POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Você acha a linguagem dos blogs exagerada? Que a liberdade é muita e o
pessoal abusa nos palavrões? Pois é... o texto de hoje não é diferente. Traz
palavras "horríveis" e por isso só pode ser publicado num blog, onde
a linguagem é mais livre – a até libertina. Vou falar sobre o tabuísmo.
O quê? Tabuísmo? Sabe o que é isso? Não, nada a ver com tábuas. É a
expressão usada para falar dos tabus na língua. Ou seja, aquelas palavras ou
expressões que, por causa do moralismo das sociedades, acabam sendo
consideradas grosseiras, obscenas e ofensivas. Em suma, tornam-se palavrões sem
o ser.
OLHA O DICIONÁRIO – Se fosse numa universidade eu seria obrigado
a escrever ou falar palavrões para discutir a questão do tabuísmo. Mas este é um texto
que não pode, por exemplo, ser publicado num jornal, porque temos que
considerar os leitores que se sentem ofendidos. De qualquer forma, para que não
me acusem de ser besteirento, vou reproduzir a definição que está
no Dicionário Houaiss.
- Tabuísmo: palavra, locução ou acepção tabus, considerados chulas,
grosseiras ou ofensivas demais na maioria dos contextos [São os chamados
palavrões e afins e referem-se geralmente ao metabolismo (cagar, mijar, merda),
aos órgãos e funções sexuais (caralho, pica, boceta, vulva, colhão, cona,
foder, pívia, crica, pachoucho etc.), incluem ainda disfemismos pesados como
puta, veado, cabrão, paneleiro, expressões tabuizadas (puta que pariu) etc.].
Oooopa! Não fui eu quem escreveu isso. Foi publicado no dicionário. Se
está publicado, então é público. Se está no dicionário, então é legítimo.
Aliás, a descrição do dicionário traz algumas palavras que nada dizem para um
brasileiro (cona, por exemplo) ou que têm um significado inocente para um
português (boceta, que é caixa). E as duas palavras falam da mesma parte da
anatomia feminina.
TRÊS PONTINHOS - O tabuísmo torna ridículos alguns textos dos jornais.
Porque obriga a inventar truques idiotas. Alguém se lembrou de usar os três
pontinhos como uma espécie de hábeas corpus das palavras. Então, os textos dos
jornais acabam cheios de expressões como “m...”, “b...eta”, “c...alho”. Ou
abreviaturas, como “cdf”. E o que dizer de contenções linguísticas como caraca
(no Brasil) ou caraças (em Portugal)? Ou expressões como “vai para a pequepê”?
Ora, o que torna uma palavra ofensiva? É a sua cabeça, leitor e leitora.
E que saber o que mais? Que se foda!!!ahahaahah
ResponderExcluirVai à merda, pá!
Excluirfodasssi
ExcluirPô, Baço, nem tanto o céu, nem tanto o inferno, né não? Assim como um "inglesismo" - algo tão caro à cultura "colono-tupiniquim" - mal colocado pode arrebentar um texto, um gostoso palavrão, bem colocado pode salvá-lo... eheheh
ResponderExcluirO problema, Nico, é que as pessoas têm medo das palavras. É como se elas tivessem vida própria quando, afinal, também são um produto social.
ExcluirO Baço hoje se superou. Deu uma aula. Obrigado
ResponderExcluirDepois de ler este texto vou ter que rezar uns 100 pai nosso e umas 500 ave maria para pagar meus pecados.
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