segunda-feira, 28 de março de 2016

O radicalismo está fora de controle

POR JORDI CASTAN

Não votei no Lula, nem na Dilma. Temia que viesse a acontecer o que está acontecendo. Não serve de nada, neste momento, descobrir que tinha razão. Tudo isso era previsível. O que surpreende é o aumento do radicalismo. A disparada da agressividade e da violência. O que assusta é o perto que estamos que saia do controle. O assassinato do vereador Leandro Balcone, em Guarulhos, é um indicador de que podemos estar próximos demais de atingir um ponto sem volta. O risco é que este não seja um ato isolado, que haja uma possibilidade real e imediata que outras execuções possam acontecer e se implante um clima de terror.

Ninguém detém o monopólio da violência, tampouco há uma exclusividade da corrupção. A quantidade de políticos de todas as siglas, estados e níveis envolvidos em corrupção é escandalosa. Só é mais escandalosa a naturalidade com que isso é recebido por parcelas significativas da sociedade ou a idiotia dos partidários de um ou outro grupo, que insistem em querer convencer que os corruptos dos outros são mais corruptos que os seus. Como se a corrupção dos outros justificasse a sua. Há até uma disputa para provar que o Mensalão é maior que o Banestado, ou que o escândalo do BNDES é maior ainda que o do Petrolão, buscando justificar o injustificável. A insistência em querer nos fazer de corruptos a todos é a estratégia do momento, é do ex-Ministro da Justiça a frase: "Até síndico de prédio superfatura capacho". A beatificação da corrupção, a sua universalização.

A quem interessa esta radicalização? Quem a estimula? Quem ganha com ela? A resposta não é simples. Mas com certeza quem tem a sua disposição um “exercito” de militantes dispostos a partir para a violência ganhará com o discurso violento e verborrágico. O ex-presidente Lula declarou nestes dias: “É guerra, é guerra e quem tiver artilharia mais forte ganha". Quem pode contar com hostes agressivas dispostas a partir para o confronto é quem mais interesse tem em estimular a violência radical. O discurso do ódio não tem um único protagonista, mas evidente em quem esta sob fogo cruzado. Frente ao risco de ser presos, a única saída é o ataque raivoso, a busca feroz de nos e eles. Os corruptos acuados partem para o tudo ou nada. Têm pouco a perder. Sun Tsu, o estrategista chinês, escreveu no seu livro “A arte da Guerra” que deve-se evitar deixar o inimigo sem uma via de escape, porque nesse caso lutara até a morte.

Não restam muitas saídas. Todas elas implicam dor e sacrifício. O projeto de poder do PT e dos seus partidos aliados está seriamente ameaçado. A corrupção tem contaminado todos os avanços sociais. O governo passou de uma cleptocracia reconhecida, até o ponto que ex-ministro de Lula descreveu o governo como um “sindicato de ladrões”, o próximo estágio de degradação é a oclocracia, o puro esgoto. Em janeiro o Ministro Chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, em um repentino e pouco frequente, ataque de sinceridade, reconheceu que “Quem nunca comeu melado quando come se lambuza”, evidenciando o nível de lambuzagem a que chegamos. A resposta das manifestações do dia 13 foi a opera bufa da nomeação de Lula como ministro. 

A escalada de lado e lado não pressagia nada bom. Quando o povo vai para a rua é como abrir a caixa de Pandora, o resultado é imprevisível. É perigosíssimo que parlamentares aliados do governo afirmem que: "Estamos nessa guerra também, não tenho nada a perder." Pessoas e governos desesperados são levados a cometer erros irreversíveis.

15 comentários:

  1. É no mínimo irônico que você cite o assassinato de um advogado militante do PSDB, em um crime que ainda precisa ser investigado, e não utilize o exemplo de algo que aconteceu em flagrante delito, que foi o da mulher que agrediu o bispo católico, em plena semana santa, aos gritos de comunista Fica patente que a ideia de quem dissemina o ódio esta ligada à posição de que se observa os fatos, como por exemplo o seu caso, onde suas opiniões são expressas a partir do ponto de vista de alguém que só consegue observar o outro lado da disputa e não se dá ao trabalho de virar o pescoço para trás para analisar as atitudes de seus pares Não Jordi, mesmo que você distorça os fatos, como sempre fez, sua análise não descreve o que está acontecendo, ela apenas descreve a parte que você quer enxergar

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    1. Sabe uma coisa? Não vou nem responder.

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    2. Jordi você pode até não responder, mas o teu texto ficou um tanto quanto tendencioso.
      Sim. Num momento em que andar de vermelho na rua é perigoso, você aponta muitos dedos para a militância das causas sociais. Podias citar o caso do rapaz agredido na beira mar em Florianópolis, ou o casal agredido no vão do MASP ou mesmo as agressões ao líder dos Revoltados na Av. Paulista, mas ... preferiu não escrever sobre o outro lado.

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    3. L.S. Alves comparar o risco de vestir de vermelho ao de ser executado...não é ser parcial? Entendi.

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    4. Jordi, a vítima era advogado criminal e você empurrando a culpa pra cima da polarização politico/partidária!!!!
      Segundo matéria do site G1: "Até o presente momento não há nenhum indício de qualquer motivação política no caso de Guarulhos. Isso surgiu de algumas divulgações ontem na imprensa local, mas não há nenhum indício", garantiu Moraes."
      http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/03/nao-ha-indicio-de-crime-politico-diz-secretario-sobre-morte-de-advogado.html

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  2. Concordo que a corrupção está em níveis alarmantes em nosso país, mas porque só citar os exemplos do PT em seu texto? Você não está sendo nada imparcial (se é que queria ser).

    Recomendo a leitura do texto abaixo no blog. Em Joinville já tivemos várias trocas de poder e nem mudou muita coisa. Já tivemos o antigo PFL, PP, PMDB, PSDB, PT... o que melhorou em nossa cidade?

    Não entendo que haja um "projeto de poder", conforme você menciona. Existem eleições que podem tirar esse ou aquele "projeto do poder". E não me venha falar em urnas eletrônicas fraudadas que isso é conversa pra boi dormir. Coisa de quem não sabe perder: e olha que nunca votei em Dilma ou Lula (ou no PT, como um todo).

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  3. É mesmo Jordi, Pois o passado não conta, PSDB roubar ... PÓDI !!!!!!!!! Mas hoje quer descontrolar um Tucano? Basta falar do esqueleto no armário que eles tem. A gestão PSDB que quebrou o país é um fardo pesado pra qualquer um. O resultado é um ser espumante, babando de raiva, esmurrando o teclado e cuspindo no monitor.

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    1. Rebeca duas perguntas

      1.- Você tem que idade?
      2.- Você olha o seu entorno?

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  4. Quem nasceu primeiro, foi o ovo ou a galinha? O cerne do teu texto é isso

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  5. Aprendi com os comentários que se encontrar um meliante roubando uma casa não devo chamar a polícia para interromper o crime em andamento já que muitos roubos aconteceram em muitas lugares anteriormente.

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  6. "Dilma não é Jango, é Collor."

    OAB

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  7. Mario Sergio Conti foi redator da Veja, foi diretor da TV Cultura e apresentador do Roda Viva, não é e nunca foi petista, nunca votou no Lula (assim como você) e é apresentador da Globo News. Mario Sergio escreveu o livro que é a narrativa do que aconteceu no impeachment do Collor e de como a imprensa elaborou a narrativa para a destituição da criatura que ela própria havia criado. Jordi, você é mais do que este texto que escreveu. Por favor, leia a opinião deste Jornalista: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/31/politica/1459432288_086212.html

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    1. Fala sério o Conti entrevistou o sósia do Felipão.....

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