segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A fábrica de multas está de olho no seu bolso


POR JORDI CASTAN
As informações mais recentes mostram que a receita com as infrações de trânsito continua aumentando. Joinville quebra recordes de arrecadação e o trânsito segue ruim e inseguro. As ações de prevenção, sinalização e educação são praticamente inexistentes. O dinheiro some.

Provavelmente, o bando de estultos e áulicos de sempre já vai retomar o discurso que não há fábrica de multas, que a culpa é unicamente dos motoristas que não cumprem a legislação. Esse é um discurso fácil e tendencioso, mas um discurso que, no caso de Joinville, é fácil de desconstruir.

Que tal começar pelos agentes de trânsito? Primeiro para lembrar que, como não há um orçamento específico para pagar os salários, é necessário contar com os recursos provenientes das infrações para cobrir a folha. Desta forma, os agentes precisam multar para assegurar os próprios salários ao final de mês. E se estabelece um vínculo perverso que penaliza o motorista.


Semana passada, por exemplo, presenciei um fato surpreendente em Balneário Camboriú. Agentes de trânsito no meio da rua, com apito na boca dirigindo o trânsito. O fato aqui em Joinville seria inédito aqui agentes só são vistos escondidos e com um bloco na mão. Fazer fluir o trânsito em horários de pico nos gargalos de sempre não parece estar entre suas atribuições.

Lombadas eletrônicas não melhoram a segurança e só servem para multar. Vamos a outro exemplo. Na rua Prefeito Helmut Fallgatter há dois sinaleiros acionados por botoeira e duas lombadas eletrônicas de 40 km/h, mais um pardal de 60 km/h. Poderíamos iniciar uma discussão sobre os estudos técnicos, 
sobre função e utilidade, que embasaram a decisão de instalar estes equipamentos todos. Para começar, em nenhum momento a Prefeitura apresentou os pontos críticos, aqueles em que há um maior numero de acidentes e de acidentes mais graves. Nem para esta rua nem para nenhuma outra.

Apresentar esta informação inexistente com a localização de radares, lombadas eletrônicas e outros equipamentos de fiscalização e controle permitiria uma maior transparência e controle da sociedade. Publicar regularmente dados estatísticos, mostrando a redução do número de acidentes com mortes ou feridos e evidenciar a relação entre os equipamentos instalados e a melhoria da segurança, também seria uma informação relevante. Lamentavelmente tampouco está disponível. Faltando a primeira, a segunda é puro achismo. A única informação verificável é o aumento da arrecadação.

Mas voltemos à rua Helmut Fallgatter. É o caso que usarei como referência para mostrar que o objetivo do poder público é unicamente o de arrecadar. Iludem-se o que pensam que é  para aumentar a segurança, principalmente dos pedestres, que são o elemento mais vulnerável quando o tema é trânsito.

Em frente ao terminal urbano Tupy e a Escola Bahkita, foram instalados sinaleiros de botoeira. Bom lembrar que ambos têm mais de 20 anos de instalados e o seu funcionamento é simples. Tão simples que tanto uma criança de 5 anos como um agente de trânsito conseguem compreender. O sinaleiro está permanentemente em verde e quando um pedestre precisa atravessar a rua, basta premir a botoeira, que o sinal fica vermelho para os veículos e verde para os pedestres.


Simples de vez, os veículos detêm-se completamente e os pedestres atravessam. O resto do tempo, fora dos horários de escola, nos feriados, a noite, não atrapalham o fluxo normal de veículos que podem manter a velocidade estabelecida para essa rua de 60 km/h. Evidentemente que se algum motorista furar o sinal vermelho deve ser multado e essa é uma infração gravíssima.

Frente a Escola Presidente Medici e a Igreja do Evangelho Quadrangular foram instaladas duas lombadas eletrônicas de 40 km/h. Os veículos não precisam deter-se como no caso dos sinaleiros de botoeira e elas ficam la multando dia e noite, haja culto ou não, haja aula ou seja período de ferias escolares. Penalizando quem passa a mais de 40 km/h numa rua que tem velocidade prevista de 60 km/h.


Definir velocidades diferentes para uma mesma rua é uma forma de confundir o motorista. Instalar lombadas eletrônicas em lugar de optar por sinaleiros de botoeira tem um único objetivo: arrecadar mais. Porque lombadas não são mais seguras para os pedestres.


Ainda é oportuno lembrar que as faixas de pedestres frente aos quatro pontos da rua mantêm o padrão da maioria das ruas de Joinville. Ou seja, desapareceram e, quando pintadas, não duram mais de 4 ou 5 meses, mas isso tampouco importa.

Mas haverá ainda quem insistira no discurso de que não há fábrica de multas?

6 comentários:

  1. Não sei vcs, mas eu já descobri um jeito de burlar esta tremenda fábrica de multas!!!

    Não peço que copiem, apenas dou meu testemunho:

    .Onde o limite é 60km, eu ando a 59km.
    .Onde é 40km, ando a 39km.
    .Quando a sinaleira vai fechar e tem pardal, eu paro!!! De jeito manera eu vou dar motivo pra fábrica!!!
    . Não estaciono em frente à banco, onde pasmem, tem uma placa escrito estacionamento proibido, exceto carro de valores.
    . Não uso celular
    . Não ultapasso em faixa contínua
    . Não utilizo o corredor de ônibus, exceto para conversão!!!
    . Não tranco cruzamento ou paro sobre faixa de pedestre.

    Então!!! Vou continuar enganando a fábrica de multas.

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    1. Era fácil demais prever um comentário estulto como este.

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    2. Esse da turma do Sr. Geston famigerado, além continuar e tentar suas treituosidades, ainda vem aqui falar tolices, deve estar necrose cerebral, e por isso escreveu essas tolices!!

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  2. Comentário estulto para texto estulto. Perfeito.

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    1. Senhor Certinho, Deve estar necrose cerebral, vai Pa para ver se atendimento imediato, nada que fizeram deu certo, inaptidão do seu ídolo continua a fazer burradas, e quem paga pobre do animal, e população que foi enganada!!

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  3. Nem vou discutir a questão da aplicação de multas, cujo argumento mais forte será sempre dos azuizinhos. Afinal, voce cometeu uma infração...Legalmente não há como convencer um Juiz de que isso faz parte de um plano sórdido para se apossar de (ainda) mais dinheiro dos cidadãos incautos.
    Infelizmente a coisa já está saindo dos limites de Dona Francisca e passando tambem para a esfera federal, através da Policia Rodoviária que teve recentemente seu orçamento cortado em 40 por cento por Temer.
    Deduzo que em função desse fato, estão agora surgindo radares provisórios na BR 101, na região da Grande Florianópolis, que obedecem a mesma filosofia. Esses radares são colocados em trechos aparentemente aleatórios onde o limite foi sempre de 100 km/h e aos quais os motoristas já estavam acostumados ha mais de quinze anos. Sinalizam de forma precária (para cumprir a lei) e quando voce visualiza a placa da nova velocidade no local (80), já é tarde. Voce já foi flagrado.
    Penso que o Detrans de Joinville deveria EXIGIR direitos autorais da PRF. Ou participação nos lucros.
    Fiz esse post mais par alertar os amigos que utilizam aquela rodovia. Muito cuidado, lá também estão instalando armadilhas arrecadadoras.

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