POR JORDI CASTAN
A eleição de Udo
Dohler como prefeito de Joinville foi uma vitória prevista. Coincidiu com uma
das mais desastrosas gestões municipais que esta cidade já teve, ainda que não
seja preciso voltar muito no tempo para encontrar outra gestão tão desastrosa. A candidatura de Udo Dohler cresceu rapidamente, menos pelas suas
virtudes e mais pela incompetência dos seus oponentes. Era o que poderia ser
considerado a vitória do “menos pior”.
À medida que o tempo
transcorre é mais evidente que Udo Dohler não tem sabido aproveitar a
oportunidade que a conjuntura lhe proporcionou. A sua vitória o qualificava não apenas para fazer uma gestão correta do ponto de vista administrativo. A sua
campanha explorou convenientemente a imagem de bom administrador, de
empresário, de falta de experiência política e, portanto, de chegar à vida
política livre dos vícios e mazelas que a sociedade tanto critica: aqueles que fazem da política uma profissão e uma atividade econômica. Também foi
promovida, durante a campanha, a imagem de homem probo e a de homem rico, que
poderia prescindir até do seu salário e não precisaria se corromper, caso fosse
eleito. A mensagem foi recebida pela maioria do eleitorado que o elegeu.
O erro fatal do
eleitorado foi acreditar que Udo Dohler representava uma mudança, que as coisas mudariam de forma suficientemente radical para dirigir Joinville à direção certa. As urnas mostraram repúdio pelas últimas administrações. Ele é, no melhor dos casos, uma espécie de oportunista. A
pessoa errada no lugar certo e na hora certa. Udo nunca promoverá uma revolução,
na sua definição mais pura. O máximo que aspira é que as coisas funcionem
melhor, de forma mais rápida e sejam mais simples. Portanto, a lógica
de fazer melhor as coisas passa longe de repensar o que deve
ser feito e como deve ser feito. Um bom conselho seria o de lembrar que não há
nada mais estúpido que fazer bem feito algo que não precisa ser feito.
Quem acompanhe a
biografia do prefeito dificilmente encontrará nela traços do revolucionário. Ao
contrário, sua intima relação com o poder econômico, do qual ele faz parte, o
impede de liderar o processo de mudança social e política que Joinville
precisa. A imagem de executivo
competente precisará se sustentar em resultados concretos, sob risco de cair na
mesmice. A imagem de homem probo esta agora vinculada, também, aos demais nomes que
escolheu para formar sua equipe.
A imagem de político habilidoso esta hoje mais próxima do velho “toma lá dá cá” que é a velha forma de fazer política. A distribuição de cargos comissionados, privilegiando articulações e politicagem ante a competência e honestidade são a melhor prova que falta coragem e capacidade para fazer o que deve ser feito. Tinha o crédito e a confiança da população para agir, optou por não fazê-lo. Escolheu não promover as mudanças sociais e políticas que a cidade precisa e manter o equilíbrio do poder. Sem surpresas.
A imagem de político habilidoso esta hoje mais próxima do velho “toma lá dá cá” que é a velha forma de fazer política. A distribuição de cargos comissionados, privilegiando articulações e politicagem ante a competência e honestidade são a melhor prova que falta coragem e capacidade para fazer o que deve ser feito. Tinha o crédito e a confiança da população para agir, optou por não fazê-lo. Escolheu não promover as mudanças sociais e políticas que a cidade precisa e manter o equilíbrio do poder. Sem surpresas.
Se alguém acreditou,
de verdade, que ele seria a pessoa que promoveria esta mudança e que o faria
enfrentando os interesses dos seus financiadores de campanha - ou de seus
companheiros de ACIJ - e que o faria contrariando os interesses da elite de que
faz parte, então foi iludido. Udo é, no melhor dos casos, uma oportunidade
perdida. Um bom gerente que administrara melhor. Para alguns isso já é muito. E não devemos criticar quem pense assim: depois de tantos
descalabros, um pouco de mediania é o menos ruim para Joinville.
Joinville passou quatro anos numa completa inércia (2009-2012) e nunca li tantas reclamações sobre o administrador anterior. Suas críticas sobre a administração atual são precoces e mais parecem com ressentimentos.
ResponderExcluirPassou quatro anos sem abrir o jornal?
ExcluirAnônimo bem-vindo de volta a terra. Ficou muito tempo em Marte? Como esta o clima por lá?
ExcluirAo externar sua opinião o autor demonstra uma fragilidade pessoal que beira a sandice. O ressentimento é óbvio e aflora naturalmente nas entrelinhas do texto. Ainda não percebi motivo aparente para tamanha crítica. Mas quem sabe um analista bem conceituado possa ajudá-lo a refletir melhor sobre seus atos precoces e preconceituosos.
ExcluirDeixa eu pensar quem faria essa tal revolução... Che Guevara, imagino.
ExcluirAssim como muitos, eu também esperava tudo isso do prefeito Udo. Via em Kennedy uma opção mais ousada e moderna, mas...dizem que é um sonhador, né?
ResponderExcluirA opção por Udo Dohler era sem dúvida mais segura e mais lógica para quem tem os pés no chão. O seu perfil de excelente administrador lhe conferiu a vitória, apesar das más companhias que o apoiavam.
Infelizmente deu-se o que mais se temia. Udo Dohler capitulou às velhas e atrasadas forças políticas.
Adotou os métodos e as atitudes das velhas raposas da politicagem, a maioria das quais enojam o cansado eleitor.
Sua atividade mais constante e insistente são os posts no twitter, sempre com mensagens do tipo autoajuda. Ninguém mais acredita nisso. É na verdade um deboche ao cidadão que certamente prefere menos buracos nas ruas. Ao menos isso.
O que definitivamente me fez perder a esperança em uma administração séria e administrativamente competente e bem intencionada foi a artimanha usada para promover um aumento disfarçado no IPTU, antes mesmo do início da discussão do tema.
O corte do desconto à vista talvez não tenha atingido muitos contribuintes, mas revela inequivocamente a má intenção disfarçada, escamoteada e subterrânea.
Esse tipo de expediente já foi adotado por outros prefeitos, mais conhecidos pela malandragem do que pela seriedade. Dario Berger, de Florianópolis é uma triste lembrança desse tipo de filosofia administrativa.
Udo Dohler não poderia seguir pior exemplo. E com isso revelou-se definitivamente.
É uma pena.
Podemos deixar de sonhar. A filosofia do justo e do certo, que aqui chegou com a barca Colon, infelizmente não existe mais. O que temos hoje é apenas oportunismo. Barato.
Os expedientes da secretaria da fazendo nós podemos imputar aos Senhores Nelson Corona e Roberto Winter, dupla importada do governo Marco Antônio Tebaldi, aquele da licitação para o esq.. digo sistema da prefeitura...
ExcluirKennedy ousado e moderno? E o anônimo é quem vem de Marte?
ExcluirPerfil de excelente administrador? Quando? Onde?
ExcluirNa propaganda eleitoral tudo pode
Excluirhoje tem reunião do conselho da cidade ...alguem sabe me informar algo?
ExcluirTem razão Sofia. Kennedy ousado e moderno pode ser um pouco exagerado. Mas para uma cidade onde elevados são considerados "coisas do mal" que "enfeiam" e "degradam" o ambiente urbano, é ousadia sim.
ExcluirQuanto aos expedientes e artimanhas subterrâneas da Secretaria de Finanças, não importa se foram herdadas do manhoso Tebaldi ou outro qualquer. O que se esperava do Sr. Udo, é que passasse a adotar procedimentos retilíneos. A marota garfada no desconto do IPTU demonstra que aderiu às péssimas práticas dos antecessores citados. E aderindo a elas, deixamos de contar com sua principal (ou pelo menos mais esperada) virtude.
E quanto ao perfil de excelente administrador o Sr. Udo tem a seu favor a construção/manutenção de uma empresa têxtil de porte internacional, o que para mim não é coisa para qualquer um. E o Hospital Dona Helena, que continua sendo um belo exemplo. Sejamos críticos, mas também justos.
Pois é Nelson, o que vejo neste blog são apenas críticas gratuitas ao Udo, ainda não vi alguém fazer uma análise justa.
ExcluirO Autor está descontente porque desta vez, não foi chamado a participar. Quando o foi, não mostrou nada de extraordinário. E depois, o que o povo quer é que tudo funcione bem, não revoluções inconsequentes.
ResponderExcluirfalou tudo!
ExcluirO autor critica a ACIJ mas fez parte dela durante muito tempo. Trabalhou na Prefeitura também. Qual será a imagem que deixou durante passagem por essas duas instituições? Porque será que nunca mais voltou?
ExcluirTipica atitude de um alvo de criticas e sua trupe de pau-mandado é tentar desqualificar quem o critica.
ExcluirEu também fui um dos que, na impossibilidade de escolher o melhor, tive que me contentar no que achava o menos pior. E a esta altura do campeonato, honestamente, me pergunto se o menos pior não seria o próprio Carlito? Claro! Quatro anos de "cabeçadas" e bolas fora serviriam para um realinhamento e uma melhor definição de uma nova equipe de governo para mais 4 anos, com a casa mais em ordem, quem sabe.
ResponderExcluirMas passou, e devemos olhar para frente. E olhar para frente é quase a mesma coisa que pelo retrovisor no presente caso de Joinville. A prefeitura está parada, não há dinheiro para nada, as sub-prefeituras são presépios maiores e mais cheios de bichos que as antigas Secretarias Regionais. Os cargos comissionados que teriam critérios técnicos são de uma mediocridade de fazer inveja aos tempos do Teba.
Não é o caso de incompetência agora, pois o pessoal que está aí é o que governa Joinville há 150 anos. Suas "crias" são os grandes empreiteiros e construtores que vão muito bem obrigado pelo Estado afora. A cidade está alinhada com o governo do Estado que está alinhado com o Federal.
Não há desculpas para 10 meses de letargia, de greves do funcionalismo, de saúde e educação sucateada, de buracos nas ruas em maior quantidade e tamanho do que há 4 anos atrás.
Faço uma mea culpa aqui: fui um dos que "detonaram" o governo petista e que não queria a sua continuidade. Mas tenho a absoluta certeza agora que o menos pior não foi o que levou a eleição passada.
O maior problema do ponto de vista da "opinião pública" no governo Carlito, foi a prática de "molhar a mão" da mídia joinvilense. Certamente o articulista também ficou a míngua do dinheiro público. Em resumo crucificaram a melhor opção na eleiçoes passadas.
ExcluirCarlito molhou a mão?? Alguém não lia jornais da RBS...
Excluiracho que faltou um "não" na hora da digitação do anônimo aí. NÃO "molhar a mão" no governo carlito foi notório e fatal.
ExcluirNão achei outro espaço para entrar em contato com vocês, gostaria de trocar alguns e-mails com os idealizadores, me responda em gilmardaluz@me.com
ResponderExcluirObrigado
Não achei outro espaço para entrar em contato com vocês, gostaria de trocar alguns e-mails com os idealizadores, me responda em gilmardaluz@me.com
ResponderExcluirObrigado
Caros amigos, gente medíocre é assim mesmo. Apenas criticam. Seja esse ou aquele governo. Porque então não toma atitude de homem e se candidata a prefeito para mudar a realidade que aí se apresenta? Agir como falastrão com postura de gente rasteira e pobre de espírito é fácil. Quero ver é fazer acontecer.
ResponderExcluircomissionados mode on
ExcluirSe o articulista se canditar e por infelicidade vencer, eu me mudo de Joinville. E não é de duvidar, porque o eleitor joinvilense e muito ruim.
ExcluirA.C. Schneider.
Incluindo você, imagino. Carlos Ficker.
ExcluirConcordo. O autor é sem noção mesmo, pois apenas critica, critica e não apresenta solução alguma. Ou está esperando que contratem seus serviços para abrir a boca e apresente sugestões para melhorar a cidade? Isso é postura de cidadão ou de mercenário? Gilmar A. Guedes
Excluiresses que criticam o autor por criticar o governo atual são os meus que batiam palmas quando ele agredia o governo anterior. Bando de capachos.
ExcluirA vitória de Udo foi uma vitoria do coronelismo e do empresariado que precisava por no poder alguem que atendesse seus interesses.
ResponderExcluir#fato
ExcluirE BOTA DINHEIRO NISSO!!!
ExcluirEstou bem satisfeita, obrigada.
ResponderExcluirESTOU NA PÁGINA 18 DO GOOGLE AINDA NÃO ENCONTREI QUEM PEDIU TUA OPINIÃO...
ExcluirSó o prazer de ler a frase abaixo já me fez ganhar o dia:
ResponderExcluir- Um bom conselho seria o de lembrar que não há nada mais estúpido que fazer bem feito algo que não precisa ser feito."
Eu também!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirO que será que o autor tem contra o Udo? Isso já está ficando pessoal, chato e seus textos começam a entrar no descrédito. Coerência, pois o governo do estado e do país estão piores e não vejo manifestação alguma nesse sentido.
ExcluirOs burocratas voluntários desta cidade deveriam lembra-se todo dia da frase acima. Esta cidade seria bem melhor se isso acontecesse.
ExcluirEu votei no Leonel Camasão porque vi nele a mudança. Esse Udo Amarrado Dohler nunca me enganou. Porque está fama de grande administrador? Onde?
ResponderExcluirAté que enfim o Jordi fez um texto que tem algum comentário, estava ficando chato ler e não ter ninguém para discordar.
ResponderExcluirNelsonJoi@bol.com.br
E pensar que o Castan um dia fez parte do grupo que está hoje no poder? Decerto havia entrado na cota de alguém importante. Bem que ele poderia explicar este fato curioso para todos nós entendermos melhor a sua simbiótica com o poder atualmente constituído.
ResponderExcluirSegunda feira, 24 de janeiro de 2000 te lembra alguma coisa seu Castan??? É incrível o que o tempo faz com a opnião das pessoas:
ResponderExcluirhttp://www1.an.com.br/2000/jan/24/0loe.htm
Pelo espírito de alguns comentários, falar mal do Udo pode, desde que não seja o Jordi. Mas não se abale não Jordi, o texto está bom e o Udo nunca passou de um blefe.
ResponderExcluirCaro Anônimo,
ExcluirComentarios da patrulha dos comissionados que entram em sequencia, são parte do blog.
Fui iludido.
ResponderExcluirMas não pra KCT.
Jordi , por favor, pergunte ao Oráculo de Delfos uma dúvida Por que nosso prefeito afirma que saúde é questão de Gestão bla,bla ,bla, ..!!!! O povo de Joinville já não agüenta mais essa musica de uma nota só.
ResponderExcluirRebeca,
ExcluirVocê sabe que as respostas do Oráculo, sempre eram sibilinas. Pode ser que por isso escapem a compreensão do nosso prefeito.
Por outro lado em determinadas culturas se acredita que a repetição de um mantra até a saciedade ajuda a que as coisas aconteçam...pode ser que seja o caso.
Para mim que o gestor maior afirme que o problema é de gestão e não de dinheiro, poderia ser considerado um atestado de incompetencia. Mas sabe como é...
e a mudança? tUDO por água abaixo....
ResponderExcluirJordi Castan também veio de Marte, só que um pouco antes do Anônimo, a tempo de pegar o bonde das eleições municipais de 2012.
ResponderExcluirDe Marte? Não, meu caro Dicesar K, da Espanha e ja faz quase três decadas.
Excluir