quinta-feira, 7 de maio de 2015
O menino, a mãe e o juiz
POR VALDETE DAUFEMBACK NIEHUES
No segundo domingo do mês de maio costuma-se homenagear as mães. Seja qual for a motivação que deu origem a esta tradição, pode-se afirmar que hoje, em razão desta data, o comércio é o maior beneficiado, uma vez que movimenta a economia cujo lucro somente é superado pela festa natalina. Porém, não é sobre valor econômico o tema ao qual me reporto, mas tão somente o valor à vida, à capacidade de nos indignarmos diante de injustiças e à sensibilidade de nos manifestarmos por meio de gestos singulares em determinadas situações que resultem em direitos, dignidade, esperança e cidadania.
Homenagear as mães de forma genérica pode ser importante para cumprir um ritual simbólico positivista por reconhecer as virtudes e a grandeza espiritual que somente elas possuem. Afinal, o marketing sabe muito bem como abordar e conduzir este tema para agradar às mães, aos filhos, à família.
A partir daí dá-se atenção especial a esta data consagrado que, conforme reza a história, foi inspirada em um caso de profunda dor e solidão de uma filha, cuja mãe havia falecido. O espírito solidário de quem presenciara a tristeza da menina, fez nascer o sentimento coletivo de reconhecimento e valorização da presença materna por todo e sempre na vida dos filhos, independente de quem quer que seja. Assim, elegeu-se um dia, o “Dia das Mães”, que o comércio dele também se apropriou e o popularizou, embora nem todos os filhos e nem todas as mães conseguem fazer parte deste círculo e freqüentar templos de consumo para cumprir o ritual que se espera nesta data.
Existem muitos meninos e meninas que, por vários motivos, sequer têm a possibilidade de viver na companhia de sua mãe, crianças que desde muito cedo aprenderam a dura realidade que as cerca, em face, principalmente, das dificuldades econômicas, sociais e culturais. Por estas crianças, não somente o mercado, mas também a sociedade tem desprezo, pois ambos não vislumbram nelas futuros consumidores, quando não as estigmatizam como uma ameaça. Daí decorre a adesão de tantos “cidadãos de bem” aderirem à ideia da redução da maioridade penal como medida de prevenção à segurança pública. Afinal, já é sabido que o sistema carcerário no Brasil tem cor e tem classe social. E o Estado punitivo é o mesmo que permite a desigualdade social e o abandono de crianças, jovens e mulheres à sua própria sorte.
Se já não bastasse isso, a sociedade, de maneira geral, está cada vez mais intolerante, mais odiosa, menos solidária e disposta a analisar e compreender o contexto que envolve as famílias pobres, dentre as quais, aquelas que sobrevivem graças aos programas de governo e instituições que prestam assistência social.
Porém, cada vez mais me convenço de que nas instituições públicas ou privadas algumas pessoas fazem a diferença porque são “dotadas” de sensibilidade e capacidade para tomar decisões orientadas pela ética e solidariedade. Cada pessoa dessa qualificação vale por mil.
Recentemente, os meios de comunicação deram atenção a um caso que envolveu três personagens, um menino, sua mãe e um juiz, cuja história comoveu muita gente pela sensibilidade da atitude, tanto do menino (que enviou uma mensagem de agradecimento ao juiz por ter permitido que sua mãe, doente, deixasse a prisão para passar seus últimos dias em companhia dos filhos), como do juiz (que por meio de uma decisão judicial extremamente humana devolveu ao menino a perspectiva de sonhar). No entanto, não faltou quem reprovasse a decisão do juiz, pois o embrutecimento do olhar punitivo dissemina a cegueira coletiva e impede o exercício da justiça e da cidadania. Por outro lado, não há como negar de que a atitude do juiz tenha provocado a possibilidade de um debate reflexivo sobre ética e direitos humanos.
O que nos torna humanos é a capacidade de raciocínio para tomar decisões que, por vezes, desestruturam a nossa zona de conforto ao se configurar tendências que fogem dos padrões aceitos pela maioria. As leis e a tradição são instrumentos de manutenção da ordem social. No entanto, a compreensão, a sensibilidade, a solidariedade e a justiça são valores responsáveis pela promoção da cultura da paz. Assim, nossos meninos e meninas estarão protegidos e livres para sonhar.
quarta-feira, 6 de maio de 2015
A irreverência (necessária) de Maycon César e a LOT
Daqui alguns dias, o IPPUJ enviará a LOT revisada para a Câmara. Há fortes boatos de que é uma revisão bem diferente das anteriores. Sabe-se que o grupo criado pelos pequenos e médios construtores, reivindicando a mudança de alguns pontos foi atendido. Creio que estas pequenas mudanças foram colocadas para atrair a atenção da população para um lado do palco, enquanto a mágica de verdade acontece do outro lado.
Essa LOT tende a ser uma grande briga de foice entre os
loteamentos horizontais e os grandes construtores de prédios. Sem mencionar que
a mão invisível de um ou outro grande empresário da cidade queira beneficiar
suas terras com essa nova lei.
Esta proposta deve ir para a Comissão de Urbanismo. Creio que alguns vereadores farão de tudo para colocá-la em outra comissão a fim de evitar a forte crítica de Maycon César. Falando nele, muitos servidores do poder executivo tem reclamado de Maycon César, pois este solicita com frequência esclarecimentos, vistas e ofícios às secretarias e fundações. Quanto a isso digo “Parabéns, Maycon”. É exatamente esse o papel do vereador: fiscalizar o executivo e legislar.
O título coloca Maycon César neste texto, pois ninguém mais naquela casa legislativa seria mais indicado para presidir a comissão que avaliará essa nova proposta revisada. Pode ser que algum malandro queira articular e fazer essa proposta ser analisada pela Comissão de Legislação, mas creio que a cara de pau tem limite e acabará por ir ao caminho certo: a Comissão de Urbanismo.
Digo que não teria ninguém melhor que ele, pois é um vereador que questiona, critica, pede esclarecimentos e, o mais importante, não está a lamber as botas do executivo municipal. Pelo contrário, é oposição e não tem medo de denunciar e colocar a boca no trombone.
Muitos podem dizer que ele está a sofrer investigação disso e daquilo, acusado disso e daquilo. Sim, está. Pode ser verdade o que dizem, como pode ser uma boa armadilha armada pela base. Estou apenas a dizer que ele não deixará pequenas pegadinhas plantadas na Nova LOT passarem desapercebidas.
Esta proposta deve ir para a Comissão de Urbanismo. Creio que alguns vereadores farão de tudo para colocá-la em outra comissão a fim de evitar a forte crítica de Maycon César. Falando nele, muitos servidores do poder executivo tem reclamado de Maycon César, pois este solicita com frequência esclarecimentos, vistas e ofícios às secretarias e fundações. Quanto a isso digo “Parabéns, Maycon”. É exatamente esse o papel do vereador: fiscalizar o executivo e legislar.
O título coloca Maycon César neste texto, pois ninguém mais naquela casa legislativa seria mais indicado para presidir a comissão que avaliará essa nova proposta revisada. Pode ser que algum malandro queira articular e fazer essa proposta ser analisada pela Comissão de Legislação, mas creio que a cara de pau tem limite e acabará por ir ao caminho certo: a Comissão de Urbanismo.
Digo que não teria ninguém melhor que ele, pois é um vereador que questiona, critica, pede esclarecimentos e, o mais importante, não está a lamber as botas do executivo municipal. Pelo contrário, é oposição e não tem medo de denunciar e colocar a boca no trombone.
Muitos podem dizer que ele está a sofrer investigação disso e daquilo, acusado disso e daquilo. Sim, está. Pode ser verdade o que dizem, como pode ser uma boa armadilha armada pela base. Estou apenas a dizer que ele não deixará pequenas pegadinhas plantadas na Nova LOT passarem desapercebidas.
Imagino que a maioria dos vereadores esteja receoso dessa
proposta cair nas mãos da Comissão de Urbanismo, justamente por ser o próprio
Maycon César o presidente. Já imaginam que, no mínimo, haverá muitos
questionamentos e esclarecimentos por serem respondidos. Não será tão
facilmente aprovada, como muitos esperam.
*O autor não trabalha ou tem qualquer ligação com o vereador Maycon César ou
com seu gabinete.
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Davizinhos...
Davizinho por trás da máscara de bom moço Crédito: Vitor Teixeira |
POR PEDRO H LEAL
O clima atual exige que eu requente o personagem. Afinal, Davizinho nunca esteve tão vivo, tão ativo e tão raivoso.
Davizinho é um cidadão de bem; é uma pessoa direita - respeita as leis, paga seus impostos em dia, trata todos igualmente, luta pela democracia e pela liberdade. É íntegro e coerente, bem informado e respeitoso.
Ou assim ele gosta de pensar... Davizinho é um tipo bem comum que repete os mesmos bordões de senso comum para tudo, mas é um cidadão correto e íntegro, não é?
Quer dizer, ele respeita as leis de verdade, né? Nada de errado em comprar contrabando, em piratear, não é? "Bandido bom é bandido morto", diz Davizinho, sua resposta pronta para a violência urbana, mas quando tem que mostrar documentação na blitz é "abuso de autoridade". Para manifestante, a resposta pronta é bala de borracha, mas pro empresário que usa mão de obra irregular? "O estado tem que tirar a mão da economia". O rapazote que lhe abordou de madrugada? Tem que ser jogado na cadeia pro resto da vida! Agora, o colega que foi processado por racismo? "Ah, mas e a liberdade de expressão?".
Ele trata todos igualmente, ou assim gosta de pensar. Davizinho não é racista - ora, ele sequer acredita que isso exista! Não, o problema, diz ele, é que os negros se vitimizam demais e o branco é oprimido nisso. "Racista, eu? Ora, mas minha empregada é negra!" responde: "A polícia não é racista, tem PMs negros", alega: "Se tantos negros não fossem bandidos, não teria porque barrar eles", defende - sempre tapando os olhos. Ele desviar quando vê o rapaz de pele mais escura vindo a distância não tem nada de racismo, não, é só precaução. "Esse é o tipo do bandido", explica.
Tampouco é homofóbico. Só não quer essa "depravidade" perto dele. "Quer ser gay, é escolha sua", diz, "Só faça isso longe da minha vista". Pro Davizinho típico, que totalmente não é homofóbico, vivemos uma ditadura gay. A mera ideia de um beijo gay na TV lhe causa repulsa. Legalizar o casamento civil, uma afronta aos direitos individuais, mas como afronta, ele não consegue explicar. E se o filho for gay? "Não tenho que me preocupar com isso, meus filhos serão criados direito". Pois como todos sabem... isso aí de viadagem? É pai relapso.
Davizinho acredita piamente na meritocracia e por isso, se opõe intensamente à programas sociais. "Depois pobre se enche filho pra ganhar bolsa família e não ter que trabalhar", reclama o Davizinho, tirando informação sabe se lá de onde. Se ele conseguiu chegar onde está, por que esses vagabundos não conseguem? Afinal, ele também é pobre - certo que estudou em colégio particular e já tirou férias na Europa, mas a ajuda dos pais nada teve a ver, não é?
Ao menos ele é bem informado. Quer dizer, ele não lembra quando foi a última vez que leu um jornal. Todo mundo sabe que a mídia é governista e mentirosa. Do que importa, ninguém cobre: Ninguém fala da perseguição contra os empresários; dão espaço para "vagabundas", mas não se fala de como o homem é oprimido; cheio de cobertura de protesto, deviam proibir isso (a cobertura. O protesto, Davizinho já proibiu na sua cabeça).
Os mensaleiros foram julgados e condenados, mas Davizinho ainda bate nessa tecla. "O maior esquema de corrupção da história", diz e quando confrontado com esquemas maiores? "Tem muita coisa que não foi descoberta porque a mídia petista acobertou!". O alvo da vez é “o petrolão”, mas o resto ele ignora. Seu envolvimento com as notícias se resume àqueles comentaristas que dizem o que ele quer - tipo aquela moça que falou do carnaval... Ela falou agora dos bárbaros invadindo o espaço de bem e dos vândalos disfarçados de professores, né?
Bom mesmo era na ditadura - não que Davizinho admita isso: quer dizer, ele admite que é a favor dos militares. Só não admite que era uma ditadura, porque "ditadura é coisa da esquerda". E de esquerda ele entende: nazismo? esquerda. Ditaduras? Todas de esquerda! Obama? Comunista! Partidos no Brasil? Todos de esquerda. Ele ouviu assim. Aquela verdade que vem da barriga, e não do cérebro essa é o bastante pro Davizinho.
É. Davizinho é um cidadão de bem... Mas ele é bem intencionado, e não é isso que importa? O seu coração está no lugar certo, pensa o Davizinho. Ele só quer livrar a sociedade desses parasitas e gerar um espaço onde o cidadão bem seja seguro e protegido contra os "bandidos". E não é isso que importa? Agora só espera um minutinho que Davizinho tem que ir desumanizar a rede um pouco.
*Qualquer semelhança com Davis reais ou imaginários é coincidência - Nem todo Davizinho é Davi, e nem todo Davi é Davizinho. Qualquer semelhança com o célebre (e aposentado) personagem Almeidinha não é: Davizinho e Almeidinha são parentes - praticamente pai e filho.
Quando o ruim é ainda mais ruim
POR JORDI CASTAN
Há uma certa disputa para identificar qual tem sido a pior administração
dos últimos tempos. A disputa não se limita ao âmbito local. Vai também ao nível
estadual e, especialmente, ao federal, onde os ânimos andam acessos e há apoiadores
fervorosos deste ou daquele candidato.
No nível municipal, é preciso voltar décadas no tempo, para encontrar um prefeito que seja reconhecido pela maioria como um bom gestor. O problema é que as nossas referências são muito pobres - mais que pobres, são paupérrimas. Andamos como Diógenes na busca de um administrador honesto. Que seja competente já é esperar demais. Nos contentamos com tão pouco que é só olhar os nomes que estão começando a se assanhar para 2016.
A lei de Murphy explica que não há nada tão ruim que não possa piorar. À luz dos nomes que circulam pelos bastidores, Joinville tem uma relação de amor apaixonado com a dita lei. Seguiremos, como Diógenes, buscando um homem honesto. A história não menciona se desistiu de buscar um que fosse competente.
O filosofo é poeta latino Lucrécio definiu muito bem a atual situação que estamos vivendo. Explicava ele,que os tolos acreditam que a maior montanha que existe é a mais alta que conhecem, e não imaginam que possam existir outras maiores, porque seu mundo não vai além dos limites da vila.
Ao avaliar as coisas unicamente a partir do que já conhecemos, a nossa capacidade de juízo e avaliação fica comprometida. Prevemos soluções para a pior situação possível, sem entender que, do mesmo modo que há montanhas mais altas que o Morro da Tromba e rios mais caudalosos que o Cubatão, também os problemas que Joinville enfrenta poderão ficar muito piores do que já estão. Basta que sigamos elegendo mal os nossos administradores.
Nos preparamos para o pior conhecido, sem perceber que o próximo prefeito poderá ser pior que o pior que já tivemos. Assim enfrentamos continuamente o paradoxo do chamado "pior possível". Ou seja, o pior conhecido é superado por outro ainda pior. E isso sem falar na corrupção, em que cada novo escândalo é ofuscado por outro maior, mais desavergonhado e com mais gente importante envolvida
Corremos o serio risco de que a frase: "Não pode ser pior" nos remeta a padrões tão terríveis que não estejamos preparados para enfrentá-los e sejam ainda muito piores que os que até agora conhecemos.
No nível municipal, é preciso voltar décadas no tempo, para encontrar um prefeito que seja reconhecido pela maioria como um bom gestor. O problema é que as nossas referências são muito pobres - mais que pobres, são paupérrimas. Andamos como Diógenes na busca de um administrador honesto. Que seja competente já é esperar demais. Nos contentamos com tão pouco que é só olhar os nomes que estão começando a se assanhar para 2016.
A lei de Murphy explica que não há nada tão ruim que não possa piorar. À luz dos nomes que circulam pelos bastidores, Joinville tem uma relação de amor apaixonado com a dita lei. Seguiremos, como Diógenes, buscando um homem honesto. A história não menciona se desistiu de buscar um que fosse competente.
O filosofo é poeta latino Lucrécio definiu muito bem a atual situação que estamos vivendo. Explicava ele,que os tolos acreditam que a maior montanha que existe é a mais alta que conhecem, e não imaginam que possam existir outras maiores, porque seu mundo não vai além dos limites da vila.
Ao avaliar as coisas unicamente a partir do que já conhecemos, a nossa capacidade de juízo e avaliação fica comprometida. Prevemos soluções para a pior situação possível, sem entender que, do mesmo modo que há montanhas mais altas que o Morro da Tromba e rios mais caudalosos que o Cubatão, também os problemas que Joinville enfrenta poderão ficar muito piores do que já estão. Basta que sigamos elegendo mal os nossos administradores.
Nos preparamos para o pior conhecido, sem perceber que o próximo prefeito poderá ser pior que o pior que já tivemos. Assim enfrentamos continuamente o paradoxo do chamado "pior possível". Ou seja, o pior conhecido é superado por outro ainda pior. E isso sem falar na corrupção, em que cada novo escândalo é ofuscado por outro maior, mais desavergonhado e com mais gente importante envolvida
Corremos o serio risco de que a frase: "Não pode ser pior" nos remeta a padrões tão terríveis que não estejamos preparados para enfrentá-los e sejam ainda muito piores que os que até agora conhecemos.
domingo, 3 de maio de 2015
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Aos professores, o meu abraço e solidariedade
POR SALVADOR NETO
Não há como deixar de se indignar com tamanha
violência da polícia militar do Paraná na repressão ao movimento democrático dos
professores daquele estado, cenas que vimos mais em redes sociais, sites e blogs noticiosos alternativos.
Mais do que se indignar, é preciso repudiar,
denunciar, cobrar providências imediatas de autoridades competentes contra essa
vergonha que lembra os tempos da ditadura militar no Brasil! Senhor governador
Beto Richa (PSDB), deputados estaduais do Paraná, vocês envergonham o país!
Será que o “jeito de governar” do senhor Beto
Richa advém dos conhecimentos que aprendeu nos bancos escolares nas escolas
paranaenses? Os professores incutiram em sua mente que bater é melhor que
educar? Espancar é melhor que ensinar? Tocar cachorros ferozes e atirar em
pessoas indefesas fez parte do seu currículo escolar? Todos os deputados
estaduais paranaenses foram “formados” por professores para enganar o povo e
votar contra seus interesses?
Outra questão: será que na escola que Beto Richa
e seus deputados estaduais, secretários, assessores, puxadores de saco
estudaram o mantra foi “mentir é melhor que assumir?” A sociedade paranaense
aprova e dá apoio à repressão militar violenta quando há um manifesto
descontentamento contra atos e ações de governo que desejam, à base de
cassetete, bala de borracha, gás lacrimogênio, cães raivosos, calar reivindicações
justas contra retirada de direitos de uma categoria fundamental para essa mesma
sociedade?
E o que dizer da mídia nativa, defensora da casa
grande e senzala, que insiste em esconder descaradamente os atos violentos,
ditatoriais e ilegais do governador Beto Richa, seus secretários e deputados
estaduais, buscando manobrar a massa e opinião pública contra os “perigosos”
professores que educam, orientam, formam e amam seus alunos? Outra vergonha que
necessita ser denunciada permanentemente. Nossa mídia casa grande e senzala é
também outra vergonha, pois omite, manipula e esconde fatos, criando outros fatos para o consumo dos incautos cidadãos.
Só para lembrar os digníssimos leitores do Chuva
Ácida: enquanto se preenchem horas e horas, centímetros e centímetros de
jornais, espaços digitais importantíssimos para a boa informação dos cidadãos,
outros temas correm livremente sem a devida cobertura e denúncia. Que interesses movem grandes mídias a “não
olhar” para tais temas com o vigor que merecem? A quais objetivos essas medidas
atendem?
Vejam: matérias como a terceirização que acaba
com os direitos dos trabalhadores duramente conquistados com a CLT; o fim da
marcação obrigatória nos rótulos de produtos transgênicos; o
aumento de verbas dos parlamentares, os desvios de função de recursos públicos
entre outros temas fundamentais, passam sem qualquer “berro” da sociedade,
inerte, abobalhada e alienada por meios de comunicação que não tem interesse
público, mas interesses dos seus públicos como base para as pautas diárias.
Senhor Beto Richa, governador do Paraná, senhores
secretários de Estado, senhores deputados, e assessores flagrados aplaudindo a
barbárie cometida contra os professores, esses sim cidadãos respeitáveis, vocês
devem desculpas públicas aos mestres. Vocês tem duas opções: ou pedem desculpas
e se redimem por seus atos ao povo paranaense, em destaque aos professores, ou
renunciem aos seus mandatos e cargos.
Quando o homem público desonra a categoria que o
formou, qualificou e preparou para a vida, o caminho é fazer um mea culpa,
mudar atitudes e atos, e reformar o caminho. Caso contrário, prestará um grande serviço a uma categoria fundamental para a formação do povo, e também para a sociedade se “pedir para sair”.
Senhor Beto Richa, governador do Paraná e seus deputados estaduais, peçam para
sair! Toda a honra e toda a glória aos valorosos professores do Paraná e também
aos policiais militares que, ao se negarem a bater nos mestres, mostraram que
aprenderam na escola que professor merece valor.
quinta-feira, 30 de abril de 2015
Cegueira coletiva
O
título pode se substituído por teimosia, se assim preferirem, para ficar no (chato)
politicamente correto. Porém, é o que ocorre na atual administração municipal de
Joinville, talvez na ânsia de acertar, marcar como o mandato da “geston”, tenha
cometidos erros crassos, pois não enxergam o óbvio.
Arrisco
afirmar que só a Educação vai bem, notem que iniciei com um “arrisco”, pois há
professores descontentes, como há anos não ouvia falar. Porém, este não é o
assunto de hoje e fica para outro texto. Muito menos saúde (talvez o pior de
todos), mas um assunto que o Jordi Castan aborda com maestria, a mobilidade urbana,
mais especificamente a Avenida Santos Dumont.
Trata-se
de uma avenida estadual na área urbana que, dizem, um dia será duplicada, algo
que já deveria ter sido realizado na época da sua abertura. Porém, como é o
costume, o planejamento foi feito para o hoje, não para o amanhã, e agora temos
o impasse das onerosas desapropriações.
Como
não há dinheiro para estas desapropriações está a ser criado um monstrinho urbano,
com um binário, uma parte com 4 pistas e a última com 6 pistas, respectivamente,
da mais movimentada para a menos, numa clara demonstração de falta de
planejamento. Aliás, não pode faltar o que não se tem.
Mesmo
sabendo que não aceitam sugestões, pois afirmam que o que está decidido está decidido,
arrisco uma solução, radical, que precisaria de coragem, mas seria um marco
administrativo.
Mudar
todo o projeto, deixando-o em partes, para terminar lá por 2030, como gosta o
prefeito. Primeiro concentraria todas as forças (principalmente econômicas) na
duplicação do primeiro trecho, entre o final da João Colin e o trevo
universitário, sem usar um elevado (palavrão para o IPPUJ), só um sinaleiro para
o acesso do retorno pela Blumenau e uma boa reformulação no trevo das universidades
(aquilo é um “balaio de gato”).
O
grande gargalo do trânsito estaria resolvido, até para o transporte coletivo
antiquado que reina por aqui, as outras duas partes seriam feitas na sequência,
até 2030.
Como
escrevi, precisa de coragem, envolve concentrar finanças, mão de obra, etc., em
uma única etapa, causaria melindro e afins, ou seja, continuaram falando que
agora é tarde, ou não?
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