JORDI CASTAN
Depois desta sobre-exposição aos escândalos de corrupção que
assolam o país de um extremo ao outro, a sensação é a de que estamos imunizados. Ou seja, de que não há nada mais que possa nos surpreender. Que a corrupção está restrita a
Brasília, ao Governo Federal, ao Congresso Nacional, à Petrobras, à Hemobras,
ao BNDES. Enfim, a uma lista que não para de
crescer a cada dia, mas que não é coisa daqui. Que nem em Santa Catarina e
muito menos em Joinville estas coisas acontecem.
Aqui estamos tão longe dessa malfadada corrupção que o último prefeito a se eleger, se vangloriava na campanha que tinha as mãos
limpas, como se esse fosse o seu diferencial. Indiretamente a mensagem que os
seus marqueteiros lançaram era a de que os seus concorrentes não seriam tão
honestos assim. Assim que implicitamente devemos pressupor que haja corrupção
também por estes lados.
Em Santa Catarina, um ou outro prefeito tem sido investigado por corrupção e algum até tem perdido o cargo. Falando do prefeito. O prefeito tem reconhecido que há casos de corrupção no seu governo, e tem feito acusações imprecisas a funcionários públicos, sem citar nomes e sem apresentar provas concretas, numa situação que é no mínimo estranha. Se houver corrupção e a Prefeitura pagava mais caro antes que agora, esta informação deve ser divulgada. Aliás, recursos para isso não faltam. Se não houver provas concretas o prefeito faria melhor em ficar calado.
Em Santa Catarina, um ou outro prefeito tem sido investigado por corrupção e algum até tem perdido o cargo. Falando do prefeito. O prefeito tem reconhecido que há casos de corrupção no seu governo, e tem feito acusações imprecisas a funcionários públicos, sem citar nomes e sem apresentar provas concretas, numa situação que é no mínimo estranha. Se houver corrupção e a Prefeitura pagava mais caro antes que agora, esta informação deve ser divulgada. Aliás, recursos para isso não faltam. Se não houver provas concretas o prefeito faria melhor em ficar calado.
A área da saúde é uma das que mais verbas administra e já teve,
em outra gestão, até secretario municipal preso por corrupção. Será que agora
estamos a salvo? Que fora dos problemas que o MPSC acompanha de perto,
está tudo certo na saúde? Sendo um tema que o prefeito conhece tão bem, é de
imaginar que não haja problema, que não faltem remédios e que os preços praticados
sejam menores que os praticados com anterioridade. Licitações mais
transparentes, pagamentos em dia e seriedade ajudam a baixar preços e a reduzir
o risco de corrupção.
Qual seria o resultado de uma investigação no Legislativo?
Se tomarmos como referência alguns municípios
importantes do litoral, as investigações realizadas resultaram em vários vereadores
presos, casualmente todos os casos de corrupção denunciados estão ligados a
mudanças de zoneamento, projetos de urbanização e mudanças de legislação para
beneficiar a uns e outros em prejuízo de maioria. Temas estes que em Joinville
são sensíveis e merecem um acompanhamento criterioso, não seja que algum
vereador conhecido acabe tendo o seu nome ligado a algum escândalo. Casualidade? Parece-me que não seja
casualidade. Não é estranho tampouco que haja até uma mancomunação entre o Legislativo e Executivo quando se trata da tramitação e aprovação deste tipo de
projetos.
No nível local não há grandes empreiteiras do calibre das
envolvidas nos escândalos da Lava Jato, do Petrolão, da Transposição do Rio São
Francisco ou dos que ainda estão por eclodir. Mas não deixa de ser curioso que
a maior parte das obras públicas sejam costumeiramente vencidas, também em Joinville,
pelas mesmas empreiteiras de sempre. Exatamente as mesmas que entra governo,
sai governo seguem sendo as principais prestadoras de serviços no município. Se
a isso se acrescenta a péssima qualidade das obras públicas, o incumprimento de
prazos e o acréscimo habitual dos valores dos contratos, fica a impressão para
o cidadão médio que a corrupção pode não ser algo tão alheio ao seu quotidiano.
Seria bom para Joinville se houvesse mais transparência,
mais luz, água e sabão para limpar toda a sujeira a que parece que não estamos
tão imunes assim. Joinville ganharia muito com isso. E se Joinville ganha, todos
ganhamos.
As vezes são as únicas empresas que se dispõem a executar serviços para o setor público. De fato, pode haver algum vício em determinados serviços, mas questões logísticas e de orçamento levantado pelo setor público (inferior ao praticado nos serviços privados) repelem a concorrência.
ResponderExcluirAlgumas empresas que prestam determinado serviço já têm suas planilhas de preços (e de qualidade de serviço) adaptada ao cenário local.
Leviano.
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