ET BARTHES
Comemorações de gols como você nunca viu. Bastam alguns efeitos especiais e a história fica muito mais divertida.quarta-feira, 13 de junho de 2012
Você vota, eu viajo
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Hoje tenho uma proposta política a fazer: quero o seu voto.
Tenho pensado em voltar a viver no Brasil. E a mudança, claro, traria perdas e ganhos. A maior perda, com toda certeza, seria deixar de viajar pela Europa com certa frequência. Porque aqui é fácil viajar para os países vizinhos. Com o surgimento das empresas aéreas low-cost, até pobres como eu podem andar por aí.
E tem o ganho. Depois de muito refletir, encontrei a solução para o meu problema. Volto para o Brasil e entro para a política. Afinal, os políticos brasileiros são os campeões mundiais de viagens aéreas, os paladinos dos programas de milhas. Se conseguir me eleger para qualquer cargo (governador, prefeito ou deputado, não importa) tenho certeza de que continuarei a viajar à grande e à francesa. Mas em vez de Paris prefiro a Cote D’Azur, que é onde estão as beldades.
Isso das viagens foi uma descoberta genial do sistema político brasileiro. Os caras andam aí pelo mundo feito saltimbancos, com direito a diárias polpudas, e alguns eleitores acreditam que eles estão a trabalhar a sério. É uma teta. Para parecer que estão a fazer algo de relevante, basta mandar um videozinho, uma fotinho, um textinho. Ou dar uma entrevista ao vivo para uma rádio (ligação paga com dinheiro público, claro).
E é para isso que eu conto com essa forcinha do leitor-eleitor: você vota, eu viajo. Mas não pense que parto para essa candidatura sem um programa de governo. Bem... na verdade é mais um programa de viagens, o que vai dar no mesmo. Para começar, proponho a mudança na forma de governo. A idéia é implantar um novo sistema, o parlamentarismo-viajandão: é muita conversa, muita viagem e pouco trabalho.
É um sistema que obriga a abrir escritórios de trabalho em alguns pontos estratégicos do planeta. Nas Rivieras, nas Seichelles, nas Bahamas ou nas montanhas da Noruega, por exemplo. E aqui o leitor-eleitor mais antenado já percebeu uma grande diferença. É que os nossos políticos tradicionais são breguésimos e têm um péssimo gosto. Só viajam para lugares carne de vaca, cinzentões e sem charme como a China, a Rússia e cus-de-mundo dos EUA.
E a grande inovação. Vou acabar com essa palhaçada dos políticos tradicionais, que convidam certos "jornalistas" amigalhaços para as viagens. Lembram de um ex-prefeito que convidou um daqueles radialistas infames para um tour pelos Estados Unidos? E um passarinho gringo me contou que o inglês do tal radialista (que foi convidado como jornalista sem ser jornalista) não ia além do "mi tárzan, yú djeine".
É o mesmo ex-prefeito que, numa viagem a Paris (sempre teremos Paris), levou um assessor de imprensa que nada pescava da língua de Camus ou, para salvar a situação, mesmo de Dickens. Aliás, era mesmo difícil que o cara soubesse quem eram Camus ou Dickens. E acho que o cara só saiu da França porque achou que a porta onde estava escrito "sortie" era a porta da sorte.
Ah... e o mesmo político, quando secretário do governo estadual, foi acompanhado por outro radialista para uma digressão por Portugal. Ooops! Para a terra de Camões ele leva um cara que toma autênticas tareias da língua portuguesa? Como diria o poeta, os políticos usam essas abébias para galvanizar a malta.
Mas voltemos ao que interessa. Para finalizar, eis a grande notícia, caro leitor-eleitor: é que, caso eleito, todos os meses eu pretendo sortear uma viagem entre os meus eleitores e eleitoras, com direito a todas as mordomias com o dinheiro público. E você, claro, pode ser um deles. Isso é corrupção? Perfeito. Quer dizer que já estou pegando o jeito da coisa.
Tenho pensado em voltar a viver no Brasil. E a mudança, claro, traria perdas e ganhos. A maior perda, com toda certeza, seria deixar de viajar pela Europa com certa frequência. Porque aqui é fácil viajar para os países vizinhos. Com o surgimento das empresas aéreas low-cost, até pobres como eu podem andar por aí.
E tem o ganho. Depois de muito refletir, encontrei a solução para o meu problema. Volto para o Brasil e entro para a política. Afinal, os políticos brasileiros são os campeões mundiais de viagens aéreas, os paladinos dos programas de milhas. Se conseguir me eleger para qualquer cargo (governador, prefeito ou deputado, não importa) tenho certeza de que continuarei a viajar à grande e à francesa. Mas em vez de Paris prefiro a Cote D’Azur, que é onde estão as beldades.
Isso das viagens foi uma descoberta genial do sistema político brasileiro. Os caras andam aí pelo mundo feito saltimbancos, com direito a diárias polpudas, e alguns eleitores acreditam que eles estão a trabalhar a sério. É uma teta. Para parecer que estão a fazer algo de relevante, basta mandar um videozinho, uma fotinho, um textinho. Ou dar uma entrevista ao vivo para uma rádio (ligação paga com dinheiro público, claro).
E é para isso que eu conto com essa forcinha do leitor-eleitor: você vota, eu viajo. Mas não pense que parto para essa candidatura sem um programa de governo. Bem... na verdade é mais um programa de viagens, o que vai dar no mesmo. Para começar, proponho a mudança na forma de governo. A idéia é implantar um novo sistema, o parlamentarismo-viajandão: é muita conversa, muita viagem e pouco trabalho.
É um sistema que obriga a abrir escritórios de trabalho em alguns pontos estratégicos do planeta. Nas Rivieras, nas Seichelles, nas Bahamas ou nas montanhas da Noruega, por exemplo. E aqui o leitor-eleitor mais antenado já percebeu uma grande diferença. É que os nossos políticos tradicionais são breguésimos e têm um péssimo gosto. Só viajam para lugares carne de vaca, cinzentões e sem charme como a China, a Rússia e cus-de-mundo dos EUA.
E a grande inovação. Vou acabar com essa palhaçada dos políticos tradicionais, que convidam certos "jornalistas" amigalhaços para as viagens. Lembram de um ex-prefeito que convidou um daqueles radialistas infames para um tour pelos Estados Unidos? E um passarinho gringo me contou que o inglês do tal radialista (que foi convidado como jornalista sem ser jornalista) não ia além do "mi tárzan, yú djeine".
É o mesmo ex-prefeito que, numa viagem a Paris (sempre teremos Paris), levou um assessor de imprensa que nada pescava da língua de Camus ou, para salvar a situação, mesmo de Dickens. Aliás, era mesmo difícil que o cara soubesse quem eram Camus ou Dickens. E acho que o cara só saiu da França porque achou que a porta onde estava escrito "sortie" era a porta da sorte.
Ah... e o mesmo político, quando secretário do governo estadual, foi acompanhado por outro radialista para uma digressão por Portugal. Ooops! Para a terra de Camões ele leva um cara que toma autênticas tareias da língua portuguesa? Como diria o poeta, os políticos usam essas abébias para galvanizar a malta.
Mas voltemos ao que interessa. Para finalizar, eis a grande notícia, caro leitor-eleitor: é que, caso eleito, todos os meses eu pretendo sortear uma viagem entre os meus eleitores e eleitoras, com direito a todas as mordomias com o dinheiro público. E você, claro, pode ser um deles. Isso é corrupção? Perfeito. Quer dizer que já estou pegando o jeito da coisa.
Adaptação de um texto publicado no jornal A Notícia
terça-feira, 12 de junho de 2012
Jogador driblado pelas hemorróidas
POR ET BARTHES
Leonardo Ponzio, jogador do River Plate, dando
o sangue para tirar o seu River Plate da segunda divisão. O coitado teve um
sangramento por causa das hemorróidas durante um jogo. Impossível disfarçar.
O falido planejamento regional e a repetição de um filme
POR CHARLES HENRIQUE VOOS
Nos últimos anos estamos acompanhando o crescimento acelerado das cidades vizinhas a Joinville, como Araquari e Itapoá. Além do aumento populacional, estas cidades estão absorvendo atividades econômicas de grande impacto, usando-se do poderio que a cidade de Joinville tem como pólo regional. Infelizmente, nas últimas décadas, não estamos falando a mesma língua, e a questão regional corre um sério risco de se tornar um caos regional.
Por mais que exista a AMUNESC (Associação dos Municípios do Nordeste de Santa Catarina), cada Prefeitura tem a sua própria linha de atuação. Umas atraem empresas abertamente, crendo cegamente que a instalação de indústrias é sinônimo de qualidade de vida. Outras atraem atividades sem nenhuma análise de impacto nas cidades vizinhas. O que importa é trazer. Entretanto, por qual preço? Todos sabem que instalar uma empresa nas cidades vizinhas a Joinville é muito mais fácil e lucrativo (devido ao valor da terra extremamente baixo) e cada vez mais Joinville está se espraiando para essas regiões. Joinville e Araquari não eram ligadas há 15 anos da mesma maneira que são hoje, por exemplo.
Devido a este processo de conurbação, a Prefeitura de Joinville precisa levar toda a infraestrutura até as áreas limítrofes com seus vizinhos. O custo que é caro para “mim”, é consequência da ação desenfreada “deles”, a qual, por sua vez, é fruto da falta “nossa” falta de diálogo. Cabe a Joinville liderar esse processo. Mas, em uma cidade que mal consegue dar jeito em seu planejamento “intraurbano”, como conseguirá ditar alguma diretriz de ocupação para a região? E mais: as cidades vizinhas parecem não querer crescer de forma conjunta, pois o clima é de competição para a atração do maior número possível de empresas, principalmente entre as menores.
O cenário infelizmente é desanimador. Por mais que cresçamos economicamente, todos os absurdos vividos na cidade de Joinville nas décadas de 1950 a 1990, enfrentaremos no contexto regional. Sinceramente, não quero que Araquari seja para Joinville o que Colombo é para Curitiba, ou que Garuva e Itapoá não sejam para Joinville o mesmo das cidades satélites do Distrito Federal para Brasília: cidades dormitórios, com moradias de baixa qualidade, sem infraestrutura e detentoras de altos índices de violência.
É uma nova pauta, e muito pouco discutida (por mais que haja uma Câmara Setorial para tratar deste assunto no Conselho da Cidade de Joinville). Precisamos tomar um novo rumo nestas discussões, visando a qualidade de vida e não apenas o crescimento econômico, pois estaríamos cometendo o mesmo erro do século XX. Há muitos anos, perguntávamos sobre qual cidade queríamos no futuro. Agora a pergunta deve ser “em qual região viveremos?”
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segunda-feira, 11 de junho de 2012
Mostrar os seios contra o turismo sexual
POR ET BARTHES
Ativistas da
organização FEMEN, aquelas que mostram os seios, fizeram um protesto contra o
Euro 2012, em frente ao Estádio Nacional de Varsóvia, no jogo inaugural da
competição. As ativistas estavam a chamar a atenção contra o turismo sexual.
Mas levaram a pior. Eram quatro mulheres contra 12 policiais.
domingo, 10 de junho de 2012
Como fazer sucesso com a classe média
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
O Chuva Ácida sempre convida os seus leitores (os que não são anônimos, claro) para escrever textos. Mas tem gente que sofre da tal síndrome da folha em branco (ou a tela do computador em branco) e acha difícil escrever. Por isso, arrisco dar uma fórmula eficaz aos nossos leitores.
Dica 1 - Fale mal de Dilma e dos ministros que não param de cair. Diga que são todos corruptos (nem precisa ter provas). É tema de sucesso garantido entre as classes médias que lêem jornais ou blogs.
Dica 2 - Falar mal de Lula é garantia de leitura. Meta o dedo na ferida: Lula não fez faculdade. Ironize, achincalhe e diga que é uma vergonha o Brasil ter um sem-diploma como presidente.
Dica 3 - Fale mal da esquerdalha que tomou conta do poder na América Latina. Chávez, Morales, Correa. Faça piada com o populismo dessa gente. Não tem erro.
Dica 2 - Falar mal de Lula é garantia de leitura. Meta o dedo na ferida: Lula não fez faculdade. Ironize, achincalhe e diga que é uma vergonha o Brasil ter um sem-diploma como presidente.
Dica 3 - Fale mal da esquerdalha que tomou conta do poder na América Latina. Chávez, Morales, Correa. Faça piada com o populismo dessa gente. Não tem erro.
Dica 4 - Pegue numa frase feita e destrua a nossa auto-estima. "O Brasil não é um país sério", "coisa de brasileiro", "eta povinho", por exemplo, é receita certa. Culpe o governo, culpe os políticos, culpe os brasileiros. Todos são culpados menos você, que está heroicamente a escrever um texto (é fazer algo,afinal).
Dica 5 - Se for de Santa Catarina, mostre respeito pelos velhos caciques e oligarcas. Elogie. Puxe o saco sem pudor. Diga que são velhas raposas. Atenção: nem pense em dizer que são uns tipos pouco escrupulosos que fazem tudo pelo poder. Ah... e omita dizer que alguns estiveram ligados à ditadura.
Dica 6 - Incorpore o paladino da ética e da moral. Seja agressivo. Diga que está indignado com toda essa bandalheira (não precisa especificar, há bandalheira em todos os lugares). Use palavras fortes como "lixo", "nojo", "repugnância" etc.
Dica 7 - Lance um slogan. Proponha coisas do tipo "não reeleja". É uma ideia totalmente idiota, mas os slogans são mera publicidade e não estão sujeitos à verificação.
Dica 8 - Não é preciso estudar, ler, pesquisar. Simplifique. Veja apenas a revistona semanal e tire de lá os seus argumentos. Podem ser pura balela, mas o povo acredita e gosta.
Dica 8 - Não é preciso estudar, ler, pesquisar. Simplifique. Veja apenas a revistona semanal e tire de lá os seus argumentos. Podem ser pura balela, mas o povo acredita e gosta.
Dica 9 - Falar mal de integrantes dos movimentos populares é tiro certo. Use termos como baderneiros, invasores, criminosos, terroristas. Falar mal dos sem-terra é garantia de êxito.
Dica 10 - Culpe os políticos por tudo. Diga que são todos iguais. Ninguém vai perguntar se você, alguma vez na vida, levantou o traseiro da cadeira para tentar mudar as coisas a sério. Afinal, como já foi dito, você está escrevendo um texto para denunciar toda essa sacanagem. E isso é fazer muito.
DICAS DOS LEITORES
Dica 11: Fale mal de Jonville, diga que é uma
"vila", que é cidade pequena, de gente atrasada e que Curitiba é o
que há. Não tem erro.
Dica 12: Diga que Joinville é uma cidade
cosmopolita que mantém as suas tradições.
Dica 13: Eike Batista perdeu 1 bilhão em 24 horas, a Busscar foi para o saco de vez, a Construtora tal tá mal das pernas, a empresa do candidato também, o Chavez e Castro tem 2 meses de vida, e por aí vai. A classe média adora a desgraça alheia.
Dica 13: Eike Batista perdeu 1 bilhão em 24 horas, a Busscar foi para o saco de vez, a Construtora tal tá mal das pernas, a empresa do candidato também, o Chavez e Castro tem 2 meses de vida, e por aí vai. A classe média adora a desgraça alheia.
sábado, 9 de junho de 2012
Russos promovem pancadaria na Eurocopa
ET BARTHES
E bastou um dia de competições para que o pau quebrasse na Eurocopa 2012. Em Wroclaw, os torcedores russos agridem os stewards e mostram o grau de civilização que se adquire na terra de Putin.
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