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sábado, 8 de junho de 2013

Cuidado! Você pode estar criando um estuprador!

POR FERNANDA M. POMPERMAIER

Todo estuprador tem uma mãe. Um pai, às vezes irmãos, tios, primos... gente que os ensina que mulher é seu objeto de prazer. Que existe mulher para casar e mulher para abusar. 
Gente que ensina que não existe nenhum problema em pagar por sexo. Nenhum problema em "tentar comer" a amiga da irmã ou estuprar uma menina bêbada. Às vezes até acompanhado dos amigos, como se fosse uma brincadeira em grupo.

São estupradores!
São criminosos!
Merecem a cadeia e nada mais!

Semana passada uma menina que saía de uma boate de madrugada em Joinville recusou a carona do namorado (por qualquer motivo que não nos interessa). Ela não estava sóbria e foi estuprada por uma pessoa que passava na rua. O estuprador foi preso. (Texto do AN). Minha primeira reação foi ler os comentários dos leitores no face e, é óbvio, encontrei belas pérolas como:

1# A culpa foi do namorado - "muito bonito pro babaca que deixou ela sozinha.,
"e a cara do namorado agora ,deixou a guria sozinha meu deus".

Ou seja, eu, como mulher, frágil, sensível, violável, não devo, jamais, em hipótese alguma, andar desacompanhada à noite sem a companhia de um macho protetor. Não sou capaz de defender-me sozinha e provavelmente o fato de estar com o namorado me impediria de ser vítima de um crime. Sério? Mesmo? 

Para mim isso significa a privação do direito fundamental de ir e vir. Uma cidade falha quando não oferece às suas mulheres, ruas seguras para andar sozinha à noite. E nossa cultura falha quando acredita que para uma mulher estar segura ela precisa estar acompanhada de um homem. Super preconceito de gênero.

2# A culpa é da guria - "Isso é falta de responsabilidade! Enchem a cara e nao se cuidam." ,
"Uma eh q nao devia estar sozinha e outra q devia ta bem a guria! Vai saber!"

Agora vê lá: eu vou a uma boate me divertir. Bebo, é lógico, porque é líquido, se fosse sólido comê-lo-ia, (como diria Jânio Quadros). Volto para casa andando, não dirigindo, diga-se de passagem, responsabilidade. Não estou cometendo nenhum crime, sou estuprada e a culpa é minha. Tem lógica?

Oi, mas espera aí, mulher que gosta de beber? Não pode não. Mulher foi feita para ficar em casa, cuidar do marido e do filho, ir à igreja, sentar de pernas fechadas, falar baixo, não falar muito e ser bonita. Saiu do padrão? Está correndo o risco de ser rotulada como mulher "que não é para casar". Estamos em 1950?  Sim ou com certeza?

3# A luz no fim do túnel - "Mas é que realmente não vem ao caso, não temos que achar desculpas pro que ele fez. Não importa se ela estava sozinha, não importa se ela tinha bebido. Mesmo se ela estivesse completamente inconsciente, apagada, perdida no fim do mundo, ninguém deve procurar na vítima, motivos para a agressão do estuprador."

Aaahhhh, pausa para suspirar. Ainda existe esperança.

Devemos atacar o crime, o estuprador, o verdadeiro problema. Nunca as roupas da mulher, seu comportamento, sua sobriedade ou bebedeira. Nada dá motivos para uma mulher ser abusada. E por que tantos homens ainda pensam que tem esse direito? Porque somos machistas. Porque até nosso tom de voz muda quando falamos com meninos ou com meninas.

Para os meninos dizemos: "Está forte heim! Garanhão. Já tem namoradinha? Viu só, ele foi lá e agarrou, esse é o menino do papai!"
E assim criamos um menino que acha que é certo tratar mulher como objeto, pegar, amassar, mostrar pros amigos. Um tipo daqueles bem nojentos.

Para as meninas dizemos: "Olha, que fofinha que ela está. Uma gracinha, tão linda" (voz melosa) "Cuidado heim, papai, logo os gaviõezinhos estão em cima"
E imprimimos na menina um senso de fragilidade, delicadeza, apatia e passividade que não lhe são naturais, mas construídos socialmente. Ela aceita relacionamentos abusivos porque acha que esse é seu papel como mulher. Não consegue criar instrumentos para enfrentar situações  de poder e abaixa a cabeça no trabalho, na escola ou em casa.

Não é saudável não.
Vamos educar nossas meninas para serem fortes, para protestarem, para exigirem respeito. Para saberem que são capazes do que quiserem na vida sem a obrigação da beleza pela simples decoração de ambientes como muitas se vêem.

Vamos educar nossos meninos para respeitarem as mulheres como iguais à eles, sem essa necessidade de proteção ou esse desejo de apropriação. Dividindo tarefas domésticas, brincando de bonecas, experimentando uma vida adulta na qual o homem participa da vida familiar. 

Depende de todos nós mudar essa forma machista de pensar a nossa sociedade. 

Afinal de contas, os estupradores são educados por homens. E por mulheres.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Deputado neonazista agride mulheres

POR ET BARTHES
Os gregos estão com pouca fé nos seus políticos, ao ponto de votarem num partido neonazista e eleger deputados. Como esse aí sujeito aí do filme, que atirou água a uma deputada e bateu na outra, durante um debate na televisão.