POR FELIPE SILVEIRA
Minhas considerações resumidas sobre o atual momento da política brasileira. É uma explicação breve, simplificada, sobre as questões que envolvem o impeachment de Dilma Rousseff, a prisão de Lula, o juiz Sérgio Moro e sobre como algumas peças são movimentadas. Fiz pensando numa forma de explicar as questões com clareza para pessoas que defendem a queda de Dilma porque acham que o governo é ruim ou que todos devem ser presos, como se isso fosse acontecer só porque elas querem. O título é uma brincadeira com o termo popular para as pessoas que defendem o impeachment.
1) Coragem é crucial para o momento. Coragem não só para assumir posições, mas principalmente para ouvir o outro. Coragem para considerar que o que pensamos pode estar errado e coragem para aprender.
2) Chamar alguém de petista porque ele defende que Dilma não deve sofrer impeachment é um erro. Para saber que não é, basta ouvir o argumento de alguém que não é petista e defende a manutenção do governo. Mas, aqui, é preciso coragem para ouvir e para tentar entender.
3) Meu principal argumento contra o golpe (ou contra o impeachment, como queiram) é relacionado com a substituição de Dilma. Por mais que você não goste dela, por mais que ache seu governo ruim, Dilma não é nem citada na Operação Lava Jato, ao contrário de sua linha de sucessão. Eduardo Cunha é réu na Lava Jato, Temer é citado. Temer já está articulando seu futuro governo com Serra, que é do PSDB, partido envolvido até o pescoço em inúmeros casos de corrupção e todo tipo de falcatrua.
4) Você querer que prendam todos é uma coisa, achar que isso vai acontecer é uma tolice. Até parece que não se lembram da infância, cuja primeira lição é “querer não é poder”. Assim que Dilma cair e Lula for preso, a Lava Jato acaba. Talvez prenda algum figurão da oposição, como o já soterrado Aécio Neves, mas dificilmente terá continuidade. A melhor maneira de garantir que a operação continue a funcionar é torcendo pela continuidade de Dilma no governo. Assim a caçada aos corruptos tem alguma chance de continuar.
5) Economia. Um dos argumentos usados para defender a derrubada de Dilma é aquele que diz que ela afundou o país. De alguns pontos de vista, isso até pode ser verdade (embora eu não concorde). Mas você não pode sair afirmando isso sem entender como isso funciona. Neste ponto, é preciso de muita coragem e vontade para aprender.
5.1) Para compreender a situação econômica do país, é preciso voltar alguns anos, ao início da história, quando Lula escreveu a Carta aos Brasileiros. Foi em junho de 2002, no início da campanha que levou Lula à presidência. Nela, Lula e o PT deixam claro que não vão rachar com a classe rica do Brasil. No seu governo, todos iriam ganhar, como, de fato, aconteceu. Salvo exceções, ricos ficaram mais ricos e pobres ficaram um pouco menos pobres. O fato de os pobres terem ficado menos pobres é muito importante. Assim se erradicou a fome, se deu algum poder de consumo (que é, sim, algo muito importante), se criou vaga na universidade e no ensino técnico, entre várias outras coisas. Eu, que não sou petista, acho que foi insuficiente. Mas não tenho dúvida que foi muito importante.
5.2) Acontece que, em 2008, ocorre a crise econômica mundial. Se você acha que ela não existe e que todo mundo já se recuperou, sinceramente, lhe falta coragem para enxergar a realidade. Alguns países ricos estão se recuperando a passos lentos, o que é óbvio, pois algo que todo mundo sabe é que dinheiro faz dinheiro. Com a crise de 2008, a coisa começou a ficar complicada, pois começaria a faltar o dinheiro que antes ia para ricos e pobres. Mesmo assim, o Brasil elegeu Dilma em 2010, sendo Lula o fator mais influente da campanha. Dilma, então, que sempre foi uma mulher corajosa e de confronto, decidiu enfrentar uma parte dos mais ricos.
5.3) Para entender como ela fez isso, é preciso entender uma coisa. Muito basicamente (muito basicamente mesmo), os setores da economia se dividem em dois: produtivo e financeiro. O produtivo, você sabe, é a indústria, a agricultura, a pecuária, comércio e os serviços (os dois últimos existem em consequência dos primeiros, né?). Já o financeiro é, basicamente, o sistema bancário, que, em contraposição ao primeiro, nada produz. Afinal, o que o banco te vende, além de dívida? E aqui está o pulo do gato. O sistema financeiro vive de juros, que, por sua vez, são determinados pelo governo. No Brasil, ele é altíssimo, gerando muito dinheiro para quem nada produz, mas que já tinha dinheiro para investir em títulos que rendem juros.
Voltando à Dilma, em 2011 ela decidiu peitar essa parte do mercado e baixar os juros, fazendo com que fosse mais lucrativo investir no outro setor, o produtivo. Este, então, geraria emprego e consumo, fazendo com que todo mundo ficasse feliz novamente. Na economia política, porém, não se pode fazer nada sozinho, e ela fez um trato com o setor produtivo, representados por entidade como Fiesp e Firjam, e com os trabalhadores, representados pela CUT. A coisa até que deu certo no começo, mas por pouco tempo. Em 2013, as entidades empresariais retiraram o apoio à Dilma, após desconfiarem que os juros voltariam a subir para controlar a inflação (aumento do consumo gera inflação e subir os juros é uma forma de diminuir). E quem lucra com juros? O sistema financeiro. Mas não foi só isso. A política desenvolvimentista fortalecia o Estado e os trabalhadores, de modo que o que chamamos de burguesia, achou melhor pisar no freio e brecar a coisa toda.
5.4) E como isso afeta a situação atual? Bom, afeta que as pessoas que mais querem o impeachment são as que derrubaram o acordo desenvolvimentista em 2012. A Fiesp, presidida por Paulo Skaf, candidato à prefeitura de São Paulo, é praticamente o quartel-general do golpe. Como os juros são altíssimos no Brasil, o andar de cima não está perdendo dinheiro, pois diversifica seus investimentos, aplicando no sistema financeiro. Com todos contra Dilma, movimento que tomou as ruas em 2013, a partir de reivindicações de esquerda que foram suplantadas pela direita, virou o que temos hoje.
5.5) Ainda sobre economia, é importante destacar que Dilma adotou o programa econômico de Aécio em 2015, depois de se reeleger. Ao invés de manter a política desenvolvimentista, que passa pela redução de juros, Dilma adota a estratégia neoliberal, inclusive com um economista ligado ao sistema financeiro como ministro, de manter os juros altos.
Então, antes de sair dizendo que Dilma afundou o país, tente compreender um pouco como funcionou este processo e quais são os outros atores dessa história. Nessa briga, você pode estar apoiando gente que ajudou a afundar o país e nem se deu conta.
6) Sérgio Moro. Não sei se o juiz paranaense é honesto ou não, mas ele certamente usa dois pesos e duas medidas para fazer o que está fazendo. Se não usasse, sua atuação no caso Banestado teria sido similar à da Lava Jato, já que eram as mesmas empreiteiras envolvidas e o rombo era imenso. Na época, o presidente era FHC, do mesmo partido que o pai de Moro ajudou a fundar em Maringá.
6.1) A Operação Lava Jato é inspirada na Operação Mãos Limpas, que prendeu um monte de corruptos na Itália. Sérgio Moro, em 2004, escreveu um texto acadêmico sobre a experiência italiana. Lá ele fala do uso da mídia e de outros instrumentos que deveriam ser usados na versão brasileira. É o que está acontecendo, inclusive com uma longa e elogiosa matéria no Fantástico do último domingo. A construção da imagem de Moro como um herói nacional é um sucesso.
6.2) É esse suporte midiático que possibilita a Moro o atropelamento das regras jurídicas. As pessoas que o apoiam apenas dizem: foda-se a regra, o que importa é pegar o bandido. Não é bem assim. Se fosse com elas, aposto que não gostariam que o juiz quebrasse as regras. Uma dessas regras quebradas é o grampo de advogados, desrespeitando uma regra básica de qualquer Estado Democrático de Direito, que é proteção ao sigilo entre advogado e cliente. Desconfio que o próximo passo de Moro é grampear consultórios de psicologia. Outra regra desrespeitada é a condução coercitiva de pessoas que nem haviam sido intimadas ou convidadas a depor. Tudo faz parte de um jogo midiático. Moro joga pra torcida. É como se um árbitro de futebol apitasse descaradamente a favor de um time e a torcida, reconhecendo isso, aplaudisse.
6.3) O que as pessoas precisam entender é que Moro não pode desrespeitar as regras sozinho. Ele tem o apoio da população e o apoio de gente graúda, de seus superiores. Se não fosse o ódio forjado ao PT, um juiz jamais conseguiria fazer algo similar sem sofrer sanções externas. Como isso tudo faz parte de um projeto de retomada do poder total pela elite financeira e política do país, Moro tem o apoio de todos.
7) Golpe. Você pode achar que não é, pois sempre há um elemento ou outro para justificar as ações contra Dilma e o PT. Mas o fato é que essa série de irregularidades – na Justiça, na Mídia, na Política –, combinadas, fazem com que a coisa toda seja um golpe. Querem tirar uma presidente que não tem acusações contra ela para colocar gente bandida que vai aplicar a principal política do capitalismo: enriquecer ricos e empobrecer pobres.
Em 1964 aconteceu algo parecido. Acusaram Jango de ser comunista, coisa que ele não era, assim como Dilma não é, e usaram a corrupção para desculpa para mobilizar o povo. Naquela época, o povo foi as ruas e a democracia foi pro espeto. Foram 21 anos de ditadura, com muito sangue derramado da esquerda e muito suor pingado dos trabalhadores, que sofreram sem poder reclamar.
8) Por fim, a ascensão do fascismo marca o nosso tempo. Derrubar Dilma, Lula e o PT é um atentado contra toda a esquerda, mesmo que o PT não faça mais políticas econômicas de esquerda há tempos. O clima instaurado, de ódio à política, tratando todos como ladrões, serve de trampolim para candidatos que parecem ser desgarrados da política, como Bolsonaro. Ao afastar a população da política, ela vai votar naquele que fala mais fácil, que oferece soluções fáceis, praticamente prontas, como a redução da maioridade penal, o aumento das penas, a industrialização do sistema prisional, o armamento. Ao promover o ódio ao PT, cada um está promovendo o ódio ao outro, ao que pensa diferente, erguendo muros e derrubando pontes. As consequências serão muito graves.
Como eu disse antes, coragem é fundamental para o momento. E vai ser cada vez mais. Pena que é para poucos.
Felipe, achei bastante elucidativo seu texto, apesar de achar o título excludente, pejorativo e ofensivo, como se todo cidadão que é favorável ao impedimento da Presidente Dilma, que não se encaixe no "padrão dos coxinhas", não fosse seu público alvo.
ResponderExcluirConsideraria seu texto muito racional se não cometesse um lapso - intencional ou por julgar irrelevante - o apadrinhamento aos financiadores de campanha.
Nada justifica os desvios e conchavos com as empreiteiras. Nada justifica que o PT, que antes de assumir o poder, se arvorava de defensor da ética e da moral repetisse os mesmos desvios que antes condenava.
Nada justifica que o Lula, mesmo tendo, inegavelmente,trazido avanços nas questões referentes a direitos humanos e erradicação da pobreza, se achasse acima do bem e do mal e, hipocritamente, se colocasse acima de seu cargo.
Nada justifica, em nome da "governabilidade", fazer conchavos com Sarney, Collor, Maluf e outros cancros da política brasileira, entre eles o PMDB, se submetendo à condição de refém de seus desmandos.
Não estou defendendo o "impeachment" da presidente, mas acho extremamente necessário que, assim como o PT rasgou seus princípios em nome de seu projeto de poder, algumas interpretações casuísticas de "legalidade" nas ações do Moro, sejam necessárias para esclarecer os desvios de conduta da classe política.
Se acontecer o impeachment, seja por pressão popular, por interesses políticos, ou por "golpe", temos é que continuar a pressão para criar instrumentos mais eficazes para a redução de custo das campanhas políticas e para o extermínio das legendas de aluguel, que encarecem e desvirtuam o equilíbrio da governabilidade.
Olá, Mario. Obrigado pelo comentário.
ExcluirSobre o título, usei aspas justamente pela razão que tu aponta. Escrevi este texto pensando em um público, que é a pessoa que defende o impeachment sem levar algumas coisas importantes em consideração, que são as que cito no texto.
Sobre o apadrinhamento aos financiadores, pelo contrário. No texto eu explico que a continuidade da Lava Jato só pode ocorrer se não ocorrer o impeachment. Assim que Dilma cair, a operação perde força. Então, que continuem investigando, mas respeitando as regras da investigação e da Justiça.
Felipe, você não acha que as tentativas de acabar com o financiamento empresarial de campanhas (apoiadas pelo PT e pela esquerda e repudiadas pela direita) seriam medidas válidas para combater a corrupção nas próximas eleições?
ExcluirOlha você pode impetrar uma petição para destituição do STF, porque os juízes desta vara, segundo o seu pensamento, chancelaram um golpe!
ResponderExcluirLula e Dilma, o resto do PT e aliados criaram o maior esquema de corrupção da história.
(Em tempo, a Odebrecht resolveu abrir a boca. Acho que o Impeachment deveria dar um tempo e esperar o resultado disso e anexar mais algumas informações, de modo a jogar uma pá de cal nesses bandidos que assaltam o Estado.)
Sem mais!
A crise mundial de 2008 é o que Lula chamou de "marolinha".
ResponderExcluirapaga isso.
ResponderExcluirBom texto, bem didático. Acho que esse estado de coisas encontrou terreno fértil no ódio de classe, nas reações ao pequeno avanço de grupos historicamente marginalizados. Tem gente desesperadamente apegada ao passado. Mas acho que algumas conquistas e conscientizações são irreversíveis.
ResponderExcluirEu paro sempre no "ódio"...
Excluir"o maior esquema de corrupção da história"
ResponderExcluirClichês que não justificam nada. Mensalão foi um esquema de corrupção com muitas acusações não comprovadas e que prendeu muita gente apenas "para inglês ver".
Casos de corrupção do DEM e PSDB foram muito maiores e nem julgados foram. Foi direto pra gaveta e alimente-se o ódio ao PT.
Em tempo: temos que criticar o PT (e seus aliados), sim. Só que não de forma cega e odiosa. Queria ver esse mesmo ódio se fosse o PSDB no poder e com uma imprensa nada imparcial.
Claro, o mensalão não existiu e Petrolão é coisa de coxinha revoltado... 3 bilhões devolvidos pela PF caíram do céu.
ExcluirParabéns pelo texto.
ResponderExcluirObrigado
ExcluirBravo.
ResponderExcluirParabéns pelo texto.
ResponderExcluirParabéns pelo texto! Muito bom!Esclarecedor! lamentável que alguns não tendo argumentos e nem conhecimento,e pela força do ego não queiram aceitar a coesão do texto!
ResponderExcluirMuito bom esses texto! Lamentável que alguns , por desconhecer a história, por interesses diversos, por manipulação midiática ou por força do ego não admitam a coesão do texto!
ResponderExcluirBom esforço, vamos a alguns contra argumentos:
ResponderExcluirTópico 1 e 2: De acordo.
Tópico 3: A Dilma não precisa estar citada, se a origem de recursos de campanha foi ilícita já é motivo suficiente.
Tópico 4: Não há o menor motivo para crer que ela ficando ou caindo as investigações parem ou vão para a frente temos que admitir nossa ignorância em relação a este fato, mas legalmente as investigações teriam que continuar e é o que tendencialmente deve o ocorrer.
Tópico 5: Minhas qualificações como consultor e professor na área me permitem dizer que há forte responsabilidade nas políticas adotadas pelo governo em especial na nova matriz econômica que justificam o desastre atual.
Tópico 5.1: Ok
Tópico 5.2: Houve uma crise mundial em 2008 e 2009 sim e o Brasil foi afetado e foi um dos primeiros a comemorar a saída, esta crise ainda traz alguns reflexos para alguns países, mas seus efeitos não são de contração do PIB, alías o mundo cresceu 3% no ano passado. E não ela não enfrentou os mais ricos, ela adotou uma política desenvolvimentista que sempre trouxe como resultados, baixo crescimento, inflação e benefício de determinados grupos empresariais.
Tópico 5.3: O Governo para combater a crise mundial baixou impostos e os juros de mercados escolhidos a dedo, lembra-se que todos saíram comprando carros, linha branca e apartamentos e se endividando. Enquanto incentivava uns deixava outros desamparados, veja bem a renda é limitada se eu compro geladeira, carro eu deixo de comprar outras coisas, ou seja, o governo criou desequilíbrios. Estes setores beneficiados contrataram mais mão de obra e aumentaram os custos para os demais.
Note que a demanda foi incentivada, mas não houve aumento da oferta. Mesmo nos setores incentivados o aumento da oferta demora, pois construir uma fábrica ou um apartamento pode levar anos.
Isto a meu ver gerou dois outros desequilíbrios:
• Contratação de pessoal para operar linhas produzindo mais no total, mas menos por pessoa (perda de produtividade), reduzindo os lucros e retorno dos investimentos o que fez com que muitos deixassem de investir (já que não era compensador).
• Outro fato importante foi a constante mudança nas regras do jogo (vide o setor elétrico) e o represamento de preços administrados (vide preço do combustível).
Tópico 5.4: As pessoas que querem o impeachment querem várias coisas, mas a pauta principal é e continua sendo o combate a corrupção sistêmica.
Tópico 5.5: Nos diga a medida liberal de fato adotada por ela??? Aliás, o Levy saiu por que não conseguiu aprovar praticamente nada do que queria.
Tópico 6: Não conheço o caso Banestado, não posso opinar.
Tópico 6.1: ?????????????
Tópico 6.2: Se não tem contrato não é advogado da parte e não é grampo. a própria Suprema Corte brasileira já reconheceu a regularidade da condução coercitiva em investigações policiais (HC 107644) e tem entendido que é obrigatório o comparecimento de testemunhas e investigados perante Comissões Parlamentares de Inquérito, uma vez garantido o seu direito ao silêncio (HC 96.981). Em nota o Ministério Público sobre a condução de Lula afirma, após ser intimado e ter tentado diversas medidas para protelar esse depoimento, incluindo inclusive um habeas corpus perante o TJSP, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua recusa em comparecer.
Tópico 6.3: Opiniões pessoais do autor não se discutem.
Tópico 7: Não vou listar as acusações a favor do impedimento já que são de domínio público, cabe a cada um enxergar o que quer, se você defende uma luta de classes estão aí seus argumentos. Mas pergunto: Os fins justificam os meios? Os fatos? Devemos Acoberta-los? Será queo impeachment só resultará num mal pior?
Tópico 8: Fascismo não é tudo que você discorda, é muito mais complexo e abrangente isto sim é uma simplificação.