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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Redescubra Joinville


POR GUILHERME GASSENFERTH

Você é daqueles que quando recebe visitas de fora da cidade já sai soltando um “olha, aqui não tem nada pra fazer”? Ou ainda sugere que o visitante aproveite que está próximo e vá a Blumenau, Balneário ou Floripa?

Estes dias resolvi registrar, uma por uma, as atrações de nossa bela cidade – potenciais ou já consolidadas. E cheguei a 70 registros. Sim, 70 razões pelas quais pessoas deveriam conhecer Joinville.

Quem já teve a oportunidade de visitar a Cascata Caracol, em Canela, deve ter percebido o Parque do Pinheiro Grosso no caminho. O sujeito que quiser entrar no parque paga cinco reais para passear no mato e ver um pinheiro cujo tronco tem um diâmetro considerável (aposto um ingresso daquele parque que por aqui há várias árvores mais grossas que aquele pinheiro gaúcho!).

Nós temos um complexo de vira-lata joinvilense. Achamos que aqui não há nada de bom, que não tem o que fazer nem o que mostrar aos turistas. E mais uma vez, sabem o porquê, leitores? Porque nós, joinvilenses, não conhecemos Joinville.

Você sabe que existe uma linda igrejinha de madeira sobre um pequeno monte rodeado de hortênsias, onde você sobe ao bucólico templo num caminho entre as flores? E que nesta estradinha rural existe uma das maiores floradas de hortênsias de todo o Brasil?

O que dizer da formação natural de pedras denominada Castelo dos Bugres, acessível por uma gostosa e tranquila trilha de duas horas de caminhada a partir da Estrada da Serra Dona Francisca? Em qualquer lugar turístico isto seria uma atração. Aqui não. Aliás, qualquer outra cidade que tivesse 56% do seu território coberto por mata atlântica preservada, num total de 600 milhões de metros quadrados, ostentaria tal fato com orgulho!

Quantos de vocês leitores já foram fazer turismo rural aqui em Joinville, no Piraí, na Dona Francisca ou na Estrada Bonita? Em meio ao cotidiano urbano, muitas vezes nem lembramos que o leite que compramos veio da vaca e que o alface não nasce na prateleira do supermercado. Passe um dia no campo. É um passeio e tanto e você ainda pode comprar produtos coloniais direto do produtor. Isto é qualidade de vida!

E por que não falar do roll mops no Zeppa? E das empadas do Jerke ou do Hasselmann? E do bolinho de arraia da Mercearia Sofia? E do marreco do Serra Verde? E do pastel com caldo de cana no Max Moppi ou Rio da Prata? E do hackepeter no Sopp? E do caranguejo no Janga? E do chopp fabricado em Joinville no Opa Bier? E do strudel de maçã da XV? E a lista vai... Em Salvador, acarajé é atração turística. E dizem que quem vai pra Minas e não come um queijinho ou bebe uma cachaça não sabe o que é Minas.

Quantos outros lugares do Brasil tem uma baía maravilhosa como a nossa, onde se pode passear de barco ou jet-ski e dar uma paradinha pra comer à beira da água? Tem Vigorelli, Morro do Amaral, Vila da Glória, Espinheiros. Experimente!

Há pelo menos mais 55 atrações que você joinvilense, deve explorar. Permita-se lançar um novo olhar à nossa cidade para admirá-la ainda mais. Redescubra-a!

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A maior cidade rural de Santa Catarina

POR GUILHERME GASSENFERTH
Você sabe qual é a cidade com a maior população que vive em zona rural de Santa Catarina? Chapecó? Campos Novos? Lages? Não. É Joinville. Sim, nós temos a maior população rural do Estado! E o que isto significa, além de presumivelmente uma informação nova para você? Que o mínimo que Joinville (estamos incluídos aqui, OK?) precisa fazer pela zona rural é dar mais atenção.

Antes de começarmos de verdade, atente para o fato de que nem todo mundo que vive na zona rural é agricultor. Aquele pessoal que vive no Golf Club e no Country Club não me parece do tipo que acorda com as galinhas, calça uma Havaianas surrada e vai pra roça arar a terra, ordenhar a vaca e plantar milho. Mas eles são habitantes da zona rural! Muito bem, feito o necessário nivelamento de informações, vamos ao texto.

Quero pedir licença aos moradores que se aposentaram e foram pro campo ou que preferiram uma vida mais calma e foram viver num sítio mesmo trabalhando na área urbana. Não é de vocês que eu quero falar. Meu papo é sobre a zona rural agrícola.

Vamos falar de infraestrutura. Pense em qual é a estrutura que estradas como Mildau, Quiriri, Piraí ou do Atalho, por exemplo, oferecem aos seus habitantes. A população que vive no sítio, nas estradas rurais esburacadas, com pontes precárias, sem sinal de telefone, sem internet, sem TV à cabo, estará satisfeita com sua condição de vida? Ou vocês acham que agricultor é obrigado a assistir o Faustão no domingo à tarde?

E mais: será que os jovens que vivem nas estradas rurais estão satisfeitos com sua condição de vida? São jovens como nós e querem lazer, cultura, saúde, educação, oportunidade, infraestrutura – iguaizinhos a nós. A diferença é que daqui de casa ao Centreventos, ao SESC, à academia, à UNIVILLE, ao Shopping Garten, aos grandes supermercados etc. dá 3 km ou menos. Para quem mora no fim da estrada Dona Francisca ou no Quiriri, dá 30. E o ônibus é bem escasso!

A preocupação com os jovens explica-se porque eles precisam continuar lá. É preciso fazer com que ser agricultor seja rentável, prazeroso e motivo de orgulho. Joinville não pode correr o risco de perder o cinturão verde e agrícola para a especulação imobiliária, por razões econômicas e ambientais.

Econômicas porque o abastecimento agrícola é um trunfo da cidade. Temos boas plantações de arroz, banana, milho, aipim, além de outras culturas em menor número mas que contribuem no abastecimento interno, na redução do custo dos alimentos e num alimento mais fresco! :)

Ambientais porque do nosso território de mais de 1.100 km², mais de 50% é Mata Atlântica preservada. Desnecessário contar que a absoluta maioria deste pulmão verde está na área rural da cidade. Com pequenas propriedades orgânicas, isto permanece inalterado. E é preciso incentivar a produção agrícola orgânica nas bacias do Piraí e Cubatão, fazendo com que a terra seja menos agredida, o ambiente seja mais preservado e, principalmente, nossa água seja pura. 

Já falei isto outras vezes, mas é também plenamente possível incentivar ainda mais o turismo rural, e não só pros turistas de fora, mas principalmente para o joinvilense. É tão bacana visitar sítios, saber como funciona a produção de melado ou de geleia, comprar produtos coloniais direto do produtor, aproveitar as paisagens, tomar um revigorante banho de rio... E poucos joinvilenses sabem o privilégio que têm no próprio quintal. Tem gente hoje em dia que tá tão urbana que não sabe nem como é um peru (tô falando do animal!).

Minha maior tristeza é ver que os candidatos a prefeito não apresentaram planos consistentes ou coerentes para valorização da zona rural da cidade. Não é difícil: infraestrutura completa, incentivo à produção orgânica, programas de apoio aos agricultores, em especial os jovens, turismo rural, incentivo à comercialização direta com mais feiras pela cidade (sem atravessadores, valorizando o produtor), entre outras ações e projetos que devem ser feitos para fazer Joinville não ser apenas a maior cidade rural, mas também a melhor cidade rural catarinense. Tô sonhando muito?

sábado, 25 de agosto de 2012

Resultado do teste sobre Joinville

POR GUILHERME GASSENFERTH

Galera, vamos lá!

Em primeiro lugar, quero parabenizar a todos os 12 corajosos que se expuseram (alguns nem tão corajosos, né Colorado, Figurão e AS?) e tentaram acertar as perguntas que fiz no quiz de sexta-feira.

O quiz estava bastante difícil mesmo! A maioria não acertou sequer metade das respostas, mas todos acertaram algumas.

As respostas corretas:

1. Qual o primeiro nome de nossa cidade?
Resposta C. Ainda antes de chamar-se Colônia Dona Francisca, nossa cidadezinha chamou-se Schroedersort, algo como "lugarejo do Schroeder". O senador alemão Mathias Schroeder era o proprietário da Sociedade Colonizadora de Hamburgo, que adquiriu da Coroa brasileira o direito de colonizar nossas terras. :-) Acertaram Eduardo Gassenferth e "Figurão Indolente".

2. Em que dia desembarcaram na cidade os primeiros colonizadores às ordens da Sociedade Colonizadora de Hamburgo?
Resposta A. Esta talvez seja a mais difícil de todas, justamente porque as três datas fazem sentido. Embora 9 de março de 1851 seja a data oficial de fundação da cidade, é na opinião de muitos historiadores e estudiosos uma data incorreta. Segundo me lembro, dia 9 de março os colonizadores fundearam a barca na Lagoa do Saguaçu, mas só vieram a alcançar terra firme e efetivamente pisar Joinville no dia 10 de março de 1851, data que também faria sentido na resposta. No entanto, foi em 22 de maio de 1850 que 10 pessoas chegaram à cidade (incluindo Leonce Aubé), a serviço da Sociedade Colonizadora de Hamburgo, para preparar o local para receber os colonizadores que chegariam 9 meses e meio depois. Acertaram Alfredo Cardozo, Figurão e o Eduardo Gassenferth. O Colorado, coitado, tinha acertado e depois pediu pra mudar a resposta! Hehehehe

Curiosidade: A data oficial de fundação de Blumenau é 2 de setembro de 1850, mas esta foi a data em que os primeiros pioneiros chegaram para preparar a cidade, tais quais os nossos 10 que vieram em 22 de maio  de 1850 - razão pela qual eu afirmo sempre que, na verdade, Joinville é 3 meses e meio mais velha que Blumenau.

3. Você saberia informar qual dos bairros abaixo pertencia a São Francisco do Sul até a década de 1990?
Resposta B. A lei 8.563 anexou o Jardim Paraíso a Joinville em 6 de abril de 1992. Até então, o local pertencia ao município de São Francisco do Sul. Acertaram:  Figurão e Eduardo.

4. Qual destes sobrenomes é o mais antigo em terras joinvilenses?
Resposta B. Além da família Cercal, que até hoje tem terras no Cubatão, havia ainda famílias como Cidral, Budal, Arins, Vieira e outros sobrenomes que ainda são bastante comuns na cidade e já estavam aqui desde antes da colonização germânica. Acertou somente o Figurão.

5. Em que ano foi fundada a Empadas Jerke?
Resposta A. Este é o ano em que foi criada a mais típica e famosa marca gastronômica da cidade. Os apreciadores de empadinhas (e prováveis bebuns!) que acertaram foram: Figurão, Dione Carina, PatimPudim, Dalane Quaiato e Giorgia Paese.

6. Qual destas localidades joinvilenses NÃO está localizada sobre uma ilha?
Resposta C. É a Estrada da Ilha... foi fácil, né? Quase todos acertaram!

7. Quem desta lista já foi prefeito de Joinville?
Resposta A. Embora não tenha nome germânico, Victorino Bacellar foi prefeito ainda no século XIX, entre 1881 e 1883. Até 1889, o presidente da Câmara Municipal assumia as funções do executivo. Além dele, há outros vários ex-prefeitos desconhecidos do grande público, como Paulino João de Bem, Nabor Monteiro e Joaquim Wolf, e alguns até mesmo razoavelmente recentes (1982-1983), como Violantino Rodrigues.

8. Qual das sociedades abaixo é a mais antiga?
Resposta B. A Sociedade dos Ginásticos foi fundada apenas 7 anos após a data oficial de fundação de Joinville, ou seja, em 1858.

9. Em qual dos rankings abaixo Joinville aparece melhor posicionada nacionalmente?
Resposta B. Somos o 13º município em IDH no Brasil! 

10. Quantos iates clubes e marinas Joinville possui?
Resposta C. Para surpresa de todos, nossa cidade é bem servida neste tipo de empreendimentos. 

11. Qual a área de mata atlântica preservada de Joinville?
Resposta A. Nossa cidade é a orgulhosa proprietária de 600 quilômetros quadrados (ou 600.000.000 de metros quadrados) de mata atlântica preservada, o que significa mais de 50% de todo o território municipal. Proporcionalmente, somos a cidade com a maior área de mata atlântica preservada de SC e provavelmente uma das melhores colocadas no país. Grande riqueza pra Joinville!

12. Em que ano foi inaugurada a Estação Ferroviária de Joinville?
Resposta B. 1906 foi um ano importante na história da cidade. Foi na inauguração da Estação Ferroviária que recebemos a primeira visita presidencial de nossa história, com a chegada do presidente Afonso Pena. Encantado com os jardins bem cuidados de Joinville, ele declarou, há mais de cem anos, uma frase que foi estampada em alguns jornais brasileiros: "Joinville é o jardim do Brasil!"

13. Qual conjunto de cidades faz fronteira com Joinville?
Resposta A. Fácil, né?

14. Qual é o ponto mais alto da cidade?
Resposta A. Confesso que taí a única resposta que eu não sabia de cabeça. Sempre achei que fosse o Pico do Jurapé.

15. Onde estava instalado o primeiro templo maçônico de Joinville?
Resposta A. A Loja Maçônica Freundschaft zum Südlichen Kreuz (Amizade ao Cruzeiro do Sul) ficava onde hoje deve ser o altar da Catedral. Diz-se que havia uma imagem de São João (o padroeiro da Maçonaria) sobre a entrada do templo. E o bispo Dom Gregório Warmling é citado num livro italiano (A Igreja Católica e a Maçonaria) como um provável caso de sacerdote católico de alto escalão pertencente à ordem dos pedreiros-livres. Interessantes estas "coincidências" e encontros entre a história da ordem e da Igreja Católica na cidade.

OS VENCEDORES

1º - Eduardo Gassenferth (meu irmão) - 12 acertos
1º - Figurão Indolente - 12 acertos
3º - Dione Carina - 8 acertos
3º - Giorgia Paese - 8 acertos

PARABÉNS A TODOS!

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Teste para joinvilenses: você conhece sua cidade?

POR GUILHERME GASSENFERTH

Vamos averiguar o quanto vocês conhecem a cidade em que moram. E é sem consulta, hein? :P

Para participar, responda às perguntas abaixo informando nos comentários do texto a opção que você julga ser a correta, da seguinte forma: para responder à pergunta 1 com a opção d, escreva 1-d e assim por diante.

Neste fim de semana eu postarei aqui um texto com os nomes de quem ficou nos primeiros lugares e as respostas corretas. 

Boa sorte!

1) Qual o primeiro nome de nossa cidade?
a) Colônia Dona Francisca
b) Dona Franziska-Kolonie
c) Schroedersort
d) Chuville

2) Em que dia desembarcaram na cidade os primeiros colonizadores às ordens da Sociedade Colonizadora de Hamburgo?
a) 22 de maio de 1850
b) 9 de março de 1851
c) 10 de março de 1851
d) 22 de abril de 1500

3) Você saberia informar qual dos bairros abaixo pertencia a São Francisco do Sul até a década de 1990?
a) Espinheiros
b) Jardim Paraíso
c) Morro do Amaral
d) Centro

4) Qual destes sobrenomes é o mais antigo em terras joinvilenses?
a) Döhler
b) Cercal
c) Doerffel
d) Tebaldi

5) Em que ano foi fundada a Empadas Jerke?
a) 1922
b) 1923
c) 1951
d) Empadas o quê?

6) Qual destas localidades joinvilenses NÃO está localizada sobre uma ilha?
a) Morro do Amaral
b) Espinheiros
c) Estrada da Ilha
d) Floripa

7) Quem desta lista já foi prefeito de Joinville?
a) Victorino Bacellar
b) Jacob Richlin
c) Felipe Schmidt
d) Rosa do Pé Inchado

8) Qual das sociedades abaixo é a mais antiga?
a) Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville
b) Ginásticos
c) Liga de Sociedades
d) Estrela da Vila Baumer

9) Em qual dos rankings abaixo Joinville aparece melhor posicionada nacionalmente?
a) Produto Interno Bruto - PIB
b) Índice de Desenvolvimento Humano – IDH
c) Orçamento municipal
d) Número de buracos na rua

10) Quantos iates clubes e marinas Joinville possui?
a) 2
b) 3
c) mais de 10
d) Marina pra mim é só a Silva!

11) Qual a área aproximada de Mata Atlântica preservada de Joinville?
a) 600 milhões de metros quadrados
b) 200 milhões de metros quadrados
c) 900 mil metros quadrados
d) 49 metros cúbicos

12) Em que ano foi inaugurada a Estação Ferroviária?
a) 1951
b) 1906
c) 1881
d) 1851 né, como tu acha que os imigrantes chegaram em Joinville?

13) Qual conjunto de cidades faz fronteira com Joinville?
a) Guaramirim, Schroeder, Garuva, Araquari, Jaraguá do Sul, Campo Alegre, São Francisco do Sul
b) Guaramirim, Massaranduba, Garuva, Araquari, Jaraguá do Sul, Campo Alegre, São Francisco do Sul
c) Guaramirim, Schroeder, Massaranduba, Garuva, Araquari, Jaraguá do Sul, Campo Alegre, São Francisco do Sul, Balneário Barra do Sul
d) Pirabeiraba, Itinga e Vila Nova.

14) Qual é o ponto mais alto da cidade?
a) Pico Serra Queimada
b) Monte Crista
c) Castelo dos Bugres
d) O teto do Edifício Hannover.

15) Onde estava instalado o primeiro templo maçônico em Joinville?
a) Onde hoje é a Catedral
b) Onde hoje é o Colégio Bom Jesus
c) Na Rua Dona Francisca
d) Diz que ainda fica sete palmo debaixo da terra... Deuzolivri!

E aí? Quais são suas respostas? Deixe seu nome e suas respostas nos comentários e até Domingo você verá se ficou em primeiro lugar! :-)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O futuro de Joinville passa pela privatização?

POR GUILHERME GASSENFERTH


Com o pacote de concessões lançado pelo governo Dilma, reacenderam-se as discussões sobre privatização. Os fantasmas de Vale e das teles foram invocados pelos que odeiam a privatização, acompanhados de um discurso nada educado sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Eu saúdo a presidente Dilma pela decisão que considero acertada e que espero ver estendida a aeroportos e portos, por exemplo.

Em Joinville, tivemos um recente exemplo de privatização que é motivo de aplauso. Embora o nome cause arrepios numa gestão petista, que tenta a todo custo afastar o rótulo “privatização” (esforçam-se para “desvilanizar” um inocente), é o que foi feito – entregar às mãos da iniciativa privada após reconhecimento da incapacidade. Felizmente.

Anuncia-se aos quatro cantos que Joinville é a cidade do turismo de eventos e negócios. Dá a impressão de que somos a Meca dos congressos, quando na verdade o que passamos é vergonha. Não foram um nem dois casos de organizações que após sediarem aqui seu evento disseram: Joinville, nunca mais.

Os camarins do Centreventos, a grande arena multiuso construída sem nenhum esmero técnico, são vergonhosos. Ano retrasado, ao participar da comissão organizadora de um evento da cidade, tive que ficar na porta do banheiro vigiando pra ninguém entrar enquanto um empresário de renome internacional defecava. Deu pra imaginar o constrangimento pra cidade? É só uma fechadurazinha de merda, gente. Literalmente. E aí temos acústica, logística, climatização e outros problemas bem maiores.

O teatro Juarez Machado é uma piada de mau gosto com Joinville. O Expocentro, em dias de chuva, não deixa os visitantes esquecerem da fama da cidade: goteiras por todos os cantos. E em dias de sol, o calor senegalês toma conta da atmosfera do pavilhão. E o que são as salas do “centro de convenções” Alfredo Salfer? Este é um equipamento de turismo de eventos, ainda nas mãos do governo – incapaz de reinvestir 1% do faturamento dos eventos ali sediados. Então, por que não repassar a uma empresa que consiga arrumar tudo isto?

Agora, volto a reconhecer o mérito da concessão da Expoville à iniciativa privada. Parabéns à Promotur e à Prefeitura. Em troca do direito de exploração por 25 anos, a empresa vencedora do edital terá que investir mais de 30 milhões de reais na construção de um centro de convenções decente (com auditório de 2.106 lugares, mais 8 salas para 204 lugares cada e ainda 6 salas de reunião com 12 lugares), ampliação do espaço para feiras (que será o maior do Sul do Brasil), readequação de todo o espaço e criação de um parque público utilizando a boa área verde existente por lá.

E talvez você se questione: e o que a Prefeitura e Joinville ganham com isto? Tudo! Com o modelo que foi proposto, a empresa deverá pagar uma comissão de 5% sobre o faturamento dos eventos (além dos tributos devidos) e devolver o equipamento (com todas as benfeitorias) após 25 anos. Por si, isto já seria motivo suficiente para ser um bom negócio. É importante ressaltar também que a Prefeitura não teria recursos para arcar com a obra, o que atrasaria ainda mais a superação desta demanda tão importante pra cidade.

Mas indo mais além, a expectativa é de triplicar o número de eventos atraídos à cidade, além de qualificar os que já existem por aqui. Isto significa que, numa conta rasteira, triplicaremos o ISS proveniente da prestação de serviços de eventos. Também os restaurantes, bares, taxistas, lojas, hotéis e prestadores de serviços ganharão mais e precisarão gerar empregos para dar conta da demanda. E se fizermos a lição de casa e mostrarmos nosso potencial e criarmos infraestrutura, o turista volta com a família pra conhecer a cidade outro dia. O turismo, se bem aproveitado, gera um ciclo virtuoso. E todos ganham.

Em sendo assim, e tendo a Prefeitura tido a coragem de iniciar este processo (também porque não lhe restavam muitas saídas), não ofende perguntar: por que não vão na mesma onda Centreventos Cau Hansen (e equipamentos anexos) e Arena Joinville? E o que dizer de ampliar a rede de saneamento básico com parceria público-privada? E mais um hospital na Zona Sul? Eu incluiria a BR-280 e o Aeroporto de Joinville, mas aí a alçada não é nossa.

E você, concorda que passa pela iniciativa privada a solução de muitos de nossos problemas?

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Volta ao mundo em 150 dias, por Tebaldi!


POR GUILHERME GASSENFERTH

(Tebaldi sem Photoshop você só encontra aqui!)
Observando os gastos da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) do deputado federal e candidato a prefeito de Joinville, Marco Antonio Tebaldi (PSDB), fiquei intrigado com o quanto o homem trabalha.

Consta no site da Câmara dos Deputados que de março (quando foi demitido do Governo do Estado e reassumiu a cadeira no Congresso) até julho, o homem gastou R$ 15.236,59 de “combustível e lubrificantes”.

Deixemos os cálculos para depois. Além do valor, outra coisa me intrigou. Uma empresa chamada Posto Aliança* (leia direito de resposta no fim deste texto), que emite uma nota fiscal de combustível de R$ 4.201,55 em março de 2012, outras na faixa entre R$ 1.000 e R$ 2.000 e uma de R$ 4009,73 em julho.


Eis aqui a cópia da tela do site da Câmara com os dois maiores gastos. Percebam que o gasto é por nota, não é acumulado do mês, senão o Auto Shopping Derivados de Petroleo Ltda também teria só uma inscrição.


Então fiquei curioso – porque o Posto Aliança* (leia direito de resposta no fim do texto)? O que faz com que Tebaldi utilize sempre o mesmo posto de combustível?

Vale dizer que segundo o regulamento da CEAP, instituído pelo Ato da Mesa nº 43 de 21/05/2009, em seu artigo 2º, inciso IX, o deputado tem direito a verba indenizatória para “combustíveis e lubrificantes até o limite inacumulável de R$ 4.500,00 mensais”. Lê-se no parágrafo único do mesmo artigo: “As despesas estabelecidas nos incisos I, VII e VIII poderão ser realizadas por assessores [...]”. Depreendo daí que as demais despesas, como a estabelecida no inciso IX, não podem ser realizadas por assessores, só pelo próprio deputado. Pode isso, Arnaldo?

Vamos aos cálculos. Seus R$ 15.236,59 de gastos com “combustível e lubrificante” representariam 5.441,63 litros de gasolina, considerando o preço por litro de R$ 2,80, um preço alto. Com 5.441,63 litros de gasolina, considerando o consumo URBANO da Pajero que ele declara como seu bem (7,4 km/l, segundo li na internet), seria possível rodar 40.268 quilômetros, o suficiente para dar uma volta inteira no globo terrestre sobre a linha do Equador (40.075 km) e ainda sobrariam de lambuja 193 quilômetros, o que daria pra uma visitinha na Secretaria de Educação de SC. Matar as saudades, sabe como é.

Na prestação de contas, raramente veem-se notas de postos em outras cidades. Portanto, o consumo majoritário de combustível é na cidade de Joinville e região, o que deixa ainda mais intrigante a quantidade de quilômetros rodados. Os quilômetros representariam mais de 1.000 viagens entre o Rio Bonito e o Paranaguamirim, para citar dois extremos. O que dá uma média de 6,66 viagens por dia, considerando dias não úteis. É a média da besta!

Se considerarmos uma velocidade média de 60km/h, o que é muito no trânsito que Joinville tem hoje em dia, Tebaldi levou 671 horas só dentro do carro. Seriam 28 dias dentro do carro 24h por dia. O homem é trabalhador, mas não tanto, né, gente? Dividindo as 671 horas pelo número de dias máximos que ele levou pra gastar isso (150 dias, cinco meses), dá 4 horas e meia por dia dentro do carro. Descobrimos o culpado pela imobilidade urbana. Larga esse carro e vai de bike, Tebaldi! :)

Ficam algumas perguntas: o que Marco Tebaldi fez com 40 mil quilômetros? Por que sempre o mesmo posto? Por que notas fiscais de valores tão elevados? Seus assessores estariam usando indevidamente recursos da Câmara dos Deputados (nossos)?

Antes que pensem que estou sendo leviano, eu tentei perguntar direto para eles. Mandei um e-mail para “dep.marcotebaldi@camara.gov.br” na terça-feira, fazendo estas perguntas aqui e algumas outras. Pedi confirmação de leitura no e-mail, que até agora (quinta-feira, 22h), não chegou. Deve ter muito trabalho por lá... E como somos bacanas, damos até direito de resposta às perguntas acima como um texto aqui no Chuva Ácida. Se quiser, claro.

Por último, tenho também uma outra ideia do que pode ser tanto gasto... Considerando que o item é “combustíveis e lubrificantes”, poderia ser o óleo de peroba considerado lubrificante? Porque deve haver um bruto estoque destes no Posto Aliança* (leia direito de resposta no fim do texto).

PS: informo também que fiz pedido formal da cópia das Notas Fiscais à Câmara dos Deputados. Aguardemos.

DIREITO DE RESPOSTA

Informo que fui procurado pelo proprietário do Posto Aliança - que não é parente do Tebaldi como alguns sugeriram que pudesse ser.

O proprietário informou que possui o posto naquela localidade há 8 anos e que sempre trabalhou com honestidade e prestando serviços com qualidade. Na conversa, ele afirmou que o posto trabalha com o preço médio praticado nos demais postos de combustíveis da cidade e que garante a qualidade de seu produto.

Informou ainda que seu serviço é abastecer e que não cabe a ele saber que uso é feito do produto que vende, com o que concordo plenamente.

Diante do caráter democrático e do senso de justiça deste blog, resolvemos dar ao proprietário o direito de responder aos questionamentos que fiz no texto.

Ele foi bastante solícito e gentil mesmo após as questões que levantei, razão pela qual está postado este adendo ao texto, o que já esclarece uma parte do que foi questionado no texto. Ficamos felizes por estarmos solucionando parte de nossas dúvidas.

Ao proprietário, peço desculpas por aborrecimentos que lhe possa ter causado.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

E no palco do mundo, Joinville!

POR GUILHERME GASSENFERTH

Começou antes de ontem o maior festival de dança do mundo! São milhares de bailarinos, dançarinos, coreógrafos, estudantes, familiares e apreciadores da arte da dança que se encontram nestes 11 dias de evento no Centreventos Cau Hansen. Sejam bem-vindos!

Neste ano, o Festival completa 30 anos de uma cidade orgulhosa de sua realização. Foram diversos visitantes e bailarinos ilustres, como a primeira vinda da bailarina Ana Botafogo, em 1987, da bailarina Cecília Kerche, em 1989, e Mikhail Baryshnikov, em 2007, entre tantos outros. Em 1991, houve a internacionalização efetiva do Festival; em 1998 o Festival ganhou novo palco, agora no Centreventos Cau Hansen; a criação do Instituto Festival de Dança de Joinville ocorreu em 1999; e a citação no Guinness Book, o Livro dos Recordes, em 2005, coroou todo o trabalho, esforço e dedicação com o título de maior festival de dança do mundo.

Com a profissionalização do Festival, hoje o joinvilense respira menos o Festival. Mas há cerca de quinze anos, diante da carência de leitos nos hotéis da cidade, as famílias joinvilenses abriam suas portas para que os bailarinos e dançarinos pudessem pernoitar. Os jovens da cidade disputavam a honra de atuar como voluntários no Festival de Dança! As baladas abriam suas portas gratuitamente para quem tinha um crachá de dançarino ou bailarino. Mesmo para quem não tinha nenhuma ligação com o Festival ou nem gostasse de dança, era impossível passar incólume ao maior evento da cidade: sempre havia um grupo de bailarinos e bailarinas andando pela cidade – quem não os reconhece pelo jeito de andar?

Toda essa aura e a magia do Festival criaram tamanho orgulho no joinvilense que a cidade ganhou mais um título: Joinville, a cidade da dança. Mas será que fazemos jus ao apelido?

SOMOS A CIDADE DA DANÇA?

A instalação em Joinville da Escola do Teatro Bolshoi do Brasil, uma grande honraria concedida pelos russos à cidade, é uma iniciativa artística, cultural, educativa e social única! Boa parte dos estudantes é proveniente de famílias de baixa renda espalhadas por todo o Brasil, o que confere um status de projeto inigualável no país! Temos algumas escolas com aulas de ballet, temos a Escola Municipal de Ballet, os grupos e escolas de dança ligados à Anacã, grupos de danças folclóricas e iniciativas individuais desta bela arte. Ótimo, sem dúvida nossa situação é privilegiada. Mas será que isto é tudo?

Por que não há em Joinville uma escola superior de dança? Somos o único Estado do Sul a não ter um curso superior na área, embora tenhamos aqui uma vocação reconhecida nacionalmente. Consta que uma reunião foi feita na Udesc em junho, mas nada de concreto até agora foi anunciado. E se Joinville não se mexer, o curso vai pra capital também. É plenamente possível que tenhamos uma universidade da dança! Por que não? Cursos superiores de dança, coreografia, figurino, cenário, música, com cursos de graduação, pós-graduação, especializações, cursos rápidos, cursos de verão, eventos, workshops! Afinal, temos professores qualificados, temos alunos, temos reconhecimento e temos vocação. É possível, sim!

O Instituto Festival de Dança de Joinville já lançou um programa excelente, chamado Unidança – Universidade Livre da Dança. A Unidança (http://www.unidanca.com.br)  possui alguns cursos à distância na área. Ainda é muito pouco, mas é muito bom saber que a base está lançada para uma futura universidade voltada somente a esta manifestação artística. Parabéns ao Instituto!

Joinville poderia ter também um museu dedicado à dança; monumentos dedicados à dança; palcos ao ar livre e em empresas e shoppings ocupados nos outros 355 dias do ano; comércio especializado, numa espécie de Feira da Sapatilha permanente e ampliada; produtora de material de referência; entre diversas outras atividades que podem ser desenvolvidas na cidade.

UMA REFERÊNCIA MUNDIAL

E se tudo isso estivesse reunido num só lugar? Poderia ser construída a Cidade da Dança, o espaço que reuniria a Universidade Livre de Dança (com cursos técnicos, superiores, de pós-graduação na área), o Museu da Dança, o Instituto do Festival de Dança, as lojas especializadas, um grande teatro e outros auditórios menores para recitais e apresentações. Sonho? Sim, e os sonhos são possíveis! Alie-se o esforço à vontade e o sonho está realizado!

Tal qual é Florença uma referência na escultura; Nova Orleans e Liverpool na música; Antuérpia em logística; Haia no Direito; Orlando na diversão; por que não pode ser Joinville, a cidade com mais população dentre as que citei, uma referência mundial na dança?

Na Cidade dos Príncipes em que Suas Altezas nunca pisaram; na Cidade das Flores cheia de concreto, asfalto, grama e mato; na Cidade das Bicicletas dominada pelos carros, ônibus e motos; quem sabe a dança não pode despontar e fazer Joinville ser internacionalmente reconhecida como a legítima e verdadeira Cidade da Dança!

domingo, 15 de julho de 2012

Porque eu amo Joinville


POR GUILHERME GASSENFERTH

Poucos conhecem o segredo que estou prestes a revelar, mas eu sou gaúcho. Pronto, falei. Nasci em Novo Hamburgo, um pouco ao norte da capital sul-rio-grandense. O que todos sabem é que pouquíssimos meses depois eu vim morar no que mais tarde seria uma paixão: Joinville.

Eu AMO Joinville. Pode ser que este platônico sentimento seja irracional, mas eu não acredito nisto. Para mim, gostar de Joinville é muito simples e óbvio. É como chover pra baixo.

Aliás, você que tá lendo isso tem uma relação paradoxal com a chuva – assim como todos nós que vivemos neste pequeno mundo às margens do rio Cachoeira. Afinal, você reclama a cada vez que chove (diz a previsão do tempo que este texto irá ao ar sob chuva), mas quando vem um turista, você estufa o peito com orgulho pra falar aqueles ditados de prateleira como “Joinville é a primeira chuva à esquerda após Curitiba” ou enunciar algum dos apelidos relacionados à precipitação pluviométrica, como “Chuville”. É ou não é? O Baço diz que nós deveríamos ter por aqui um Museu da Chuva. Concordo!

Penso que quando criou o mundo, Deus (ou a Natureza, como queiram) resolveu abençoar um pedacinho de terra. E fez-se a beleza por aqui. Primeiro, criou a baía da Babitonga, lindamente ímpar. Tem uma biodiversidade maravilhosa, águas calmas e até aqui soube conciliar a economia crescente em sua suas margens com a preservação ambiental. E Deus pensou que a baía não era suficiente e resolveu proteger esta joia. Cercou-a de morros e os fez cobrirem-se de linda vegetação e de belas quedas d’água. E entre estes dois tesouros deixou um espaço para que um dia pessoas privilegiadas pudessem habitá-lo e contemplá-los. Você os contempla?

Uma cidade que promove o encontro de culturas, tão valioso. Primeiro os sambaquianos, depois os bugres; os açorianos do Morro do Amaral; os fazendeiros Budal, Arins, Cercal, Cidral, Oliveira, Gomes; o cidadão francês egresso da fracassada Colônia do Saí, Frontin; em seguida o alemão Guenther, acompanhado de dois franceses, três suecos e três prussianos; para aí sim, em 9 de março de 1851, finalmente a chegada dos imigrantes suíços, alemães e noruegueses. E até hoje, a cidade agradece a vinda de africanos, italianos, japoneses, portugueses... e depois, paranaenses, gaúchos, paulistas, mineiros e nordestinos. E todos sentam-se à mesa no Jerke para umas empadinhas regadas por um bom chopp.

Aposto que não sou só eu: o joinvilense quando vai viajar volta pra cá e fica feliz de estar de volta em casa. E os filhos da cidade que moram em outros lugares sempre se encantam com o reencontro. Aqui é nosso lar. A cidade dos ipês amarelos que florescem e caem em uma semana; do jacatirão no verão; das orquídeas nas copas das árvores nas casas nos bairros. Terra do festival de dança e das bicicletas – que gostam de viver perigosamente. Lugar onde as pessoas são fechadas, mas solidárias. Povo que torcia fervorosamente para o JEC mesmo quando o time nem na série D estava e amargava campanhas terríveis.

Tem coisa que só tem aqui. Que outra cidade deste porte no Brasil é protegida só por bombeiros voluntários? 1700 pessoas, das quais 90% voluntárias, preocupadas em prestar atendimento em resgates, salvamentos e incêndios sem ganhar nada em troca. Aqui, a força do voluntariado é mais que retórica. Existe uma festa com 100 mil visitantes solidários que ajudam a manter o trabalho social de dezenas de entidades – a nossa já adulta Festa da Solidariedade. Uma cidade em que a primeira iniciativa de defesa pública era voluntária, o primeiro hospital e a primeira escola eram comunitários, onde os cidadãos se organizavam para fazer a cidade que desejam. E assim se moldou nossa velha Dona Chica.

Taí o segredo de eu gostar tanto daqui: o joinvilense. Joinville é maravilhosa porque seu povo fez com que ela fosse maravilhosa. O joinvilense fez Joinville ser o que é. E, muitas vezes, às custas de muito sacrifício.Muito esforço foi feito para que a cidade viesse a ser linda como é (era). E você, o que fez por Joinville hoje?

Link do texto do Jordi Castan elencando + de 100 motivos pra gostar de Joinville: http://comentariosdejoinville.blogspot.com.br/2011/07/100-motivos.html

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Joinville está muito feia!


POR GUILHERME GASSENFERTH

Conta o amigo Paulo Roberto da Silva que em 1897 já havia em Joinville uma “Sociedade de Embelezamento de Joinville”. Pelo que me recordo das nossas conversas, parece que inclusive o Passeio Público de Joinville (situado onde hoje é – ou deveria ser – a biblioteca pública Rolf Colin) foi construído com os recursos desta sociedade. Ou seja, lá no século retrasado os joinvilenses se preocupavam com a beleza da cidade. E nós, os joinvilenses atuais, o que fazemos para deixar Joinville mais bonita?

Todos os dias percorro algumas ruas da cidade e fico pensando em como Joinville poderia ser muito mais bela. Vejam o caos de feiúra que atravessamos. Um aspecto que enfeia a cidade são os fios de energia pendurados, emaranhados, aos montes. As imagens são do GoogleMaps, por isso ficam um pouco esquisitas, mas permite demonstrar bem o que quero mostrar. Olhe na foto acima o emaranhado de fios. É muito feio!

Tem ainda o caso da poluição visual, que também pode ser verificado na João Colin, em ruas centrais e até mesmo em ruas de bairros como Guanabara, Fátima, Monsenhor Gercino, Papa João XXIII, Albano Schmidt, Iririú, XV de Novembro (Vila Nova), Tuiuti... e por aí vai. Essas ruas que citei não só não tem árvores e tem muitos fios pendurados como ainda tem placas disputando a atenção de quem enxerga. Quanto mais placas, mais feia fica a rua.

Inteligente serão os empresários (CDL?) que capitanearem um movimento para reduzir a poluição visual de Joinville. Na Rua do Príncipe temos dois bons exemplos: a Nova Casa Sofia (que já não é tão nova assim mais) e a Salfer, na esquina da Rua XV. São construções que foram restauradas e cuja arquitetura foi ressaltada com propagandas muito discretas. Se todos os lojistas da Rua do Príncipe resolvessem fazer parecido, ninguém estaria perdendo publicidade, pelo contrário.

Ademais, uma das cidades com tanta Mata Atlântica preservada não deveria ter problema com arborização. 

Enquanto muitas pessoas ficam criticando as belas figueiras da Beira-Rio, boa parte de nossas ruas desconhece o que são árvores. A foto ao lado é da rua Dr. João Colin, que nasce no Centro, atravessa um dos bairros mais valorizados da cidade e termina próxima à rua Santos Dumont. Como a João Colin ficaria mais bonita com arborização e canteiros com flores...

Além da falta de árvores e do excesso de publicidade e fios de energia, há que se pensar nas entradas da cidade. Diz o ditado que a primeira impressão é a que fica e infelizmente isto é real também em Joinville. O turista que chega pela Ottokar Doerffel, Santos Dumont (aeroporto) e rodoviária entra numa cidade feia, cheia de buracos e remendos no asfalto (quando existe) e sem nenhuma flor.

Dirão que é um investimento desnecessário, que é perfumaria, que o governo não devia gastar com isso.

Não é o que penso. Embelezamento da cidade melhora nossa auto-estima, turismo, nosso orgulho! Além do mais, a cidade pode investir maciçamente em campanhas de conscientização junto ao empresariado.

Minhas recomendações

1. Atenção para os acessos turísticos da cidade (Rua XV, Ottokar Doerffel, Santos Dumont e imediações da Rodoviária)

2. Vitalização (sem “re”) das ruas principais nos bairros, valorizando os imóveis de entorno e dando mais qualidade de vida, orgulho e auto-estima aos cidadãos.

3. Arborização urgente para toda a cidade.

4. Plantio de flores onde for possível.

5. Estruturar o programa “Parceria Verde” que troca publicidade pela manutenção dos canteiros e jardins
públicos. E divulgar para todos os empresários que puderem.

6. Fazer parceria com CDL para implantar um programa de redução da publicidade nas ruas.

7. Enterrar os fios de energia onde for possível (faz toda a diferença!)

8. Padronizar as calçadas em todo lugar onde for possível (com acessibilidade, é claro!)

9. Aumentar a produção de mudas no horto municipal de modo a fazer com que os joinvilenses que queiram plantar árvores ou flores em seus terrenos possam fazê-lo livremente.

10. Propor uma reforma agressiva nas ruas centrais como modo de valorizar a arquitetura antiga, melhorando a pavimentação, padronizando as calçadas, reduzindo a publicidade das lojas, arborizando e plantando flores.

11. Assumir uma pequena parcela de responsabilidade pela beleza de Joinville!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Escolha o Carlito bom ou o Carlito ruim


POR GUILHERME GASSENFERTH

Nestas épocas em que se avizinham as eleições, nos vemos rodeados por informações sobre candidatos e feitos, umas falsas, outras não; umas que se travestem de suma importância quando são pequenas obrigações. É muito trabalhoso pesquisar a veracidade dos fatos e checar as fontes. Então vamos divulgando as informações que recebemos e assim se cria um conhecimento coletivo sobre as coisas, geralmente impreciso em vários pontos.

É sabido por todos e repetido à exaustão que somos alvos de tentativas (muitas delas bem sucedidas) de manipulação pela mídia. Os meios de comunicação nos fazem acreditar no que querem que acreditemos sem muito esforço. TV, rádio, jornal e internet são os principais alimentadores deste conhecimento coletivo que cito no parágrafo anterior.

Muitos destes meios de comunicação, como alguns radialistas famosos, estão claramente a serviço de alguns políticos e de interesses escusos. Isto é um perigo para a cidade. São “comunicadores” que deturpam o jornalismo e mostram só a versão dos fatos que lhe interessa.

Podemos mostrar a mesma coisa sob duas perspectivas totalmente opostas sem sermos mentirosos. Para demonstrar isto, escrevi abaixo dois textos. Um fala do Carlito bom prefeito, outro fala do Carlito mau prefeito. E ambos são baseados em fatos.

A escolha de Carlito para ilustrar o que proponho não foi aleatória. Ele está nas discussões de bar e nas piadinhas que circulam nas redes sociais. É vítima de críticas ardidas e beneficiário de defesas aguerridas. Dificilmente alguém observa os dois lados e isto influencia a parcialidade de nossas opiniões.

Você tem abaixo dois Carlitos. Escolha o seu! Mas não se esqueça: se você optar por um ou outro, provavelmente estará sendo conduzido por um grupo de interesses para manipulá-lo. Meu conselho, se é que tenho prerrogativa para isto, é que você abandone as paixões partidárias, abra os olhos e forme uma opinião ponderada e baseada em fatos, não no que ouviu falar ou no que repete sem pensar.


Carlito, um bom prefeito

Com a proposta de descontinuar uma tradição administrativa de doze anos, o candidato a prefeito de Joinville Carlito Merss recebeu 170.955 votos de joinvilenses que acreditaram na mudança.

Já nos primeiros meses os joinvilenses viram algumas de suas propostas e promessas de campanha virarem realidade. Joinville assistiu a um novo modelo de administração: o orçamento participativo. Para o primeiro ano, o prefeito Carlito destinou R$ 10 milhões do orçamento a serem divididos entre as 14 secretarias regionais da cidade, que executaram diversas obras.

Na educação, Carlito fez um excelente trabalho. As escolas de Joinville receberam prêmios nacionais, alguns na área de gestão escolar, outros na gestão da merenda. Dentre as 10 escolas melhor colocadas na última avaliação do IDEB em Santa Catarina, seis estão em Joinville. Tivemos a melhor nota do IDEB entre as cidades com população entre 400 e 600 mil habitantes. É voz corrente que temos uma das melhores educações municipais do Brasil!

Já no que diz respeito à cultura, a gestão Carlito mostrou a que veio e liberou o maior volume de recursos da história do SIMDEC, o edital municipal de apoio à cultura. Deste modo, foi possível popularizar o acesso à arte e cultura, com apresentações gratuitas por toda a cidade.

E você já percebeu como está a saúde? Tivemos a inauguração e operação do acelerador linear, um sonho de vários anos, a recente inauguração do 4º andar do Hospital São José, a inauguração do PA 24h Leste. Recentemente, a secretaria de saúde anunciou a construção de oito unidades de saúde nos bairros e uma policlínica em Pirabeiraba. A cidade repassa atualmente 33% dos seus recursos para a saúde, o que comprova a prioridade desta gestão para esta área fundamental para nossos cidadãos.

O que dizer da construção do Parque da Cidade? A cidade, que sonhava há muitos anos pela construção de um parque, agora já tem um espaço de lazer para aproveitar. Dividido em quatro setores, o parque teve o plantio de centenas de árvores, tem amplas áreas de lazer e respeita a integração do homem à natureza.

Seria possível falar muito mais, abordando tópicos como gestão, mobilidade e infraestrutura urbana, qualidade de obras, esporte, assistência social, meio ambiente e outros. Mas os que citei já são suficientes para demonstrar como Joinville avançou nos últimos quatro anos.

Joinville deve reconhecer a grande administração conduzida pelo prefeito Carlito Merss e sua equipe e elegê-lo para mais quatro anos de realizações e obras, para Joinville ser sempre melhor.


Carlito, um mau prefeito


Com a proposta de descontinuar uma tradição administrativa de doze anos, o candidato a prefeito de Joinville Carlito Merss recebeu 170.955 votos de joinvilenses que acreditaram na mudança e foram enganados.

Já nos primeiros meses os joinvilenses viram algumas de suas propostas e promessas de campanha virarem poeira. A redução da tarifa da água e do ônibus foi pura falácia eleitoreira, a construção do hospital na Zona Sul foi pelo ralo e o número de comissionados manteve-se alto. Por meio destas e outras notícias o joinvilense teve um pequeno prenúncio da desastrosa gestão por vir.

Na educação, Carlito fez um péssimo trabalho. Já estamos adentrando ao último semestre de mandato (felizmente!) e a promessa do fim do turno intermediário ainda não é uma realidade. Vimos a escola Arinor Vogelsanger ser inaugurada sem acesso decente para as crianças. A fila de crianças para as vagas do CEI é vergonhosa e não condiz com o tamanho e a pujança de Joinville. É preciso melhorar muito.

Já no que diz respeito à cultura, a gestão Carlito mostrou seu desprezo pelos equipamentos culturais. Durante seu mandato, tivemos interdição do Museu de Imigração, Museu de Sambaqui, Casa da Cultura, Museu da Bicicleta, Museu de Arte. E o teto da biblioteca desabou.

E você já percebeu como está a saúde? Dois postos de saúde interditados, um na Zona Sul e outro na Zona Leste. De que adianta construir novos postos se os atuais estão caindo aos pedaços? Vimos recentemente a superlotação do pronto-socorro do Hospital Municipal São José fazer o atendimento ser restrito seis vezes em 12 meses. A cidade repassa atualmente 33% dos seus recursos para a saúde, o que comprova a ineficiência desta gestão para esta área fundamental para nossos cidadãos.

O que dizer da construção do Parque da Cidade? A cidade, que sonhava há muitos anos pela construção de um parque, agora tem que se contentar com três praças simplórias, divididas por vias de alta velocidade, que colocam em risco a vida dos cidadãos. E o que dizer da falta de árvores? É um parque de concreto!

Seria possível falar muito mais, abordando tópicos como gestão, mobilidade e infraestrutura urbana, qualidade de obras, esporte, assistência social, meio ambiente e outros. Mas os que citei já são suficientes para demonstrar como Joinville regrediu nos últimos quatro anos.

Joinville deve reconhecer a horrível administração conduzida pelo prefeito Carlito Merss e sua equipe e nunca mais elegê-lo para nenhum cargo executivo, já que teve sua chance e não soube aproveitar.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Joinvilense, vá carpir um lote


POR GUILHERME GASSENFERTH

Eu tinha prometido para mim mesmo que não escreveria uma linha sequer sobre as famigeradas luminárias da Beira-Rio. E para não trair tanto assim minha própria promessa, decidi que não vou manifestar-me se sou a favor ou contra, se achei bom ou ruim. Se alguém me pagar um chopp eu conto.

Todos vocês tem o direito de reclamar do que acharem que está ruim, de condenar o que pensaram que foi feito errado, de questionar prioridades do governo.

No entanto, quero apresentar-lhes algumas informações:
- Joinville ainda tem um aeroporto que fecha com qualquer chuvinha fraca.
- Boa parte de nossas ruas estão esburacadas.
- O número de carros subiu 50% em 5 anos e o número de quilômetros de ruas não deve ter aumentado em 1%.
- Há vários museus interditados.
- Também há escolas interditadas.
- Temos hospitais superlotados, UTIs sendo fechadas, equipamentos quebrados na saúde.
- A cidade ainda carece de parques bacanas.
- Não temos cursos de ensino superior na área de Ciências Humanas.
- Não temos integração regional com Araquari, Guaramirim e Garuva.
- São 4,7 mil famílias que precisam de Bolsa Família.
- São 7 mil joinvilenses que vivem em favelas.
- 4.175 jovens estão fora do Ensino Médio.
- Violência crescente.
- Falta de infraestrutura contra enchentes.
- Péssima safra de candidatos à prefeitura.
- Safra ainda pior de candidatos à Câmara.
- Joinville está feia, sem flores, mal cuidada.
- Escreva aqui seu problema.

Agora eu lhes pergunto: realmente vocês não tem nada mais importante pra reclamar em Joinville? Não há assunto mais relevante pra ser tema de indignação?

Penso que deveriam rever suas prioridades. Pelo bem de Joinville e da minha paciência. Obrigado.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Joinville com menos escolas


POR GUILHERME GASSENFERTH

A primeira vez que ouvi falar nas salas modulares que a Prefeitura Municipal de Joinville instalou em algumas escolas, torci o nariz. Já pensei em palavras como “gambiarra”, “enjambração” e outros adjetivos que significam uma coisa feita sem muito esmero.

Em seguida, percebi nas redes sociais que não era só eu. Outras pessoas criticando, dizendo que “assim é fácil” acabar com o turno intermediário. Aliás, mais uma vez parabéns à equipe do Carlito por empenhar-se em acabar com isto de uma vez por todas.

Como é fácil criticar sem conhecer, resolvi ir até a escola Nilson Bender (foto acima), no bairro Paranaguamirim, e conhecer in loco uma sala modular. Assim, cheguei à conclusão de que as salas de aula modulares não são uma ideia má. Pelo contrário!

Nós não estamos ainda acostumados a um novo paradigma demográfico, que é a redução do número de crianças. Segundo o IBGE, Joinville tem 86.892 jovens com idades entre 10 e 19 anos, mas apenas 69.539 com idades entre 0 e 9 anos.  Significa dizer que desconsiderando variações advindas de migração (que podem ser tanto positivas quanto negativas), teremos 17 mil jovens a menos para estudar dentro de alguns anos...

Se uma sala de aula convencional funcionar de manhã, de tarde e à noite, ela abrigará no máximo 150 alunos. Isto significa dizer que no mínimo 113 salas de aula estarão obsoletas em alguns anos... E o governo precisará planejar como otimizar o número de professores, diretores, material escolar, e assim por diante. É fato que poderemos reduzir o número de diretores, de orientadores, de técnicos-administrativos, entre outros! \o/

Se pensarmos em um horizonte temporal um pouco maior, as escolas serão em grande número desnecessárias. Se uma grande escola possui 20 salas, pelo menos 5 grandes escolas poderão ser fechadas em poucos anos. É óbvio que se pode dar outros usos, como utilizá-la para a educação infantil, ou como centro comunitário, ou coisa similar... mas como escola, não será mais necessária.

E aí entra a viabilidade da sala modular. Pode-se colocá-la na escola que estiver precisando. Tira-se daqui e coloca-se lá. Pronto. Uma sala equipada, inclusive com ar-condicionado, que pode ser removida. O bairro Glória tá com poucas crianças? Tira a sala e leva pro Ulysses Guimarães. Pronto, simples assim.

Os equipamentos modulares podem servir até mesmo para abrigar salas normais para outros órgãos da prefeitura. Aos corneteiros de plantão, recomendo que conheçam pessoalmente antes de reclamar.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

A Joinville que você não vê

POR GUILHERME GASSENFERTH

Com os nove anos de voluntariado pelos bairros de Joinville, passei a perceber algumas realidades que preferiria não ter que conhecer. Com as apologias à grandeza de Joinville e à pujança de sua economia somos forçosamente induzidos a crer que os problemas sociais daqui são mínimos. Isto está bastante afastado da realidade. Como a pobreza é escondida, parece que vivemos na Escandinávia. Mas nossos bairros mais pobres são subsaarianos.

Em Joinville, há 10 aglomerados subnormais, ou seja, favelas. Um aglomerado subnormal é, para o IBGE, “cada conjunto constituído de, no mínimo, 51 unidades habitacionais carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado, até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular) e estando dispostas, em geral, de forma desordenada e densa.”

7.198 pessoas vivem em favelas em Joinville. Para uma cidade cujo ex-prefeito venceu uma campanha eleitoral ao governo do Estado afirmando que Joinville não tinha favelas, o número é assustador. Você leitor, sabe onde estão estas favelas? Provavelmente não.

Joinville possuía em setembro do ano passado 4.700 famílias que recebiam o Bolsa Família, benefício que apenas famílias com renda per capita inferior a R$ 70,00 ou com renda inferior a R$ 140 mas com filhos adolescentes têm direito. O leitor aí consegue imaginar como passar o mês com R$ 140? 4.700 famílias não tem a opção de apenas imaginar, elas sabem como é.

Observando os dados do Censo 2010, o IBGE informa que dos 277.453 joinvilenses ocupados na semana em que fez a pesquisa, 11,2% ganhavam salário entre R$ 0,00 e R$ 565,00 mensais, sendo que o total de habitantes ocupados que ganhavam menos de dois salários mínimos batia na casa de 53,27%.

Joinville tem alguns índices que assustam e desafiam o status de cidade com 13º IDH do Brasil. Confiram alguns índices educacionais: 1,77% das nossas crianças entre 7 e 14 anos estão fora da escola. 1.130 crianças que não estudam. Quando se analisa a idade de ensino médio (15 a 17 anos), o índice sobe para 15,71%. São 4.175 jovens fora da escola nesta faixa etária. Todas informações quentinhas, agora de 2010.

A situação precária em que alguns de nossos moradores vivem também é assustadora. 359 residências não tem nenhum tipo de abastecimento de água – poço, captação do rio, nada. 1.224 casas não tinham geladeira! Só 72,7% tinham condições de saneamento consideradas adequadas pelo IBGE. 6.203 casas tinham esgoto a céu aberto! 40% dos domicílios particulares estão em ruas não pavimentadas. Para a cidade mais rica de Santa Catarina, os números e dados são muito vergonhosos.

Trouxe a situação à tona porque os joinvilenses não conhecem a realidade social da cidade. E os miseráveis costumam ser invisíveis na sociedade. É a invisibilidade social. Percebam como há diversos motoristas que quando um pedinte aparece na janela fazem de conta que não há nada ali ao lado. Se uma mosca estivesse ali na janela iriam querer expulsá-la, mas como é apenas um pedinte, nem percebem.

Espero que os leitores esmerem-se para auxiliar esta população (ainda que tão somente no voto) a sair desta realidade. Estas pessoas não são assim porque querem, mas porque a falta de oportunidades lhes deu esta vida, se é que se pode usar algum termo relacionado a "viver" para descrever a situação.

Falar para estes joinvilenses de coisas como educação de qualidade, saúde digna, saneamento e qualidade de vida é como explicar a um ateu sobre Deus. Não apenas não conseguem acreditar que existe como ainda zombam de você. Mas é preciso que juntos os façamos acreditar!

Agradecimento especial à amiga Charlotte Maehl por aceitar meu maluco convite de fazer um passeio pela periferia de Joinville para fotografar num belo sábado ensolarado!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Os prêmios do Carlito


POR GUILHERME GASSENFERTH

Sei que este texto vai gerar bastante polêmica... mas acho importante escrevê-lo. É para ajudar a reparar um pouco uma injustiça.

Estou longe de considerar a gestão Carlito Merss como boa. Talvez porque eu seja exigente com quem se diz habilitado para bem governar e na hora H não mostra a que veio. Ele não foi  competente na hora de conseguir maioria na Câmara – quem consegue fazer um bom governo tendo o Legislativo contra? Cercou-se de gente boa mas também de gente ruim. Faltou traquejo para saber tocar a máquina. E tem uma comunicação muito falha, tanto é que mesmo sendo o melhor prefeito dos últimos 15 anos amarga posições desconfortáveis em pesquisas. Provavelmente eu não teria feito melhor que ele – mas eu não me candidatei.

No entanto, considero o Carlito vítima de uma injustiça. Para mim, parece que ele foi alvo de um complô bem organizado por alguns ex-ocupantes da Hermann Lepper, 10, articulado com vários setores da mídia e da política. O ditado que se ouve pelas ruas de que “Carlito nem pra síndico” é tremendamente injusto com ele. Sabemos que há muitos radialistas e “jornalistas” vendidos para políticos joinvilenses, o que torna difícil para alguém que queira fazer com honestidade conseguir sobressair-se. Por isso, resolvi mostrar que a situação não é assim tão ruim. Tanto é que o governo do Carlito ganhou diversos prêmios, sobre os quais falo a seguir.

O primeiro prêmio é prata da casa: Municípios Que Fazem Render Mais, uma iniciativa da ACIJ, mas em parceria com federações de associações comerciais e industriais de SC, PR e RS, além de certificação pela FGV. Este prêmio identificou e reconheceu municípios que foram destaque em 
quesitos como crescimento e uso dos recursos públicos.

Em 2011, o Carlito recebeu o prêmio Prefeito Empreendedor, do SEBRAE/SC, graças às ações desenvolvidas em prol do surgimento e desenvolvimento de micro e pequenas empresas.

A educação foi palco de vários reconhecimentos: Prêmio nacional de Gestão da Educação Infantil (CEI Raio de Sol), Prêmio de Gestor Eficiente da Merenda Escolar (única premiada na categoria Grandes Cidades e Capitais), além das excelentes notas no IDEB. Escolas de Joinville ficaram em primeiro lugar na faixa de cidades entre 400 e 600 mil habitantes, deixando municípios como Londrina e Ribeirão Preto para trás. Em SC, que reconhecidamente possui escolas reconhecidamente de qualidade, seis escolas de Joinville figuravam entre as 10 melhor colocadas. E 14 dentre as 23 melhores escolas do Estado.

Além de prêmios, há realizações. Falando na educação, a notícia quentinha (de ontem) é que o turno intermediário FINALMENTE foi erradicado! A partir de segunda-feira, acaba o famigerado horário que nem LHS nem Tebaldi conseguiram acabar.

Ninguém pode tirar do Carlito o mérito de ter executado as obras (encaminhadas pela gestão anterior, é verdade) do esgoto, o que fez Joinville sair dos incômodos e vergonhosos 14% de esgoto tratado. A atual gestão executou 130km de esgoto, cerca de 25x mais em relação ao governo que antecedeu Carlito.

Foi no governo Carlito que começou o Orçamento Participativo – embora tenha sido descontinuado, eles tiveram a coragem de tentar!

A Expoville está sendo privatizada – o que deverá contribuir muito para a economia e o turismo de eventos de Joinville. Após décadas sem reformas, a Casa da Cultura está sendo bem encaminhada, além da reforma feita no Mercado Municipal (que ficou lindo). E já foram 30 praças e espaços de lazer, a maior parte nos bairros.  E o Carlito deixa à cidade o legado de seu primeiro grande espaço de lazer público, o Parque da Cidade. Não é o ideal, mas no espaço onde foi feito ficou muito bom – já passeei várias vezes por lá.

Esta gestão parece preocupar-se com a qualidade de suas obras. O zelo pode ser visto no asfalto que foi feito nas ruas Aubé, Nove de Março e JK. Aliás, como ficou linda a JK. Eu fui um que criticou mas deu a mão à palmatória após ver o resultado final. Aposto que as obras que o Carlito iniciou e executou não estarão cheias de infiltração e problemas como era o praxe operacional de gestões felizmente passadas.

Foi feita importante obra de drenagem, além da limpeza de valas e rios que fez com que as enchentes em 2010 e 2011 não fossem tão graves. Carlito conseguiu ainda construir e recuperar várias pontes na área rural.

Cito apenas algumas das realizações do governo atual, sem a pretensão de esgotá-las.

Por fim, peço que façam um exercício: se vocês fossem donos de uma empresa e precisassem contratar um gerente, tendo apenas duas opções: um honesto mas que nada sabe de gestão, o outro desonesto e capaz de gerir bem. Quem você escolheria? Sei que é triste a sina que o eleitor joinvilense se encontra, mas o meu voto vai pro primeiro candidato a gerente. Não sabe fazer ainda, mas é honesto.

Penso que o Carlito é como o primeiro gerente. Mesmo que ele não tenha feito uma boa gestão, é preferível optar por alguém honesto mas que está aprendendo do que um tipo malufista que sabidamente rouba mas faz um pouco mais – porém com menos qualidade.