sábado, 31 de março de 2012

Alô Joinville, cidade das bicicletas (???)

POR GERALDO CAMPESTRINI

Estive em uma palestra proferida pelo prefeito de Sorocaba, Vitor Lippi, que tem uma visão totalmente diferente da grande maioria dos políticos brasileiros. O que mais chamou a atenção na palestra do prefeito foi a imensa malha cicloviária instalada na cidade (para ficar apenas em um exemplo, que atinge o "coração" da intitulada "Cidade das Bicicletas"). O vídeo do Youtube postado abaixo do texto demonstra isto.

Vejam, meus caros conterrâneos, que não são aquelas "tartarugas" mandrakes colocadas no asfalto, do lado da rua, que só atrapalham o fluxo de veículos e não protegem em nada o ciclista. São ciclovias de verdade (na realidade, 92 km de ciclovias DECENTES, que devem chegar a 120 km até o fim deste ano). As ciclovias são ainda integradas com o transporte público!

Ah, para completar nosso lamento de gestão pública dos últimos sei lá quantos anos: existem praças em Sorocaba que alagavam, por conta do rio que passa ao lado. Pois bem, o rio foi totalmente despoluído (mais um item na comparação), tornando-se um bem para a população. Em áreas específicas de alagamento, foram criados Parques Reversos: no período de cheias, o parque serve para atender o rio; nos períodos de seca, atende a população. Evita, portanto, as situações de calamidade que vivenciamos diuturnamente e que aconteciam com certa frequência também nesta cidade do interior de SP.

Enfim, o referido prefeito falou muito em planejamento de maneira holística e integrada. Ele teve a 2ª maior votação proporcional do Brasil na última eleição municipal, provando que, pelas suas palavras: "AS PESSOAS GOSTAM DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO".

Colegas de Joinville! Mesmo que eu esteja à distância, seria legal reforçarmos este debate, ainda mais em ano de eleição. Tenho a apresentação completa, que pode ajudar também na argumentação de colegas da área de Educação Física.

A mensagem final é: "Será que podemos tornar Joinville mais inteligente sob o ponto de vista da saúde e da sustentabilidade?”



Geraldo Campestrini, joinvilense vivendo no Rio, é bacharel em ciência do esporte e trabalha com gestão do esporte.

12 comentários:

  1. Exemplo a ser seguido. E Salve as Magrelas!
    Beto

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  2. Acho difícil ver Joinville como uma idade "inteligente". Basta ver o nível dos nossos representantes. Inteligência é o que mais falta neles!

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  3. ISSO MOSTRA NA PRATICA COMO É UMA GESTÃO EFICIENTE FOCADA NOS PROBLEMAS DA CIDADE ... O SR. PREFEITO CARLITO DEVE SEGUIR O EXEMPLO DESSE PREFEITO DE SOROCABA ... SÓ PODEMOS MELHORAR A NOSSA MOBILIDADE URBANA, INVESTINDO EM INFRA ESTRUTURA E EM MEIOS ALTERNATIVOS DE TRANSPORTE ...

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  4. Se deu certo lá, pode ser feito em qquel lugar, é só fazer, embora eu continue não acreditando, no uso da bicicleta como meio de transporte básico e sim como laser nos fins semana, onde as ciclovias são muito bem vindas.

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  5. Pessoal, pela experiência europeia, é possível sim utilizar bicicleta como meio de transporte. Além de facilitar o trânsito, faz muito bem para a saúde. Basta que isto seja estimulado.

    Em Sorocaba, que é o caso em voga, a região é extremamente acidentada, com muitos morros e, mesmo assim, o aumento do uso de bicicleta foi enorme.

    Em Joinville temos o problema da chuva. Mas é possível "driblar" a situação com o estímulo para que as empresas tenham vestiários para funcionários e que o sistema possa ser ligado aos meios de transporte público, como também é feito em Sorocaba...

    Abs.,


    Geraldo Campestrini

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  6. Interessante a entrevista com o economista americano Edward Glaeser, nas páginas amarelas de Veja, da semana passada (ed.2262, nº13 de 28/03/2012). Faz pensar sob uma ótica diferente da maioria das teorias atualmente discutidas sobre a realidade das cidades.

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  7. Concordo com a opinião da leitora Raquel. Também não vejo a bicicleta como meio de transporte básico, como outrora foi.
    O vídeo, apesar de ser propaganda institucional, e portanto só mostrando o lado cor-de-rosa da questão, tem o grande mérito de provar que é possivel SIM, fazer algo decente em termos de transporte cicloviário. Finalmente é mostrado um exemplo verdadeiro e sério de ciclovia, que não toma espaço dos outros modais, tem segurança e, principalmente, ponto de partida e de chegada. Bem ao contrário dos nossos "dois riscos no chão" cobertos de tachões, que pouquíssimos ciclistas tem coragem de usar tal o risco à segurança que impõe. Invenção do Sr. Tebaldi, grande especialista em soluções "meia-boca", que inaugurou várias com pompa e circunstância, e que infelizmente vem sendo imitado pelo atual prefeito Carlito. Do jeito que nossas "ciclofaixas" estão (em Florianópolis, onde Dário Berger apronta o mesmo tipo de enganação, o pessoal as chama de "cicloFARSAS"), não servem nem para recreação de fim de semana minha cara Raquel.

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  8. Muito boa a definição das armadilhas para ciclistas que Joinville tem desenvolvido.

    cicloFARSAS, CicloENGANAÇÃO, tudo menos uma ciclovia.

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  9. Até quando vão vender o "case TUPY" como sendo da cidade inteira !
    por quantos anos mais ?

    único bairro que deu certo a ciclovia em JOI é no entorno da TUPY , lá sim é exemplo!

    no resto de JOI é como qualquer cidade , normal !

    Agora , a melhor ciclofaixa da cidade é a da Otto Boehm ligando na da a lugar nenhum ! só faltam colocar bicicletas para os hospedes daquele hotel poderem passear na bucólica Joinville ! rsrsrs

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  10. O filme realmente nos faz sonhar com uma Joinville sobre pedal.
    Vamos por partes:

    É possível? Sem dúvida que sim. Nosso relevo é muito favoravel ao uso de bicicletas

    O que atrapalha? Bem ... primeiro o clima. Pedalar na chuva indo pro trabalho ... ninguém merece.
    Depois vem a questão de por onde passariam as ciclovias? Nossa cidade tem 161 anos. Nossas ruas não foram planejadas. Se ramificaram como raízes pelos contornos e desniveis de terrenos. Depois foram tomadas por residencias. E depois , mais residencias. E depois uma rua que se espremeu por entre as residencias. E depois um calçamento que obrigou a criação de calçadas entre a rua apertada e as residencias. E aí? onde passam as ciclovias?
    Podemos alargar as ruas? Sim. Alguns projetos de binários estão tentando fazer isso. E quem serão os desapropriados. Quem se apresenta como voluntario? Eu (egoistamente) não quero que tirem um pedaço de meu terreno. Alguém quer?
    OK. Vamos tentar outra coisa.
    Matamos dois coelhos com uma só paulada.
    Proibimos radicalmente o estacionamento de carros paralelo ao meio fio em todas as ruas do centro e circunvizinhança. O espaço dedicado a estacionamento viraria ciclovia (todas as ruas). As faixas de rolamento permaneceriam as mesmas. Porém sem lugar para estacionar, as pessoas evitariam vir de carro para o centro, o que estimularia o uso de bikes e de transporte coletivo. Aí, sim, Joinville seria a cidade das bicicletas.

    E então? Alguém encara?

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  11. Eu concordo com a retirada dos estacionamentos paralelo às avenidas, obrigando o motorista a estacionar nas laterais. Porém, não vejo a necessidade de ciclovia em todas as ruas (eu sou ciclista pelo menos 3 vezes por semana) pois as vias principais, com maior fluxo, são as que mais atormentam a vida dos ciclistas.

    Veja o exemplo de Portland. A cidade quer se tornar a maior cidade, fora da europa, em usuários de bike, e isso sem investir muito em infraestrutura, pois em alguns estudos, vemos muitas vezes apenas placas e pinturas no chão, bicicletas em meio aos veículos. Estão "simplesmente" plantando a cultura da bicicleta também entre os motoristas.

    Conclusão: As ciclofaixas não são tão ruins assim, (apesar de estarem anos luz de algo ideal) elas apenas estão mal posicionadas ou foram, como sempre, mal pensadas. Palavra de quem utiliza.

    Voltando a realidade;
    Não concordo com a idéia de dificultar a vida dos motoristas, pois acredito que ambos os modais podem coexistir.
    No mais, excelente vídeo, ainda que institucional.

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  12. As "Bike Boxes" são mais vulneráveis que uma ciclofaixa. http://www.youtube.com/watch?v=llQsYLzfMxM

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