JORDI CASTAN
Quando, a partir deste espaço, propus o debate sobre o imóvel do 62 BI e a sua futura utilização e destino, as variáveis eram as seguintes: que o imóvel fosse mantido público e fosse destinado a um parque ou que fosse mantida proposta que consta na LOT, de que sejam permitidos prédios de 10 pavimentos.
Muitos escolheram terceiras alternativas. A do “deixa como
está”, “não mexe com o batalhão”, “uma calçada já esta bom”. Podemos dizer que há uma
lógica correta nesta alternativa. À luz da forma desastrosa e desastrada com
que o poder público administra o patrimônio público melhor que fique como está.
Pena que a partir do ofício do comandante do 62 BI, solicitando a alteração do
zoneamento para o imóvel, a possibilidade do “deixa como está” não seja mais possível.
Ao incluir, no texto da LOT, a possibilidade que sejam construídos prédios no imóvel - aliás contrariamente ao que foi solicitado no Conselho Municipal de Cultura, por iniciativa de Amarilis Laurenti, em 2007, e que não foi adiante - o imóvel não está tombado e pode ser demolido a qualquer momento, porque não tem nenhuma proteção legal.
Ao incluir, no texto da LOT, a possibilidade que sejam construídos prédios no imóvel - aliás contrariamente ao que foi solicitado no Conselho Municipal de Cultura, por iniciativa de Amarilis Laurenti, em 2007, e que não foi adiante - o imóvel não está tombado e pode ser demolido a qualquer momento, porque não tem nenhuma proteção legal.
Se o “deixa como esta” quer dizer "deixar sem tombar e com a
possibilidade de que se construam prédios de 10 pavimentos", então o número de
estultos aumentou exponencialmente nos últimos anos em Joinville. Porque não dá para deixar como está. A área que hoje ocupa o 62 BI é um espaço público e deve
ser mantida pública. A proposta de um parque para aquele espaço considera a
manutenção dos edifícios históricos que compõem o complexo e a sua incorporação
ao projeto.
Mais preocupante ainda quando há quem se diz satisfeito com
uma reles calçada em volta do batalhão. Porque a calçada oferece segurança. Há
uma crise de valores quando se prefere uma calçada em volta de uma unidade
militar a um parque completo, arborizado, gramado, com equipamentos urbanos,
bem planejado e melhor mantido. Mas o joinvilense desistiu de acreditar que o
poder público seja capaz de fazer esse tipo de coisas. Incapaz de projetar um parque, incapaz
de executar uma obra com qualidade e por um custo adequado, que seja entregue
no prazo e menos ainda que consiga mantê-lo.
De nada servem os exemplos dos parques em
Curitiba, por citar os parques públicos mais conhecidos. O joinvilense desistiu
de acreditar que isso seja possível. Não acredita mais. É verdade que o estado
de abandono em que se encontram alguns empreendimentos faz com que ninguém acredite em coisa diferente. É só ver o prédio da antiga prefeitura na rua Max Colin, a
Cidadela na Rua XV, os “parques” das Águas, da Cidade, a Rua das Palmeiras ou os Museus do Sambaqui ou Nacional de Colonização.
Há muito de bom senso e de realidade em aceitar que o poder municipal é incompetente para executar os serviços mais elementares. Nem a zeladoria de Joinville é feita imaginar projetos mais arrojados é um sonho que aqui já abandonamos.
Há muito de bom senso e de realidade em aceitar que o poder municipal é incompetente para executar os serviços mais elementares. Nem a zeladoria de Joinville é feita imaginar projetos mais arrojados é um sonho que aqui já abandonamos.
Não há qualquer movimento para tirar o 62 BI da onde está. Mas
há que estar atento para que não prospere a iniciativa de converter o que pode ser um futuro
pulmão verde de Joinville em outra selva de pedra e concreto. Até agora não há
nenhum movimento para retirar da LOT o texto que permite a construção de prédios de até 10 pavimentos. Há, para alguns, interesse em deixar como está proposto na LOT. Ou seja, permitir a verticalização, deixar a cidade mais cinza, mais triste, com
menos qualidade de vida. Há os que acham que uma calçada já é suficiente e que
Joinville não merece mais. São os que aceitam a mediocridade em que estamos
transformando esta cidade.
Mas se o leitor acha possível mudar, que o espaço do batalhão deve permanecer público e que lá não é lugar para empreendimentos imobiliários, então pode fazer a sua parte e assinar esta petição: Um parque no 62 BI. E pode fazer mais: pode pedir ao seu vereador que apresente emenda retirando a autorização de construção de prédios de 10 pavimentos no 62 BI e pode pedir o tombamento da área. Também pode deixar tudo como está e lamentar depois. A escolha, óbvio, é do cidadão.
Mas se o leitor acha possível mudar, que o espaço do batalhão deve permanecer público e que lá não é lugar para empreendimentos imobiliários, então pode fazer a sua parte e assinar esta petição: Um parque no 62 BI. E pode fazer mais: pode pedir ao seu vereador que apresente emenda retirando a autorização de construção de prédios de 10 pavimentos no 62 BI e pode pedir o tombamento da área. Também pode deixar tudo como está e lamentar depois. A escolha, óbvio, é do cidadão.
Você tem o direito de propor as alternativas que achar importantes. Nós temos o dever de defender nosso ponto de vista rejeitando todas as suas alternativas, e nosso ponto de vista é o de moradores próximos ao 16 BI. Preferimos que “deixe como está”, ou, “deixe que o exército faça o que der na telha, contanto que se mantenha onde está!”
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirPoderia se identificar? eu sou moradora, há 50 anos, próxima ao 62 BI - Pelo jeito há mais tempo que vc, inclusive pq se equivocou com o número em frente ao BI. Estamos, acima de qq coisa, tentando preservar a MEMÓRIA DE UMA CIDADE, coisa que é objeto de ciência EM TODO O MUNDO! RECONHECIDO COMO DIREITO, EM TODO O PLANETA e que aqui, há, por razões às quais prefiro não declinar sob risco de ofender pessoas, não se sabe do que se trata! É CLARO QUE NÓS, QUE MORAMOS, QUE NOS CRIAMOS, QUE VIVEMOS, QUE BRINCAMOS AO REDOR, QUEREMOS PRESERVAR ESTA PAISAGEM DE UM PATRIMÔNIO PÚBLICO E ACIMA DE QQ COISA, DE UM PATRIMÔNIO DOS JOINVILENSES!
ExcluirAmarilis contigo falando agora em espaços de convivência, lembrei-me do forte de Copacabana no RJ. Tem museu, dois restaurantes, mirante, mesas à beira mar, enfim um espaço dedicado a convivência do cidadão. Pedir algo semelhante para Joinville não me parece nenhuma extravagância.
ExcluirMania de querer impor suas ideias. Depois ainda fala do Udo. Deixa como está.
ResponderExcluirque bom que a natureza te PERMITIU SER UM HOMEM PROPOSITOR E CHEIO DE IDEIAS PRÁ MELHORAR O MUNDO, JORDI!
ExcluirMais um moinho para D.Quixote. Na verdade dois. O "De la Mancha" enfrentava moinhos estáticos. O de Joinville enfrenta também os aldeões que se agarram a eles.
ResponderExcluirAté parece que o Exército Brasileiro quer desocupar a área.
ResponderExcluirO glorioso 62 BI merece instalações mais adequadas à modernidade, com campos de treinamento, melhores instalações etc. E quando vier esta mudança, sou de opinião de que o imóvel atual do 62 NI não deveria ser privatizado, e sim, se transformar numa grande área de lazer. Inclusive, os prédios históricos do batalhão poderiam ser transformados num museu militar, e até abrigar instituições públicas. Não é lógico que a área seja privatizada; o interesse público deve ter preferência sobre o privado.
ResponderExcluirComo morador das redondezas, sou favorável que as instalações se modernizem no mesmo local.
ExcluirUma faculdade municipal ali seria bem bacana. Ou um parque. Existem várias coisas a se fazer que seriam muito melhor que encher de prédios.
ExcluirPERFEITO NELSON VENDEL
ExcluirA segurança pública neste país chegou a tal nível que eu aprovaria um batalhão a cada 5 km nas cidades brasileiras.
ResponderExcluirEm tempo: qualquer cidadão pode solicitar o tombamento. É só escrever um simples ofício "desejo pedir o tombamento de tal imóvel" e entregar no Patrimônio, nos fundos do Centreventos.
ResponderExcluirMas, "deixar como está" é bem coisa de joinvilense que se contenta com check-in no Facebook na "pista de corrida/caminhada do Batalhão". E dos nobres vizinhos já apinhados nos seus luxuosos prédios ao redor.
Qualquer intervenção pública nos espaços é para pior. Contem os dias para a primeira "revitalizaçao" do mirante. Até porque o próprio público é porco e não sabe usufruir sem depredar. O entorno do batalhão só fica bonito porque é varrido 2 vezes por dia. Se for para se tornar uma área de pouso de maconheiros, sim, deixa como está. Até parque Ibirapuera já virou motel a céu aberto. E Dona Francisca não é essa Europa que se prega. aqui nem começou a ficar ruim ainda. Preparem-se.
ResponderExcluirÉ PQ SOMOS UM POVO MUITO POUCO EXIGENTE E PARTICIPANTE! não cuidamos nem das nossas calçadas e jardins.........e queremos o que? que moral que temos? MAS SAIBA QUE ESTA CIDADE JÁ FOI DIFERENTE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!O nosso dinheirinho tem que voltar prá cá! não prá ir EMBELEZAR COM CALÇADÕES, REVITALIZAÇÕES, SOLUÇÕES COM VIADUTOS ETC, A CAPITAL DO ESTADO! LÁ, eles têm AMOR PRÓPRIO e BRIGAM! AQUI, nós ganhamos o dinheiro e deixamos que o levem e nos conformamos com a FEIURA, COM O DESLEIXO, COM A BURACARIA DEIXADA ESCANDALOSAMENTE PELA SUPERAVITÁRIA ÁGUAS DE JOINVILLE
ExcluirQualquer intervenção pública nos espaços é para pior. ????
ExcluirTu vives em área de mata virgem ó nobre silvícola?
Ou tá achando ruim a eletricidade, água encanada e ruas que abastecem a cidade?
Tem gente que não leu o texto. Só pode...
ResponderExcluirA parte do "deixa como está" não é algo mais plausível. Não tá mais em pauta isso!
Entenderam ou tem que desenhar?
Ou ainda não consegui ter uma opinião formada sobre este assunto, mas certamente isso foge das trivialidades.
Ali pode ser a expansão do Cemitério Municipal.
ResponderExcluir