Mostrando postagens com marcador lei de Murphy. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador lei de Murphy. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Quando o ruim é ainda mais ruim

POR JORDI CASTAN


Há uma certa disputa para identificar qual tem sido a pior administração dos últimos tempos. A disputa não se limita ao âmbito local. Vai também ao nível estadual e, especialmente, ao federal, onde os ânimos andam acessos e há apoiadores fervorosos deste ou daquele candidato.

No nível municipal, é preciso voltar décadas no tempo, para encontrar um prefeito que seja reconhecido pela maioria como um bom gestor. O problema é que as nossas referências são muito pobres - mais que pobres, são paupérrimas. Andamos como Diógenes na busca de um administrador honesto. Que seja competente já é esperar demais. Nos contentamos com tão pouco que é só olhar os nomes que estão começando a se assanhar para 2016.


A lei de Murphy explica que não há nada tão ruim que não possa piorar. À luz dos nomes que circulam pelos bastidores, Joinville tem uma relação de amor apaixonado com a dita lei. Seguiremos, como Diógenes, buscando um homem honesto. A história não menciona se desistiu de buscar um que fosse competente.

O filosofo é poeta latino Lucrécio definiu muito bem a atual situação que estamos vivendo. Explicava ele,que os tolos acreditam que a maior montanha que existe é a mais alta que conhecem, e não imaginam que possam existir outras maiores, porque seu mundo não vai além dos limites da vila. 


Ao avaliar as coisas unicamente a partir do que já conhecemos, a nossa capacidade de juízo e avaliação fica comprometida. Prevemos soluções para a pior situação possível, sem entender que, do mesmo modo que há montanhas mais altas que o Morro da Tromba e rios mais caudalosos que o Cubatão, também os problemas que Joinville enfrenta poderão ficar muito piores do que já estão. Basta que sigamos elegendo mal os nossos administradores.

Nos preparamos para o pior conhecido, sem perceber que o próximo prefeito poderá ser pior que o pior que já tivemos. Assim enfrentamos continuamente o paradoxo do chamado "pior possível". Ou seja, o pior conhecido é superado por outro ainda pior. E isso sem falar na corrupção, em que cada novo escândalo é ofuscado por outro maior, mais desavergonhado e com mais gente importante envolvida

Corremos o serio risco de que a frase: "Não pode ser pior" nos remeta a padrões tão terríveis que não estejamos preparados para enfrentá-los e sejam ainda muito piores que os que até agora conhecemos.