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sexta-feira, 29 de abril de 2016

Que tal uma nova cidade?















POR SALVADOR NETO

Enquanto a crise política e econômica nos empurra para o abismo, com mais desemprego, recessão e gerando assim mais violência nas cidades e até no campo, vinha pensando na aldeia onde vivo desde que nasci. Há tempos critico a paralisia de Joinville, a maior em economia, em população, em eleitores, mas que definha em várias áreas e não se desenvolve de forma sustentável. Temos indústrias de ponta, microempresários que se destacam, boas cabeças, mas uma infraestrutura urbana que se degrada ano após ano, sob a mesma desculpa: não podemos fazer, falta dinheiro, etc.

A provocação que faço neste artigo é simples, mas ao mesmo tempo complexa. Exige lideranças corajosas, com muita vontade de fazer acontecer, formando uma equipe criativa, ousada, diligente. E claro, uma classe política nova, que veja a oportunidade de fazer história e dar aos seus cidadãos uma nova cidade, ao mesmo tempo em que recuperaria a cidade antiga. Sim, o que proponho é a construção de uma nova cidade, planejada, pensada de forma moderna. Como Brasília o foi, Curitiba, e tantas outras Brasil afora, e também pelo mundo. Claro que tínhamos JK, um visionário e empreendedor, louco, presidente. Falta-nos um por aqui, mas vai que apareça?

Brasília custou aos nossos cofres cerca de US$ 1 bilhão entre 1956-1961. Um concurso público definiu o vencedor do projeto, o plano piloto. Uniram-se boas cabeças, arquitetos, trabalhadores, geraram-se empregos, renda, uma nova capital surgiu. Porque não pensar nesta saída para os nossos graves problemas urbanos? Desde o inicio do núcleo colonizador, assentamos os imigrantes, e depois migrantes, sobre o mangue, áreas alagadiças. A cidade não foi pensada para o futuro, e cresceu com a força da indústria de forma desordenada até. Hoje temos desafios quase intransponíveis diante das necessidades de mudanças na infraestrutura urbana.

Este jornalista é mais um louco, certamente vão dizer aí nos comentários. Mas o que custa ter ideias loucas para um futuro diferente do que temos visto hoje? Vem ano, vai ano, e ouvimos nossos líderes políticos, arquitetos da Prefeitura, e outros dizerem: elevados, não dá. Veiculo Leve sobre Trilhos (VLT) não dá. Ciclovias, não dá, só ciclofaixas perigosas. Duplicar vias, nem pensar. Vias rápidas, não dá. Ponte ligando A para B, impossível. Internet pela cidade, para quê? Joinville virou a cidade do não pode, não dá! Assim viraremos o que em poucos anos? Claro que dá se tiver vontade política, coletiva, um sonho pensado, embalado e construído de forma séria e factível, planejado.

Assim como a Novacap administrou a construção de Brasília, criaríamos a nossa administradora do projeto e da execução. Parceria público/privada poderia viabilizar a ideia, aproveitando que a Lei de Ordenamento Territorial (LOT) ainda está aí em brigas eternas, hoje inclusive com o protocolo de uma LOT somente para parte da cidade! Tudo isso geraria um movimento sustentável na economia, no orgulho da população, motivaria um novo ciclo econômico. E isso sem deixar de pensar na manutenção da velha e querida cidade atual. Ela seria um novo xodó turístico.


Assim teríamos um novo setor de serviços, na tecnologia de ponta, boas e novas cabeças, um setor econômico inovador que criaria certamente um novo jeito de cuidar, manter e desenvolver a cidade.

Não custa sonhar, de forma clara, planejada e com apoio da coletividade, da população. Santa Catarina gera um PIB de R$ 230 bilhões anuais, Joinville um PIB em torno de R$ 22 bilhões. A União gera R$ 5,5 trilhões, e ainda há organismos internacionais financiadores.

Será mesmo que um projeto deste porte não seria possível? Seria. Mas é preciso querer, e não somente dizer que não pode, não dá, é impossível. É preciso uma classe política local aguerrida, sem medo da capital. Que tal um projeto de uma nova cidade? Uma nova motivação para um salto formidável no desenvolvimento social e econômico? 


É possível inovar, com coragem, sair da mesmice, para ser grande e forte novamente com qualidade de vida para todos e todas. E gerar empregos, renda e uma onda de otimismo que seguirá por gerações.


É assim, nas teias do poder...

sexta-feira, 25 de março de 2016

Não gosta do que vê em Brasília? Mude a partir da sua cidade















POR SALVADOR NETO

Confesso que cansei de ver os noticiários da grande mídia familiar brasileira, a desinformação e a disseminação do ódio nas redes sociais, e a indignação seletiva e sazonal dos comentaristas de internet. É muita insanidade coletiva junta, que perigosamente trama contra a democracia e as nossas liberdades individuais. Com a chegada da tal “Lista da Odebrecht” então a coisa superou as barragens da razão.

Até porque é uma lista com mais de 300 nomes de políticos e outros seres humanos, sem checagem alguma, sem nenhuma investigação iniciada, com zero informação sobre os tais valores (se verdadeiros, se são grana de campanha, se foram doações legais, etc, etc). Uma temeridade com as pessoas listadas, suas imagens, reputações, em que pese alguns já serem presença batida em inúmeros escândalos ao longo de décadas.

Tragicamente vemos que a sociedade brasileira aceita a demonização da política como se vende em casos como estes e outros mais antigos. Não gosto de remar a favor da maré, até porque é muito fácil. Refletir sobre os fatos é mais produtivo porque se estimula o conhecimento mais próximo da verdade. Está em curso esse processo, que não é novo, que amplia o fosso entre nós, povo, e quem colocamos para nos representar, sejam vereadores e vereadoras, deputados e deputadas estaduais, deputados e deputadas federais, senadores e senadoras, governadores e governadoras, presidente da república.

O “aparecimento” da lista da Odebrecht não é algo fortuito. É pensado, calculado para embaralhar o jogo. Ao jogar todos na vala comum da maledicência, da corrupção na politica (ah, não esqueçamos que a corrupção está entre nós, na iniciativa privada, etc), deixa novamente no palco nacional os políticos e politicas, esquecendo os corruptores, os donos do capital. É muita infantilidade pensar que a corrupção na coisa pública é algo produzido somente pelos políticos. O interesse pelos grandes negócios públicos atrai os grandes empreiteiros, empresas internacionais, lobistas, e isso vêm de décadas aqui e em todo o mundo. E é deste nascedouro que cresce a corrupção no país há pelo menos 50 anos.

Você não gosta do que vê em Brasília? Pois saiba que você pode mudar muito o que chega à capital federal iniciando em sua cidade. Sim, ao eleger vereadores e vereadoras, prefeito, você começa a girar a roda política que elegerá deputados, senadores, governadores, e o Presidente da República. Eles estão em partidos políticos controlados por grupos dos mais diversos, que se coligam para vencer eleições. E até 2014 esse sistema todo foi financiado 99% por grandes empresas, empresários, empreiteiros, grupos de pressão, que jamais aparecem e apostam suas fichas em vários políticos.


Este ano você pode mudar junto com o sistema. Basta querer. Não aproveite só os momentos agudos de crise, amplificados pela grande mídia, para participar ativamente da política. Porque nestes momentos você apenas poderá espernear, porque eles já estarão nos cargos, e muitas vezes, defendendo somente as empresas financiadoras e grupos. A partir das eleições de 2016 o financiamento de campanhas será somente via pessoas físicas. Os valores máximos de gastos caíram. O tempo de campanha também. Observe bem que abusa do poderio econômico desde já. Desconfie da “força” do candidato.

Identifique quais valores julga mais importante e quais valores quer ver seu representante defender. Para saber o que o candidato pensa, o eleitor deve conhecer a carreira dele, assim como sua atuação profissional, seu histórico de vida, sua postura ética e sua conduta diante da sociedade. É preciso analisar suas propostas, o partido ao qual está filiado e quem são seus correligionários.

E informação das mais importantes é saber quem são os financiadores do candidato, mesmo este ano, pois as pessoas que financiam as campanhas eleitorais têm interesses que nem sempre se coadunam com os interesses da coletividade. Os políticos reproduzem as nossas escolhas, boas ou más. E são também as nossas falhas enquanto sociedade. Ajude a mudar o nosso país participando mais, gostando da política.

Senão, os ocupantes dos cargos a partir da sua cidade até a longínqua e poderosa Brasília continuarão os mesmos. E você? Vai se lamentar e reclamar sem ver nada mudar.

É assim nas teias do poder...

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Direitos Humanos, o que é isso?

POR FABIANA A. VIEIRA

Alguém lembra da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados antes da presidência do deputado pastor Feliciano? Acompanhou a discussão da demarcação de terras indígenas, a violação dos direitos humanos, as políticas de igualdade racial, o arbítrio do poder de polícia nas mobilizações sociais, a situação medieval do sistema penitenciário ou os planos nacionais de Direitos Humanos ou combate à homofobia?

Às vezes só um susto faz a gente entender melhor as coisas. Ao mesmo tempo em que lamentamos a experiência retrógrada e perigosa da religião invadir a seara da política e produzir verdades da crença contra a contemporaneidade laica, devemos reconhecer que o mandato Feliciano na CDHM despertou a responsabilidade que é preciso ter com pequenos e relevantes detalhes da vida política.

No caso, todos aprenderam com a experiência quase trágica. O PT abriu mão de presidir a comissão pela opção de comandar áreas estratégicas do parlamento.  Depois de um longo período liderando a CDHM os petistas resolveram brincar de outros assuntos. Os demais partidos conservadores que não tem nenhum interesse pelos direitos humanos lavaram suas mãos e a comissão foi parar na carteira de um partido pequeno, quase inexpressivo, mas dominado pela inflexão religiosa. O resultado não poderia ter sido outro do que a contradição explosiva entre o preconceito e as mobilizações sociais. O radicalismo sugeriu uma divisão social e o fomento do ódio, quase uma luta civil. Até aqueles que tratam a religião como uma manifestação legítima e necessária da fé, repudiaram a aventura de misturar as coisas e fazer do aparelho legislativo um palanque de teses fundamentalistas.

Ao querer tratar as relações entre o mesmo sexo como doença, o pastor presidente mostrou que a minúscula e ignorada comissão da Câmara dos Deputados poderia fazer grandes estragos em mãos erradas. Passamos a entender mais verdadeiramente que a atividade legislativa, fazer leis, dizer o que pode e não pode legalmente, é uma função que merece respeito. Mais do que a face costumeiramente exposta do proselitismo, da demagogia e da corrupção, características sempre associadas aos parlamentares, os políticos tem um papel social que pode impactar decisivamente na ordem das coisas. Fazer uma lei amplia um direito e inaugura novos direitos, novas práticas, novas etapas civilizatórias. Mais uma vez, pela evidência do erro, aprendemos que precisamos obrigatoriamente escolher bons e confiáveis representantes para fazer a boa política.

A CDHM é tão importante como a Comissão de Educação, de Seguridade , de Constituição e Justiça ou da Amazônia. Debate e delibera sobre questões fundamentais para o exercício da liberdade e para a dignidade da vida humana. Exigir uma agenda afirmativa para o avanço dos direitos humanos é só o básico.

O PT, maior partido do Congresso, que lidera a coalização governamental e dirige a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, agora voltou atrás e vai presidir a CDHM. Espero que agora a ordem das coisas volte ao bom senso e seja possível discutir com mais seriedade questões que tencionam o nosso cotidiano como a intolerância dos ruralistas contra a demarcação de terras indígenas, o comportamento hediondo de racismo nos jogos de futebol, a escravidão moderna  e destruidora do futuro representada pelo trabalho infantil , os mau tratos contra idosos ou as renitentes e violentas discriminações pela opção sexual e contra mulheres que ainda teimam em desafiar a igualdade e a liberdade de opção em pleno século 21.

Querer recuperar o tempo perdido por um erro é uma situação que todos passam e que raramente conseguimos atingir com pleno sucesso. Por isso, para que a Câmara evite errar novamente, basta humildemente aprender com os próprios erros e levar a sério o verdadeiro significado dos direitos humanos.

Também seria bem interessante que todos nós pudéssemos acompanhar com mais atenção e participação o debate realizado pelos nossos representantes, não só em plenário, mas principalmente nas comissões, sejam elas quais forem.

domingo, 7 de julho de 2013

Qual a grande obra?


POR FABIANA A. VIEIRA

As mobilizações de rua durante a Copa das Confederações, em grande parte, foram pautadas pelos gastos com a construção dos estádios. Tudo bem, o governo federal, principal alvo da turba, não construiu nenhum estádio. Esta tarefa coube a governos estaduais, clubes de futebol ou até prefeituras. No máximo o BNDES emprestou o dinheiro e vai receber de volta, com juros. Os manifestantes diziam 'não' aos estádios e 'sim' para a saúde e educação. Particularmente acho um maniqueísmo meio sofrível esse. Um governo tem que fazer tudo ao mesmo tempo. É pão, é circo, é educação, é saúde, é esgoto, é estrada, enfim... 
Acho até louvável essa nova concepção de Arena que oportuniza uma diversidade de eventos de massa. Em Brasília já teve tanta atividade no Mané Garrincha que já valeu a pena. Até Renato Russo já apareceu em holograma. A Copa acaba e os estádios continuam e devem ser bem utilizados.

Mas a situação me lembrou Joinville de 2004. Enquanto a pirotecnia oficial fazia a festa,  o candidato continuísta jorrava lágrimas porque não poderia participar da inauguração da nova Arena Joinville. Essa cidade sempre cultuou obras faraônicas, começando pela Ponte do Trabalhador e indo até a Expoville, Centreventos e Arena. O candidato da oposição tentou dizer, na época, que com o dinheiro da Arena daria para fazer tantos leitos hospitalares...foi dizimado. Mesmo elogiando o equipamento, demarcar uma possível reflexão foi dar um murro na ponta da faca.

No último governo municipal também os porta-vozes do mega, hiper, super vinham com aquela pergunta: "qual a grande obra?". Não importa se o saneamento básico é uma vergonha e está sendo, enfim, retomado, ou que os investimentos maciços em educação e saúde não apareçam, os arautos do grandíssimo querem algo sempre maior e mais bonito.

Hoje parece que as coisas mudaram. Agora é moda ir para a rua reivindicar saúde e educação, mesmo tendo plano de saúde ou estudar em colégio particular. Agora é moderno reivindicar redução da tarifa de ônibus, mesmo sem nunca botar o pé no 'buzão'. Aliás, o moderno é reivindicar por reivindicar. Tem até médico indo para a rua defender o seu curral profissional. Afinal é aviltante ir para o interior por R$ 10 mil.

Maravilhosos esses tempos em que as pessoas deixam de replicar mensagens dos seus notebooks, das quais elas não têm nenhuma ideia e vão para a rua replicar cartazes que procuram lavar a sua alma. Uma autonomia criativa que beira o anarquismo, levando em conta o lado genial dessa teoria libertária.  

Mas voltando ao nosso tema, será que Joinville agora vai desistir de grandes obras e se mobilizar coletivamente para garantir os alicerces de uma sociedade melhor de se viver? Será que agora, definitivamente, vamos enfrentar a saúde, não com hospitais, heliponto e medicina de última geração tecnológica, mas com ações preventivas, não curativas, com alimentação, com lazer e esportes? Será que vamos pensar a mobilidade urbana com responsabilidade estratégica, com planejamento de longo prazo, corredores e transporte coletivo ou vamos fazer pontes  e viadutos para agradar oportunistas? Vamos manter a prioridade no saneamento, nas moradias populares, na educação de qualidade ou vamos de novo partir para projetos empolgantes, geniais, caros, que jogam uma fatura comprometedora do futuro, como está agora acontecendo com a Prefeitura?

 As mobilizações sociais sempre foram criminalizadas em nosso país e repudiadas com veemência. Hoje, com o panfleto digital on-line das redes sociais, as pessoas podem se mobilizar mais rapidamente e por diversos interesses. A televisão passa ao vivo e fica insistindo 'ad nauseum'  que a manifestação é até pacífica, e que a violência é de uma minoria de vândalos. Como se algum dia a conquista de algum direito social tenha sido fácil. 
Mas os tempos são outros e torço para que coxinhas, MPL, vermelhos, verdes ou amarelos, socialistas, democratas, anarquistas ou liberais mostrem a sua cara e a política seja exatamente aquilo que o povo quer e não uma usura criminosa de uma classe que privatiza o interesse público.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Tirando o pé do acelerador

POR FABIANA A. VIEIRA
Depois de uma semana instalada em Brasília já aprendi a primeira lição: atenção ao limite de velocidade. A cidade está repleta de pardais e em alguns trechos a velocidade permitida é 40 km/h. Ainda não presenciei nenhum acidente, mas já ouvi falar de coisas bárbaras originadas pelo excesso de velocidade aqui. Coincidentemente hoje saiu uma reportagem de Joinville dizendo que o número de multas por excesso de velocidade cresceu 15,18% de 2011 para 2012, segundo dados do Ittran, originando 63.178 multas aos apressadinhos.

Não sei até onde a aplicação de multas educa a sociedade para a conscientização da paz no trânsito. Na real, não educa. Em Brasília, por exemplo, são mais de 800 equipamentos de fiscalização eletrônica instalados, o que dá uma média de um para cada 1.698 carros. O número de pardais é maior do que o estado de São Paulo, que possui uma frota cinco vezes maior. Em Joinville são 40, com expectativa de aumentar para 100.

Mas já que a indústria existe, façamos a limonada. Como prevê o artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro, parte do dinheiro arrecadado deve ir para programas de educação (o código obriga que a verba deve ser aplicada exclusivamente em sinalização, engenharia de tráfego, policiamento, fiscalização e educação no trânsito). Em Joinville essas campanhas estão geralmente voltadas às crianças, como o programa Aluno-guia, por exemplo. Na minha opinião o Aluno-guia é um belo programa, mas há de se planejar novas campanhas educativas focando principalmente no público alvo, que são os motoristas. Taí uma boa tarefa para o pessoal da comunicação pensar, porque fala sério, fazer campanha para criancinhas é muito bonito, mas pouco eficiente para a solução do problema.

Talvez uma ideia seja ampliar o programa para adolescentes que estão prestes a fazer a carteira de habilitação e que veem na velocidade e no automóvel a identificação de poder, habilidade e status. A campanha deve envolver mais esses jovens, seja em debates, palestras, filmes, outdoors, propagandas na TV, peças de teatro e o que a criatividade permitir. Mesmo dentro da escola seria legal um bom bate-papo com os alunos para desmistificar a cultura do Carro x Poder na nossa sociedade. Outra alternativa é pensar mecanismos de comunicação para interagir efetivamente com os adultos. Conforme o diretor de trânsito de Joinville, a educação de adultos é mais complexa, difícil de mudar o comportamento. Ou seja, a tarefa não é mesmo fácil.

Pesquisando pela internet dá pra conferir belas campanhas educativas que ajudam a refletir sobre a paz no trânsito. Essa abaixo é do Rio Grande do Sul e foi veiculada no ano passado. Eu não sei qual o percentual do montante é destinado para essas campanhas, mas eu sei que elas são importantes e devem ser melhor aplicadas para sensibilizar os motoristas a tirar o pé do acelerador.





quarta-feira, 13 de março de 2013

Joinville, volto já

POR FABIANA A. VIEIRA


Parece que foi ontem, mas já faz tanto tempo. Mais precisamente 28 anos. Cheguei em Joinville em 1985. Tanta coisa mudou, tanta coisa é como era.

Nesse aniversário de Joinville, dediquei bastante tempo para uma reflexão sobre a cidade, de quando cheguei até agora. Muita coisa progrediu, a cidade cresceu, se desenvolveu. Teve filhos lindos, destaques mundiais, trabalhadores anônimos. De tudo um pouco.

Por isso Joinville é apaixonante. Quem chega aqui e acompanha sua história, seu perfil, participa da sua construção, acaba adotando a cidade como sua. E ela acolhe bem. É uma cidade de muitas oportunidades.

Esse aniversário de Joinville foi especial para mim. Talvez porque eu esteja partindo. Daí dá uma nostalgia. Lembrei de uma cidade repleta de casinhas de madeira estilo colonial, pois quando cheguei aqui, era assim. Nas minhas lembranças, está a casinha dos meus avós, no bairro Floresta. As ruas principais eram de paralelepípedos. As pessoas andavam muito de bicicleta, numa cidade em que todos se conheciam. Nesses 28 anos a cidade cresceu e eu cresci junto. Vi ela ficar moderna, ganhar universidades, indústrias, shoppings, avenidas, adotar novos filhos de outros lugares. Joinville se desenvolveu, mas essa característica continua forte. Mesmo com seus mais de 500 mil habitantes, a cidade mantém um elo, onde fácil, fácil você sabe identificar quem é quem aqui. Não só pelo sotaque, mas pelas histórias, pelas amizades, pelas famílias. Pelas opiniões.

Vou sentir saudade disso, sobretudo porque estou partindo para uma cidade com características bem diferentes. Brasília me parece uma cidade bem encantadora, mas sem esse DNA. Aparentemente não há esse elo. Esse reconhecimento entre seus pares. Pelo menos, não comigo, claro. Uma cidade que foi construída com um propósito diferente de qualquer outra cidade.

De qualquer forma vou conhecer outro lugar, novos espaços, outras rotinas. Quero relatar tudo aqui. Quero falar com os joinvilenses que estão por lá também, e são muitos. Acho que esse comparativo, essas histórias, podem ser bem interessante para você, que me lê aqui. Vamos trocar experiências entre essa cidade que amamos tanto e uma cidade que será novidade para mim e para muitos que me acompanham no Chuva. Brasília, aí vou eu. Joinville, volto já.