POR CHARLES HENRIQUE VOOS
A gestão Colombo, mais uma vez, comete uma grande falha, e das graves. Deixa uma escola estadual ser interditada (por mais que o problema de manutenção não seja exclusivo de seu governo), não a reforma, coloca alunos em posições provisórias e paliativas em outras escolas, e o local vira abrigo para mendigos, a ponto do poder público enxergar a doação do local para os empresários como a única solução possível.
Mas, convenhamos: os empresários da Ajorpeme pagam uma mensalidade para serem associados (o que não é pouco, corresponde a renda média de milhares de famílias joinvilenses), têm altas taxas de lucros em cima de seus produtos, são responsáveis por grande parte do PIB de Joinville e ainda querem que o governo doe para si um patrimônio público? Não há dinheiro o suficiente para que a Ajorpeme, por suas próprias fontes de recursos (ou com 1% do lucro de todos os seus associados), construa um prédio de incubadoras sem precisar das camarilhas que envolvem os políticos e empresários desta cidade há décadas?
Não foi a mesma Ajorpeme que, ao criar o já falido projeto do parque empresarial da zona sul (mesma zona da escola interditada), dizia que queria levar desenvolvimento social para os moradores desta região? E como que esta entidade consegue se contrapor em poucos anos, ao aceitar uma doação de uma área que é uma escola? Acabar com o principal equipamento público que a nossa sociedade tem é algo que não dá para admitir.
E o governo Colombo mostra que a sua intenção, ao não dar conta das escolas interditadas em Joinville, é promover uma lenta falência deste setor, privatizando-o, mesmo que aos poucos e sem lei específica para isto. A cessão do terreno pode ser interrompida pela Assembleia Legislativa. É neste momento que veremos em qual lado os nossos deputados estaduais estarão: ao lado de seus amigos empresários financiadores de campanha e pauteiros de suas ações, ou do povo que sofre com uma gestão Colombo que aniquila todas as demandas e direitos sociais. Ir para Florianópolis apoiar pautas dos empresários (Santos Dumont, bombeiros voluntários, segurança pública para as áreas comerciais, etc) é fácil, não?
É esperar para ver.