POR FELIPE CARDOSO
O Brasil vive um momento delicado, política e economicamente falando. As duas questões estão associadas, interligadas, e isso tem influência da crise mundial, deflagrada em 2008. É importante lembrarmos disso.
Internamente, vivemos um grande momento de polarização em que, mais uma vez, a imprensa tenta guiar os passos do país.
Uma crescente onda fascista se propaga. Diversos casos de agressões são registrados e denunciados por pessoas que utilizam alguma vestimenta ou objeto da cor vermelha. Homens, mulheres, crianças e animais estão sofrendo agressões por andarem simplesmente de vermelho.
Até o líder do grupo Revoltados On-line, Marcello Reis, teve que sair escoltado de uma manifestação¹ pelo simples fato de dizer aos manifestantes pró-impeachment, que ocupavam a Avenida Paulista, que deveriam desocupá-la, pois no outro dia aconteceria o ato a favor da democracia. “Eles estão na lei, temos que respeitar”, disse. Recebeu como resposta gritos acusando-o de ser comunista, “petralha”. Parece que o feitiço voltou contra o feiticeiro. Agora, talvez, ele perceba que quem planta ódio, colhe ódio.
Estamos vendo os ataques violentos que antes ficavam restritos ao meio virtual dominando o mundo real, o espaço físico, dificultando, ainda mais, a convivência. O discurso fascista se transformando em atitudes.
Percebam, pessoas que levantam a mesma bandeira se agredindo. Agredindo outras pessoas por pensarem diferente ou por não concordarem, ou por apenas não querer participar. CRIANÇAS e BEBÊS² que nem sabem o que está acontecendo.
O fascismo promove essa paranoia de achar que todo mundo está errado. Faz as pessoas se isolarem cada vez mais e atacarem tudo o que pareça diferente, por mínima que seja a representação dessa diferença (um gesto, uma palavra, uma roupa).
São essas as consequências que quem desvaloriza o trabalho dos Direitos Humanos trazem para o Brasil. Esse é o resultado, a contribuição dos que gritam fortemente que esses direitos só existem para defender bandidos.
Mas agora o mantra “direitos humanos para humanos direitos” serve para quem? Os ditos “cidadãos de bem” estão abusando da violência. Agressões e ameaças são feitas a luz do dia. “Humanos direitos” que saem com seus filhos, voltam para casa após o trabalho, passeiam com seu cachorro, estão sendo agredidos por bandidos manifestantes³.
São essas as consequências que todos sofreremos por conta de pessoas que dispensam a leitura diversificada, a História, as opiniões contrárias, o diálogo, o debate, a democracia, que não pensam com a própria cabeça, que não sentem empatia, que não são capazes de respeitar o outro.
É isso que a ignorância promove, é isso que a alienação televisiva faz. Essas são as consequências da atuação e do discurso de ódio fantasiado de jornalismo da Rede Globo e de outros veículos de comunicação da “grande mídia”.
Ainda assim, continuam investindo no mesmo discurso, sem dar espaço para denunciar as violências ocorridas. Insistem em mostrar o “protesto pacífico”, dando a liberdade para que tais atitudes sejam repetidas. Igual ao caso da jornalista Raquel Sheherazade que estimulou a justiça com as próprias mãos, em rede nacional. O que vimos, logo após, foi uma onda de mortes causadas por linchamentos em todo o país.
O cuidado para blindar essas manifestações pró-impeachment não são os mesmos das manifestações organizadas pelos Movimentos Passe Livre, Marcha da Maconha, Mulheres Negras, greve dos professores e servidores, dentre tantos outros. Os termos utilizados são de vândalos para baixo.
Fica evidente a seletividade e o interesse da imprensa burguesa por trás da atuação da manifestação pró-impeachment. Já vimos esse filme antes, em 1964.
Não podemos assistir a história se repetir como tragédia. Não podemos deixar o ódio cego guiar nossos caminhos. Tenhamos autonomia e coragem para resolvermos os nossos problemas de forma eficaz.
No mais, meus parabéns para a "grande" imprensa brasileira, o monstrinho guardado em 1985 renasceu e o seu nome é FASCISMO. Está de volta ao cenário político, mas sempre esteve presente nas redes sociais e nas periferias das cidades, só aguardando o convite para retornar. Parece que o momento chegou.
¹https://goo.gl/kO9TyB
²http://goo.gl/x6YaUk
³http://goo.gl/NDaA96
http://goo.gl/5XEOLY
é, o caso é grave...
ResponderExcluirDá medo todo esse ódio.
ResponderExcluirPois é! Essa imprensa fascista fez o mesmo com Collor, e nem estávamos tão ruim assim... Qual partido mesmo pediu impeachment do então presidente? Esqueci...
ResponderExcluirOlha, tem muito fascista que se diz "de esquerda".
ResponderExcluirQuando uma peça de teatro é interrompida aos berros porque a plateia discordou de uma frase política improvisada, quem gritou "não vai ter golpe!" foram os fascistas.
Quando querem um Estado agigantado, mesmo que corrupto é ineficiente, são os fascistas a almejar tal estapafúrdia.
Quando querem que a imprensa livre seja amordaçada ou submissa aos interesses do Estado, são os fascistas atuando no controle da informação.
Quando aceitam que o Estado participe se conluios com ditaduras ou pseudo-ditaduras e detrimento de democracias avançadas que poderiam nortear políticas sociais no país, os apreciadores dos ditadores são os fascistas.
Falta história, filosofia, sociologia, geografia e política, mas sobra ideologia de botequim aos falsos esquerdistas (os pobres nem sabem que são, na verdade, fascistas!).
Cara me desculpe, mas fascismo é um movimento que sobrepõe a nação e a raça acima dos valores individuais e não tem nada a ver com o momento atual.
ResponderExcluirDe outro lado, sim estamos vivendo um momento de menos tolerância, isto é inegável. E sim me dá enjoo ouvir mentiras que vem dos nossos políticos que a anos dizem A e fazem B, que toda eleição anunciam a duplicação da mesma rodovia, que transferem a responsabilidade para os outros, que nunca sabem de nada... Cara desculpe, mas cansei das desculpas... se ainda tem paciência sorte a sua.