domingo, 4 de março de 2012

Schützler e a mística vencedora do JEC


POR TORCEDOR DO JEC



Justíssima. É a palavra que melhor define a entrega da medalha Princesa Dona Francisca a Waldomiro Schützler, primeiro presidente do JEC e um homem que tem uma trajetória esportiva marcada pelas vitórias. Os longos anos em que ele esteve à frente dos destinos do clube foram tempos de muitas alegrias para os torcedores tricolores. O balanço desse período permite dizer que houve muito mais acertos do que erros.

Sem cair na tentação de elaborar teses sociológicas, o fato é que nesses tempos a  própria cidade, inspirada pelas conquistas do time, vivia um astral mais elevado. As sucessivas vitórias serviam para aumentar a auto-estima dos joinvilenses. E foi nesse período que se construiu a imagem de uma equipe destinada a ser campeã.


Não há dúvidas de que o  torcedor do JEC é um dos mais aguerridos e apaixonados pelo seu clube. E é indiscutível que a paixão dos torcedores de hoje tem as suas raízes nesses tempos em que o Joinville, sob o comando de Waldomiro Schützler, era um autêntico rolo compressor em Santa Catarina, época em que  construiu uma mística vencedora.


Que outro time pode se orgulhar de ganhar oito campeonatos seguidos, como fez o JEC entre 1978 e 1985? Se era raro naqueles tempos, quase impossível nas condições atuais. Aliás, Waldomiro Schützler foi um vitorioso também no plano semântico. Porque enquanto esteve à frente do clube, os joinvilenses tiveram que aprender a pronunciar palavras novas, como pentacampeão, hexacampeão, heptacampeão ou octacampeão. 


Os torcedores que tiveram o privilégio de ver os times desses tempos sabiam que uma ida ao Ernestão era garantia de um futebol eficiente, bonito e guerreiro. E não importava o nome do adversário, porque muitos times grandes do futebol brasileiro sucumbiram aos pés dos craques do JEC.  E  em muitos jogos memoráveis o time produziu verdadeiros recitais de futebol.


Naqueles tempos, o JEC era um time que mandava nos jogos em casa, mas quando saía por esse Brasil afora, nos campeonatos brasileiros, sempre foi respeitado. E não importava se o adversário era o Flamengo do Rio ou o Treze da Paraíba. O JEC entrava em campo com a obrigação de vencer os times pequenos e a determinação de aprontar para cima dos times grandes.


Nenhum adversário podia achar que um jogo com o JEC era fácil. Porque o time, que teve muitos craques ao longo desse tempo, impunha respeito. E por falar em craques, está aí um dos maiores méritos de Waldomiro Schützler e da sua equipe diretiva. Sempre que saía um jogador do time, na maioria das vezes vendido para times de maior expressão, o substituto que vinha era quase sempre à altura.


Havia a tal mística ganhadora. Mesmo que houvesse dúvidas sobre o talento do novo jogador, quando chegava ao JEC ele crescia e começava a se impor. Quem vestia a camisa tricolor sabia da importância de jogar num clube vencedor. Aliás, o central Leandro, que não era um craque, certa uma vez definiu a coisa. “Para jogar no JEC tem que ser assim: treino é jogo e jogo é guerra”. Duro, mas eficaz.


Houve muitos times de qualidade ao longo dos anos em que o JEC era comandado por Schützler. A equipe octampeã, por exemplo, é lembrada como uma dos mais completas - em talento, técnica e garra - de toda a história tricolor: Válter, Alfinete, Léo, Leandro, Jacenir, Ricardo, Nardela, João Carlos Maringá, Geraldo Pereira, Wagner Oliveira e Paulo Egídio. Jogadores que esbanjavam talento.


O tempo em que Waldomiro Schützler esteve à frente do clube também teve outros nomes em destaque. Wagner Bacharel, Fontan, Moreno, Zé Carlos Paulista, Jorge Luiz Carneiro, Galvão, Bosse, Valdo, Edinho, Pingo. Enfim, a galeria de grandes jogadores é extensa e alguns nomes podem ter sido esquecidos.


Por tudo isso - e outras razões que não importa discutir aqui - a homenagem a Waldomiro Schützler é mais do que merecida. Afinal, importa lembrar que quando esteve à frente do time, em especial até ao octacampeonato, o seu nome era uma referência para além do  plano esportivo. Para os joinvilenses, Schützler tinha mais autoridade moral para representar a cidade do que muitos políticos.

2 comentários:

  1. A antítese de Schützler chama-se Mauro Bartoli. Este foi o maior fracasso, o maior atraso de nosso time.

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  2. Saudades daquele Joinville dos tempos do Waldomiro. Competência, caráter, seriedade e malandragem tambem, porque não? Tudo na dose certa.
    Saudades DA Joinville daqueles tempos tambem.

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