POR FELIPE SILVEIRA
Ficar sabendo, por qualquer meio, de crimes com alto nível de violência e/ou morte também me choca, me dá raiva, causa tristeza, ódio, repulsa e desejo de vingança. Mas esse sou eu, e não o Estado. E sentir isso também não me dá o direito de exigir do Estado que execute essa vingança. Se me desse eu também não iria querer, por razões óbvias.
O problema é que, em nome desse desejo de vingança, estimulado principalmente pela mídia, o Estado comete, diariamente, crimes tão ou mais chocantes quanto esse que pipocam nos jornais todos os dias. A motivação real, no entanto, é outra.
A ideia é afastar do centro tudo aquilo que é pobre, sujo, feio e preto (sim, nossa sociedade é racista). Afastar o máximo possível, e deixar lá para apodrecer.
Quer dizer. Antes era para apodrecer, mas já acharam uma forma de ganhar dinheiro com a cadeia. Negócio bilionário mundo afora e crescente por aqui. Capitalismo de alta performance. Menos escola, mais cadeia. Negócio em franca expansão. Em plena privatização.
Capitalismo que gera miséria. Miséria que gera violência. Vale ressaltar: miséria, e não pobreza.
Estado omisso. Com a população, claro, e não com o patrão. O poder econômico, que determina as políticas geradoras de miséria para os 99% e de riqueza para o 1%, que é o próprio poder econômico.
Poder econômico que pauta a mídia. A mídia e o desejo de vingança. O ódio. A miséria. A violência. A polícia que espanca, forja, rouba e mata. Todo dia.
Esse debate, há um ano, estava quente em Joinville. Mas um juiz só não faz verão. Principalmente quando se há tanta coisa pra fazer. Questionar o nosso ódio e desejo de vingança, pra começar. Ao mesmo tempo, a mídia. Entender a loucura que é o capitalismo, com urgência. Lutar contra ele. Humanizar a polícia. Entender o Estado. Dar com os dois pés até ele aprender.
Se o governo federal já está privatizando rodovias, aeroportos, portos e hidroelétricas, porque não privatizar também os presídios e oferecer um pouco de dignidade aos detentos, coisa que os presídios administrados pelo Estado não têm condições de oferecer, porque, como sabemos, a administração pública é incompetente e ineficaz.
ResponderExcluirNão culpe a Economia pela miséria, culpe a Física. O que gera a miséria é um fenômeno físico chamado inércia.
Deve ser, champ...
ExcluirPresídios são um dos melhores negócios privados nos States.
ExcluirQueria curtir o comentário do Felipe, mas como aqui não dá, reforço: "Deve ser, champ..."
ExcluirAntes a privatização das cadeias do que a de rodovias, aeroportos, portos e hidroelétricas. O que privatizamos por aqui prejudica a população livre e não influência na população carcerária. Por aqui é tudo ao contrário!
ExcluirFaçamos então como os States que, como o Baço citou, transformam os presídios em ótimos negócios, gerando ganho para os empresários, para a nação, além de oportunidade, dignidade e redução de pena aos detentos.
Acho que deveríamos investir em menos bandidos e não em mais presídios.
ExcluirBoa, Luiz.
ExcluirO problema, Diego, é que esse lance de penitenciária-empresa precisa de mão de obra. E onde que arruma mão de obra?
Tu vai se candidatar para alguma vaga se faltar trampo?
virou poeta agora...
ResponderExcluirÓtimo texto Felipe.
ResponderExcluirÓtimo texto????
ExcluirDiga, o que você anda lendo ultimamente?
..se a prisão virar negócio (lucro), as empresas que lucrarão com isso, irão se articular, corromper, etc para aumentar a "fábrica" de ladrões, homicidas, etc para aumentar seus lucros (presos).
ResponderExcluir..Se a cadeia virar negócio(lucro) as empresas que operarem irão se articular, corromper para que se "fabrique"mais presos (para aumento do lucro)..
ResponderExcluirQuando o Felipe virar um adulto ele se tornará um chato.
ResponderExcluirMenos escola, mais cadeia. Negócio em franca expansão == Onde vc. tem visto mais cadeia.... O povo clama por segurança, e vc. enxergando coisa que nao existe. Pelo jeito Além do Charles tem mais um chorão que tá sem os remédios em dia neste site.
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