POR GUILHERME GASSENFERTH
Começou antes de ontem o maior festival de dança do mundo!
São milhares de bailarinos, dançarinos, coreógrafos, estudantes, familiares e
apreciadores da arte da dança que se encontram nestes 11 dias de evento no
Centreventos Cau Hansen. Sejam bem-vindos!
Neste ano, o Festival completa 30 anos de uma cidade
orgulhosa de sua realização. Foram diversos visitantes e bailarinos ilustres,
como a primeira vinda da bailarina Ana Botafogo, em 1987, da bailarina Cecília
Kerche, em 1989, e Mikhail Baryshnikov, em 2007, entre tantos outros. Em 1991,
houve a internacionalização efetiva do Festival; em 1998 o Festival ganhou novo
palco, agora no Centreventos Cau Hansen; a criação do Instituto Festival de
Dança de Joinville ocorreu em 1999; e a citação no Guinness Book, o Livro dos
Recordes, em 2005, coroou todo o trabalho, esforço e dedicação com o título de
maior festival de dança do mundo.
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Toda essa aura e a magia do Festival criaram tamanho orgulho
no joinvilense que a cidade ganhou mais um título: Joinville, a cidade da
dança. Mas será que fazemos jus ao apelido?
SOMOS A CIDADE DA DANÇA?
A instalação em Joinville da Escola do Teatro Bolshoi do Brasil,
uma grande honraria concedida pelos russos à cidade, é uma iniciativa
artística, cultural, educativa e social única! Boa parte dos estudantes é
proveniente de famílias de baixa renda espalhadas por todo o Brasil, o que
confere um status de projeto
inigualável no país! Temos algumas escolas com aulas de ballet, temos a Escola
Municipal de Ballet, os grupos e escolas de dança ligados à Anacã, grupos de
danças folclóricas e iniciativas individuais desta bela arte. Ótimo, sem dúvida
nossa situação é privilegiada. Mas será que isto é tudo?
Por que não há em Joinville uma escola superior de dança?
Somos o único Estado do Sul a não ter um curso superior na área, embora
tenhamos aqui uma vocação reconhecida nacionalmente. Consta que uma reunião foi
feita na Udesc em junho, mas nada de concreto até agora foi anunciado. E se
Joinville não se mexer, o curso vai pra capital também. É plenamente possível
que tenhamos uma universidade da dança! Por que não? Cursos superiores de
dança, coreografia, figurino, cenário, música, com cursos de graduação,
pós-graduação, especializações, cursos rápidos, cursos de verão, eventos,
workshops! Afinal, temos professores qualificados, temos alunos, temos
reconhecimento e temos vocação. É possível, sim!
O Instituto Festival de Dança de Joinville já lançou um
programa excelente, chamado Unidança – Universidade Livre da Dança. A Unidança (http://www.unidanca.com.br) possui alguns cursos à distância na área.
Ainda é muito pouco, mas é muito bom saber que a base está lançada para uma
futura universidade voltada somente a esta manifestação artística. Parabéns ao
Instituto!
Joinville poderia ter também um museu dedicado à dança;
monumentos dedicados à dança; palcos ao ar livre e em empresas e shoppings
ocupados nos outros 355 dias do ano; comércio especializado, numa espécie de Feira
da Sapatilha permanente e ampliada; produtora de material de referência; entre
diversas outras atividades que podem ser desenvolvidas na cidade.
UMA REFERÊNCIA MUNDIAL
E se tudo isso estivesse reunido num só lugar? Poderia ser
construída a Cidade da Dança, o espaço que reuniria a Universidade Livre de
Dança (com cursos técnicos, superiores, de pós-graduação na área), o Museu da
Dança, o Instituto do Festival de Dança, as lojas especializadas, um grande teatro
e outros auditórios menores para recitais e apresentações. Sonho? Sim, e os
sonhos são possíveis! Alie-se o esforço à vontade e o sonho está realizado!

Na Cidade dos Príncipes em que Suas Altezas nunca pisaram;
na Cidade das Flores cheia de concreto, asfalto, grama e mato; na Cidade das
Bicicletas dominada pelos carros, ônibus e motos; quem sabe a dança não pode
despontar e fazer Joinville ser internacionalmente reconhecida como a legítima
e verdadeira Cidade da Dança!