sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Querem impedir o Brasil?















POR SALVADOR NETO

Há quase 23 anos vivi os momentos históricos do impeachment do ex-presidente, hoje senador por Alagoas, Fernando Collor, cuja abertura do processo foi aprovada por 441 votos na Câmara dos Deputados. Collor foi o primeiro presidente da República eleito pelo voto direto após o regime militar, ao derrotar em segundo turno o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Duas entrevistas foram determinantes para a mobilização popular.

Primeiro o irmão do presidente, Pedro Collor, à revista Veja, denunciando o chamado esquema PC e o desvio de verbas públicas para as empresas do ex-tesoureiro de campanha. Depois, o motorista Francisco Eriberto França confirmou à revista Isto É ter feito pagamentos para Fernando Collor e sua esposa, Rosane Collor, com cheques e valores que buscava nas empresas de PC Farias.

No dia 29 de setembro de 1992, o deputado Ibsen Pinheiro abriu a sessão de votação pelo impeachment de Fernando Collor de Melo em um Congresso Nacional cercado por milhares de manifestantes Caras Pintadas. Com 441 votos favoráveis, 38 contrários, 23 ausências e uma abstenção, a Câmara dos Deputados decidiu pelo afastamento imediato do presidente da República de suas funções e autorizou o Senado Federal a abrir processo de cassação de mandato e dos direitos políticos.

No dia 2 de outubro, Collor foi comunicado de seu afastamento temporário pelo período que durasse o processo de impeachment e o então vice-presidente da República, Itamar Franco, assumiu o cargo. Itamar permaneceria na cadeira presidencial até o fim do mandato, em 1994. 
A cassação de Fernando Collor de Melo foi confirmada por 76 votos favoráveis e dois contrários no Senado Federal, em 29 de dezembro de 1992. O ex-presidente ainda tentou uma manobra para evitar a perda de seus direitos políticos. Depois de aberta a sessão no Senado, o advogado de defesa de Collor, José Moura Rocha, apresentou aos senadores a carta de renúncia dele.


A tentativa, no entanto, foi em vão, e a cassação foi confirmada. Em 1994, o ex-presidente foi absolvido no Supremo Tribunal Federal (STF) da acusação de corrupção passiva por falta de provas. A absolvição na ação penal, entretanto, não o livrou da suspensão dos direitos políticos por oito anos, a contar da data do que seria o término do seu mandato presidencial, em 1994. 

Escrevo isso para mostrar um pouco daquele contexto histórico, onde estávamos recém-saídos das fraldas da democracia. Aliás, nossa democracia é jovem. Em palestra que fiz a estudantes recentemente ainda perguntei quantos ali tinham 30 anos de idade ou mais. Apenas um levantou a mão. O que diferencia àquele impeachment deste que foi acolhido pelo deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara?

No de Collor, havia indícios, o governo havia confiscado dinheiro de empresas e pessoas físicas, e os deputados e senadores, sempre eles, se sentiam “desprestigiados” pelo Presidente, que se sentia um imperador. O clima era de confronto total. E mesmo assim, juridicamente Collor foi inocentado. Na arena política, no Congresso, foi derrotado. O país sofreu muito com essa grave crise, e quem viveu sabe.


Neste caso atual o que há é uma não aceitação, por parte da oposição, da vitória de Dilma contra Aécio. É fato incontestável que Dilma venceu no voto popular, e ponto. Na democracia é assim, vence quem tiver mais votos. Desde a derrota, a oposição tenta impedir o governo de governar. Cria factoides, promove ou incentiva atos de ódio contra a Presidente, seu partido o PT, e até aliados.

Articularam vários pedidos de impeachment, alguns arquivados por Cunha, antes interessado em mostrar seu poder e influenciar. Eduardo Cunha tramou até contra seu companheiro, Michel Temer, presidente de seu partido, e vice-presidente da República! Até quando surgiram as tais contas na Suíça. Aí a chantagem, o achaque, aumentou, até chegar ao atual estágio. É uma espécie de “abraço do afogado”.


Eduardo Cunha é acusado de gravíssimos crimes pela Procuradoria-Geral da República: corrupção, evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Ocultou suas contas na Suíça em depoimento na CPI da Petrobrás e tem um longo histórico de envolvimento em escândalos de corrupção desde que chegou ao poder junto a PC Farias e Collor de Melo. Assim que as denúncias a Cunha foram comprovadas pelo Ministério Público do Brasil e da Suíça, o PSOL entrou com representação pedindo a cassação de seu mandato. 

Ou seja: um réu da Justiça, que mentiu e omitiu contas e bens em depoimento da CPI da Petrobras, não pode continuar presidindo a Câmara dos Deputados. É uma vergonha para os brasileiros, e uma afronta à legalidade. Portanto, os casos de impeachment de 1992 e o que se quer hoje são completamente diferentes. Este parece ser um puro golpe, mais “bonito” aos olhos da oposição, mas que leva o país para o buraco. Para tentar se salvar da perda de seu mandato no Conselho de Ética, Cunha passou os últimos meses chantageando deputados de diversos partidos. 

Em ato tardio a bancada do PT votou pela continuidade do processo de cassação do mandato de Cunha. Em retaliação, Cunha abriu processo de impeachment contra Dilma. Mas, o impeachment só pode existir em casos extremos, quando existe crime comprovado de responsabilidade. Gostemos ou não do governo Dilma, ele foi eleito democraticamente, e deve cumprir seu destino, com uma oposição séria e responsável, não esta que é comandada por verdadeiros coveiros do país como Cunha, Aécio, e outros menos votados. Até o momento não há nada que incrimine a Presidente, e sua biografia é incomparavelmente melhor que a de Cunha.


O governo Dilma enfrenta a crise econômica que ronda o mundo desde 2008, e que agora chegou forte ao Brasil. Durante seu primeiro mandato, medidas de redução de impostos para manter a economia girando foram feitas, empresas e o povo conseguiram se manter, até que a receita exauriu. Problema do governo eleito, e que deve assumir seus erros e encontrar saídas. 

A crise política contamina o Brasil inteiro, e principalmente a economia. Impede investimentos, cria medo e instabilidade a quem gera a riqueza, empresas e trabalhadores. Este ato de Eduardo Cunha, aplaudido por apoiadores no Congresso e país afora, é um impedimento ao Brasil, ao seu futuro, à retomada do desenvolvimento econômico. Não esqueçam que o governo não é só do PT, mas também do PMDB, PSD, PP, e outros P’s. 

É hora de acabar com esse terceiro turno interminável, inexistente na vida democrática. Há que se ter grandeza na oposição, para criticar e sugerir, mas não agir com o fígado, destilando ódio e empurrando o país para o obscurantismo. Não adianta matar a galinha dos ovos de ouro para se obter imediatamente todo o conteúdo. E, afinal, a democracia manda: tentem novamente em 2018. O resto é choro, ódio, e atos que só paralisam o país.

Por trás de tudo isso há interesses inconfessáveis, externos e internos – ou mistura de ambos -, pela Petrobras e o que sobrou do patrimônio brasileiro vendido nos anos 1990 a preço de bananas. E claro, desmonte do Estado, etc, etc. A hora não é para brinquedinhos políticos, é hora de unificar o país para superar a crise econômica.

É assim, nas teias do poder...

23 comentários:

  1. Lá vem o esperado chororô adiantado... Ele agiu de acordo com a legislação. Será analisado e votado, e como você bem disse, na democracia é assim, vence quem tiver mais votos.

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    1. Quá, quá, quá... boa anônimo, para uma sexta-feira é bom para o humor! Cunha agiu de acordo com a lei? Tá bom... e vai a voto mesmo. Enquanto isso o país sangra.

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    2. Cunha é um corrupto e tem que cair. Mas no caso de acatar o pedido de impeachment, sim, ele agiu de acordo com a lei. Ou quando não te agrada, a lei não vale?
      O país "sangra" não é de hoje. E continuará sangrando com processo aberto ou não, pois os motivos são vários. Não venha subestimar a inteligência de qualquer um utilizando o fato como subterfúgio. Que o processo role, seja analisado, votado e finalizado, como deve ser, democrático e dentro da lei.
      Seja honesto consigo mesmo e imparcial uma vez na vida...

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    3. Anônimo, em caso de disputa política, usa-se a lei como se quer. Na ditadura era assim, e usavam a "lei" para bater, matar, fazer sumir, e governar. Seja você honesto e assine seus comentários, porque aqui ninguém disse para que o processo não ande, mas que é viciado e golpista.

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  2. A ideia central do texto até tem fundamento, é bem escrito, mas com as usuais pitadas de parcialidade, o texto torna-se vazio e descartável. (Depois reclama quando chamam de pseudo...)

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    1. Anônimo, sua intelectualidade realmente é superior, e ainda vens me ler? Você é um pseudo anônimo, e continue a ler meus textos, obrigado.

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  3. Ou desconheces as reais ações do impeachment ou falta caráter intelectual a vossa senhoria.

    Em nenhum momento do seu texto, vi os nomes de Hélio Bicudo (co-fundador do PT) e Miguel Reale Jr., ambos juristas, que registraram o pedido de impedimento entregue ao presidente da câmara para apreciação. O pedido aceito foi um dos mais de trinta no segundo mandato da presidente.

    Segues a cartilha do partido: jogar uma cortina de fumaça sobre as sérias acusações que pesam contra Dilma Rousseff e levar o tatame para as guerrinhas bobinhas de biografias dela e Eduardo Cunha. Não vai dar certo!

    Analisemos o discurso da presidente quando soube da aceitação do impedimento:

    Sua primeira frase foi sobre a aprovação das contas pelo senado, como se tivesse feito o dever de casa. A aprovação das contas não a faz atravessar o rio Jordão levando os seus pecados. A aprovação que se deu por políticos da situação e oposição não foi com o intuito de salvar o pescoço de Dilma, mas de evitar o shutdown nas contas do país que já estavam defasadas, tanto que os 11 bilhões que seriam gastos no mês de dezembro para o pagamento de gastos básicos já estavam contingenciados.

    Depois ela fez uma comparação das biografias dela e de Eduardo Cunha, como se fosse o presidente da câmara o acusador e não os juristas. Convenhamos, Cunha não é nenhum santo e vai responder pelos seus atos, mas a biografia da presidente... Ela diz que não tem contas no exterior – nos anos que ocupou cargos públicos nunca foi investigada, acho que vai ser agora quando a Lava-Jato começar a esmiuçar as contas das refinarias de Pernambuco e Pasadena, então como acreditar em suas palavras depois de todas acusações do pedido de impedimento que pairam sobre a cabeça dela?

    E mentiu, várias vezes! Em algum momento Dilma Rousseff disse nos bastidores que “todos sabem que eu não sou ladra”. Então, senhor Salvador Neto, vamos ver até onde vão os seus conhecimento de história e biografia de dona Dilma Rousseff... Como não sei se vais responder, antecipo para os pouco informados que Dilma Rousseff participou junto a vários grupos clandestinos de três assaltos a banco, com o dinheiro co-fundou a Vanguarda Armada Revolucionária de Palmares e em 1969 ela planejou o lendário roubo conhecido como 'Roubo do Cofre do Adhemar de Barros’, ex-governador de São Paulo. Até hoje não se sabe o paradeiro do dinheiro.

    Por último mentiu descaradamente afirmando que nunca participou de barganha. Barganhou sim, até a última hora, tanto que o dep. petista Zé Geraldo (PA) lançou um vídeo afirmando fazer “um sacrifício pelo país” antecipando o seu voto do partido pela absolvição de Cunha no conselho de ética. Está no youtube para quem quiser ver.

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    1. Antônio Carlos, eu vou ler o que diz o papel do impeachment? Para que, se havia mais de 30 como você diz, todos tucanos, dos demos, oposicionistas, e todos aliados a Cunha, na chantagem. Os fatos são estes: Dilma não tem nada que comprove sua desonestidade, nem fatos, nem investigações. Cunha tem e muitas, é só ler os jornais da própria Casa Grande. Caráter intelectual só tem quem defende golpe? Você deve ser um dos que adoram o prendo e arrebento. Investigue-se tudo, e todos. Cunha já deveria estar na cadeia. E deixem o Brasil sair da crise. Tentem novamente em 2018. Se não tem voto, não ganham no grito.

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    2. Então tá Pasadena ela não sabia de nada ; pedaladas fiscais é só contabilidade , quem liga... se tirar uma pessoa mentirosa , desonesta , sem vergonha do governo ė golpe ??? Então que seja , chame do que quiser... e não ė a oposição que está destruindo o Brasil é sim a corja pt pmdb , diga-se de passagem com a ajuda da oposição que ė ridícula e fraca!! #forapt #foradilma salvador vai ter que engolir!@!!

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  4. (continuando...)

    Sobre o documento que pede o impedimento, em resumo, Dilma Rousseff está sendo acusada por má gestão e gestão fraudulenta, nas contas de 2014 e deste ano, que, se lhe falta memória, gerou um rombo de mais de R$ 120.000.000.000,00 de reais ao erário. R$ 50 bi das pedaladas fiscais no sequestro de bancos públicos como a Caixa e Banco do Brasil e outros R$ 70 bi pelo descontrole dos gastos e perdas de arrecadação. No ano de 2014, enquanto presidente, Dilma sabia do rombo nas contas públicas, mas o investidor (inclusive correntistas brasileiros) só tinha acesso as informações maquiadas pela pedalada fiscal. Nesta situação gravíssima de descontrole fiscal, também é acusada de liberar bilhões sem aprovação do parlamento.

    O pedido de impeachment na integra:

    http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/12/leia-a-integra-do-pedido-de-impeachment-de-dilma-aceito-por-eduardo-cunha-4921294.html

    Agora saindo um pouco da questão do impeachment, ontem presenciamos a reação do mercado com o anuncio e ficou evidente que, quando Dilma vai mal o a economia reage, quando vai bem, degringola. Então, independente da questão jurídica e política que recaem sobre a presidente e o abandono de seus aliados, pergunto: porque esta senhora não renuncia? Os interesses do PT sempre sobrepujaram os do país, mas nesta situação, será que o ego inflamado de uma pessoa com uma nulidade política nunca antes visto na história deve sobrepor aos interesses do Brasil? Quedas na produção, 20 mil demitidos por dia, inflação próxima dos dois dígitos...

    Por fim, senhor Salvador, não sei que tipo de leitor tens, mas nem todos compactuam com a desinformação de vossa senhoria.

    Antônio Carlos

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    1. Antônio Carlos, tenho leitores como você, que odeiam a mulher presidenta, detestam pessoas que gostam de fazer valer os direitos de todos, e também quem defende a democracia, a igualdade, os direitos humanos, e lutam contra qualquer golpismo. Temos de tudo aqui no Chuva, e gostamos. A baboseira escrita no pedido dos golpistas poderia ter de tudo... não importa. A vontade política, o chororô de perder por quatro vezes a disputa presidencial, e principalmente para uma mulher, ainda não passou na garganta dos golpistas tucanos, democratas (??), e outros piores. O FHC vendeu o país ao capital internacional, comprou a reeleição por 200 mil por deputado, e ainda está aí, livre, aposentado pela ditadura... Enfim, agradeço a sua leitura, respeito a sua opinião, mas não compactuo dela. Quero a democracia e a liberdade vigentes e mais forte. Voltem ao voto em 2018. Lá, democraticamente, vençam. Agora, se perderem novamente também neste terceiro, quarto, quinto turnos, é para embalar a mala e ir embora.

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    2. Impeachment não é golpe!

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    3. Inutil explicar que impeachment não é golpe. Só é golpe quando é para tirar a Dilma.

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    4. Antonio Carlos e Zé Dirceu do falso, é golpe sim, pois é arma branca para derrubar governo legitimamente eleito, criar obstáculos ao país.

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  5. As sérias acusações contra Dilma não são de Eduardo Cunha, mas de três juristas que assinaram o pedido de impedimento. Antes de escrever essas bobagens, leia na íntegra o documento.

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    1. Anônimo, escrevo tantas bobagens que você insiste em me ler, obrigado!

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  6. Se um traficante denunciar um estupro, a denúncia deve ser invalidada?

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    1. Anônimo, não, deve ser investigada. E se é traficante, ou está preso, ou está livre nas barbas da polícia. E mais, deve-se ter todo o cuidado, pois delatores são sempre falsos, com muita pouca credibilidade.

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  7. Como não podia deixar de ser, os anônimos que usavam fraldas na época do Collor, tão bem descrito pelo autor do texto, a unica coisa que fazem é papagaiar o que vêem na Globonews e na Veja. Aliás empresas que respondem por sonegação fiscal e que não tem interesse algum que a lava-jato investigue mais nada além de petistas e muito menos que a Zelotes se deflagre. Como é confortável ser coxinha neste país, só se acusa sem o mínimo conhecimento de história e sem a minima responsabilidade de fatos, algo que continuam fazendo desde que usavam fraldas. Mas podem chorar crianças, pois não vai ter impítiman, a Dilma só sai no final de 2018 para passar a faixa para o Lula (eu preferiria o Haddad, vamos ver até lá....).

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    1. E volta o troll arrependido...

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    2. Chegou o pombo... Abandonem o tabuleiro...

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    3. Ô Sérgio, seguinte: tem petista beijando a bunda do Eduardo Cunha e agradecendo o deputado por colocar em voto a possibilidade desta mulher sair do governo, pois mais três anos de incompetência vão enterrar de vez as chances do velhaco voltar em 2018. Ah! Outro que ser chutado da prefeitura de SP é esse tal de Haddad...

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  8. Não devemos comparar os casos, mas sobras de campanha de Collor que compraram um Fiat Elba e reformaram o jardim da casa da Dinda comparadas com as acusações da Dilma de má gestão dos recursos públicos são ficha, a única coisa em comum é que não há provas de envolvimento direto em corrupção em nenhum dos dois casos (pelo menos até neste momento).
    Quanto ao desmanche da Petrobras a lava-jato está desvendado os responsáveis e os beneficiados, quanto a isto não precisamos nos preocupar (espero).

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