POR FELIPE SILVEIRA
Primeiro Udo Döhler vem a público para dizer que decidiu não contratar uma turma de médicos residentes para o Hospital São José, de modo que economizaria R$ 1,3 milhão aos cofres municipais. Ou seja, o prefeito/empresário se valeu de uma notícia ruim (menos médicos no hospital) para fazer uma propaganda boa de si mesmo, vendendo a imagem de “gestor”.
O anúncio, obviamente, repercutiu de maneira negativa para a prefeitura. Afinal, cortar profissionais da saúde pública, ajudando a precarizá-la, é exatamente o contrário da ideia que sua campanha eleitoral vendeu. A prioridade, diziam, era justamente a saúde, a especialidade do empresário que se candidatava ao executivo.
Diante das críticas, Udo vem a público novamente para explicar que não existiu corte algum. A prefeitura se apressou para esclarecer a “confusão” que os outros estavam fazendo. De fato, não houve demissões dos atuais residentes. Apenas não existiu a contratação de 38 novos, de uma turma de 56 que estava prevista para chegar. Ou seja, 18 serão contratados, informação que não constava na primeira nota divulgada pela prefeitura.
Ora, mas se não houve corte algum, não existiu economia alguma, conforme Udo propagandeou na primeira vez que veio a público, certo? Se houve o corte, então houve economia. O prefeito precisa decidir qual das propagandas quer fazer. Não pode simplesmente vender duas imagens que se contradizem. Ou ele cortou e economizou ou ele não cortou e consequentemente não economizou.
Eu acredito que houve o corte, pois a contratação dos residentes estava prevista e era aguardada por outros profissionais do São José. Os médicos residentes estão em fase de conclusão de curso, de modo que sua atividade é supervisionada por outros médicos. Eles fazem uma diferença enorme no atendimento à população, pois fazem as atividades que os médicos fazem, a um custo muito menor.
A indignação é geral dentro do maior hospital da região. Como os residentes tocam boa parte do trabalho médico, a previsão é terrível. Para quem vendeu a imagem de especialista em saúde, do homem que ia resolver o caos, essa é uma economia que não vale a pena.
O redator não mencionou os 15 milhões previstos para a verba de propaganda. Porque foi se preocupar com uma pretensa economia de 1,3 milhões?
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