segunda-feira, 23 de julho de 2012

Quanto vale o seu voto?

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Sabe quanto vale o seu voto, eleitor joinvilense?

A imprensa local divulgou, faz alguns dias, alguns dados interessantes sobre a campanha para a Prefeitura de Joinville: a declaração de bens dos candidatos e o valor que cada um pretende gastar nas eleições. E, logo à partida, chama a atenção a dinheirama que vai rolar na campanha: somando os cinco candidatos, a coisa vai chegar a R$ 13,65 milhões. Já imaginaram, leitor e leitora, o que dava para fazer com essa grana toda? Até obras para a cidade...

Aliás, ao dar uma olhada para os números, em especial no que se relaciona aos rendimentos, fica a sensação de que o Pinóquio deve ser o contabilista de alguns candidatos. Ou o Mandrake. Não concorda? Ora, é só dar uma olhada naquela coisa chamada "sinais exteriores de riqueza". Mas podemos ficar descansados porque a vida parece correr bem à maioria, uma vez que todos têm um patrimônio no mínimo razoável, à exceção de Leonel Camasão (aliás, jornalista sem dinheiro é pleonasmo).


Tem outro dado interessante. Se formos comparar a declaração de bens de Udo Dohler com a de Marco Tebaldi, por exemplo, fica fácil perceber que a carreira política é muito mais vantajosa que a empresarial. Afinal, ao longo de uma vida de trabalho como empresário, Dohler amealhou R$ 5,9 milhões. E Marco Tebaldi, um funcionário público que virou político, em muito menos tempo conseguiu obter quase metade desse patrimônio. 

É uma coisa que leva a pensar, leitor e leitora. Eu, por exemplo, passei a vida toda na iniciativa privada e continuo pobre de marré. Fico aqui a imaginar que talvez devesse seguir o exemplo de Tebaldi e ingressar no serviço público. Parece que é mais fácil fazer o pé de meia. E não é uma crítica. Pelo contrário, é um elogio: talento é talento, temos que respeitar. 

Outro dado curioso. Todos os candidatos, à exceção de Udo Dohler, pretendem gastar mais do que possuem. É óbvio que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, mas não resisto ao raciocínio: será que os caras iriam concorrer se tivessem que tirar o dinheiro do próprio bolso? Ok... mas isso não vem ao caso, porque todos sabemos que a grana vem de doações de empresas, de pessoas físicas ou dos próprios partidos.

Ooopa! Mas também não deixa de despertar curiosidade. Todos sabemos que nem mesmo os loucos rasgam dinheiro. E se há empresas e pessoas dispostas a largar a grana, é legítimo que o eleitor pense que em contrapartidas. Afinal, para uma mão lavar a outra é preciso que alguém as molhe. E, no Brasil, investir em rabos presos sempre foi um negócio lucrativo. Afinal, todos sabemos que a política é a segunda mais antiga profissão.

No frigir dos ovos, e usando a matemática simples, você já sabe quanto vale o seu voto: o maior valor é de R$ 15,4. É pouco, se tivermos em conta os tempos em que a moeda eram as carradas de saibro. Se formos olhar bem com essa grana não dá nem para tomar umas cervejinhas. Então, o melhor mesmo é votar em consciência. Porque essa não deve ter preço.

P.S.: a maioria dos candidatos afirma que os valores são estimativos e que provavelmente os gastos serão menores. Sim, Pinóquio, a gente acredita.


7 comentários:

  1. Tirando o Leonel, que por enquanto não está contaminado pela podridão fétida da política, os caras tiram a maior onda da nossa cara. Vão pra merda com essas declarações de bens. Eu que sou uma pobre coitada, tenho um patrimônio de 200 mil reais (se é que se pode chamar isso de patrimônio). Não conseguem ser honestos com sua própria declaração de bens, terão competência para administrar os nossos bens? Sim porque a cidade é um bem público. É meu e seu! Afinal, não pagamos nossos impostos? Por Deus, vou votar na Camasão.
    Stefana.

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  2. Da pra entender o patrimonio do Marco Tebaldi olhando a quantidade de processos que ele tem no transparência brasil.

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  4. Com essa safra de candidatos vamos sofrer mais 4 anos... chega 2016, #Oremos!!!

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  5. É triste ver que os dois piores candidatos estejam na frente das pesquisas. Tá todo mundo louco... Max

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  6. Quero comprar a casa do carlito na procopio, ta so 120 mil, e a do teba da mais barato ainda na lages , quero ver se eles me vendem,

    todos mentem seus patrimonios, ate o carlito

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  7. Não é o valor do patrimônio que vai determinar o melhor candidato, mas as ações, e por aí já sabemos pelo menos o pior deles, Marco Tebaldi. Declarar um valor pequeno de investimento não vejo como uma referência de melhor, pois se tivesse mais grana, com certeza investiria, o que não o tornaria pior, porque sem dinheiro fica muito difícil fazer uma campanha num pais onde a maioria vota em campanhas. Seria ótimo se as campanhas se restringissem aos horário gratuitos, e o tempo na TV fossem iguais para os candidatos independente do tamanho do partido. Isso seria justo, não teríamos tubarões, teríamos mais igualdades de condições, e o que faria realmente a diferença seriam as propostas.

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