quarta-feira, 11 de maio de 2016

O que é realmente urgente

POR RAQUEL MIGLIORINI

Ao ler uma postagem do radialista Osny Martins, na semana passada, me deparei com um alerta urgente sobre a implantação do comunismo no Brasil e a possibilidade do país virar Cuba. Não pude comentar no post porque não sou amiga dele no Facebook. E também, de nada adiantaria argumentar com uma pessoa que chama de "comunismo" o nível de consumo que o Brasil atingiu nos últimos anos. Também não adiantaria argumentar sobre como Cuba está abrindo mercado, como tem programas de medicina popular premiados, taxa de analfabetismo zero, etc.

Mas resolvi conferir a fonte que ele citou. E lá fui eu para uma leitura de 165 páginas no CADERNO DE TESES DO 5º CONGRESSO DO PT.

Na página 24 me deparei com algo que chamou a atenção: Este momento de crise exige e é propício para um salto qualitativo no modelo de desenvolvimento nacional, com ênfase na inovação e na sustentabilidade. Por exemplo: o planejamento de longo prazo, inclusive no que diz respeito aos serviços ambientais no meio urbano e rural, articulados num programa de desenvolvimento sustentável, é a saída para enfrentar o ciclo recessivo e a “crise hídrica” causada não pela natureza, mas pela ação e inação de governos como o de São Paulo”.  Continua com o seguinte texto: “Um programa socioambiental federal para preservação dos solos, das águas, do clima e da biodiversidade, construído no mesmo espírito de urgência e solidariedade que orientou o Mais Médicos, repercutirá na economia, geração de renda e qualidade de vida para toda população. Sanear, reciclar, implantar energias limpas e com menos dependência de combustíveis fósseis, reduzir desmatamentos e emissões de carbono mitigará os efeitos das crises relacionadas às mudanças climáticas e terá impacto sobre os custos financeiros de outros serviços públicos, como a saúde, por exemplo. Evidentemente isso implica em subverter a timidez das políticas do Ministério do Meio Ambiente, bem como o redirecionamento das políticas do conjunto nas diversas pastas do governo com o mesmo foco. Uma política global de Estado que supere a usual compartimentação, favoreça e estimule o cumprimento dos acordos internacionais sobre este tema.”

Não concordo com tudo o que está escrito na Tese, não me oponho a novas concessões das emissoras de rádio e televisão, desejo um Estado realmente laico e com menos desigualdade. Mas vou voltar nos dois artigos que transcrevi acima. Meus pensamentos foram captados e colocados nessa tese. É impensável um programa de Governo que não foque em novas tecnologias para amenizarmos e corrigirmos o rumo que a destruição ambiental sistemática está tomando.

Escrevi sobre o plano de Michel Temer, a Ponte para o Futuro, no meu texto anterior. A ordem ali é ceder e facilitar para que qualquer empreendedor faça o que bem entender. Isso é uma sentença de morte. Não se gera empregos assim. Geraremos, isso sim, um rastro de destruição tal qual assistimos em tantos países que tentam, com um custo altíssimo, reverter os problemas ambientais gerados pela ganância, falta de planejamento e de estudo do meio. Falta de água potável, níveis elevados de poluição atmosférica, solo estéril. É isso que queremos para nosso país?

Não brinco de Pollyana. Sei que diante de famílias sem salários é necessária a geração de renda e que isso não é um problema de solução simples. Sei que temos a bancada do boi e dos latifundiários, que jamais concordarão com a agricultura ecológica que é possível. Mas temos que seguir  os bons exemplos que alguns lugares do mundo nos mostra. Temos que prestar atenção nesse assunto. Isso sim é urgente, senhor Osny.     

3 comentários:

  1. “Escrevi sobre o plano de Michel Temer, a Ponte para o Futuro, no meu texto anterior. A ordem ali é ceder e facilitar para que qualquer empreendedor faça o que bem entender. Isso é uma sentença de morte. Não se gera empregos assim.”

    Não, gera-se emprego financiando crédito caro para que famílias endividadas consumam, como o governo vinha fazendo até então, com as consequências que conhecemos.

    Eduardo, Jlle

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  2. As famílias começaram a consumir mais pq a rwnda aumentou. Lamento dizer que os esrragos ambientais tem um custo muito maior. Pena que todos temos que pagar, literalmente, pra ver.

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  3. As famílias começaram a consumir mais pq a rwnda aumentou. Lamento dizer que os esrragos ambientais tem um custo muito maior. Pena que todos temos que pagar, literalmente, pra ver.

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