sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Feliz 2013, e boa sorte

POR FELIPE SILVEIRA
Sempre que penso no futuro (não o meu, mas o da humanidade, e consequentemente o meu), visualizo dois cenários: o catastrófico e o otimista. Vejo, diariamente, sinais de que vamos por estes dois caminhos. Assim, vivo entre a frustração e a esperança. Vou escrever aqui sobre alguns destes sinais.

Em meu cenário de esperança, por exemplo, vejo muita gente ir de bicicleta para o trabalho. Não acho que isso resolva os problemas em relação à mobilidade, mas resolve parte dele e muda a vida de quem faz essa opção. Neste mesmo cenário, vejo muito mais cidades que decidiram extinguir a tarifa de ônibus, promovendo o direito de ir e vir da população. As primeiras já existem, e como elas estão aí para provar que dá certo, é questão de tempo até a ideia de espalhar e as pessoas perceberem que têm este direito.

Por outro lado, também há sinais de um futuro tenebroso neste quesito. Quando entrevistei o atual prefeito Udo Döhler, ainda durante a campanha, perguntei sobre mobilidade, ele não teve dúvidas em responder que dentro de pouco tempo todas as pessoas terão um carro e era preciso preparar a cidade para isso. Pior que a tendência é notável no dia a dia, quando vemos famílias com dois, três e até quatro carros na garagem. Fora isso, pra que sinal maior de um futuro maluco do que o congestionamento nosso de cada dia? As pessoas estão se habituando a passar uma, duas, três e até quatro horas dentro de carros, indo e voltando para casa. É normal?

Mas, voltando para o cenário otimista, destaco a vida em comunidade. Mundo afora, há diversas iniciativas de pessoas que decidem cada vez mais dividir o que tem e compartilhar o trabalho, a comida, os bens culturais. Vejo também que cada vez mais gente trabalha pelo compartilhamento do conhecimento, pela abertura de códigos, pelo acesso à cultura.

No entanto, voltando novamente para o cenário trágico, há de se dizer que o individualismo e a ignorância nunca estiveram tão fortes quanto nos tempos atuais. Um bom exemplo da ignorância são os comentários anônimos deste blog, que procuram atacar os autores ou outras pessoas que comentam de maneira séria. Simplesmente, não dá pra entender qual é a pira dessa gente. Infelizmente, essa ignorância está em todos os lugares, desde os bancos escolares e universitários até a tribuna da Câmara de Vereadores (onde é abundante).

Enfim, neste primeiro texto do ano, gostaria de compartilhar esta reflexão acerca do futuro, já que nesta época do ano é tão comum. Espero que cada leitor pense também sobre o futuro que deseja e qual caminho vai seguir. E quem quiser compartilhar mais impressões acerca do futuro, fique à vontade no espaço dos comentários. Será um prazer dialogar, e, dessa forma, trabalhar na construção de um lugar melhor.

6 comentários:

  1. Felipe... as pessoas se tornaram tão egoístas, individualistas e arrogantes que nem percebem o quão indigestas são!
    Eu, muitas vezes me tranco no meu mundinho e fico a observar as ações alheias (não que eu seja um exemplo) e chega a ser rídiculo e indigesto suas atitudes.
    É difícil, filho! Viver num mundo em que a maioria não pensa no amanhã. Não pensa em deixar um mundo melhor que encontrou. Um mundo em que a maioria só consegue enxergar seu próprio umbigo e seus interesses. Que não pensa no coletivo. Mas são vocês, os mais jovens é que podem fazer a diferença. Não que os da minha idade não possam fazer nada, claro que não! Todos tem o dever e o direito de deixar este mundo melhor!
    E um simples ato, o de andar de bicicleta, já vai fazer a diferença.
    E viva os que conseguem enxergar além da Bolha!
    Colorado.

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    1. Colorado, a história da humanidade é essa mesma. Algumas dezenas de homens em 40.000 anos de Homo Sapiens fizeram a diferença. O resto só se preocupou em copular e acumular riqueza. Isso no tempo das cavernas ou no tempo dos iPhones.

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  2. Em se tratando de mobilidade, acreditem, após décadas utilizando automóvel passei a vislumbrar a possibilidade de voltar aos meus dias de pedestre em tempo integral. Arriscaria dizer até que isso seria meu objetivo de vida daqui em diante. Ou melhor dito em meu "post Inversão de valores".

    .........Desde meus dias de aprendiz de motorista preocupei-me com a segurança. Tanto que treinei em estradas rurais, naquelas sem movimento algum, só vacas ou cavalos vez por outra. Foram meses até sentir-me seguro e “domar” a camionete por completo. Era subida, descida, frear, arrancar, parar no meio do morro, em seguida subir sem deixar “morrer o motor”. Nas curvas o cuidado em não derrapar e manter a visibilidade com a poeira batendo no rosto. Até o dia em que iniciei-me nas ruas de paralelepípedos daquela pequena cidade do interior, tempo em que ter veículo era para poucos, muito poucos mesmo. Tive a sorte de pilotar carros de meus amigos, patrão ou de algum parente... era um ritual e tanto. A minha curiosidade auxiliava ainda mais, pois perguntava sobre detalhes mecânicos e elétricos dos motores. Fato que ajudou-me a entender como o carro queimava o combustível; a serventia das velas, os tempos dos motores, por que quatro, cinco ou seis marchas, usar a embreagem, para quê o balancin... e por aí a fora. Era o meu mundo de aprendizado, inclusive com estudo das leis e sinalização de trânsito. Para mim algo tão importante e perigoso (dirigir), merecia muita responsabilidade e atenção. Pois bem, somente após dez anos consegui comprar o primeiro automóvel. Já tinha carteira nacional de habilitação e em alguns dias já manobrava pelos becos do bairro. Foram mais seis meses até aventurar-me em rodovias com o trânsito de caminhões e outros veículos pesados, para daí então "agarrar" o mundo. Isso foi há quase trinta anos...
    ..........HOJE, apesar da "bagagem", acreditem... o trânsito me apavora. Tenho medo, fico tenso, olhos arregalados, preocupado com o que pode acontecer. Vejo pessoas com a atenção voltada à conversa no celular e numa rodovia em que a velocidade é sessenta por hora, devo ficar atrás de quem roda a vinte porque está dialogando... Numa conversão à esquerda, enquanto aguardo a vez para dobrar, sou obrigado a ouvir xingamentos e buzinas de quem não aprendeu o mínimo sobre as leis de trânsito. Ou quando em via urbana e velocidade próxima dos sessenta quilômetros horários, sou surpreendido pelos gritos de “sai da frente velho caduco”, ditos pela mulher a mostrar-me o dedo médio em riste...
    ..........O sensato, imagino, seria circular sem muito estresse, pois quem está no trânsito deveria ter a responsabilidade, além de semelhante aprendizado... Mas não é isso que ocorre, e sim a total falta de respeito... a emersão da pura ignorância de muitos, pois se tacham merecedores de tratamento especial só porque estão sentados dentro dum automóvel... “grandes merda” diria um amigo, de fato, se um dia automóvel dava status ou transformava alguém em bem-sucedido, atualmente tornou-se adorno de pobre endividado ou desejoso de “status”... enquanto na Europa e em outros países do primeiro mundo, o automóvel vem sendo descartado, aqui ainda continua sonho de consumo da pobreza e isso é fato... qualquer pobre já se pergunta quando vai comprar o seu... na minha época os pobres eram mais modestos... eu por exemplo, nunca imaginava naqueles tempos que algum dia teria um... no entanto hoje... sem desmerecer ninguém, basta ganhar salário mínimo já é possível "circular motorizado"... Buscar instrução, saúde, formação profissional é luxo que não vale à pena investir... o negócio é acelerar e deixar que os outros se preocupem com o que é certo ou errado no trânsito. Enquanto isso, alimento o sonho de voltar a ser pedestre em tempo integral... época em que era feliz e não sabia.

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  3. De fato ele está certo, e chegará o dia em que todo joinvilense terá o seu carro. Será um caos, como já é hoje.
    Enfim, começa a baixar a qualidade de vida, as pessoas ficam mais estressadas, mais acomodadas e com menos tempo para coisas simples. Optar por uma opção mais saudável como a bicicleta, infelizmente depende muito das condições de "infra" que o município pode prover, assim como o transporte público.
    Enquanto vemos os preços do transporte subirem, infelizmente teremos mais carros e motos nas ruas.

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  4. Voce é um radical extremista alucinado. Seu discursinho mentiroso paz e amor talvez engane a sua mae.

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