segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Vereador não é profissão. E dinheiro não nasce em árvores...


POR JORDI CASTAN

Novamente os vereadores fazem a farra com o nosso dinheiro. Comportam-se como um bando de adolescentes irresponsáveis que festam com o dinheiro dos pais. Já não há paciência para essa total falta de respeito com o dinheiro público. Essa história do aluguel dos carros da Câmara, por exemplo, já cansou. Ainda bem que há cada vez mais vereadores que renunciam a esta mordomia. É um alento que cinco vereadores não utilizem o carro alugado. Cinco são poucos, muito poucos, mas mostram que ainda resta um mínimo de vergonha entre os legisladores.

Pior é ver esse bando que tem feito da política a sua profissão, que vivem exclusivamente da sua atividade politica. Gente que não ganharia nunca, no mercado de trabalho, o que ganha como vereador. Sem contar todas as outras benesses e vantagens de que usufrui por conta do seu cargo. Há os que ainda acham pouco e cobram caixinha dos seus assessores, para aumentar ainda mais os seus ganhos. A situação há tempo que escapou do controle e, se não fosse por um recente TAC (Termo de Ajuste de Conduta), entre o nosso legislativo e o MPSC, o quadro atual seria ainda mais dramático.

A Câmara de Vereadores recebe uma parcela excessiva do orçamento municipal. E como sobra dinheiro, acaba sendo esbanjado com despesas desnecessárias, excessivas ou injustificáveis. E com a justificativa que há orçamento seguem gastando como se o dinheiro nascesse em árvores. A peroba resiste a tudo e a cada ano, amparados pelo discurso de boa gestão (essa é uma palavra que ultimamente me produz alergia, cada vez que a escuto) da economicidade, da moderação e lisura no trato da coisa pública, devolvem alguns milhões que não conseguiram gastar, apesar de todos os esforços feitos para tal fim. 

Não nos enganemos. O dinheiro que a Câmara devolve não é dinheiro economizado. É dinheiro que não conseguiram gastar. Nem com todas as viagens, diárias, reformas, obras e mais criativas invencionices, os vereadores conseguem gastar a fortuna nababesca a que o Legislativo tem direito, de acordo com a LOM (Leio Orgânica do Município). E todos os anos o presidente da Câmara se dirige aos joinvilenses, posando de bom administrador e a devolver uma parcela de dinheiro que não conseguiu gastar.

Está na hora de tirar a cangalha e começar uma mobilização contra todos esses abusos. Nas redes sociais, um grupo de cidadãos se propõe a promover os hashtag:



#semcarroalugado
#vereadorandadeonibus






Ainda não escolheu seu candidato? Aqui vão algumas dicas:
  • Usa carro alugado? Eu não voto. Vai de ônibus.
  • Mais de dois mandatos? Eu não voto. Quero renovação.
  • Tem plano de saúde pago com o meu dinheiro? Eu não voto. Que use o SUS.
  • Viaja para cursos de atualização a cidades turísticas? Tampouco ganha o meu voto.
  • Pula de galho em galho? Motivo a mais para não votar. Ficou fácil
Está mais que na hora de renovar essa Câmara. Vereador não é profissão. E seria interessante ver quantos ganhariam esse salário no mercado de trabalho.

23 comentários:

  1. Existem vereadores e vereadores. Era uma vez uma cidade que tinha um vereador criado com base nos fundamentos da teologia da libertação e cuja família sempre foi ligada ao partido obreiro. Ele saiu candidato por um partido que é sempre situação em qualquer lugar do país. Conseguiu ser eleito com apoio de um deputado federal, seu padrinho político. Daí esse vereador foi inquirido porque tinha contratado para o seu gabinete um ex-funcionário de um partido que representa exatamente o contrário do que ele sempre acreditou, um partido diametralmente oposto ideologicamente ao seu partido original. Inclusive o dito cidadão havia sido até assessor de um vereador deste outro partido na mesma Câmara de Vereadores. A resposta inusitada foi: EU PRECISAVA DE UNS VOTINHOS NO BAIRRO QUE ESSE CIDADÃO MORA. Sorte que se trata apenas de uma "ficção" e em nossa Câmara de Vereadores não há cabides para cabos eleitorais.

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  2. Talvez alguns vereadores não conseguissem nem passar em processo de seleção para trabalhar ns linhas de produção das grandes fábricas de nossa cidade. Por outro lado não se exige muita formação para trocar votos por cargos para seus apadrinhados, ainda que seja para contrariar seu partido político.

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  3. Bem, os que lá estão foram democraticamente eleitos pelas pessoas que formam a maioria do povo: os incultos. Agora eh questão de, seguindo as regras democráticas, reformar isso.

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  4. Chamar de irresponsabilidade o fato de o vereador usar um carro alugado para exercer seu trabalho é muito simplista. Antes de colocar todos os vereadores numa vala comum (aliás país afora tem-se feito a mesma coisa, a imprensa, redes sociais e conversas de bar só corroboram para uma aversão à política ao invés de um esclarecimento de que nem todos são iguais). Algumas perguntas você esqueceu de sugerir aos seus leitores. Entre elas:
    - O carro está sendo usado pra que?
    - Não importa quantos mandatos o vereador tem, ele tem trabalhado? Quais as ações dele?
    - Você tem acompanhado o trabalho do vereador antes de criticá-lo?
    - Você lembra quem votou na última eleição? (esta talvez seja a pergunta mais importante)
    - Renovação de vereadores é sinônimo de qualidade?
    Dizer que todo político é igual é o mesmo que chamar todo corintiano de ladrão, que toda a família de um ladrão é igualmente ladra, e assim por diante.
    Ao refazer todas estas perguntas sugeridas aí de fato começaríamos uma discussão honesta sobre as atuações do político, se de fato ele está representando seus eleitores ou não, etc. Apontar o dedo para o simples uso de um carro alugado (nas empresas privadas usam-se carros também) é no mínimo simplista.
    Sobram-se apenas os mimimis e a preguiça de investigar quem é quem de fato, e o que está sendo feito por estes políticos tão criticados e colocados na vala comum.

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    1. Você trabalha no gabinete de qual vereador?

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    2. Um parasita do Bento.

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    3. Nossa, Jordi. Concordei com o teu texto e também concordo com o comentário. Não são excludentes.

      Não precisa deste tipo de argumento pra menosprezar o que o cara escreveu. Achei que você fosse maior que isso.

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    4. O leitor tem direito a saber o vinculo entre o autor do comentário e o seu cargo no gabinete do vereador Bento.

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    5. Ele pode trabalhar para o Bento, João ou Paulo. Não dá o direito, como bem colocou o comentário, de jogar numa vala comum. O critério mais preciso para sustentar o emprego do recurso da locação dos carros seria saber os locais e para que foram utilizados estes carros, quais os projetos propostos pelo vereador durante sua vida pública, se ele fiscaliza o Executivo, quantos cargos comissionados tem dentro da prefeitura, o crescimento do seu patrimonio pessoal e de sua familia, etc, etc.

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    6. Parabéns Sérgio, ao analisar a variação patrimonial (casas de praia, casas em outras cidades, sítios, etc.) certamente podemos ter uma breve noção dos políticos honestos.
      Outro importante indicador do nível de submissão do vereador ao Prefeito foi citado por você também, o número de cabos eleitorais dele que ocupam cargos comissionados na prefeitura, o que talvez explique partidos que, em tese seriam de oposição, terem seus vereadores como leais carimbadores dos projetos vindos do Executivo, sem debate, sem propostas de mudanças, apenas dando seu voto favorável.

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    7. Trabalho sim no gabinete do vereador Bento e assumo a autoria do comentário mostrando minha cara, ao contrário de "anônimos". Falo com muita tranquilidade e transparência, afinal construí minha carreira de jornalista na iniciativa privada, sempre prezando os vários lados da mesma história, por isso minha observação. O fato de hoje estar trabalhando com o Bento deixaria-me em uma situação delicada, afinal não poderia falar mal de quem paga meu salário. Mas não trabalho desta forma. Se houvesse algo ilícito pra começar nem estaria trabalhando com ele. Quem me conhece sabe do que falo. Convido sempre à reflexão, coisa que poucos fazem, uma reflexão plural e não simplista e tendenciosa como alguns deste blog fazem. Acho bacana a ideia do blog de fomentar o debate político, só começo a achar estranho quando vemos pessoas "formadoras de opinião" usando este espaço apenas para meter pau e não investigar de fato onde estão sendo investidos os recursos tão criticados. Se quiserem criticar, busquem a informação completa, procurem saber como, quando e onde estes carros estão sendo usados. Por que estão sendo usados e, principalmente, quais os resultados obtidos com este uso. Depois de investigarem estas informações (se quiser posso indicar várias notícias da imprensa) aí sim poderemos ter um debate franco e saudável. Minha formação jornalística não se pauta em apenas uma versão dos fatos. Eu vou além e é isso que falta na sociedade hoje em dia. Informação.

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    8. Ai Leandro, você insiste em não querer entender. No caso dos carros, por exemplo os vereadores NÃO deveriam ter carro pago com recursos públicos. Entendeu? A discussão não é se estão sendo bem o mal usados. É que vereador deveria andar de onibus. Usar transporte público. Viu o prefeito de Londres no metro? Pois esse é um bom modelo. Para começar.

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    9. Acho que você é quem não entende...Volto a fazer a mesma pergunta: "Por que os carros são usados?". Poderia o vereador usar o transporte coletivo? Sim, poderia. Se fosse alugar, deveria ser pago com outra fonte de recurso? Sim, poderia. Mas por que não é assim??
      Você mesmo, Jordi, desloca-se como pela cidade? Se você tivesse representando milhares de pessoas, tendo que estar em vários compromissos, agendas, casas das pessoas em bairros distintos, tudo no mesmo dia, você usaria o transporte coletivo joinvilense? Infelizmente o transporte coletivo do Brasil inteiro não colabora neste sentido chamado "tempo X valor pago". Londres não pode ser comparada ao Brasil e uma pessoa minimamente estudada e com um pé na história sabe a razão. Falo com propriedade pois sou usuário do transporte coletivo e sei exatamente a quem interessa a permanência do modelo que temos hoje.
      Usar o carro com outra fonte de recurso? Poderia ser, mas volto à reflexão, independente do tipo de recurso a ser gasto neste fim, de que maneira este bem está sendo usado? E vou além: por que esta crítica não é estendida à prefeitura que sempre alugou carros e aluga anualmente muito mais veículos que a Câmara? Por que ninguém comenta nada em relação a isso? Por que somente esta regra vale para a CVJ?

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    10. Talvez ninguém comente porque a questão do carro alugado na câmara seja recente.
      Agora se você considera que o transporte coletivo em JVE é tão ineficiente assim, porque ele serve para o povo e não serve para os vereadores.
      Não é questão de agredir nem nada. Só mesmo pra levantar o questionamento. Será que a partir do momento em que os vereadores usarem o transporte público eles não terão condições de averiguar a qualidade do serviço prestado? Além do que terão maior contato com os eleitores.

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  5. Quantos vereadores aprovaram 100% dos rebaixamento das calçadas em frente aos estabelecimentos comerciais?
    Quantos vão votar a favor de permitir a regularização de imóveis com até 8.000 metros quadrados, prédios mesmo, construídos irregularmente?
    Quantos fecharam os olhos para o descumprimento pelo prefeito de decisões judiciais da área a saúde?
    Quantos pertencem a partidos que, em tese, seriam oposição ao prefeito, mas defendem efusivamente todos os projetos do executivo, a ponto se serem acusados de carimbadores de projetos?
    Quem se lembra do vereador com vários mandatos que tentou agredir um cidadão dentro da própria Câmara?
    Quem se lembra do outro vereador com muitos mandatos que disse que o que torna caro os CEI´s é a exigência de diploma para os professores e que para ensinar o ABC e que 2+2 dá 4 não precisa de diploma?
    Realmente são totalmente sem razão as constantes reformas da Câmara, as viagens para exterior quando se tem tanta formação que pode ser obtida à distância com custos bem menores e as catracas para que os patrões (o povo) seja identificado quando vai visitar seus empregados (os vereadores).
    Há anos não vejo uma Câmara tão submissa ao Executivo.
    Quem sabe com a retração econômica e a redução das receitas da prefeitura o necessário corte dos apadrinhados dos vereadores dos cargos comissionados na Prefeitura não passemos a ter mais alguns vereadores que hoje são aliados do prefeito pulando de lado, mostrando claramente o quanto são fisiológicos?

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  6. Ai que bom hoje a CVJ aprovou o selo Amigo da Bicicleta.. quanto orgulho sinto. Kkkkkk

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  7. Qual a pior legislatura da CVJ?? A próxima.

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  8. Alguém pode dar nome aos bois e dizer quais foram os vereadores que abriram mão do "carro oficial"?

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  9. Muito simplista reclamar do carro alugado , quando estamos numa empresa e saímos a serviço a empresa fornece o transporte - simples. Os que não pegaram o carro apenas o fizeram por demagogia... simples assim. O que devemos cobrar é que o carro seja usado em serviço e principalmente cobrar mais trabalho , postura e seriedade.

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    1. A questão não é ser simplista, a questão é que os detentores de mandato são pródigos em gastar um dinheiro que não é deles, é do povo. Será que as verbas de gabinete são necessárias? Em uma época em que faltam vagas em CEI´s, consultas na área da saúde, sobram buracos na cidade, e temos tantas obras públicas aguardando por recursos, é uma piada os vereadores seguirem com reformas e mais reformas e com gastos totalmente desnecessários. Será que é exigir muito esperar que eles usam o dinheiro público com respeito?
      Acho que é mínimo que se espera de um agente público, político ou não.
      Ademais, para aprovar todos os projetos que vem do Executivo sem debates, sem discussão, fico até em dúvida da necessidade de termos uma Câmara. Para que ela serviria se o que fazem é carimbar os projetos? Ah! Lembrei, precisamos dos vereadores para termos quem indique cabos eleitorais para os cargos comissionados da Prefeitura.
      Minha sugestão: reduzir o repasse à Câmara de Vereadores, alterando a Lei Orgânica do Município. Acabar com as mamatas, ter um corpo técnico qualificado na Câmara e não um cabide de cabos eleitorais, fazer as sessões da Câmara à noite para que a população possa ver o que está sendo votado. As reuniões das comissões também à noite, abertas a todos. E que os vereadores voltem aos seus trabalhos "normais", a exercer suas profissões, que voltem a ver que existe vida fora dos negócios com obras públicas, dos eventos no exterior, dos passeios a Florianópolis e Brasília, das diárias fartas, que recebam uma ajuda de custo, quem sabe o teto do regime geral da previdência social -R$ 5.189,82 - e mais nada.
      Veremos quem são os que realmente estão preocupados com a comunidade e dedicarão seu tempo em prol do bem comum.
      Quem sabe assim a Câmara ficará menos aberta aos lobistas, aos acordos de gabinete. Claro que isso só existe na França, não aqui.

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  10. Ganhando 8.000,00 por mês, O vereador pode comprar um carro zero parcelado em 48 vezes, que é o tempo do mandato!!!

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  11. Deve ser por isto, Laerte, que eles fazem uma vaquinha todo o mês com seus assessores para ajudar o pobre coitado nas compras do mercado....

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