domingo, 23 de setembro de 2012

Um ano de Chuva Ácida

POR COLETIVO CHUVA ÁCIDA
365 dias. 214.500 acessos. 799 posts. 6.899 comentários de leitores.  Hoje o Chuva Ácida está a completar um ano desde o seu lançamento. Vale lembrar, o  blog surgiu com uma proposta inédita, que ainda hoje não encontra similar em Joinville e mesmo em Santa Catarina. Para dar corpo ao projeto, houve a reunião de pessoas de diversas sensibilidades no que se relaciona à política, à sociedade ou à cultura. Mas todas com um ponto em comum: a incondicional aposta na liberdade de expressão. E hoje, em tom de balanço, vamos reafirmar a proposta do Chuva Ácida.

- Dar uma contribuição para a criação de um espírito de blogosfera em Joinville.
- Trazer para a cidade um novo espaço midiático digital, onde a marca é a diversidade de pensamento.
- Dar ao leitor e à leitor a liberdade de concordar, discordar e, acima de tudo, expressar as suas opiniões nos comentários.
- Fazer dos comentários uma ágora digital para o debate entre as pessoas.
- Rejeitar os velhos esquemas de uma velha mídia onde a opinião é condicionada por interesses muitas vezes pouco transparentes.
-  Ser um projeto inovador, com a proposta de promover mudanças de perspectiva sobre a mídia em Joinville. Mostrar que o digital também é player no plano da comunicação.
- Afirmar que, em essência, o que mais importa é o respeito pelas regras do jogo democrático.
- Acompanhar as evoluções, de forma a atingir novos públicos (é o caso da introdução do tema esporte).
- Propor aos leitores uma evolução de hábitos. Da mesma maneira que eu leio um jornal, vejo uma rede de televisão e ouço uma rádio, também devo ter um blog de leitura regular.
- Abrir um espaço para a opinião de outras pessoas, o que foi feito com a criação do Brainstorming.
- Deixar claro que o Chuva Ácida não é um espaço de notícias, mas de análise e opinião. E  sua linha de orientação é a diversidade e o contraditório.


E hoje, passados 365 dias desde o lançamento, podemos dizer que o resultado é amplamente favorável. E os mais de 214 mil acessos são a prova disso. Mas o número realmente mais importante é o de comentários, o que prova uma excelente participação dos leitores.

O primeiro ano foi concluído com sucesso. Agora começa uma nova fase. E esperamos continuar a contar com o seu apoio, leitor e leitora.

sábado, 22 de setembro de 2012

Fez cagada no trânsito, a polícia está logo ali...

POR ET BARTHES
Que bom se fosse sempre assim. O filme mostra uma mulher que, para evitar um ônibus de estudantes parado, decide ultrapassar pela calçada. Mas assim que acabou a ultrapassagem tinha um carro da polícia à espera. Vai reclamar do quê? Paga a multa, minha senhora.





Laranja mecânica?

JEC - Hoje o Tricolor adentrou o gramado da Arena Joinville robusto, dos seus 10 mil torcedores disposto a um só objetivo: vencer. O Joinville, diante do Paraná, não só venceu, como convenceu, com o placar elástico de 3 x 1.

Com este resultado, o JEC volta a ficar bem próximo ao G-4 suma importância. Se distanciar numa lacuna grande do grupo de acesso à Série A, no returno pode significar a permanência na Série B.

E, da forma aviltante e envolvente com que jogou, na estréia da sua nova camisa será que seria audácia chamar o nosso Tricolor de Laranja Mecânica? Tudo bem, posso estar exagerando. Mas o sonho só é cabível aquele que detém da emoção pura e verdadeira que lhe faz palpitar o coração.

E sonham apenas aqueles que estão vivos, portanto me permito a qualquer sonho, por mais utópico e lúdico que possa ser.

"MEA CULPA" - Tenho a obrigação, em nome do respeito ao trabalho sério, de fazer uma correção no meu último texto, vez que deixei de citar o nome de um componente da comissão técnica do Krona Futsal. É que na verdade, se trata apenas do mero preparador de goleiro, sim, o Fred, aquele que tem entre os seus pupilos sempre os melhores.

Nos últimos anos, todo goleiro treinado por Fred tem apenas um destino: a seleção brasileira. Se isso não diz nada acerca da sua qualidade e competência, não me chamo Gabriela.

O seu trabalho se reflete diretamente no retorno, ao auge, do Tiago, assim como ele fez com Djony, na temporada passada. Claro que a qualidade do atleta é fundamental mas, caso não houvesse a parceria com o profissional que é, tais goleros não atingiriam seu ápice, pois ele da o caminho para aqueles que possuem a ferramenta.

UFC - Hoje é dia de pancadaria. Ops, desculpem, esporte de alto rendimento, muito educativo, apropriado para as crianças que estão criando o seu caráter, o UFC.

Sou apreciadora e com muito gosto do vale tudo, no entanto é inegável que a violência é fator preponderante neste esporte e que isso não pode ser saudável para crianças que estão conhecendo os significados das coisas. Ver duas pessoas se degladiando, sangrando até pedir "pelo amor de Deus" para que não chegue a um até provável óbito não corresponde ao Homem Contemporâneo. Alguma coisa mais parecida com o homem das cavernas.

A verdade é que eu gosto, assim como a "torcida do Flamengo" e a cada dia agrega mais adeptos, inclusive a classe feminina.

Não deixe de acompanhar Vitor Belfort no octógono (local onde ocorre a luta). Mas se quiser assistir ao vivo vai ter que colocar a mão no bolso e comprar no canal fechado.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Futebol explosivo no Irã

POR ET BARTHES
Você acha que o futebol brasileiro anda meio violento? Então o que dizer deste jogo no Irã? Preste atenção no jogador número 40 do time de amarelo. O cara encontra uma coisa no chão e joga para perto da placa de publicidade. E aí a coisa explode... era uma granada.



Celuleide e Varizete!


Árvores de Joinville: celebrar ou lamentar?


POR GUILHERME GASSENFERTH

[Atenção: sou leigo no assunto. É um texto de opinião, não um parecer técnico.]

Hoje, 21 de setembro, é comemorado o Dia da Árvore. Em Joinville, esta data é para celebrar ou lamentar?

Como já comentei em outras postagens, temos em Joinville o maior território de mata atlântica preservada de Santa Catarina, com mais de 600 milhões de metros quadrados. Obviamente, esta mata toda está na área rural e em áreas altas, mas de todo modo, temos 56% do território preservado. É pra celebrar!

Joinville, a maior cidade do Estado, com a maior economia catarinense e um orçamento municipal bilionário, não possui um único parque onde as pessoas possam caminhar na sombra ou fazer um piquenique sob uma frondosa árvore. É pra lamentar!

Cadê as árvores da João Colin?
Nossos morros, mesmo aqueles localizados em áreas urbanas, são preservados. Em dias de céu azul como o de ontem (e espero que também hoje), o contraste do verde dos morros com o azul do firmamento dá um charme todo especial à nossa cidade. Temos pouquíssimos morros urbanizados, e embora haja áreas de invasão na margem leste do Morro do Boa Vista, é uma exceção à regra. Que bom  que havia a cota 40 e pra onde se olha, se veem morros preservados. É pra celebrar!

As ruas principais, tanto no centro quanto nos bairros, são totalmente carentes de árvores. A exceção vai para a Hermann Lepper, Blumenau, JK e Dona Francisca entre a Casa da Cultura e a confluência com a Aluísio Pires Condeixa.  Mas pensem na Rua XV no Vila Nova, na Santos Dumont, na Monsenhor Gercino, na Florianópolis, na Fátima, na Albano Schmidt, na João Colin, na Getúlio, na São Paulo, na Procópio, na Minas Gerais, na Baltasar Buschle... e a lista vai e inclui todas as ruas do Centro. Não tem arborização decente. É pra lamentar!

Rua Blumenau, paralela à João Colin, muito mais agradável.
Quando as belíssimas figueiras da Hermann Lepper estiveram à sombra ameaçadora do lobby pró-corte, a sociedade abriu a boca e soltou o verbo: nós queremos as figueiras. O corredor que as figueiras formam na frente da Lepper é um ambiente dos mais gostosos da cidade. A sociedade se mobilizou para que as árvores ficassem. É pra celebrar!

O Brasil está aprovando um novo código florestal que prevê a anistia a alguns desmatadores, além de regras mais permissivas para o desmatamento. E o grande incentivador de tudo isso é um senador de Joinville. É pra lamentar!

Na primavera, que começa depois de amanhã, Joinville se enche de cores e tons. Primeiro o a beleza efêmera do amarelo dos maravilhosos ipês; depois com festival de branco e tons de rosa, lilás e roxo dos manacás-da-serra ou jacatirões que colorem nossos morros. Como é bom viver em Joinville e desfrutar deste espetáculo natural. É pra celebrar!
O ipê-amarelo na bela foto de Luiz Carlos Hille.

O que você acrescentaria nesta lista? Celebraria ou lamentaria?

Embora tenhamos fortes razões para celebrar, sinto que devemos nos preocupar muito e atuar para que nossas ruas e quintais sejam mais arborizados e que lutemos por um parque muito bem arborizado. Porque hoje, ao meu ver, a situação no geral é para lamentar.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Enquanto isso, na Câmara de Vereadores...

POR ET BARTHES
E o nobre vereador faz um discurso antológico.  Mais um caso para fazer Joinville virar (piada) atração nas redes sociais do país.  


É muidifícil...


Esta é a eleição do preconceito

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Agora que restam poucos dias para o 7 de outubro, posso dizer que esperava mais desta corrida para ocupar a cadeira do Prefeito. Poucas propostas novas surgiram. A maioria dos candidatos repete os seus discursos que conhecemos há anos, e outros repetem o que seus amigos de partido já falavam. Sensação de retrocesso é forte, e se aguça mais ainda ao ver a onda de ataques que muitos fazem a seus adversários na base do preconceito, e não pelas propostas.

A seguir, vamos tentar relatar, sem citar nomes (pois é um processo que não dá para identificar onde começa) alguns discursos preconceituosos que estão presentes nesta campanha em Joinville. Qualquer suposição é apenas para efeito de lógica e de didática.

Bem, ao invés de dizer: "não vote no candidato A, pois ele não tem uma proposta digna para a educação (por exemplo)", o candidato B (e seus cabos eleitorais) diz para não votar no A, devido ao fato de que defende a igualdade de gênero e mostra um beijo entre dois homens no horário eleitoral da TV.

O mesmo candidato A, que sofre preconceito do B, diz para não votar no C, considerando os escândalos de suposta infidelidade que teve anos atrás.

Este candidato C, que sofre preconceito do A, diz para não votar no D, pois supõe que ele é racista e maltrata os funcionários. Mas não sugere deixar de votar em D pelas suas propostas, ao seu ver, ruins e incompletas.

O candidato D, que já não sabe se sofre preconceito de um, de todos, ou de nenhum, diz para não votar no E por simplesmente não ter uma equipe qualificada. Puro bullying. Por sua vez, o E pede para suas equipes espalharem que o candidato B é ligado a segmentos religiosos e que isto não combina com política.

Pessoalmente não acontece nenhuma acusação direta, tudo fica nas entrelinhas. Tenho medo dos próximos quatro anos da cidade de Joinville. Parece que as ideias estão fora do lugar, e o lugar está fora das ideias. A cidade está sedenta por cabeças pensantes, mas só temos bocas fofoqueiras.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Os políticos e a religião



POR AMANDA WERNER

Tenho ouvido e lido muito por aí sobre os motivos que fazem as pessoas escolherem este ou aquele candidato. Uns votam porque têm simpatia pelo sujeito, outros porque acreditam que o candidato escolhido tem propostas mais realistas, alguns analisam os feitos pregressos do pretendente ao cargo. Os mais céticos se baseiam em fatos sobre os candidatos. Exemplo: este, de fato, é honesto ou é competente. Já realizou muitas coisas antes, não apenas fala.

Mas confesso que fico assustada quando ouço alguém dizer que vai escolher um candidato por ele ser da sua Igreja, um “homem de Deus”. E ainda justificam: este vai moralizar a política!

Aqui cabe uma distinção. O político religioso, não é o próprio Deus personificado. Esta confusão governante x religião, aqui no Ocidente, se dava na Idade Média. Era o período teocentrista. Nesse período, as pessoas eram proibidas de utilizar a razão, deveriam ser voltadas inteiramente para a igreja. Hoje, ufa, os tempos são outros.

Em todos os meios, e em todas as religiões, há pessoas boas e pessoas más. Os políticos, como todos nós, são apenas homens. E, como o próprio Santo Agostinho concluiu, corrompidos “pelo pecado”. Ou seja, passíveis de cometerem erros.

Querem alguns exemplos? Quem nunca leu sobre padres x criancinhas? Ou sobre o famoso pastor que ensinava como roubar os fiéis? Há ainda o Reverendo Moon que, creio, todos conhecem pelos fatos. Estas histórias são verdadeiras? Me parece que sim. São muitas e muitas. E não escolhem apenas uma religião. É só ficarmos atentos ao noticiário.

Querem exemplos mais factíveis de que políticos religiosos nem sempre moralizam a política? O Bispo Gê da Igreja Renascer e do DEM, em um famoso programa de televisão, ao ser questionado sobre o que achava da “farra das passagens aéreas”, onde deputados viajavam com a família ao exterior com tudo pago pelo dinheiro público, respondeu que “a verba é pública, minha esposa e meus filhos são públicos também”. 

Na época, era permitido, ou seja era legal. “Sempre foi assim”, alguns se defendem. Mas seria moral? Há exemplos mais próximos de nós. Lembram da denúncia feita aqui no blog, pelo colega Charles Henrique sobre os deputados que recebiam diárias no valor de R$ 670,00 para visitarem suas próprias cidades? Não? Então, aí vai o link: Deputados joinvilenses ganham diárias para “visitar” Joinville. Lembraram? Na denúncia havia um deputado “homem de Deus”. Por coincidência, o mesmo que pleiteia o cargo de prefeito na nossa cidade. As diárias são ilegais? Como já vimos, não. Mas se existe alguma moralidade em recebê-las ao visitar as suas próprias cidades, já é outro papo.

Votar em um político porque ele é do seu time, da mesma religião, ou coletividade, não deve ser o motivo determinante da escolha do candidato. O político de verdade deve governar para todos, não somente para grupos ou interesses pessoais.

É inteligível que por razões de religião, as pessoas não usem a pílula, façam ou não aborto. Mas opção religiosa não pode, de maneira alguma, ditar as regras para toda uma sociedade. Estaríamos indo de encontro à democracia. Afinal, o paraíso de um pode ser o inferno de outro.

Mas a recíproca é verdadeira? Eu não devo votar em político somente pelo fato de ele ser religioso? Creio que não. Demonstra tanta intolerância quanto os que agem em sentido oposto. Para votar consciente é preciso mais do que o fato do postulante ser religioso ou não. Os meus pré-requisitos estão no texto que fiz já há algum tempo aqui no blog : Eu, cidadã, confio. E os seus?