POR CHARLES HENRIQUE VOOS
Estamos acompanhando uma das disputas eleitorais mais equilibradas da história desta cidade, muito provavelmente. E parece mentira, considerando o histórico das últimas campanhas, onde uma centopeia de partidos sempre aniquilava os poucos adversários que restavam (exceto em 2008). Neste ano, três candidatos oscilam na liderança, com diferenças irrisórias nos pontos percentuais, dependendo da pesquisa. Um quarto candidato fica um pouco atrás, aparentemente sem chances, porém com uma boa quantidade de votos que não podem ser descartados até a abertura das urnas no próximo Domingo.
Devido a tantas possibilidades, podemos considerar o dia 7 de outubro de 2012 como a confirmação de um momento histórico. Alguém aí pode refrescar a minha memória com outra disputa tão acirrada que nem esta, e envolvendo tantos nomes?
Será emocionante abrir a urna e ver a contagem dos votos (caso a estimativa das pesquisas se confirme), principalmente se os três nomes que estão liderando alternarem-se nas cabeças, ou ainda: ver o quarto colocado chegar e incomodar. Será um teste para cardíaco, com certeza. Sem esquecer o fato novo que tivemos da candidatura de um partido jovem, com ideias jovens, diferentes, sem querer ocupar espaço na TV para mensagens sindicais ou cargos em 2013. Este último não irá chegar, certamente, mas fez bonito (e muito!).
Por um outro prisma, este primeiro turno é para ser sepultado, de preferência, embaixo dos entulhos do mais antigo sambaqui da cidade. Coitados dos sambaquianos, talvez não mereçam tal injúria. O nível das propostas está tão raso, sem conteúdos, baseados em achismos, e muitas vezes contraditórios com o passado do candidato, que chega a dar nojo (e olha que sempre gostei muito de política, mas neste 2012 a coisa está feia). Somado a isto tudo, o desespero e´enorme a ponto de prometer obras quase impossíveis, iludindo o eleitor.
O que entristece mesmo são os ataques pessoais. Avançando sobre o que já discorri aqui no blog, os discursos preconceituosos perante os possíveis defeitos dos candidatos só tira o foco das propostas. Não lembro de ter visto Voltolini e LHS, em 96 e 2000, por exemplo, com ataques neste nível tão baixo. Qual o motivo de tentar desvirtuar a imagem pessoal de um candidato? Seja ele um possível pastor manipulador, um possível marido infiel, um possível candidato com casamento de fachada, ou um empresário que possivelmente "judia" (se soubessem o quão carregado de preconceito este termo é, não teriam usado, ainda mais vindo dos proclamados igualitários...). Bem, o desespero bateu, pois as propostas não convenceram, e os ataques em cima de "possíveis possibilidades" tornaram-se rotina, de todos os lados, para todos os lados.
É por estas e outras que considero este primeiro turno parte integrante de um cenário horroroso, e que alguém tenha piedade por Joinville. Infelizmente parece que isso irá continuar no segundo turno, seja quais forem os candidatos, pois é algo intrínseco a eles falarem mal de si mesmos, e não querem construir um diálogo sobre suas propostas, visando a construção de novos ideais de cidade. Não a cidade do A ou do B, mas a cidade de todas as pessoas.
Um palpite para Domingo, para encerrar: vão chegar o primeiro e o terceiro das pesquisas. De qual pesquisa? Bem, eu acredito em uma delas, mas como cada um acredita naquela que mais lhe convém, deixa pra lá.
Um palpite para Domingo, para encerrar: vão chegar o primeiro e o terceiro das pesquisas. De qual pesquisa? Bem, eu acredito em uma delas, mas como cada um acredita naquela que mais lhe convém, deixa pra lá.