviver com uma criptomídia ou paramídia que nunca disfarçou a sua hostilidade e que não lhe deu um dia de sossego enquanto esteve à frente da Prefeitura de Joinville.

O segundo é a ajudazinha que a atual administração está a dar. O fato de ainda estar em marcha lenta e de deixar  muitos eleitores preocupados mostrou que governar uma cidade como Joinville não é assim tão fácil. Nem mesmo com tudo a favor, como é o caso. Aliás, parece ser o principal motivo para um revanchista "volta, Carlito".

Enfim, o ex-prefeito tem tudo para recuperar o seu capital de imagem. E talvez a travessia do deserto não venha a ser tão longa quanto muitos vaticinaram. Diz o velho ditado que prognósticos só no fim do jogo, mas os que consideraram Carlito Merss uma carta fora do baralho talvez tenham que repensar.

Duvido que ele queira tentar uma volta à Prefeitura. Mas como já disse alguém: em política  só não vi porcos a andar de bicicleta.