
POR AMANDA WERNER
Tenho ouvido e lido muito por aí sobre os motivos que fazem as pessoas escolherem este ou aquele candidato. Uns votam porque têm simpatia pelo sujeito, outros porque acreditam que o candidato escolhido tem propostas mais realistas, alguns analisam os feitos pregressos do pretendente ao cargo. Os mais céticos se baseiam em fatos sobre os candidatos. Exemplo: este, de fato, é honesto ou é competente. Já realizou muitas coisas antes, não apenas fala.
Mas confesso
que fico assustada quando ouço alguém dizer que vai escolher um candidato por
ele ser da sua Igreja, um “homem de Deus”. E ainda justificam: este vai
moralizar a política!
Aqui cabe uma distinção. O político religioso, não é o próprio Deus personificado. Esta confusão governante x religião, aqui no Ocidente, se dava na Idade Média. Era o período teocentrista. Nesse período, as pessoas eram proibidas de utilizar a razão, deveriam ser voltadas inteiramente para a igreja. Hoje, ufa, os tempos são outros.
Aqui cabe uma distinção. O político religioso, não é o próprio Deus personificado. Esta confusão governante x religião, aqui no Ocidente, se dava na Idade Média. Era o período teocentrista. Nesse período, as pessoas eram proibidas de utilizar a razão, deveriam ser voltadas inteiramente para a igreja. Hoje, ufa, os tempos são outros.
Em
todos os meios, e em todas as religiões, há pessoas boas e pessoas más. Os políticos,
como todos nós, são apenas homens. E, como o próprio Santo Agostinho concluiu,
corrompidos “pelo pecado”. Ou seja, passíveis de cometerem erros.
Querem
alguns exemplos? Quem nunca leu sobre padres x criancinhas? Ou sobre o famoso
pastor que ensinava como roubar os fiéis? Há ainda o Reverendo Moon que, creio, todos conhecem pelos fatos. Estas histórias são verdadeiras? Me
parece que sim. São muitas e muitas. E não escolhem apenas uma religião. É só
ficarmos atentos ao noticiário.
Na época, era permitido, ou seja era legal. “Sempre foi assim”, alguns se defendem. Mas seria moral? Há exemplos mais próximos de nós. Lembram da denúncia feita aqui no blog, pelo colega Charles Henrique sobre os deputados que recebiam diárias no valor de R$ 670,00 para visitarem suas próprias cidades? Não? Então, aí vai o link: Deputados joinvilenses ganham diárias para “visitar” Joinville. Lembraram? Na denúncia havia um deputado “homem de Deus”. Por coincidência, o mesmo que pleiteia o cargo de prefeito na nossa cidade. As diárias são ilegais? Como já vimos, não. Mas se existe alguma moralidade em recebê-las ao visitar as suas próprias cidades, já é outro papo.
Votar
em um político porque ele é do seu time, da mesma religião, ou coletividade,
não deve ser o motivo determinante da escolha do candidato. O político de
verdade deve governar para todos, não somente para grupos ou interesses
pessoais.
É
inteligível que por razões de religião, as pessoas não usem a pílula, façam ou
não aborto. Mas opção religiosa não pode, de maneira alguma, ditar as regras
para toda uma sociedade. Estaríamos indo de encontro à democracia. Afinal, o
paraíso de um pode ser o inferno de outro.
Mas
a recíproca é verdadeira? Eu não devo votar em político somente pelo fato de
ele ser religioso? Creio que não. Demonstra tanta intolerância quanto os que
agem em sentido oposto. Para votar consciente é preciso mais do que o fato do
postulante ser religioso ou não. Os meus pré-requisitos estão no texto que fiz já
há algum tempo aqui no blog : Eu, cidadã, confio. E os seus?