sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Raul, Jorge Campos e as camisas coloridas dos goleiros

POR MARCELA DOMINGUES
Quando ainda estava na faculdade, um professor de design lançou um desafio para os alunos. Um trabalho sobre os uniformes de futebol. Comecei a fazer a pesquisa e, por acaso, deparei com casos interessantes. Um deles era a figura do goleiro mexicano Jorge Campos, que jogava com uniformes extravagantes. E achei que o tema podia ficar apenas nos goleiros, porque havia muita coisa interessante.

Mesmo estudando na Espanha, decidi começar a pesquisa pelo Brasil. Não havia muitos dados, mas o caso do goleiro Raul Plassmann pareceu merecer uma análise. Conta a história que, quando foi para o Cruzeiro, o jogador não tinha uma camisa que lhe servisse. Como não queria ficar desconfortável (e nem com a barriga de fora) pediu emprestada uma camisa qualquer. E só havia uma amarela.

Parece que deu sorte no jogo e então ele passou a jogar sempre com camisas dessa cor. Não sem enfrentar a gozação das torcidas, que, num tempo de machismo ainda mais evidente, viam algo de “efeminado” na escolha. Naqueles tempos havia uma cor padrão e todos os goleiros jogavam de preto. Mas Raul Plassmann não se importou com a polêmica e permaneceu no clube por 13 anos, sempre conquistando títulos com a camisa amarela.

A história de Raul vem dos anos 60 e 70 e foi um marco. Parece que depois disso nada de “revolucionário” aconteceu. Foi preciso muitos anos até surgir, no México, um outro goleiro capaz de fazer história. Não exatamente pelo bom gosto, mas pelo exotismo dos seus uniformes: o baixinho goleiro Jorge Campos. Diz quem lembra que também jogava na linha e marcava gols. Mas foram as suas camisas coloridas e largas que entraram para a história.

Houve jogos em que jogava com camisas discretas. Mas entrou para a história pela qualidade do futebol e pelos uniformes espalhafatosos. Jorge Campos era o centro das atenções. Mais do que falar, deixo aqui algumas imagens de uniformes usados pelo ídolo mexicano. Quanto a mim, tive muito gosto em fazer a pesquisa e escrever sobre o tema.

P.S. Não posso deixar de falar do goleiro da seleção da Inglaterra, David Seaman, que usou uma das camisas mais feias que já vi.

Raul, Seaman e Campos: camisas que marcaram





Marcela Domingues é designer de comunicação, graduada em Belas Artes pela Universidade de Granada (Espanha), vive no Rio de Janeiro e é torcedora do Vasco.

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