sábado, 19 de outubro de 2013

Vinícius e o viagra

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Envelhecer parece ser sempre um trauma. Mas, de qualquer forma, traz coisas interessantes. No meu caso, uma delas é o prazer de ter visto Vinícius de Moraes ao vivo com o seu copo de uísque. Privilégio do pessoal mais rodado. Aliás, só para que saibam, ele estava em Portugal quando a ditadura baixou o AI-5 (coisa que só os da minha geração sabem).

Já escrevi textos e defendi, na academia brasileira ou mesmo portuguesa, uma ideia imprevidente: quem tem Vinícius não não precisa de Platão. É meio metafórico, é meio verdade. Há um filósofo brasileiro que define a filosofia com o ato de ver um palmo adiante do nariz. Vinícius ia mais longe: via um palmo adiante e ainda sentia os cheirinhos das fêmeas. E sabia que nunca houve melhor invenção que a mulher.

Mas agora, quando estamos a falar nos 100 anos de Vinícius, só me ocorre uma coisa. A grande chatice para a geração de Vinícius de Moraes e dos seus contemporâneos é que o viagra ainda não tinha sido inventado. Porque se o viagra existisse, tenho a certeza de que Vinícius ainda hoje andaria por aí a descobrir novas garotas. Em Ipanema ou Enseada.

Um comentário:

  1. Porque a vida só se dá
    Pra quem se deu
    Pra quem amou, pra quem chorou
    Pra quem sofreu, ai. By Ácido

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