POR JORDI CASTAN
Como no filme de Francis Ford Coppola, Joinville está às
portas de uma situação apocalíptica. Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse vêm cavalgando
nos seus corcéis e o resultado da sua passagem tem tudo para ser devastador.
A proposta de criar um grupo de trabalho para “estudar” a
Cota 40, no Conselho da Cidade, é o início do fim. A Cota 40 é uma marca emblemática
de uma cidade que nunca cuidou do seu verde, que avançou sobre fundos de vale, aterrou
mangues, desmatou e avançou sobre tudo em nome do progresso, mas que foi capaz
de preservar a Cota 40 como um ícone.
Se hoje temos algumas áreas verdes no perímetro urbano foi graças ao fato de, na década de 70, a Casan não conseguir bombear água acima dos 40 metros e a incompetência tecnológica da Casan garantiu a Joinville uma malha verde que, sem maiores sobressaltos, está preservada até hoje.
Se hoje temos algumas áreas verdes no perímetro urbano foi graças ao fato de, na década de 70, a Casan não conseguir bombear água acima dos 40 metros e a incompetência tecnológica da Casan garantiu a Joinville uma malha verde que, sem maiores sobressaltos, está preservada até hoje.
O joinvilense entendeu a sua importância, tanto que a LOM (Lei Orgânica do Município), a nossa constituição municipal, garantiu a sua
preservação no seu artigo 181, fazendo da Cota 40 uma referência de preservação
e um exemplo a ser seguido.
Agora um grupo dentro do Conselho da Cidade tem a ousadia de
propor, escondendo-se sob supostos “estudos”, a flexibilização da COTA 40, Há
inclusive uma proposta, na minuta da LOT, elaborada pelo IPPUJ e aproveitando um invento local denominado AUPAs, que na surdina, permitiria acabar a cota 40, substituindo-a por uma nova cota, a cota 50. Depois nada impediria que novos "estudos" propusessem que fosse criada uma cota 55 ou
60 ou 75. Uma vez rompido o conceito, nada impediria que “estudos técnicos”
propusessem novos números e Joinville perdesse o seu referencial verde mais
importante.
Se é para acabar com tudo, se o objetivo é, no nome do
progresso, propor uma nova Joinville, mais moderna, por que não recuperar o
projeto que propunha desmatar o morro do Boa Vista. Quem sabe instalar umas
carvoarias para aproveitar a lenha. E, com o barro do morro, aterrar o mangue?
Porque não propor que seja permitida a caça das procelosas capivaras e que seja
autorizada a venda de espetinho de jacaré na frente da Arena em dias de jogo?
Se a ideia é acabar com o pouco que ainda resta desta Joinville que teima em manter um mínimo de qualidade de vida e de verde, por que não fazer todo o estrago de uma única vez? Assim teríamos uma cidade plana, sem esses morros que tanto atrapalham, sem as arvores que perdem folhas e requerem podas e manutenção periódicas, sem esses manguezais que só servem para criar caranguejo e que poderiam converter-se em praias artificiais? O que nos impede?
Se a ideia é acabar com o pouco que ainda resta desta Joinville que teima em manter um mínimo de qualidade de vida e de verde, por que não fazer todo o estrago de uma única vez? Assim teríamos uma cidade plana, sem esses morros que tanto atrapalham, sem as arvores que perdem folhas e requerem podas e manutenção periódicas, sem esses manguezais que só servem para criar caranguejo e que poderiam converter-se em praias artificiais? O que nos impede?
Ah! O bom
senso. Sim, o bom senso nos impede fazer toda essa bobagem. Mas o bom senso tem escasseado
por estas terras e há gente que acha mesmo que agora que a Companhia Águas de
Joinville dispõe de bombas mais possantes, não há motivo para manter essa tal
de Cota 40.
Antes que esses aloprados levem seus “estudos” adiante
assine a petição “Não ousem tocar na Cota 40” compartilhe este texto, faça a
sua parte, não se omita, porque esse pessoal parece ter perdido a vergonha.
Desconheço outra cidade do porte de Joinville com tantos terrenos planos a serem ocupados. Qual o objetivo de ocupar terrenos acima da cota 40m? Favelização? Falta a ocupação desordenadas dessas áreas para Joinville, finalmente, se reconhecer como uma metrópole brasileira?
ResponderExcluirAntônio
Aqui na prefeitura tem muito funcionário comprando terreno entre a cota 40 e 50
ResponderExcluirPorque será ?
Inclusive do IPPUJ
Voto e considero "sine qua non" a manutenção da legislação sobre a cota 40 para manter os nossos belos e verdes "vazios urbanos".
ResponderExcluirÁreas verdes não são vazios urbanos, Dirk. São áreas que cumprem uma função social importantíssima dentro do contexto da cidade, ao contrário dos vazios, que servem principalmente à especulação imobiliária. Abraço!
ExcluirNão esqueça Dirk que os vazios urbanos, inclusive diagnosticados pelo IPPUJ, já desconsideravam as áreas com restrição ambiental, inclusive a cota 40. Ou seja, os vazios urbanos são terras aptas para ocupação na mão de meia duzia de especuladores.
ResponderExcluir"Eu amo o cheiro de Napalm pela manhã." Udo Dohler?
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