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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Nos fios da teia #3


POR SALVADOR NETO












Vamos tecendo mais alguns fios dessa teia do poder, este emaranhado difícil de decifrar e compreender!

Udo Navalha – O Prefeito de Joinville acaba de apagar de vez sua fama de “gestor” construída ao longo de anos, e principalmente na campanha eleitoral de 2012. Ao anunciar cortes pífios para “gerir” a Prefeitura, cortando direitos dos servidores municipais, fazendo maquiagens de mudanças de secretarias e outras ações que não farão as contas equilibrarem, ele assina embaixo: falta dinheiro, mas também falta gestão, e muita!

Udo Navalha 2 – Os cortes do Natal Luz, e do Carnaval, festas que motivam a população e ajudam o comércio em épocas de vagas magras, e jogar dinheiro público fora na tal de “Bierville”, mostram a falta de planejamento, de visão e principalmente, de apreço à população mais pobre, com menor poder aquisitivo. Não temos obras, não temos ruas sem buracos e sinalizadas, não temos praças limpas, falta saúde conforme o prometido em 2012, a insegurança aumentou significativamente. Esses são os grandes presentes do prefeito Udo a quem apostou seu voto. O povo já diz: 2016, venha logo.

País da lama – O desastre ambiental que acabou com o meio ambiente em mais de 600km a partir de Mariana (MG) até o litoral do Espírito Santo, matando toda a fauna, flora e impedindo a renda e ganho de vida de milhares de pessoas, mostra que vivemos em uma grande lama suja que envolve ganância empresarial, falta de fiscalização efetiva por parte de órgãos governamentais das três esferas públicas, e a incapacidade de agirmos rápida e emergencialmente em casos de catástrofes.

País da lama 2 – Mais risível é a multa que anunciam. R$ 1 bilhão pelo MP, e R$ 250 milhões pelo Ibama. Piada de mau gosto. Somente a Samarco lucrou, apenas no ano passado, R$ 2,8 bilhões. Lucro, limpinho. O lucro de um mês é suficiente para pagar a multa de R$ 250 milhões. A exploração que vivemos nos tempos coloniais, hoje revive após a “entrega” feita pelo governo tucano de FHC da nossa maior mineradora, a Vale. O entreguismo nos deu isso: mais exploração, menos recursos para o Estado, e prejuízos incalculáveis para o meio ambiente e as pessoas. E tentam enganar o povão via grande mídia largando um bilhão como se fosse muito!!

País da lama 3 – Só para os leitores entenderem mais ainda o que é o poder, principalmente o econômico. Mesmo em meio à crise econômica do Brasil e com a redução do preço do minério, tanto a Vale quanto a BHP Billiton, controladoras da Samarco de Mariana, têm conseguido se manter estáveis. Este ano, a Vale acumulou receita líquida de R$ 62,8 bilhões. No último trimestre, ela foi de R$ 23,3 bilhões, valor 117% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Já a gigante BHP Billiton, maior mineradora do mundo, registrou lucro de US$ 6,4 bilhões de junho de 2014 a junho deste ano. A empresa, que divide com a Vale os capitais da Samarco, estipulou a meta de investimento de US$ 8,5 bilhões até junho do próximo ano. Que tal? Deu pra entender?

Delcídio – Realmente surpreendente a determinação de prisão ao senador petista Delcídio do Amaral, decidida pelo STF. Primeiro por ter ele sido inocentado meses atrás pelas investigações da Lava Jato, por falta de provas. Segundo por não ter sequer processo aberto para ser determinada a prisão preventiva. E claro, era um senador bem quisto pelos seus pares tanto na Câmara como no Senado. Mas mais surpreendente foi a decisão do Senado de entregar um dos seus aos lobos do STF.

Delcídio 2 – Será que a decisão do STF foi motivada pelo aparecimento dos nomes de vários ministros da alta corte nas gravações? Assustaram-se com a chegada da investigação no Poder Judiciário? O STF é o guardião da nossa lei maior, a Constituição Brasileira. Lá diz que artigo 53, § 2º, da Constituição Federal, que “desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável”. O STF pensa que é Deus. O Senado se ajoelhou. Os direitos fundamentais choram.

Delcídio 3 - Criaram uma exceção à regra da Constituição que pode ser um tiro mortal na democracia, e no Estado Democrático de Direito. Flexibilizar a lei ao gosto do clamor, ou desejo, ou torpor da massa, é um risco alto para um Estado de exceção. O senador deve responder sim, mas dentro do rito legal existente, com ampla defesa. Prisões preventivas que viram prisões eternas, uma espécie de tortura psicológica até que se aceite o que alguém deseja, são inaceitáveis. Estejamos alertas, e não sejamos enredados nas teias do poder midiático, e dos poderosos do capital, do judiciário, do legislativo e do executivo. Pensemos. Povo que não pensa, será sempre um povo escravo.


É assim, os fios da teia nas teias do poder...

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Não reeleja, renove geral!


POR SALVADOR NETO

Anote os nomes a seguir: Adilson Mariano (PSOL), Claudio Aragão (PMDB), Dorval Pretti (PPS), Fabio Dalonso (PSDB), Jaime Evaristo (PSC), James Schroeder (PDT), João Carlos Gonçalves (PMDB), Levi Rioschi (PPS), Lioilson Correa (PT), Manoel Bento (PT), Mauricinho Soares (PMDB), Mauricio Peixer (PSDB), Maycon César (PSDB), Odir Nunes (PSDB), Pastora Leia (PSD), Roberto Bisoni (PSDB), Rodrigo Fachini (PMDB), Rodrigo Thomazi - Suplente/Sidnei Sabel (PP) titular, Zilnety Nunes (PSD). Anotou? Agora fixe essa lista em sua geladeira, quadro branco, ou onde deixe suas anotações importantes do que tem a fazer. Já explico.


Essas pessoas listadas acima são os vereadores no exercício do cargo em Joinville (SC). Eleito em 2012 ainda pelo PSD, Patricio Destro, hoje PSB (é...) virou deputado estadual em 2014 abrindo a vaga para Zilnety Nunes. Rodrigo Thomazi assume quando Sidnei Sabel deseja ser secretário do Governo Udo. Temos mais nomes de suplentes – aqueles que ficam na fila para assumir caso um dos eleitos tenha de deixar o cargo por qualquer motivo -, mas isso fica para um exercício de casa para você eleitor. Sim, você quer uma cidade melhor, tem de fazer a lição de casa: pesquisar, saber quem é quem, de onde veio, para onde foi, quais negociações fez, se tem nome sujo (processos, acusações, etc), se trabalhou, se não. Coisas básicas para exercer de fato o seu direito de cidadão. E aí votar.

Esclarecido isso, faça o passo seguinte, claro, somente em 2016: não reeleja nenhum destes vereadores ocupantes das cadeiras no legislativo joinvilense. Renove geral. Somos quase 700 mil habitantes dos quais quase 400 mil tem direito a votar, e ser votado. Portanto, há muita gente que pode dedicar seu tempo, conhecimento, habilidades, estudo, formação, visão de mundo, para a coisa pública. Aliás, isso deveria ser uma missão de todo cidadão, alguma vez se candidatar, fazer política partidária, não partidária, se envolver nas associações de bairros, de classes, ser voluntário de instituições sociais e públicas, participar de diretorias de entidades sociais. Fazer política é isso, não é somente votar, ou reclamar diante da TV, dos noticiários.



Claro que na lista atual de vereadores, e de suplentes, há pessoas de bem, com bons serviços prestados. Mas como diz o ditado, o uso do cachimbo deixa a boca torta. Eleitos, começam a compreender a máquina, o os corruptores, lobbies, lobistas, achacadores, e outros, e a se influenciar, ou influenciar outrem. Com isso perde a sociedade. É só ver a quantas andam os projetos cruciais para o bem de Joinville como a Lei de Ordenamento Territorial (LOT), por exemplo. Começam a se acostumar com as benesses (carro, combustível, diárias, tudo livre), com o dia a dia da reclamação do povo, e sequer dão bola para os gritos das ruas e bairros. Portanto, se elegeu, teve seu tempo, realizou, não realizou? Troquemos na próxima!

Como os políticos legislam sobre o sistema político – a tal reforma política muda para nada mudar a anos – mudemos nós a nossa postura. Deixemos de atender ao coração porque o tio, o pai, o irmão, o primo, o amigo precisa... Abandonemos a tentação do aceno de cargo público, ajuda de custo, barro, saibro, máquina para limpar um terreninho... Vamos mudar, pois o poder está conosco, no voto, na nossa escolha! Se mudarmos todos, novos entram, sangue novo, renova-se o ar político. E quando falo de renovar não é a ideia de idade – até porque há nesta lista e em outras, novos bem velhos! -, mas sim de pessoas que nunca passaram pelo legislativo, não conhecem aquele mundo por dentro.

Comecemos, pois esse movimento social pela renovação total do legislativo municipal pela nossa cidade. Não reeleja ninguém, renove geral! A ideia pode parecer utópica, mas é preciso retomar as utopias para que a sociedade volte a ter crença nela mesma, e na política! Acabe com o carreirismo político. Renove tudo, e vejamos como aí sim a juventude voltará a acreditar na política como instrumento de transformação social, que de fato é. A provocação está feita. Comecemos aqui em nossa cidade. Em 2016, não reeleja, renove geral.


É assim, nas teias do poder...

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Nos fios da teia #2



POR SALVADOR NETO

Nos Fios da Teia agradou aos leitores do Chuva Ácida, como esperado. E aqui vamos nós a mais alguns fios que tecem parte do mundo em que vivemos. Vamos em frente?
Cunha, sigilo e grana – O quase ex-deputado e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi com tanta sede ao pote que se afogou no próprio oceano da sua hipocrisia. Com dois inquéritos abertos contra ele no STF, contas na Suíça em seu nome e da família com apenas (?) 9 milhões de reais, agora sequestrados a pedido do ministro Teori Zavascki, seu fim se aproxima. E a turma do impítim (leia-se PSDB, DEM, PPS) se afoga junto.

CPMF vem aí – O imposto, ou contribuição como queiram, que mais assusta os ricos e afortunados, grandes empresas e multinacionais, além de bancos e financeiras, vai valer em breve. O governo Dilma costura os apoios, já tem governadores e até prefeitos ao seu lado. Com essas canetas não há deputado que deixe de aprovar. Afinal, se suas cidades quebrarem, e assim seus estados, para que serviriam deputados e senadores? E cá prá nós, quem pagará a CPMF é quem nunca paga nada, os mais ricos. Que venha, e logo.

Congretrevas – Essa legislatura eleita pelo povo brasileiro tem feito uma força danada para arrastar o Brasil às trevas da Idade Média. A proposta do Estatuto da Família negando a realidade, a derrubada da criminalização da homofobia e, pasmem a tentativa ridícula de criminalizar atos contra heterossexuais (kkk), para ficar somente nisso, nos colocam no século X. E você aí em casa, vai ficar só olhando?

Mídia Caolha – Na província de Joinville, nossa Sucupira, nossa velha e carcomida mídia local/regional enxerga festival de cucas, distribui afagos ao fascista Bolsonaro, negando ao seu público conhecer o outro lado da moeda, ou das notícias. Em meio às enchentes desta quinta-feira (22) os joinvilense descobriram que não há radio jornalismo para prestar serviço em meio às águas e caos instalado. Fujam para os meios digitais alternativos gente!

Mídia Caolha 2 – Você já deve ter ouvido falar de Dalmo Dallari não? Grande jurista brasileiro, professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, com grandes obras publicadas, teve participação importantíssima na Constituinte. Esta personalidade esteve na província de Joinville esta semana em evento sobre direitos humanos. Você soube? Não, claro que não. A mídia local/regional usou o tapa-olho. Não viu, não quis ver, não publicou. Não interessa aos donos do poder. Aguardem a vinda do Bolsonaro. Ganhará capa e espaços de entrevista generosos.

Enchente – Algo que não é novidade desde que os imigrantes afundaram os pés no mangue das terras de Dona Francisca, as enchentes por toda a cidade tornaram a vida dos joinvilenses um inferno nesta quinta-feira (22). Caiu muita água entre a madrugada e o meio da tarde, e os prejuízos como sempre, serão altos. No mandato anterior, de Carlito Merss, a limpeza permanente dos rios, bocas de lobo, riachos, causou grande redução das cheias. Hoje, esse processo cessou. Resultados aparecem dentro das casas e comércios.

Troca-Troca – Enquanto a chuva encharcou a paciência dos joinvilenses, um troca-troca chamou a atenção: Udo, que deixou um Rodrigo, que deixou para outro Rodrigo. O primeiro foi passear em outro continente, e deu um agrado ao seu vice, de quem na verdade quer distancia. Este ficou um pouquinho, e passou a bola para o outro Rodrigo, o Fachini. Este, por sua vez, destacou em cerimonia familiar o “desafio”, a “missão” que teria por... 48 horas. Ele só não contava com as chuvas. É, essa Joinville faz coisas...
E a prevenção?  – Santa Catarina sofre com cheias há décadas. É um convívio diário e permanente com as águas dos rios, somadas ao grande fluxo de chuvas que já sabemos até em quais meses acontecem. A pergunta que nunca tem resposta é: porque os governos e suas estruturas não colocam em ação um plano de prevenção, já que tem informações antecipadas das intempéries? Porque não soam avisos à população tão sofrida, com antecedência? Porque não colocam planos de contingenciamento das águas, deslocamento das pessoas, proteção aos seus patrimônios? É uma falta de vontade política e de governo que beira a um ato criminoso contra as comunidades.
É assim, os fios da teia nas teias do poder...

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Crise: Movimentos Sociais precisam entender que a disputa é na mídia
















O Brasil hoje vive mais uma crise política do que uma crise econômica. Lógico, há uma redução da atividade econômica que, após longos anos varrendo as economias de vários países chega agora às nossas mesas. Mas é fato que vivemos crises econômicas muito piores nas décadas de 1970, 1980, 1990, as superamos, e vamos superar mais uma vez.

Hoje não somos mais reféns do FMI, Banco Mundial e outros rentistas que viveram anos e anos à custa do nosso dinheiro. Temos muito menos pobreza, construímos uma classe média forte e decidida a se manter com sua nova qualidade de vida. Sem contarmos o pré-sal, a Petrobras que ainda é nossa, e um povo otimista.

Portanto, a crise política existente é mais relevante, pois se trata da disputa pelo poder, pela hegemonia em reger os destinos da nação. Setores que por longas décadas mandaram e concentraram a riqueza em suas mãos, hoje abriram mão de uma ainda pequena parte para compartilhar com os outros milhões de brasileiros.

Perderam eleições seguidas, não conseguem vencer no voto, e com a força da mídia conservadora, e porque não golpista, invadem as casas, carros, celulares, tablets, rádios, timelines, sites, despejando notícias negativas, formando uma ideia de que vivemos no pior dos mundos. Basta sair destes meios de comunicação para enxergarmos outra realidade, não perfeita, mas não desastrosa como tentam vender aos brasileiros.
Mas esses grupos de mídia são muito bem articulados com seus braços políticos no Congresso Nacional, com os grandes barões industriais e financeiros, e controlam jornais, emissoras de televisão, emissoras de rádio, e agora também marcam presença ativa na rede mundial de computadores, utilizando para isso os mesmos conteúdos produzidos por toda essa rede, não por acaso, nas mãos de poucas famílias no país. Há uma enorme gama de estudos e pesquisas que mostram isso. 

De outro lado, os movimentos sociais, onde incluo sindicatos, centrais sindicais, confederações de trabalhadores, organizações de direitos humanos, de moradia, sem terra, entre outros, não se articulam. Vivem cada um tentando vender sua mensagem individualmente.

Excetuando-se as grandes centrais sindicais com CUT, Força Sindical, CGT, UGT, que graças aos últimos governos conquistaram financiamento via Ministério do Trabalho para suas ações de defesa dos trabalhadores e trabalhadoras e tem estruturas fortes na comunicação, como jornais, tevês, e atuação em redes sociais (e nem todas tem!), sindicatos e demais movimentos vivem cada um no seu quadrado. 

Diferentemente do país, que avançou muito em várias áreas, e do povo que conquistou melhorias e oportunidades, esses movimentos pararam no tempo. Ainda buscam disputar a hegemonia de forma desarticulada, individual, dispersando esforços e poderio econômico.

Vivi experiência em comunicação no meio sindical por uma década pelo menos na maior cidade catarinense, e claro, em Santa Catarina e partilhando de atividades nacionais. Neste período busquei motivar, articular, planejar, orientar as lideranças sindicais para uma união de esforços econômicos, e de militância, para a criação de um jornal único, diário, com a pauta dos movimentos sindicais e populares. 

Persisti formulando projetos para a conquista de rádios ou emissora de televisão para informar e mostrar que há sim outra pauta acontecendo, fortalecer os ideais, combater a disputa midiática contra os grandes grupos de mídia. Infelizmente, até hoje por motivos diversos, a desarticulação continua.

Hoje, ao vivenciar essa crise política que tem o nascedouro na disputa midiática que influi sim no animo das pessoas, que molda olhares e pensamentos, estigmatizando uns, e endeusando outros, constato o atraso dos movimentos sociais. 

Eles perderam o trem que retirou milhões da pobreza, da falta de emprego, de comida, de renda, educação, computadores, televisões, acesso a universidades, moradia, viagens. Desencontraram-se com o povo que os fez fortes.

E esse desencontro cria um fosso perigoso para a democracia e manutenção dos avanços sociais. As lideranças envelheceram, viveram, e algumas ainda vivem, disputas internas, partidárias, sindicais, e não conseguem ver que a causa comum está à deriva. 

É preciso retomar o rumo, reordenar os movimentos sociais, e o começo para isso é investir em veículos de comunicação e mídia próprios, compartilhados. Essa é a disputa que se deve travar. Porque a disputa do poder se dá na conquista de corações e mentes que só se alcança com a comunicação.

É assim, nas teias do poder...