quarta-feira, 15 de maio de 2013
Os vereadores estão solidários com os grevistas? Diminuam os próprios salários!
POR FERNANDA M. POMPERMAIER
Tem vereador levantando bandeira no Twitter à favor dos grevistas porque, claro, pensa na qualidade de vida dos funcionários públicos joinvilenses. Não existe nenhum interesse obscuro nesse apoio. É uma solidariedade genuína. Muito nobre.
Mas vindo de uma pessoa que recebe mais de 10 mil reais por mês de dinheiro dos nossos impostos para manter seu alto padrão de vida. Dinheiro este que deveria estar indo para a saúde, educação, cultura etc. Lamento, isso não é justo.
Vereadores joinvilenses recebem demais sim! Sabe que parcela da população recebe mais de 10 mil reais por mês? Uma minúscula minoria. Nem professores universitários que estudam e pesquisam a vida toda recebem perto disso. Esses são os bem intencionados que se puseram a serviço da população? Que deveriam estar trabalhando para o bom uso do dinheiro público?
Eu não tenho absolutamente nada contra a greve. Considero uma forma legítima de conquista de direitos, muitas vezes necessária. Claro que deve-se levar em conta que as formas de negociações pacíficas já foram esgotadas e não existe mais possibilidade de diálogo. Assim, naturalmente, parte-se para a pressão.
É triste, é.
Prejudica os usuários? Prejudica. Mas não é motivo para colocar a população contra os grevistas. Eles têm o direito de lutar pelo que acham certo, e a população deveria cobrar de quem pode resolver e ajudá-los a mudar esse quadro.
Se o prefeito pegou o caixa quebrado, o que não é novidade na nossa cidade, e se 60% da arrecadação vai para folha de pagamento, que resolvam os vereadores e seus assessores. Vamos cortar.
É justo que alguns funcionários fixos ganhem aproximadamente 2 mil reais e vereadores que estarão na câmara por apenas 4 anos (oi?) ganhem 5x mais?
Não é.
Impostos servem para garantir a qualidade de vida do morador da cidade, a longo prazo, nada mais.
O Udo doou o seu salário. Se os vereadores estão tão preocupados com Joinville, que façam o mesmo, diminuam seus custos.
Na Suécia os vereadores não recebem salário e não tem nenhum benefício.
Nem carro, nem diárias, nem celulares ou assessores como fazem os ricos vereadores de Joinville. E olha que as cidades aqui estão muito melhor cuidadas e organizadas.
Os vereadores suecos uma vez eleitos, saem de licença dos seus trabalhos e continuam recebendo o mesmo valor de suas funções anteriores, mas agora pagos pelo governo. Isso faz com que eles tenham realmente uma carreira profissional fora da vida pública. E é óbvio, o governo não gasta horrores porque os salários, claro, não são altos. As pessoas que se candidatam, de forma geral, querem realmente trabalhar pela cidade e não garantir o pé de meia.
Então, queridos vereadores, não fiquem de hipocrisia, fazendo de conta que estão apoiando o reajuste da inflação para os funcionários, quando o seu já está garantido. Nos últimos 10 anos seus salários dobraram, e não acredito que isto tenha sido só a inflação. De acordo com essa reportagem a maioria está muito satisfeita com o valor. Shame on you!
A Seleção foi convocada e o que você achou?
POR GABRIELA SCHIEWE
Inevitável comentar a convocação da Seleção Brasileira para a Copa das Confederações. Pela tônica da convocação, ficou muito claro que se trata de um trabalho a longo prazo, visando à Copa do Mundo.
Bom, como sempre a Seleção é um caso à parte, pois várias convocações se mostraram totalmente desnecessárias no que tange à tônica acima. Então, vamos começar falando dos que não foram convocados. É sempre mais bacana falar disso, porque criticar negativamente é muito melhor, não?
Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Ramires e Alexandre Pato ficaram de fora. E agora? Agora que não entendi mais nada. Será que o Felipão pode explicar o porquê de ter convocado esses jogadores se a sua tônica era outra?
O Kaká não vem jogando no Real Madrid não é de hoje. No entanto, teve uma participação bem ativa quando foi convocado, demonstrando qualidade e vontade em campo.
Alexandre Pato vinha sendo convocado, fez boas atuações e ficou de fora. Como assim?
Já o Ramires, corre à boca pequena, que o seu atraso custou a convocação. Pelo amor, não acredito que a qualidade de um jogador foi colocada de lado devido um atraso. Não aguenta???? Bebe leite. Gente, para que serve todo aquele staff da seleção e aplicação de multa? Nada disso é suficiente para colocar um jogador nos trilhos.
E por fim ele. Sim o aclamado Ronaldinho Gaúcho. Tudo bem, ele não fez nenhuma apresentação na seleção que chegasse aos pés do que vem fazendo pelo Atlético, mas esse papo também já virou chavão.
Até porque, como um jogador, nas poucas vezes que se apresenta (e em cada uma delas com peças diferentes) conseguirá apresentar o mesmo futebol que apresenta pelo seu clube, onde joga sempre com os mesmos companheiros, treina a semana inteira? Não precisa ser nenhum phD em física para chegar a esta conclusão.
Ah, mas o Bernard foi convocado. Sim, ele foi. Mas então porque não jogou mais pelos amistosos da Seleção? Hummm, coisa esquisita.
Ok, vou falar sobre a lista de convocados e confesso que, no geral, gostei. Sim, gostei. Divergência de nomes sempre haverá, visto que existe muito jogador brasileiro bom e por isso nunca haverá consenso na convocação.
Pelo menos, na sua grande maioria, todos que foram convocados se apresentaram bem na seleção quando requisitados. Uns menos, outros mais, mas agradaram.
Agora tem uma convocação que sou totalmente contrária, Júlio Cesar. Não dá mais para encarar ele como goleiro titular do Brasil. Já teve uma fase fantástica, mas já não se encontra nela faz tempo. Suas falhas, e das piores, são constantes. Na última Copa do Mundo já foi assim. Tem sido o mesmo no clube inglês em que vem atuando (veja a classificação no Campeonato Inglês, diz alguma coisa), nas vezes que atuou nos amistosos. Não da pra engolir, não é Zagallo?
Mas agora foi e o negócio vai ser torcer - e muito - para que saia alguma coisa boa disso aí.
Molhados, o que vocês acharam da convocação? Alguém que deveria ter sido convocado? Concordaram? Acharam um fiasco? Diz aí!
terça-feira, 14 de maio de 2013
O seu dinheiro jogado na rua
POR JORDI CASTAN
Há uma queixa, principalmente dos técnicos do IPPUJ, de pessoas que se consideram injustiçadas
pelo pouco reconhecimento e até pelas críticas ao trabalho que desenvolvem. Chegam a posar de perseguidos, frente ao que não é mais que uma simples comprovação estatística É importante que esse trabalho seja reconhecido e é a isso que nos propomos neste texto.
Acompanhem as imagens
(o primeiro conjunto de fotos se refere a obra realizada há poucos dias na Rua Padre Antônio Vieira). É
evidente que a obra foi mal planejada, a rampa não atende à legislação sobre
acessibilidade, o material é reaproveitado, a execução é péssima e o acabamento não deveria ser aceito se houvesse algum tipo de fiscalização. O pior é o perigo que representa o obstáculo criado, para os veículos que trafegam pela citada rua.
Clique para ampliar as imagens |
O segundo conjunto de
imagens, tomadas menos de uma semana depois de inaugurada a obra-mestre da nossa
engenharia de tráfego, mostra que mais de um veículo já bateu nela, passou por cima do canteiro, quebrou o meio fio e que precisará ser refeita ou reformada. Alguém será
responsabilizado? O mais provável é que não e que a obra seja reformada frequentemente.
Enquanto os contribuintes continuarem pagando a preço de ouro por obras de pessima qualidade e sustentando a incompetência que tem se instalado no país, seguiremos presenciando este tipo de obras mal feitas, um dreno de recursos públicos que, por mal usados, acabam sendo sempre escassos.
O prefeito Udo Dohler terá muito trabalho, com a equipe que tem se quiser mesmo cumprir o que veementemente afirmou no seu discurso de posse, quando afirmou: "Não permitiremos o desperdício de um único centavo do dinheiro público".
Clique para ampliar as imagens |
A melhor parte da obra
é o toque que proporciona o canteiro de flores de amor perfeito. Alguém imaginar que um
canteiro de flor possa prosperar com 10 cm de barro sobre o asfalto mostra o nível
de ignorância e incompetência que por aqui viceja e não acaba. É a cereja do bolo.
O DINHEIRO DO CONTRIBUINTE - Há, entre a maioria da população, a percepção que as obras públicas projetadas e executadas em Joinville estão longe do ideal, tanto no que se refere à qualidade do projeto, quanto na contratação, fiscalização e execução.
É importante entender cada um dos passos. O projeto define o que será feito, onde será feito e de que forma será executado. Os projetos das obras públicas, em Joinville, são responsabilidade do IPPUJ. Depois do projeto pronto, a contratação compete à Secretaria de Administração, ao Ittran. Ou pode também ser responsabilidade da Fundema ou da Fundação Cultural, entre outros órgãos da administração pública que elaboram os processos licitatórios para contratar a empresa ou as empresas que executarão a obra ou serviço.
A fiscalização pode ser própria, da Prefeitura, ou contratada a terceiros. É responsabilidade da fiscalização garantir que a obra seja executada de acordo com o que foi projetado, verificando a quantidade e a qualidade dos materiais e acabamentos, para que o resultado final seja exatamente o projetado. Cabe à empresa contratada executar a obra de acordo com o projeto, nos prazos estabelecidos no contrato e pelo preço contratado.
É importante entender cada um dos passos. O projeto define o que será feito, onde será feito e de que forma será executado. Os projetos das obras públicas, em Joinville, são responsabilidade do IPPUJ. Depois do projeto pronto, a contratação compete à Secretaria de Administração, ao Ittran. Ou pode também ser responsabilidade da Fundema ou da Fundação Cultural, entre outros órgãos da administração pública que elaboram os processos licitatórios para contratar a empresa ou as empresas que executarão a obra ou serviço.
A fiscalização pode ser própria, da Prefeitura, ou contratada a terceiros. É responsabilidade da fiscalização garantir que a obra seja executada de acordo com o que foi projetado, verificando a quantidade e a qualidade dos materiais e acabamentos, para que o resultado final seja exatamente o projetado. Cabe à empresa contratada executar a obra de acordo com o projeto, nos prazos estabelecidos no contrato e pelo preço contratado.
Numa leitura rápida, fica claro que há uma boa possibilidade que o processo não funcione como o previsto e assim o resultado da maioria das obras públicas - não só em Joinville, mas em praticamente todas as cidades brasileiras - pode ser classificado entre ruim e péssimo. O maior problema, além de todos os incômodos que ocasionam estas obras mal projetadas, mal contratadas, pouco fiscalizadas e pior executadas é o desperdiço de recursos públicos. Dinheiro seu, meu, nosso, que corre pelo ralo. E além de gerar aditivos e sobrepreços exagerados na fase de construção, ainda exigem reformas e retrabalhos antes de ser inauguradas, e revitalizações ou reformas estruturais pouco tempo depois de entrar em uso.
Se nos concentrarmos em Joinville, não há uma obra pública de porte executada nos últimos 10 ou 15 anos que fique a salvo desta análise. Seja o Centreventos Cau Hansen, a Arena, a Passarela Charlot, o Megacentro Wittich Freitag na Expoville, qualquer um dos Parques do Fonplata ou das obras maiores de pavimentação e drenagem. A nível nacional a quantidade de obras que entrariam na lista é logicamente maior e os volumes envolvidos são quantiosos, desde a transposição do Rio São Francisco, passando pelas obras dos Jogos Panamericanos, sem esquecer as duplicação da BR 101 e tantas outras que com certeza estão ainda na memoria do leitor mais atento. A lista é, lamentavelmente inesgotável.
Se imaginava que a nova administração mudaria o cenário e que Joinville entraria numa fase em que a qualidade e a correta aplicação dos recursos públicos seria prioritária, então é bom tirar o cavalinho da chuva, porque a tônica é a mesma que em governos anteriores ou pior.
segunda-feira, 13 de maio de 2013
Os subalternos podem falar: pelo fim do "urbanês"
POR CHARLES HENRIQUE VOOS
Após a regulamentação do Estatuto da Cidade em 2001, e de nosso Plano Diretor em 2008, os preceitos democráticos no planejamento urbano devem ser assegurados em qualquer ação estatal. Nesta lógica, todos possuem a oportunidade de participar, expressarem suas ideias e dialogarem. Afinal, planejar a cidade é lidar diretamente com a vida das pessoas. Infelizmente, alguns agentes (travestidos de grupos sociais de origem econômica) entendem de forma totalmente diferente.
Estas pessoas defendem que o planejamento urbano deve atender às demandas de mercado, aquelas que representam a vontade de um sistema que gera subalternos urbanos. Forma cidadãos que, por muitas vezes, não possuem o mínimo de dignidade para sobreviver. Não "aparecem". Moram na longínqua periferia. Tornam-se impessoais na coletividade. Respondem a regras anônimas de submissão ao trabalho. Não têm acesso a um adequado sistema educacional. Não "entendem" de planejamento urbano - e nunca entenderão, se a lógica dominante-dominado persistir.
Estes agentes sociais trabalham nos bastidores para a "tecnização" das discussões relativas ao planejamento urbano. O poder de dizer o que é melhor para a cidade não é mais do subalterno, mas sim do técnico, que é o responsável pela organização do processo. Este técnico, por sua vez, raramente é orientado a dar a oportunidade de falar a aquele que será o principal atingido. O processo democrático, de natureza inclusiva, é excludente: poucos participam da tomada de decisões e são representados "democraticamente" por aqueles dominantes interessados em articular os interesses de outros representados, os oriundos de setores extremamente segregadores e maléficos para as cidades como um todo (indústrias com necessidade de expansão, imobiliárias, construtoras, incorporadoras, loteadores, etc.).
Por isso, se o planejamento urbano é feito para as pessoas, pois elas que habitam a cidade, é para elas que as discussões devem se dirigir. Por mais que a maioria subalterna não entenda de termos técnicos ou mapas setoriais multicoloridos, ela pode falar e deve ser orientada didaticamente a tal situação. Sem mapas setoriais. Sem segredos. Sem siglas. Sem "urbanês". O movimento contrário a isto carateriza-se apenas por um motivo: esvaziar o principal espaço de mudança social, que é caracterizado pela participação popular de base e garantido por lei, o qual deveria combater interesses econômicos que, quase sempre, vão contra à cidade ideal e à cidade que todos queremos.
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