Mostrando postagens com marcador blog Chuva Ácida. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador blog Chuva Ácida. Mostrar todas as postagens

sábado, 6 de outubro de 2012

Política é assunto chato?


POR FERNANDA POMPERMAIER

A eleição próxima a acontecer e eu ainda vejo joinvilense reclamando nas redes sociais que "política é assunto chato".

Não vou me esforçar para diferenciar política de politicagem ou falar da irritação do brasileiro com seus políticos corruptos porque esses o mundo inteiro conhece.

Vou, é expressar o meu descontentamento com a falta de receptividade para a discussão. Parece que a maioria já está convencida, tem opinião formada sobre tudo, não tem nada mais para aprender ou repensar.

Quando foi que discutir política virou assunto chato? Esses escolhidos vão tomar decisões que influenciarão diretamente nossa rotina. Isso não é importante?

Eu bem lembro da reação das pessoas quando você exige seus direitos em Joinville: é a chata do tudo certinho. O comportamento superior é aquele do “deixa pra lá”, “mas naquela loja eu não piso mais”.
E aí as coisas não melhoram nunca, né. Como vão melhorar?

Aqui na Suécia, direito do consumidor é coisa séria. Reclamou? Recebeu o dinheiro de volta ou outra mercadoria nova. Silêncio na vizinhança? Sempre. NUNCA ouvi música alta na rua nem vinda de casas, nem de carros, raramente ouço buzinas, faixa de pedestres é sagrada, os serviços públicos funcionam 100% e são iguais para todos: saúde, educação, bons asfaltos, transporto coletivo que funciona...Enfim, não é de graça que a sociedade sueca é assim. Ela foi construída com muito envolvimento do povo nas decisões. As pessoas não tem vergonha de discutir política, de expor suas opiniões, de elogiar esse ou aquele partido ou de reclamar. Para se ter uma ideia votar não é obrigatório, mesmo assim o índice de participação fica sempre entre 80 ou 85% da população. Esse é um assunto tão sério que é incentivado desde a infância. As crianças crescem tomando decisões importantes nas escolas, elegendo representantes , sugerindo mudanças ou fazendo passeatas.

De qualquer forma, a minha torcida é pelo debate, pela discussão, pelos questionamentos, pela mudança de opinião. É assim que a gente muda cabeças que vão mudar nossa sociedade. E todos queremos algumas mudanças, não é?!

Fernanda é joinvilense, professora de educação infantil e mora na Suécia há quase 2 anos. Escreve o http://vivernasuecia.blogspot.com.br/

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Afastamento remunerado e o princípio da isonomia



 POR AMANDA WERNER

Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades. Eis o princípio da isonomia.

Nas eleições atuais, somente em Joinville temos 29 candidatos a vereador que são servidores públicos. Nestes dados, foram incluídos servidores públicos em geral e policiais civis e militares. Parece pouco? Comecemos novamente.

No Estado de Santa Catarina, somam-se 1874 servidores públicos candidatos, que disputam o cargo.

Em todo o Brasil, o total de servidores públicos pleiteando cargos políticos neste ano, corresponde a 53.249. Os dados são do TSE.

Por força de lei, os servidores públicos devem desincompatibilizar-se de suas funções públicas com alguma antecedência. O prazo de desincompatibilização varia de acordo com o cargo pretendido – presidente, governador, vereador, deputado, e também, de acordo com o cargo ocupado  se é servidor público em geral, ou se é autoridade, por exemplo. Para facilitar, vamos nos ater somente a quem pleiteia o cargo de vereador e pode ser considerado servidor público em geral.

O objetivo da lei, ao exigir a desincompatibilização, é o de impedir que o servidor público candidato faça uso da administração pública em proveito próprio. Evitar o chamado “uso da máquina”. É uma forma de dar cumprimento ao princípio da isonomia, ou igualdade, como preferirem. Assim, tenta-se dar aos candidatos o mesmo ponto de partida. Oportunidades iguais.

Ok. E já é um ônus imenso. E o cargo vacante? Muitas vezes, tem que se colocar alguém no lugar. Paga-se em dobro. Ou ainda, o cargo fica desocupado e onerando todo o serviço público. Aumentam-se as filas. O serviço fica atrasado.

Mas, como se isso não fosse suficiente, o servidor público continua recebendo remuneração, mesmo afastado do trabalho. Nesse caso, não me parece que o princípio da isonomia foi mantido.

Ora, para o candidato a vereador que trabalha em empresa privada  não há nenhuma lei dispondo sobre a tal licença. Ou seja, o funcionário de empresa privada não tem este direito. Além de arriscar perder o emprego, tem que se bancar.

Os servidores públicos candidatos estão sendo financiados por nós. Por toda a sociedade.

O pior de tudo, é que percebe-se que em grande parte das vezes, o candidato a vereador sabe que não tem a mínima condição de ser eleito. O único objetivo destes, me parece que é o de se alinharem à um partido político, uma coligação.

Ser “de um lado” , para os candidatos-servidores não-eleitos, passa a ser um pré-requisito para galgarem cargos dentro da administração pública, já que foram aliados políticos durante as eleições. Quando os tais cargos são conseguidos, e existe a presença dessas figuras na administração pública, nem sempre é exigido delas, o desempenho  com qualidade que se espera de um servidor público, que tem o dever da probidade, da impessoalidade e da eficiência. Pois o agente deixa de ser público, para ser político.

E quando não foi o seu partido que ganhou, não se esforçam para desempenhar a suas funções, muitas vezes como forma de “sabotar” a oposição. Entre servidores político-partidários opostos, há um acordo tácito: não me incomoda, que eu não te incomodo quando for a tua vez.  

E quando há servidores empenhados nas suas funções, e propõem mudanças, ficam travados, e os que travam, quando instigados ao trabalho, defendem-se dizendo que estão sendo perseguidos politicamente. Desta forma, ciclicamente, sempre os mesmos ocupam os cargos em comissão. E tudo “está como dantes no quartel d’Abrantes”.

Estes são sintomas de que nossas leis podem estar defasadas e devem ser revistas. Quem sabe a implantação de planos de cargos e salários na administração pública? Talvez fosse uma forma mais honesta do servidor buscar a ascensão profissional.

Significa que o servidor público não pode se candidatar? Não. Significa que ele não deveria receber durante o período do afastamento.

O servidor público é público. O nome já diz tudo. E está lá para servir a sociedade. E não para se auto-beneficiar por meio de mecanismos e brechas na lei.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Os políticos e a religião



POR AMANDA WERNER

Tenho ouvido e lido muito por aí sobre os motivos que fazem as pessoas escolherem este ou aquele candidato. Uns votam porque têm simpatia pelo sujeito, outros porque acreditam que o candidato escolhido tem propostas mais realistas, alguns analisam os feitos pregressos do pretendente ao cargo. Os mais céticos se baseiam em fatos sobre os candidatos. Exemplo: este, de fato, é honesto ou é competente. Já realizou muitas coisas antes, não apenas fala.

Mas confesso que fico assustada quando ouço alguém dizer que vai escolher um candidato por ele ser da sua Igreja, um “homem de Deus”. E ainda justificam: este vai moralizar a política!

Aqui cabe uma distinção. O político religioso, não é o próprio Deus personificado. Esta confusão governante x religião, aqui no Ocidente, se dava na Idade Média. Era o período teocentrista. Nesse período, as pessoas eram proibidas de utilizar a razão, deveriam ser voltadas inteiramente para a igreja. Hoje, ufa, os tempos são outros.

Em todos os meios, e em todas as religiões, há pessoas boas e pessoas más. Os políticos, como todos nós, são apenas homens. E, como o próprio Santo Agostinho concluiu, corrompidos “pelo pecado”. Ou seja, passíveis de cometerem erros.

Querem alguns exemplos? Quem nunca leu sobre padres x criancinhas? Ou sobre o famoso pastor que ensinava como roubar os fiéis? Há ainda o Reverendo Moon que, creio, todos conhecem pelos fatos. Estas histórias são verdadeiras? Me parece que sim. São muitas e muitas. E não escolhem apenas uma religião. É só ficarmos atentos ao noticiário.

Querem exemplos mais factíveis de que políticos religiosos nem sempre moralizam a política? O Bispo Gê da Igreja Renascer e do DEM, em um famoso programa de televisão, ao ser questionado sobre o que achava da “farra das passagens aéreas”, onde deputados viajavam com a família ao exterior com tudo pago pelo dinheiro público, respondeu que “a verba é pública, minha esposa e meus filhos são públicos também”. 

Na época, era permitido, ou seja era legal. “Sempre foi assim”, alguns se defendem. Mas seria moral? Há exemplos mais próximos de nós. Lembram da denúncia feita aqui no blog, pelo colega Charles Henrique sobre os deputados que recebiam diárias no valor de R$ 670,00 para visitarem suas próprias cidades? Não? Então, aí vai o link: Deputados joinvilenses ganham diárias para “visitar” Joinville. Lembraram? Na denúncia havia um deputado “homem de Deus”. Por coincidência, o mesmo que pleiteia o cargo de prefeito na nossa cidade. As diárias são ilegais? Como já vimos, não. Mas se existe alguma moralidade em recebê-las ao visitar as suas próprias cidades, já é outro papo.

Votar em um político porque ele é do seu time, da mesma religião, ou coletividade, não deve ser o motivo determinante da escolha do candidato. O político de verdade deve governar para todos, não somente para grupos ou interesses pessoais.

É inteligível que por razões de religião, as pessoas não usem a pílula, façam ou não aborto. Mas opção religiosa não pode, de maneira alguma, ditar as regras para toda uma sociedade. Estaríamos indo de encontro à democracia. Afinal, o paraíso de um pode ser o inferno de outro.

Mas a recíproca é verdadeira? Eu não devo votar em político somente pelo fato de ele ser religioso? Creio que não. Demonstra tanta intolerância quanto os que agem em sentido oposto. Para votar consciente é preciso mais do que o fato do postulante ser religioso ou não. Os meus pré-requisitos estão no texto que fiz já há algum tempo aqui no blog : Eu, cidadã, confio. E os seus?

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Joinville em cinco sentidos


 POR AMANDA WERNER

AUDIÇÃO 
O dia mal amanhece e não é preciso despertador. O silêncio de uma longa noite de sono é quebrado pelo canto estridente, quase metálico, da Aracuã, anunciando o novo início.  Em seguida, ouve-se o barulho de algum cortador de grama e o zumbido quase ininterrupto dos Vaps, funcionando a todo o vapor.
Cabrum! Alguém corre para dentro de casa, não sem antes recolher a roupa que está no varal.  É a chuva que chega forte, escorrendo pelas calhas, e, logo, alguém exclama: Éééééégua! Meu Senhor! Deste jeito vamos virar sapos!
Para o alento de todos, a chuva torrencial passa, e seu som é suavemente substituído pelo canto dos canários-da-terra e sabiás.

OLFATO
Emerge o cheiro de terra molhada, de ar fresco pós-tempestade e a sensação de conforto ocupa seu espaço.  É hora de arejar a casa, pois tudo cheira a mofo. Ao colocar as almofadas pra fora, alguém machuca o dedo com uma farpa de madeira do sofá, ou, um pai, acidentalmente se corta ao fazer a barba. E a mãe recomenda: passa Minâncora! O agradável odor canforado inebria e, imediatamente, remete à adolescência, quando a tradicional pomada era usada para secar espinhas. Ou à infância, quando aplicada em assaduras. Mas há um odor, nada agradável que predomina e faz plano de fundo para quem mora perto: o do Rio Cachoeira. E quando ouço os antigos dizerem que nem sempre foi assim, alimento a esperança de que mais agradáveis ares virão.

TATO
O pé está molhado dentro do sapato. E há também um pouco de lama. Os desavisados, que desconhecem o efeito das marés altas em dias de chuva, têm água até os joelhos. Em pleno centro da cidade! Não há como desviar de tantas poças d’água no caminho. Uma toalha é oferecida para secá-los. Úmida. Se o calor asfixiante do verão traz as picadas de butucas e maruins, e também dos borrachudos (haja repelente!). Abre a temporada dos refrescantes banhos de rio, nos Quiriris e Piraís deste pedacinho de Mata Atlântica.

PALADAR
Em uma casa, alguém está comendo bolachas de melado. Em outra, o café da tarde é reforçado. Com bolinhos de banana ou pão de batata com nata e schmier.  Nas noites de verão tem caranguejo. Nas de inverno sopa preta. Em todas as estações têm chope, rollmops e hackepeter. E nada como um Mayerle Boonekamp para ajudar a digerir tudo isso!

VISÃO
Com os olhos fechados, enxergo. Para quem só acredita olhando, esta é a cidade das orquídeas, das bromélias e da florada do jacatirão em novembro. Onde se veem  mangues e sambaquis. Contornada e protegida pelos morros. E, de cima de um mirante, pode-se avistar o mar. Cidade das casas com estilo enxaimel. E também das bicicletas. Para o regozijo de todos os meus sentidos, já sei onde estou. Posso sentir. Estou em Joinville.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Da buzinada, da cantada e outras gracinhas

POR AMANDA WERNER
Hoje venho tratar de um assunto que causa grande indignação à grande maioria das mulheres: a “buzinada” quando estamos andando ou praticando algum esporte ao ar livre. A tal “cantada”, como alguns exemplares do sexo masculino costumam chamar,  comportamento que se dizia ser restrito a   motoristas de caminhão e trabalhadores da construção civil, está virando febre em Joinville.


E, atualmente, é feita por alguns (muitos) motoristas de carros e motocicletas. A cidade das flores e das bicicletas está se transformando na cidade dos motoristas buzinadores desatinados. Às vezes, a buzina vem acompanhada de baixarias. E não pensem que a presença de uma mulher no banco do passageiro acanha o motorista em sua investida: para chamar a atenção da mulher que está andando e não se fazer notar pela companheira que está ao lado, ele dá sinal de luz.

Pois bem, como sei que por vezes muitos apenas replicam comportamentos aprendidos no meio, sem pensar muito nos desdobramentos que uma atitude como essa pode trazer, eu vou falar como nos sentimos quando isso acontece: inicialmente, levamos um grande susto, pois é sempre inesperado. Logo depois de passar o susto, nos sentimos com medo e extremamente desprotegidas, e por vezes, até aceleramos o passo. Após, vem o sentimento de vergonha, pois certamente a buzina não chamou somente a nossa atenção, mas também de outras pessoas circunstantes. E, por fim, nos sentimos humilhadas. Ficamos pensando se a roupa está adequada (o que não deveria justificar a atitude), se demos a entender algo diferente com o jeito de andar, e, fatalmente, nos sentimos um objeto. A mulher como coisa. Enfim, é uma grande grosseria.

Por diversas vezes já ouvi alguns se defenderem, afirmando que é um elogio, que a mulher deveria sentir-se bonita. Para estes, tenho apenas um recado: pense que a mulher na rua poderia ser a sua filha, a sua mulher ou até mesmo a sua avó. Para quem recebe a buzinada a coisa só soa de uma forma: machismo, do mais puro. E não, isso não aumenta a nossa autoestima e nem faz a nossa alegria.

As vítimas não tem padrão ou estereótipo específico. São loiras, morenas, gordas, magras, com pouca ou muita idade, bonitas, ou nem tanto. O simples fato de ser mulher já a habilita como presa.

Mas qual será a intenção dos homens que buzinam? Será que eles pensam que o simples fato de buzinar vai fazer com que a mulher diga: "para o carro e vamos fazer sexo agora mesmo?!"

É esta a pretensão? Ou será que fazem por impulso, abdicando do cérebro e confirmando a tese de que os homens por vezes agem como seres irracionais, como os animais? Eu não conheço ninguém que tenha conseguido nada além de desprezo com este tipo de atitude.

Que tipo de convenção estúpida é essa em que dirigir um automóvel dá direito a buzinar desvairadamente para as mulheres na rua?

Estou certa de que existem muitos bem-educados por aí. Bom comportamento, um dedo de boa prosa e um pouco de cultura ainda são o “must- have” para lograr êxito com o público feminino. Então, repita comigo: buzinas, sinais  de luz e outras gracinhas nunca mais! Que deselegante!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Tebaldi se enrola na justiça de novo, por suspeita de superfaturamento quando era Secretário


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Mais uma vez os leitores do Chuva Ácida ajudam a mostrar as supostas irregularidades e imoralidades dos nossos políticos. Da mesma forma que aconteceu com o escândalo das diárias, novamente um leitor (não vamos citar a fonte,  é óbvio, porém podemos garantir que é uma pessoa apartidária), ao checar o site do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, encontrou mais uma suspeita de corrupção do ex-Prefeito de Joinville e Deputado Federal Marco Tebaldi,na época em que atuava como Secretário da Educação do governo Raimundo Colombo .

Desta vez, uma ação popular cível em trâmite na 1ª Vara da Fazenda Pública de Florianópolis (processo nº 023.12.014409-6) cita Tebaldi e seu ex-Secretário de Desenvolvimento Econômico na Prefeitura, Raul Bergson, por um suposto superfaturamento na aquisição, com dispensa de licitação, de licenças de softwares através da empresa Geha Comércio de Sistemas de Informática Ltda, num contrato com valor total de R$ 1.105.000,00 (um milhão e cento e cinco mil reais).

Ao consultar o site da empresa citada (www.horario.com.br) encontramos de fato várias Prefeituras e Escolas da região como suas clientes. A empresa, ao que parece, atua no ramo da educação há muitos anos. Entretanto, como consta nas decisões judiciais, a Geha não participou de processo licitatório, bem como vendeu as licenças por um preço muito maior do que o praticado pelo mercado, e do que ela própria já havia vendido para outros clientes.

O documento de fl. 37, que se refere ao aviso de inexigibilidade de licitação, publicado no Diário Oficial do dia 26/01/2012, indica que foram adquiridas 1300 (mil e trezentas) licenças ao custo total de R$ 1.105.000,00 (um milhão e cento e cinco mil reais). 
Ou seja, cada licença custou aos cofres públicos R$ 850,00. 
Com efeito, as provas juntadas aos autos permitem extrair razoavelmente que o preço praticado no contrato celebrado foi extorsivo, muito acima dos valores praticados no mercado e até mesmo ao cobrado pela GEHA em outros contratos. 
À fl. 72 e 88, vê-se que há aproximadamente um ano e meio atrás (setembro/2010), a empresa GEHA foi classificada em licitação no Município de Campinas, para conceder a licença do mesmo software de que aqui se trata, pelo valor de R$ 500,00 licença/ano. 
Em outubro de 2009, GEHA apresentou proposta de R$ 400,00 por licença/ano, para o mesmo Município de Campinas (fls. 55 e 71). 
Já às fls. 89/95, a empresa GEHA cobra do município do Rio de Janeiro, pelo mesmo software, de R$ 200,00 a R$ 300,00, entre os anos de 2004 a 2011. 
À fl. 143, verifica-se que a empresa WWK vende a licença de uso de software semelhante pelo valor anual de R$ 146,00. 
Ora, é manifesto que o contrato realizados pelos requeridos foi demasiadamente lesivo ao Estado de SC. 
Importante destacar que como a Secretaria de Estado da Educação almejava adquirir 1.300 licenças, em razão desse elevado número, haveria uma margem mais confortável para ambos os contratantes negociarem desconto nos valores.
Todavia, parece que a avidez da empresa contratada e a péssima negociação conduzida pelos administradores público determinou que o Estado de SC pagasse o dobro pelo mesmo serviço prestado em outras localidades. 
 
Isso reclama resposta jurisdicional imediata, para que os malefícios do ajuste não tomem proporções ainda maiores. (Decisão de 13 de março de 2012)


Após a interposição de agravo de instrumento por parte da defesa, o Juiz Luiz Fornerolli manteve a decisão, inclusive com alguns apontamentos:

As razões lançadas pelo agravante bem como os documentos que amparam o recurso são relevantes, tornando questionável o que fora deduzido junto à inicial. Entretanto, a demanda não está alicerçada tão-somente no superfaturamento dos preços, mas também na ilegalidade da contratação direta levada a cabo. Logo, ainda que de modo relativo, presume-se que a dispensa indevida da licitação fomentou lesão ao erário, saí a necessidade da manutenção da indisponibilidade de bens, ao menos até que estas questões sejam suficientemente esclarecidas na instrução processual. A existência de softwares similares no mercado, ao menos por ora, faz presumir que o estabelecimento da competição era necessário. Todas essas questões, mormente em vista das peculiaridades técnicas que giram em torno dos programas envolvidos, deverão ser esclarecidas em momento oportuno. À vista disso mantenho a decisão atacada. Aguarde-se o cumprimento das diligências citatórias. Intime-se. (Decisão de 10 de abril de 2012)

Ainda não há nada em definitivo (apenas a suspensão do contrato com a Geha e a indisponibilidade dos bens dos réus), mas o fato é que Marco Tebaldi está mais uma vez sendo investigado – junto com um ex-Secretário da Prefeitura de Joinville, enquanto que a educação catarinense pede socorro. Lembramos também que, este não é um espaço jornalístico, mas todos os citados têm o direito de resposta, caso entendam conveniente. Também não cabe ao governo Raimundo Colombo “lavar as mãos” para este caso só porque não conta mais com Tebaldi. O Chuva Ácida estará de olho neste processo, e agradecemos desde já aos leitores que acreditam no nosso blog como um espaço de denúncias e de respeito ao bem público.

PS: A defesa entrou com um efeito suspensivo sob o bloqueio dos bens, mas teve o pedido negado. O processo continua tramitando...

sábado, 24 de março de 2012

Amanda Werner integra o Chuva Ácida

POR COLETIVO CHUVA
Hoje o Chuva Ácida tem a estreia de Amanda Werner como integrante do coletivo. Quem acompanha o blog provavelmente já a conhece, pelos comentários ou pelo texto publicado na semana passada, como convidada do Brainstorming. Formada em Direito e moradora de Joinville há quase duas décadas, Amanda Werner vai publicar quinzenalmente e trazer para o Chuva Ácida um outro tipo de visão sobre a vida da cidade. Mas é apenas o primeiro ingresso. Como já foi informado, o Chuva Ácida continua a buscar novos nomes - um forma de ampliar o perfil do seu público leitor - e por isso nos próximos dias teremos novidades.
Bem-vinda, Amanda.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Chuva Ácida - 6 meses (4)

Chuva Ácida - 6 meses (3)



Chuva Ácida - 6 meses (2)




Chuva Ácida - 6 meses (1)


Chuva Ácida - 6 meses


POR COLETIVO CHUVA ÁCIDA
O Chuva Ácida completa hoje seis meses desde o seu lançamento. Um período que, acreditamos, serviu para dar os primeiros passos no sentido de criar um espaço democrático de debate na cidade (e mesmo além das suas fronteiras).
Quem acompanha o Chuva Ácida desde o início talvez lembre a proposta do blog: “O leitor e a leitora vão encontrar aqui opiniões com as quais vão concordar e outras das quais vão discordar liminarmente. Perfeito. Porque esse é o objetivo. Afinal, as sociedades só avançam quando as diferenças de ideias são postas no plano do debate”.
É para saber se cumprimos essa promessa que hoje, ao longo de todo o dia, vamos apresentar os depoimentos de algumas pessoas que – de uma forma ou outra – ajudaram a cumprir o objetivo do Chuva Ácida: “Os leitores são um vértice essencial deste blog. Queremos ouvir - e publicar - a sua concordância ou discordância. Todas as ideias, desde que respeitando as regras do jogo democrático, são bem-vindas”.
Acompanhe as opiniões que serão publicadas ao longo do dia.

sexta-feira, 9 de março de 2012

SWOT no aniversário de Joinville


POR COLETIVO CHUVA ÁCIDA
Hoje, no aniversário de Joinville, os integrantes do Chuva Ácida vão fazer uma análise SWOT da cidade. É um exercício muito comum no marketing e na gestão empresarial com o objetivo de avaliar uma marca ou produto. O termo SWOT vem do inglês e é um acrônimo de strengths (pontos fortes), weaknesses (pontos fracos), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Blog Chuva Ácida


Na semana passada, os integrantes do Chuva Ácida foram interpelados pela assessoria do vereador Alodir Cristo, que pedia um "direito de resposta" ao texto publicado aqui na última quinta-feira. Como o blogue é um espaço de opinião e não um espaço jornalístico, acreditamos que a categoria "direito de resposta" não se aplica. Mas quem acompanha o Chuva Ácida sabe que este espaço surgiu com a proposta de ser democrático, de propor o debate e valorizar o contraditório. Portanto, hoje estamos publicando o texto que o vereador Alodir Cristo pode entender como "direito de resposta", mas que para nós é apenas o normal exercício do contraditório. E deixamos uma recomendação: se no futuro alguém quiser exercer o tal "direito de resposta", não é preciso despender energias à toa, basta falar com qualquer um dos integrantes do blog e o espaço estará aberto.

Aliás, recomendamos a leitura da resposta do vereador e esperamos que tenha muitos acessos. Afinal, nada melhor que um texto para sabermos mais sobre o seu autor.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Os três primeiros meses e as mudanças

POR COLETIVO CHUVA ÁCIDA


O Chuva Ácida chegou aos seus primeiros três meses e esperamos que seja o primeiro de muitos outros trimestres. Mas uma proposta como a do blog precisa - e precisará sempre - de ajustes e aperfeiçoamentos. Essa era uma condição da proposta inicial e ainda hoje continua a orientar as nossas ações.

O ano de 2012 será muito interessante, especialmente no nível municipal. E o curto período de existência do Chuva Ácida permite aspirar objetivos mais ambiciosos. Os primeiros números do blog são animadores. Por um lado, o número de posts - mais de 170 - é um bom indicador de intervenção nos quase 100 dias de existência.

Um resultado a ter em conta é o número de acessos. Com quase 40 mil visitantes, o Chuva Ácida tem já um público fiel, que garante a média de 8 mil acessos por mês. Mas o indicador que mais nos satisfaz - e mostra que os leitores estavam à espera de um espaço como o Chuva Ácida - é o elevado número de comentários, mais de 850. O número é relevante. Mais ainda porque a qualidade da maioria dos comentários demonstra ser um público qualificado.

Cada post recebeu cinco comentários em média. Mas houve alguns que receberam mais de 100 comentários. Um fato que nos levou a abrir um espaço para a participação dos leitores, o Brainstorming. É a consolidação da proposta de democratização da opinião, pois dessa forma o blog não se fecha apenas nos seus administradores. Pelo contrário, busca fortalecer o conceito de espaço aberto e plural, como se de uma moderna ágora se tratasse.

Entre os ajustes que estão previstos estão a saída, por decisão própria, da professora Maria Elisa Maximo, e a entrada de Guilherme Gassenferth. Importante salientar que a saída de um não tem a ver com a chegada do outro. Estávamos a buscar alguém para escrever aos sábados e o nome do Guilherme foi unânime.

Mas devemos esperar ainda novas incorporações nos próximos meses. O objetivo é que a composição do coletivo represente não só opiniões diferentes, mas englobe também visões, posições, culturas e origens diversas. Entendemos que é nesta diversidade - com cada integrante tendo o mesmo peso nas decisões - que reside um dos pontos mais fortes do Chuva Ácida.

Desejamos um bom ano de 2012 a todos. Que seja um período repleto de desafios por vencer, de novos caminhos por trilhar, de debates por sustentar. Porque nós cá estaremos a manter um espaço democrático e de respeito pela opinião, seja ela qual for. E contamos com a insubstituível participação de todos vocês.