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sábado, 18 de abril de 2020

Chuva Ácida volta e discute o coronavírus

POR CHUVA ÁCIDA

O Chuva Ácida voltou. E todas as semanas vai ter um debate mais alargado com todos os seus integrantes. Este é o primeiro, com Clóvis Gruner, Jordi Castan e José António Baço. Vejam e comentem.



sábado, 22 de setembro de 2012

Laranja mecânica?

JEC - Hoje o Tricolor adentrou o gramado da Arena Joinville robusto, dos seus 10 mil torcedores disposto a um só objetivo: vencer. O Joinville, diante do Paraná, não só venceu, como convenceu, com o placar elástico de 3 x 1.

Com este resultado, o JEC volta a ficar bem próximo ao G-4 suma importância. Se distanciar numa lacuna grande do grupo de acesso à Série A, no returno pode significar a permanência na Série B.

E, da forma aviltante e envolvente com que jogou, na estréia da sua nova camisa será que seria audácia chamar o nosso Tricolor de Laranja Mecânica? Tudo bem, posso estar exagerando. Mas o sonho só é cabível aquele que detém da emoção pura e verdadeira que lhe faz palpitar o coração.

E sonham apenas aqueles que estão vivos, portanto me permito a qualquer sonho, por mais utópico e lúdico que possa ser.

"MEA CULPA" - Tenho a obrigação, em nome do respeito ao trabalho sério, de fazer uma correção no meu último texto, vez que deixei de citar o nome de um componente da comissão técnica do Krona Futsal. É que na verdade, se trata apenas do mero preparador de goleiro, sim, o Fred, aquele que tem entre os seus pupilos sempre os melhores.

Nos últimos anos, todo goleiro treinado por Fred tem apenas um destino: a seleção brasileira. Se isso não diz nada acerca da sua qualidade e competência, não me chamo Gabriela.

O seu trabalho se reflete diretamente no retorno, ao auge, do Tiago, assim como ele fez com Djony, na temporada passada. Claro que a qualidade do atleta é fundamental mas, caso não houvesse a parceria com o profissional que é, tais goleros não atingiriam seu ápice, pois ele da o caminho para aqueles que possuem a ferramenta.

UFC - Hoje é dia de pancadaria. Ops, desculpem, esporte de alto rendimento, muito educativo, apropriado para as crianças que estão criando o seu caráter, o UFC.

Sou apreciadora e com muito gosto do vale tudo, no entanto é inegável que a violência é fator preponderante neste esporte e que isso não pode ser saudável para crianças que estão conhecendo os significados das coisas. Ver duas pessoas se degladiando, sangrando até pedir "pelo amor de Deus" para que não chegue a um até provável óbito não corresponde ao Homem Contemporâneo. Alguma coisa mais parecida com o homem das cavernas.

A verdade é que eu gosto, assim como a "torcida do Flamengo" e a cada dia agrega mais adeptos, inclusive a classe feminina.

Não deixe de acompanhar Vitor Belfort no octógono (local onde ocorre a luta). Mas se quiser assistir ao vivo vai ter que colocar a mão no bolso e comprar no canal fechado.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Facebook, a nova fábrica de dogmas


Plato's allegory of the cave, from the Republic, illustrating Plato's concept of the ideas or pure forms, ref.: drawing by the author ( P J Lewi)
 POR AMANDA WERNER
A manifestação do pensamento é uma das formas que encontramos para demonstrar nossos valores, crenças e opiniões, formar a nossa identidade social, fazer parte de grupos.

O ato de pensar pressupõe um sistema mental, uma série de etapas que devem ser cumpridas, onde recebemos a informação, analisamos a veracidade e a possível conexão com a realidade, enfim, digerimos. Ou seja, há todo um raciocínio, uma atividade cognitiva. O ato de manifestar o pensamento, presume que tenhamos passado por todo esse processo de pensar.

A quantidade de informações inverídicas, infundadas e incompletas que circulam por aí impressiona. A falta de crivo, de uma apreciação um pouco mais sofisticada, principalmente agora, em tempos de eleição, e, no Facebook, assusta. As informações não são checadas - alguém que eu considero inteligente, ou que aparente ter algum conhecimento, falou, então é verdade. Ouço/leio, logo concordo. E replico. Ou, compartilho no Facebook.

Talvez, a onda dos mastigados livros de autoajuda tenham nos feito mais mal do que imaginávamos.

Mas, afinal, não sabemos mais pensar? Ou, talvez, não conseguimos mais nos expressar por conta própria? Aquela frase pronta, tentadora, na nossa timeline, cuja origem não sabemos, por vezes nos cai tão bem, não é? E, logo, passamos adiante. Pois estamos mostrando ao mundo que é exatamente daquela forma que vemos a questão. De onde vem tanta credulidade?

Não há verificação da veracidade, não há análise do contexto, não se dá o direito ao contraditório. Quem falou? A fonte é segura? Por quem foi encomendada a pesquisa? Há conteúdo racista ou discriminatório? E, no caso de compartilhamentos na internet, não seria uma tentativa de difamar ou caluniar alguém, ou alguma instituição? Quais interesses ($$$) estariam envolvidos? Eu tenho conhecimento suficiente para comungar ou discordar do que está escrito/falado?

Não devemos replicar informações, se tivermos um por cento de dúvida. Simplesmente. Caso contrário, não poderíamos reclamar dos governantes, que não educam o povo, para virarem massa de manobra (aliás, este é outro jargão bem repetido). Pois estaríamos prestando o mesmo desserviço. Disseminando leviandades e desconhecimento. Somos responsáveis por aquilo que falamos, e também pelo que publicamos. Não somente na acepção jurídica de responsabilidade. Que não sejamos nós, contribuintes da falta de cultura e desinformação. E do emburrecimento geral.

Sim, este é um rogo em favor do pensamento. Um repúdio a novos dogmas. E a tudo o que nos cerceia a possibilidade do questionar.

Descartes nos ensinou um método, que considero válido até hoje. O de sempre duvidar. Partir do princípio de que não temos certeza de nada. Somente temos a certeza da nossa existência, pois pensamos. E logo, existimos.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Consumo, logo existo


POR AMANDA WERNER

Estamos na metade de julho e já faz um mês que as lojas começaram as liquidações de inverno. Para o consumidor, nunca foi tão bom comprar vestuário. É o auge do inverno e compramos casacos, botas e roupas quentes, tudo pela metade do preço. A promoção agora é regra. Só paga preço cheio quem quer.

A lógica é a seguinte: O lojista que não comprar a coleção primavera/verão até o início do inverno, perde a vez. Após determinado período, o lojista somente consegue comprar peças para reposição. Assim funciona em todas as estações, principalmente para as lojas que trabalham com marcas conhecidas. Compra-se a coleção nova com muita antecedência e consequentemente, vende-se com antecedência também. Afinal, não dá pra ficar com o estoque estacionado. Existem contas para pagar e folhas de pagamento vencendo ao final do mês.

E nessa lógica, o tempo vai correndo. Daqui a pouco é Natal. O Natal sempre foi no mês de dezembro. Costumávamos entrar no clima de Natal quando montávamos o pinheirinho, bem no início de dezembro. O tempo do Natal era em Dezembro. Hoje, em meados de outubro começamos a ver enfeites natalinos nas vitrines e, no susto, percebemos: Já é Natal! E, com esta percepção, temos uma sensação de encurtamento de tempo. O ano está acabando... e todas as coisas que queríamos fazer até dezembro? Não cumprimos grande parte de nossas promessas. Mal demos início a muitos de nossos projetos, planejados com tanto entusiasmo no Ano Novo. E isso nos causa um stress danado. Fracassamos.

Será esta uma percepção local?

Perdemos o referencial de tempo. O inverno é primavera. O verão virou outono. E o Natal, já está chegando.

Mas, enfim, o que aconteceu? O comércio anda antecipando as datas? Quem é responsável por nos fazer sentir impotentes perante o tempo?

Einstein demonstrou, que a percepção do tempo depende do ponto de vista do observador.

Outros dizem que é a tal Ressonância de Schumann. E que a percepção de que tudo está passando mais rápido não é ilusória, mas, que devido a aceleração geral, o dia não teria mais 24 horas e sim 16. Loucura, loucura...

Mais fácil porém, é crer que somos responsáveis pela correria toda. Vivemos tão acelerados que não vemos o tempo passar. O comércio? Só nos acompanha, pois é um sistema vivo, interativo, e reflete a aceleração geral. Afinal,  consumir, é quase um imperativo. Nem prestamos mais a atenção no que estamos adquirindo, estamos em constante déficit de atenção, por excesso de informação.

A saída? O consumo consciente. O entendimento de que o poder de escolha do consumidor influencia toda a cadeia de produção industrial, a preocupação com os recursos naturais, se na confecção do produto adquirido teve trabalho infantil, ou uso de agrotóxicos, faz com que consigamos compreender as consequências  que o comportamento de compra nos traz. E a falta de tempo que o consumo predatório nos gera. Afinal, já dizia Saramago: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pra onde vai o meu IPVA?


 POR AMANDA WERNER


Por que pagar pedágio se já pagamos IPVA? Esta é uma pergunta que ouço com certa frequência. Recentemente, li um comentário na internet de que o IPVA teria sido o pior investimento do ano. O autor do comentário certamente fazia alusão ao péssimo estado de conservação de nossas estradas.

É inegável que as estradas estão ruins. Mas é correto atrelar o mau estado das estradas ao uso temerário da receita arrecadada com o IPVA? Existem até abaixo-assinados na internet para acabar com ele.

De início, cabe aqui uma diferenciação entre taxas e impostos. Ambos são espécies de tributos. As taxas são tributos vinculados à atuação do Estado. E tem como fato gerador,  exercício regular do poder de polícia. Exemplo: taxa de fiscalização. Ou, a utilização, efetiva ou potencial, do serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte. Exemplos: taxas de lixo, água e esgoto. Já os impostos, são tributos não vinculados à atuação estatal, que têm por fato gerador situação relativa à vida do contribuinte, à sua atividade ou ao seu patrimônio.

A confusão se dá, e é compreensível,  pelo histórico de cobranças de tributos relacionados à manutenção de estradas no Brasil. Há tempos, em 1969 para ser mais exata, foi instituído um tributo chamado Taxa Rodoviária Única (TRU). A destinação da receita arrecadada com esta taxa era a manutenção de vias rodoviárias. O contribuinte pagava uma vez ao ano, junto com o licenciamento do veículo. A TRU era compulsória e paga por todos que possuíam veículos, não havendo uma distinção entre o contribuinte que utilizava as rodovias federais, do que somente circulava dentro da cidade.

A TRU caiu, e foi substituída pelo selo-pedágio. Lembram dos abomináveis adesivos no vidro da frente do carro? O pagamento do selo era feito mensalmente, e cobrado de todos os usuários que trafegassem em estradas federais. Não importava se a utilização das estradas era diária ou mensal. A receita arrecadada também era destinada à conservação de rodovias.

Com a privatização das estradas e o surgimento dos pedágios, o dever de conservação e manutenção das estradas, passou a ser das concessionárias. O exemplo mais próximo que temos por aqui é o da Autopista Litoral Sul. Quando utilizamos a rodovia, pagamos o pedágio(taxa).

Já o IPVA-Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores- é imposto estadual, que tem como fato gerador a propriedade de veículo automotor. Ou seja, quem tem carro, moto, ônibus ou caminhão, paga. O valor cobrado é calculado sobre o valor do veículo na tabela FIPE. Os estados definem o valor a ser cobrado. As alíquotas são diferenciadas em função do uso e tipo do veículo, se é de passeio, se transporta passageiros, ou serve de locação, por exemplo. Aqui em Santa Catarina a alíquota varia de 1% a 2%.

Conforme a repartição de receitas estabelecidas na Constituição Federal, 50% do valor arrecadado com o IPVA vai para o governo estadual, e os outros 50% vão para o município em que o veículo é registrado.

Mas ao contrário do que muitos pensam, a receita arrecadada com o IPVA não tem destinação específica. Se tivéssemos que pagar duas vezes, para utilizar as rodovias, seria considerado bitributação, o que é ilegal. Não há que se confundir IPVA com pedágio.

O valor arrecadado com o IPVA, vai para os cofres públicos dos Estados e das Prefeituras, para integrar os orçamentos, que serão definidos anualmente por meio de leis orçamentárias. Aí é onde será definida a melhor utilização.  Em educação, segurança, saúde, saneamento básico, programas de transferência de renda, etc.

Então pra onde vai o seu IPVA? Agora, você leitor do Chuva Ácida, antenado, já sabe responder. Devemos cobrar a melhor aplicação dos impostos? Não há dúvidas. Mas isso já é assunto para outro texto.


* Para maiores informações: www.sef.sc.gov.br 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

O Caminho do Meio

POR AMANDA WERNER
É certo de que os horrores acontecidos na segunda guerra, nos causam repulsa até hoje. Além do Holocausto, podemos citar os campos de trabalhos forçados na Sibéria, relatados com muitos detalhes por Soljenítsin em seu Arquipélago Gulag, o Khmer Vermelho no Camboja,  as ditaduras, inclusive a nossa, e tantos outros, nos chocam e nos fazem pensar do que o ser humano foi capaz.

Foi? A história nos esclarece que não é bem assim. São fenômenos cíclicos e, quase sempre, decorrentes de crises econômicas.

O Holocausto foi feito por pessoas normais, e não monstros. Pessoas que torturavam e matavam, com os conhecidos requintes de crueldade, e depois voltavam para as suas casas, onde comiam, rezavam, e contavam historinhas para os seus filhos.

Tragédias sociais como essas corroboram nada mais do que o pior da natureza humana. Não sei se Maslow tinha razão ao hierarquizar as necessidades humanas. Fato é, de que quando falta o mínimo necessário (emprego, alimentos, moradia, segurança), o homem parece agir de forma extintiva, e sem racionalidade. E adota, sem nenhuma reflexão, comportamentos de massa.

Quando há tensão social, os sussurros emergem. Quem é de extrema direita, ou extrema esquerda, ou, quem simpatiza com alguma ideia raivosa, como ódio a grupos étnicos, gays, ao ouvir determinado rumor sobre o grupo contrário, tende a repeti-los. Até como forma de aliviar suas tensões emocionais. Esses rumores se modificam e vão se amoldando de maneira a melhor se ajustar às crenças  e antagonismos de cada um. E aos poucos, se tornam verdades para uma coletividade.

É preciso que, ao invés de buscarmos argumentos para consolidar nossos preconceitos, ao contrário, formemos a nossa opinião com base em argumentos. Sempre depois de conhecer os dois lados. A democracia, o equilíbrio, é uma noção que se adquire com o tempo.

Aceitar o desafio do conflito, as opiniões diversas, ser tolerante, é sinônimo de maturidade. A tentação da homogeneização dos pensamentos e ações, deve ser repudiada, a xenofobia, o fundamentalismo, e o sentimento de superioridade em relação aos que não pensam de forma igual, já mostraram fazer parte da receita de bolo para que o pior se repita.

Todo cuidado é pouco. A mão esquerda carregou a foice e o martelo,  já a direita, ergueu bandeiras com a suástica. E não foram fenômenos isolados. Me parece que o caminho do meio é aquele que melhor pode reger os nossos destinos.



* Segue vídeo sobre o tema

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A chuva que traz uma nova energia

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Este é o primeiro post do Chuva Ácida. Uma missão que coube a mim por decisão do coletivo. Acho que a lógica do pessoal foi mais ou menos a seguinte: mandar o cara dispensável na frente, porque se a coisa correr mal não se perde grande coisa.

O Chuva Ácida surge com a pretensão de dar nova energia à blogosfera de Joinville. A proposta é a democratização efetiva da opinião e o foco será nos temas de expertise dos seus integrantes. O blog pretende ir ainda mais longe: apresentar visões diferentes que, por vezes, poderão ser antagônicas. O nome do jogo é democracia. E sem liberdade de expressão, no sentido mais amplo, não existe democracia.


De uma coisa temos certeza. Joinville nunca teve um espaço midiático digital com tamanha diversidade de pensamento. O leitor e a leitora vão encontrar aqui opiniões com as quais vão concordar e outras das quais vão discordar liminarmente. Perfeito. Porque esse é o objetivo. Afinal, as sociedades só avançam quando as diferenças de ideias são postas no plano do debate.


Mas como escreveu Freud, o novo sempre causa perplexidade e resistência. Não por acaso, o blog sequer tinha vindo à luz e já foi alvo de críticas nas redes sociais. Faz parte do processo. Não foi o primeiro e nem será o último episódio desse tipo. Mas deixamos claro o propósito. O blog rejeita os velhos esquemas de uma velha mídia onde a opinião é condicionada por interesses muitas vezes pouco transparentes.

Não temos dúvidas de que, por trazer um conceito novo, o Chuva Ácida terá que enfrentar as suas crises. Não apenas na relação com os leitores, mas também na relação entre os seus próprios integrantes. Mas tudo é um aprendizado. E é parte do jogo: a democracia é um caminho que só se faz ao caminhar.

O Chuva Ácida surge como um projeto inovador, que propõe mudanças de perspectiva sobre a mídia. E o maior risco é a entropia. Porque tudo o que é novo causa estranhamento. Afinal, todos sabemos que quando sopram os ventos da mudança, surgem dois tipos de reação: uns levantam muros, outros constroem moinhos.

E queremos que vocês, leitor e leitora, sejam do grupo que vem para levantar moinhos e produzir democracia. Porque os leitores são um vértice essencial deste blog. Queremos ouvir - e publicar - a sua concordância ou discordância. Todas as ideias, desde que respeitando as regras do jogo democrático, são bem-vindas.