POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Na segunda-feira, o Chuva Ácida publicou um
texto de Jordi Castan a falar nos salários do prefeito, secretários e quetais.
Houve um bom número de entradas no blog, o que é compreensível, já que o tema
desperta a curiosidade das pessoas. Eu próprio não resisti e decidi fazer uma
pesquisa: comparar os salários dos políticos joinvilenses (e os seus acólitos) com os de outras
cidades ou países. Os resultados são de pasmar.
Os catarinenses, no geral, e joinvilenses, no particular, ganham muito bem. Muitas vezes mais que políticos com responsabilidades muito superiores, como
presidentes da república ou um primeiros-ministros. O salário de Udo Dohler
serve como referência. É óbvio que o atual prefeito não tem culpa (o valor já
estava estipulado quando ele ganhou as eleições), mas há uma enorme assimetria entre
o seu salário e os vencimentos de políticos de outras latitudes.
O prefeito de Joinville, não importa quem ocupa a cadeira, ganha
pouco mais de 25 mil reais, como informou Jordi Castan. É grana, amigo. Se
formos fazer uma comparação com Lisboa, por exemplo, fica evidente a diferença.
O prefeito da capital portuguesa ganha cerca de 17 mil reais brutos. No
entanto, não resisto a fazer uma comparação entre os salários mínimos: em
Portugal é de 2.200 reais, no Brasil é de 880 reais. E isso faz muita
diferença.
Querem comparações entre o salário de Udo
Dohler e políticos de outras partes do mundo?
- O prefeito de Joinville ganha mais que o dobro do primeiro-ministro da Croácia (9.737 reais), do presidente da Bulgária (10.868) e do primeiro-ministro da Eslovênia (12.430 reais).
- Ganha quase o triplo do
primeiro-ministro da Bulgária e do presidente da Índia (ambos com cerca
8.430 reais).
- Ganha um pouco mais que
o presidente da Colômbia (20.800 reais).
- Ganha quase o mesmo que
o primeiro-ministro de Portugal e o primeiro-ministro da Espanha (ambos com cerca de 29.900).
Mas as disparidades não ficam por aqui. Um caso
gritante é o do presidente do Paquistão, que recebe perto de 3.200 reais. Portanto,
a metade do que ganha um secretário municipal. É uma tremenda diferença. Ou
seja, compensa mais ser comissionado do que ser presidente de um país que exige
decisões difíceis. Com esses valores, não admira, portanto, que prefeituras
como a de Joinville, o maior empregador do município, se vejam a braços com dificuldades
para conseguirem honrar a folha de pagamento.
E que tal uma virada no foco? Um prefeito,
pelas suas responsabilidades executivas, tem uma carga de trabalho muito grande.
Portanto, vamos pensar nos deputados estaduais, em especial os eleitos por
Joinville. Ninguém duvida que eles levam uma vida mais sossegada, assegurada
por um polpudo salário de 25.322 reais. Que tal comparar?
Um deputado português recebe menos de 15.000 reais, um sueco 19.900
reais, um francês 21.000 reais. Os deputados alemães ganham melhor, mas nem
tanto: 29.000 reais. Ah... e na maioria dos casos europeus não verbas
suplementares.
Em resumo: os políticos brasileiros vivem de uma mamata histórica.
E fica fácil entender porque tanta gente briga por um lugarzinho nas
administrações públicas. Mas como bem lembrou Jordi Castan no seu texto, será
que teriam capacidade para ganhar salários assim na iniciativa privada?
É a dança da chuva.
Link para o texto de Jordi Castan aqui
P.S.1 - Antes que algum assessor do prefeito tome as dores, um aviso: o texto não é sobre Udo Dohler. É sobre o salário do prefeito de Joinville, seja ele quem for.
P.S.2 - A tabela abaixo é em reais e as conversões foram feitas no www.financeone.com.br.
Link para o texto de Jordi Castan aqui
P.S.1 - Antes que algum assessor do prefeito tome as dores, um aviso: o texto não é sobre Udo Dohler. É sobre o salário do prefeito de Joinville, seja ele quem for.
P.S.2 - A tabela abaixo é em reais e as conversões foram feitas no www.financeone.com.br.
Pois é, parece que o Udo não fica com o salário dele...O prefeito doa para instituições sociais.
ResponderExcluirSim. É de conhecimento geral. Mas isso torna as despesas do município menores?
ExcluirRealmente não, só torna melhor o repasse para as instituições sociais, menos burocrática do que via aparelho estatal.
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