terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Joinville sofre com inundações e precisa discutir politicamente o assunto

POR FELIPE SILVEIRA

Joinville sofre mais uma vez com as cheias e o momento pede solidariedade com as pessoas que perderam seus pertences nesta segunda-feira que passou. De acordo com matéria do jornal A Notícia, 120 pessoas ficaram desalojadas. Muitas pessoas precisam de roupas, móveis, materiais de construção e ajuda para a limpeza de suas casas. E Joinville, que deve cuidar para não fazer uso politiqueiro das tragédias, precisa de uma discussão mais séria sobre o assunto.

Embora sofra ano sim outro também com as enchentes e alagamentos, a cidade não se presta a discutir o problema em alguma conferência municipal. Também não monta uma equipe especializada a identificar as causas e criar políticas públicas para combater o problema. O curso de Geografia da universidade da região, matéria que estuda justamente esta relação entre a humanidade e o lugar em que ela se encontra, está fechado por falta de procura. O conhecimento – e há trabalhos na cidade – acerca do assunto é simplesmente ignorado em uma cidade historicamente só pensa no desenvolvimento econômico. Uma cidade na qual as empresas fazem lobby para descartar o estudo de impacto na vizinhança tende a sofrer justamente por isso.

Não dá para ignorar a relação das inundações com a questão da especulação imobiliária e do crescimento desordenado. A cidade está localizada entre a serra e o mar, com centenas de rios e córregos passando no meio dela e sujeita às marés. O índice pluviométrico é alto. O planejamento urbano precisa considerar tais fatores. Os rios precisam, portanto, de margens extensas o suficiente para dar conta do eventual excesso de chuva.

É com justiça que partidários e simpatizantes do ex-prefeito Carlito Merss (PT) reclamem do tratamento diferenciado dado a ele e ao atual prefeito Udo Döhler. A gestão petista fez um trabalho constante de limpeza dos rios, em especial na zona sul, controlando as cheias que eram mais constantes. Moradores próximos desses rios sabem que o trabalho foi interrompido.

Mas acho que a questão não pode ser reduzida a isso, embora considere o trabalho de extrema importância. Um amigo engenheiro ambiental me disse que as próprias tubulações, ao restringir a área de escape da água, são um problema. Como o (importante) trabalho de drenagem (no caso, a colocação de tubulação, que não drena) tem avançado, o problema acaba se agravando. A impermeabilização do solo (cimento e asfalto em casas, ruas e empresas) também se torna um problema a passos largos.

Cidades urbanizadas como São Paulo investiram na construção de alguns piscinões para evitar alagamentos. Joinville também está construindo um na região central. Porém, com um planejamento adequado, não seria preciso investir dinheiro em obras assim em outros bairros. Terrenos baixos que acumulam água da chuva existem naturalmente. É o crescimento desordenado, no entanto, que pode impedir a própria natureza de fazer a sua parte para amenizar a questão.

Não quero oferecer respostas neste texto, até porque isso exige um conhecimento técnico que não tenho. Quero apenas apontar que a cidade precisa pensar politicamente este problema, e não tratá-lo com a ideia de que aqui chove mesmo e ninguém tem culpa.

15 comentários:

  1. Entre no google, digite PDDU Joinville e veja o que o governo Carlito fez com o projeto que tinha como objetivo identificar áreas sujeitas a inundação e propor alternativas de engenharia e assistência social/ambiental.

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  2. Os caras jogam lixo nas ruas, bueiros e rios e depois vêm culpar a administração pública pelas chuvas concentradas e marés altas...

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    1. Sabe que não vejo a cidade suja como o povo tanto acredita que está? Ví poucos bueiros entupidos por lixo. Eu ví muito mais com folhas de arvores e raízes de arvores.
      O que posso dizer é que não tem planos para dragagem dos rios nos próximos 3 anos e isto é muito grave. Apostou-se 100% no Mathias e no BID que não libera o empréstimo e a cidade não sabe nem em que etapa está da liberação, está no limbo.
      Joinville tem 1 equipe só de limpeza de rios. Considerando a produtividade média e o total de rios, quantas pessoas e máquinas seriam necessárias para limpar os rios principais ao menos 1x ao ano?

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    2. Se a chuva forte coincidir com uma maré alta,... não vejo nada que possa resolver! A Holanda optou por diques! É um alto investimento que, hoje, acredito ser incompatível! Bocas de lobo, canais, etc., me parecem ser ações para "enxugar gelo"!

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    3. Claro, com maré alta e chuva forte não tem o que resolver. Mas o ponto é: quais ações podem ser tomadas pela prefeitura?

      Se existe um plano de alargar os rios, por que deixam construir perto do rio? Pq já não colocaram como utilidade pública?
      Pq a defesa civil não tem um APP de celular avisando dos problemas igual blumenau?
      Pq o Prefeito não diz como está o financiamento do BID e se realmente está em aprovação?
      Pq não é feita a dragagem do rio cachoeira até a babitonga? Vai ser a velha história dos "metais pesados" ?

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  3. Sobre a bacia do Jaguarão tem um inquérito Civil no Ministério Público ( MP 06.2016.00008479-7 ) na 21a. promotoria.
    Todo mundo pode contribuir enviando por e-mail informações colocando o número do inquérito MP 06.2016.00008479-7 para o e-mail Joinville21PJ@mpsc.mp.br

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    1. Amigo excelente iniciativa, porém solução não vem cavalo, Mp vai apurar, indicar, mais não vai obrigar, prefeitura vai dizer o seguinte não temos dinheiro, culpa nossa, tempos atrás, já ocorria isto, azar de quem investiu, em de risco, na rua bahia jornalista rogemar santos, usou Tvbv como morador pra apontar que nada estava sendo feito, depois de quatro nada mudou naquela rua, ou melhor piorou, bem desejo sucesso todos moradores, mas solução e investimento alto, prefeitura não tem minima vontade de fazer mesmo atráves justiça!!

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  4. Cidade, esta verdadeiro caos, não concordo com afirmação que joga lixo no rio e isso que faz com aconteça cheias, conformo leitor acima descreve, o problema que Prefeitudo, diz que trabalha, e chega cedo porém não esta fazendo nada, ou quase nada, os problemas se multiplicam pra população, e somente atende grandes interesses de pequenos grupos, empresário, e seus colegiados, que ajudaram reeleger, sim nosso gestor tem culpa não interessa os que passaram manutenção preventiva não foi feita, e ainda manda telejornal pago, dizer que foi 142 mm de chuvas, senhores(a) não podemos ficar parados sair do seu gabinete já começo, e parar de fazer ações corretivas, e dizer que foi isso que fez alagamentos, que foi marê, parem de ficar omitindo os fatos, falar que vai fazer licitação, o fato que vai acontecer de novo e quero ver qual vai ser desculpa, qual vai ser ação, tenha paciência afinal temos mais três anos na estupida gestão!! Passa logo

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    1. Quem poderia ter a solução para isso é o governo do PT! Sim,.. do PT! Pra quem fez (sic) a transposição do São Francisco (sério que fez???), o que seriam essas enchentes de Joinville?

      Né, não Baço? (meu "canhoto" favorito nesse blog) KKKKKKKKKK

      A esquerda agoniza!...

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    2. Eu não sou favor Pt, não votei nele, mais foi o único candidato à prefeito, que alertou sobre que nos passaria e estamos passando, pois novas chuvas,vão vir e novos prejuízos vão acontecer, esse decreto não vai ajudar muito até chegar dinheiro, vai decretar quantas vezes!! Omissão dos fatos e de ações e caso gravíssimo, certamente em outro município teria outros desdobramento, mais deixa udo chegar cedo, afinal e doa seu salário!!

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  5. A culpa disso tudo,... pode estar num passado muito distante! Joinville, ou melhor, a Colônia Dona Francisca, foi fundada em cima de mangue! Em muitos pontos do centro,...chega-se a 4 m abaixo do nível do mar! Holandeses e Venezianos já devem ter "gritado" muito a respeito do assunto! Assim sendo: Jordi Castan,... boa tentativa!

    A esquerda agoniza!... e se o Jordi é ou não é de esquerda... quem se importa?

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    1. Poha! "4 metros abaixo do nível do mar?"
      Você sabe o que são 4 metros?
      Hahahahaha
      Não há terrenos abaixo do nível do mar, há terrenos um pouco acima da maré alta normal, quando ocorre mudanças da Lua cheia ou a maré de sizígia, esses terrenos são inundados por algumas horas.

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  6. Tudo que NAO precisa ser feito é discussão política. É TECNICA... TÉCNICA.. Nada de política pra resolver um problema técnico. Quem se instalou nesse banhado é que já começou errando, Sem diques nada há para se fazer.

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  7. Gestor da Secom é um dinossauro hilário.
    Cidade alagando todo dia e ele postando coisas aleatórias, sem comunicar a cidade.
    Até a RBS está puta com a Secom e o Udo que se isolam e mandam pessoas arrogantes dar entrevista (Romualdo).
    É tudo tão amador que dá raiva

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  8. Precisamos, realmente de pessoas que sabem o que estão dizendo, foram 22 bairros afetados, não esta lista Santo Antônio, e Saguaçu, no decreto emergencial, esses bairros foram afetados porém imprensa, prefeitura, por alguma razão não quis divulgar, nas redes sociais tem inúmeros, sobrou costa e silva, jardim iriri, iririu, no caso do bairro vila nova, que todos pessoas, tinha na mente como área de risco, existiram quatro ilustres moradores, lideres do bairro, resolveram juntar inúmeras provas, não tem nada haver com vereador eleito, e muito menos com associação de moradores, foram Mp cobrar a tal licença e a manutenção que fora feito na gestão do nosso grande gestor que agora na hora das vacas magra, se esconde, se ausenta, a explicar que realmente foi feito, além das galerias da ponte da rua minas gerais, descobriu que não foi feito como deveria, e licença que para tirar sedimentos do leito, a subprefeita dizia aos quatro ventos que tinha, Fatma que demorava a fazer isto, não passará de bravata, Mp pediu pelo menos para limpar o leito, com senhores (a) foi que salvou e amenizou região do rio águas vermelhas, concluindo, se fosse feito limpeza, uma verdadeira dragagem e não maquiagem o impacto em grande parte dessa região de Joinville, talvez não fosse tão catastróficos, como foi em grande parte da cidade!!

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