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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Suicídio eleitoral [2]

POR JORDI CASTAN


Há 40 candidatos a deputado estadual, com domicílio eleitoral em Joinville, mais outros 8 concorrendo pela região. A maioria nem se elegeria vereador se a eleição fosse hoje. Uma parte não conseguiria sequer se eleger representantes de turma. E há ainda os que não devem receber os votos necessários para ser eleitos síndicos num condomínio com seis pavimentos e dois apartamentos por andar.

A estes há ainda que somar os candidatos à Assembleia Legislativa pela região. São quatro candidatos por São Francisco do Sul, um por Itapoá, outros por Garuva, Araquari, Barra Velha e ainda deve ter um candidato por Barra do Sul. Ao todo oito candidatos a deputado estadual pela região. Quantos destes candidatos acreditam sinceramente que tem alguma chance de se eleger?

O quadro entre os candidatos à Câmara dos Deputados não é muito diferente. Só Joinville tem 21 candidatos, a maioria sem nunca ter sido eleita para outros cargos ou mesmo tendo disputado cargos eletivos para valer. Mesmo assim, não têm o menor problema em se lançar candidatos ao Legislativo, convertendo a campanha num bando de lemures, correndo aloucadamente em direção a um suicídio eleitoral. Sem ter a menor possibilidade, poluem a campanha, impedem um debate consistente e servem de escadinha a os candidatos de sempre, que se usam destes “tontos úteis” para continuar se elegendo. O que leva estes candidatos a lançar-se, mesmo sabendo que não tem a menor chance? É uma boa pergunta e com múltiplas respostas. Cada candidato tem a sua.

Porque é um suicídio eleitoral lançar tantos candidatos? Desde o ponto de vista dos partidos não há nada mais lógico, quantos mais candidatos, mais chances de eleger alguém. Por isso os partidos formam nominatas enormes, mesmo sabendo que a maioria dos candidatos está, na realidade, pleiteando só um emprego ou um cargo comissionado no futuro próximo e não cogita ou não tem a menor possibilidade de realmente se eleger. Os partidos se lançam na disputa pelo eleitor e novos partidos representam também  mais candidatos. Como exemplo, desde as últimas eleições surgiram cinco partidos novos: PSD, SDB, PPL, PEN e o PROS. E nenhum quer ficar sem lançar no mínimo um candidato no maior colégio eleitoral do estado. Resultado, uma enxurrada de candidatos.


Mas esse pessoal não sabe fazer contas? Ou não percebe que quantos mais candidatos menor a chance de eleger mais representantes de Joinville?  E a campanha "Vote por Joinville" não tinha como objetivo melhorar a nossa representatividade e para isso os partidos deveriam concordar em reduzir o número de candidatos? O papel da ACIJ nesta edição da campanha foi semelhante ao do Papa Francisco pedindo o fim da violência em Gaza e Israel. Totalmente inútil. Fez uma declaração,e nada mais. Achando que os partidos imediatamente reduziriam por própria iniciativa o numero de candidatos.

Achou a ACIJ que a política se rege pelos critérios da racionalidade e do bom senso. Sobrou estultice e faltou sair a campo e falar com os partidos e com os seus líderes. Cada partido - e principalmente cada cacique dentro de cada partido - tem os seu próprios interesses pessoais e são eles os que de verdade decidem todo o processo. Cada um faz as suas contas. E numa campanha curta, sem debates entre os candidatos a deputado e dependendo basicamente do tempo de televisão, no horário eleitoral gratuito os atuais deputados têm uma grande vantagem frente aos demais candidatos. Assim, na sua maioria os 40 candidatos por Joinville são meros coadjuvantes, numa grande peça de teatro em que o povo paga a conta e sofre as consequências. 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Você vota, eu viajo

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Hoje tenho uma proposta política a fazer: quero o seu voto. 

Tenho pensado em voltar a viver no Brasil. E a mudança, claro, traria perdas e ganhos. A maior perda, com toda certeza, seria deixar de viajar pela Europa com certa frequência. Porque aqui é fácil viajar para os países vizinhos. Com o surgimento das empresas aéreas low-cost, até pobres como eu podem andar por aí.

E tem o ganho. Depois de muito refletir, encontrei a solução para o meu problema. Volto para o Brasil e entro para a política. Afinal, os políticos brasileiros são os campeões mundiais de viagens aéreas, os paladinos dos programas de milhas. Se conseguir me eleger para qualquer cargo (governador, prefeito ou deputado, não importa) tenho certeza de que continuarei a viajar à grande e à francesa. Mas em vez de Paris prefiro a Cote D’Azur, que é onde estão as beldades.


Isso das viagens foi uma descoberta genial do sistema político brasileiro. Os caras andam aí pelo mundo feito saltimbancos, com
direito a diárias polpudas, e alguns eleitores acreditam que eles estão a trabalhar a sério. É uma teta. Para parecer que estão a fazer algo de relevante, basta mandar um videozinho, uma fotinho, um textinho. Ou dar uma entrevista ao vivo para uma rádio (ligação paga com dinheiro público, claro).


E é para isso que eu conto com essa forcinha do leitor-eleitor: você vota, eu viajo. Mas não pense que parto para essa candidatura sem um programa de governo. Bem... na verdade é mais um programa de viagens, o que vai dar no mesmo. Para começar, proponho a mudança na forma de governo. A idéia é implantar um novo sistema, o parlamentarismo-viajandão: é muita conversa, muita viagem e pouco trabalho.

É um sistema que obriga a abrir escritórios de trabalho em alguns pontos estratégicos do planeta. Nas Rivieras, nas Seichelles, nas Bahamas ou nas montanhas da Noruega, por exemplo. E aqui o leitor-eleitor mais antenado já percebeu uma grande diferença. É que os nossos políticos tradicionais são breguésimos e têm um péssimo gosto. Só viajam para lugares carne de vaca, cinzentões e sem charme como a China, a Rússia e cus-de-mundo dos EUA.



E a grande inovação. Vou acabar com essa palhaçada dos políticos tradicionais, que convidam certos "jornalistas" amigalhaços para as viagens. Lembram de um ex-prefeito que convidou um daqueles radialistas infames para um tour pelos Estados Unidos? E um passarinho gringo me contou que o inglês do tal radialista (que foi convidado como jornalista sem ser jornalista) não ia além do "mi tárzan, yú djeine".


É o mesmo ex-prefeito que, numa viagem a Paris (sempre teremos Paris), levou um assessor de imprensa que nada pescava da língua de Camus ou, para salvar a situação, mesmo de Dickens. Aliás, era mesmo difícil que o cara soubesse quem eram Camus ou Dickens. E acho que o cara só saiu da França porque achou que a porta onde estava escrito "sortie" era a porta da sorte.


Ah... e o mesmo político, quando secretário do governo estadual, foi acompanhado por outro radialista para uma digressão por Portugal. Ooops! Para a terra de Camões ele leva um cara que toma autênticas tareias da língua portuguesa? Como diria o poeta, os políticos usam essas abébias para galvanizar a malta.

Mas voltemos ao que interessa. Para finalizar, eis a grande notícia, caro leitor-eleitor: é que, caso eleito, todos os meses eu pretendo sortear uma viagem entre os meus eleitores e eleitoras, com direito a todas as mordomias com o dinheiro público. E você, claro, pode ser um deles. Isso é corrupção? Perfeito. Quer dizer que já estou pegando o jeito da coisa.







Adaptação de um texto publicado no jornal A Notícia

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Deputado neonazista agride mulheres

POR ET BARTHES
Os gregos estão com pouca fé nos seus políticos, ao ponto de votarem num partido neonazista e eleger deputados. Como esse aí sujeito aí do filme, que atirou água a uma deputada e bateu na outra, durante um debate na televisão.